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História Amor de Família - Bons sonhos, Princesa


Escrita por: magicbreakfast

Notas do Autor


Essa é a minha primeira fic publicada. Eu tenho outras escritas, mas não tenho coragem de postar em algum lugar. Essa só é diferente porque eu não terminei ainda, e postar é uma boa forma de manter o foco.

Capítulo 1 - Bons sonhos, Princesa


11.10.2016

Mais um dia qualquer em casa. Quase 06:00 AM, e eu já estava de pé ouvindo All that she wants da Ace of base no último volume, me maquiando para ir ao cursinho. Frank, meu quase irmão, bateu na porta umas duas vezes e entrou no quarto. Eu não o ouvi entrando e nem vi, afinal estava no banheiro e o som estava alto. Eu já estava terminando a maquiagem quando começou a tocar Tranquila do J. Balvin, e eu saí do banheiro rebolando ao som da música latina. Meu quarto não é pequeno, mas também não é exageradamente grande igual ao dos meus pais. Tem espaço suficiente pra mim, pros meus livros, roupas, action figures, um mini escritório que é onde eu passo a maior parte do dia e um banheiro com banheira. Ok, o quarto é grande sim. Quando saí do banheiro, dei de cara com Frank deitado na minha cama, rindo e me observando.

- Tá de bom humor, Ella? - ele perguntou com um sorrisinho de canto se boca, como quem conseguiu concluir o seu objetivo de dar um baita susto na vizinha de quarto.
          - Não, não mais. Ver sua cara logo cedo é bem irritante. - Frank mora com a nossa família há 13 anos. Ele é filho de um casal de circenses italianos, que queriam obrigar o filho a seguir carreira no circo, ao invés de deixá-lo escolher os próprios caminhos, forçando-o a fugir e só reencontrá-los pra eles assinarem sua emancipação, depois de dois anos. Ele passou algumas semanas nas ruas, até meu pai encontrá-lo em frente ao prédio da Fadil e trazê-lo pra casa. Frank é um homem bonito agora, tem um corpo de dar inveja em Michael Phelps, com 1,84m de altura, cabelo castanho escuro liso que nunca fica alinhado e olhos azuis.
         - Ui, ela arranha. Vai com o merdinha pro cursinho? - o merdinha é o meu melhor amigo e ex-namorado, Caio - Ou eu te levo?
         - Acho que eu vou sozinha. Não tô querendo aturar nenhum dos dois a essa hora da manhã. Deixa eu me trocar.
        - Ok, eu te levo. Vou tirar essa roupa de academia e já volto. E vê se põe uma roupa por cima da lingerie, que é perigoso sair assim na rua. - Droga, eu tinha esquecido que estava de lingerie, minha reação foi cruzar os braços, mas por quê se tudo o que tem aqui ele já viu mais de uma vez. Era comum ele se trocar na minha frente e o contrario - Se troca rápido, que eu só vou colocar uma calça e uma blusa. - ele saiu e bateu a porta, me deixando pra trás reclamando sozinha.

"É um filho da puta, mesmo" Pode xingar a mãe do amigo, quando ela abandona um filho de 10 anos, não? Enfim, coloquei uma calça jeans, um cropped branco e uma sapatilha preta. Simples e fácil. Peguei minha mochila, desci as escadas para o hall de entrada, passei pela sala de visitas, pela sala de jantar e finalmente cheguei na cozinha. É uma casa bem grande. Meus pais estavam tomando café na mesa da cozinha.

- Pronto, meu bem. Agora posso ir embora, que você não vai terminar seu café sozinha. - Esse era meu pai, Anthony Fadil.  O responsável pelo meu tom de pele bronze. Meu pai é libanês, mas foi criado no Brasil, seus pais vieram do Líbano, quando ele tinha 3 anos de idade, procurando uma vida melhor. E no fim, encontraram. Começaram uma lojinha de tecidos no centro da cidade, que anos depois se expandiu e virou uma indústria tecelã, e é a empresa que meu pai dirige hoje em dia. - Bom dia, Faísca. - e saiu para trabalhar.
           - Bom dia, Pai. E não conte comigo por muito tempo, mãe. - dei um beijo no rosto de cada um e fui preparar o meu café.
          - Tudo bem, já terminei. Vou para a galeria. Tem uma moça que quer me apresentar o trabalho dela hoje. - Mamãe é brasileira, filha de nordestinos. Nascida e criada em São Paulo. Desde de criança era apaixonada por arte de todos os tipos. Desde uma pintura a dedo, até música clássica. - Cadê o Fran?
         - Tá se trocando, ele vai me levar pro cursinho.
         - Folgada. - ela acha que eu deveria andar mais sozinha, mal sabe ela o quanto eu tento.
         - Minha culpa, eu que tô obrigando. - Frank apareceu na porta da cozinha - Eu não deixaria um ser tão lindo desse sair sozinho por aí, tia Beth.
       - Mulher nenhuma tem problemas de auto estima do seu lado. - minha mãe disse, dando um beijo no meu rosto, no de Frank e saiu.

Eu estava tentando pegar a granola na prateleira de cima do armário, o que pra mim é uma tarefa bem difícil. Eu tenho 1,66m de altura. Acho que meus pais deveriam ter mantido as escadinhas que eu usava quando criança pela casa. Tudo aqui é muito alto. Todos são altos.

- Quer uma ajudinha, aí? - Frank estava rindo do meu péssimo desempenho nessa tarefa.
            - Quero. - Eu estava de frente pro armário. Ele se colocou atrás de mim, passou um dos braços pela minha barriga e me levantou até a altura da prateleira. Peguei a granola e ele me colocou no chão. - Obrigada.
           - Qualquer coisa por você, Fiona. Agora, põe tudo na tigela e come no caminho que você vai se atrasar.

Fiz o que ele disse, e saímos. O caminho não é longo, mais ou menos 20 minutos.
            Ele sempre está ouvindo podcasts. Dois em especial: o Nerdcast do site Jovem Nerd e o Não Ouvo do blog Não Salvo. Eu também ouço o Nerdcast todas as sextas, mas ele ouve os episódios antigos e os novos repetidamente. Ele diz que é uma forma de se distrair. Ok, né. Cada um com suas manias.

Cheguei no cursinho 07:05 AM, bem no primeiro sinal, ainda bem que a inspetora me deixou subir pra sala. Meu lugar estava lá, guardadinho, entre o Caio e a Nathalia. O grupo de amigos não é pequeno, nós ocupamos quase duas fileiras da sala de aula. A maioria eu conheci nas primeiras semanas de aula, exceto o Caio, a Nathalia e a Jéssica que eu conheci no colégio e foram os únicos que eu quis manter contato depois que acabou o terceirão.

- Tá bonita. Vai pra onde depois da aula? - Caio era um fofo. Acho que exatamente por isso que a gente terminou, tem que ter um pouco de escrotizacão, senão eu não consigo.  - Ninguém vai ficar aqui hoje.

- Obrigada, acordei inspirada. Sério que ninguém vai ficar? Vou estudar em casa então.

- É melhor do que ficar aqui. -  Nathalia é a que mais estuda entre nós e também a mais organizada.

Enfim, foi um dia de aula normal. Cheguei em casa quase 01:00 PM. A casa estava vazia, a moça que trabalha lá já tinha saído. Meus pais estavam trabalhando. Frank devia estar no biotério. Eu tinha a casa toda pra mim, até às 8:00 PM, mas eu não tinha muito o que fazer além de estudar. Se eu não fizesse hoje, a matéria ia ficar muito acumulada e depois ia virar uma bola de neve pra resolver na revisão. Fui pro meu quarto, liguei o som baixinho, entrei no meu mini escritório, organizei algumas coisas que estavam mal arrumadas na mesa, e comecei a estudar.
           Quando se faz algo que gosta o tempo passa rápido. Eu sempre gostei de estudar, acho que é um dos grandes motivos de eu ter escolhido Biologia pra graduação e seguir carreira em pesquisa. Admito que Frank me mostrou muitos lados da pesquisa, e me fez apaixonar pela profissão contando as histórias dele da faculdade, do laboratório e do biotério. Perto das 7:00 PM eu já tinha terminado os exercícios, e as lousas. Tomei um banho e decidi sair um pouco do quarto, assistir alguma coisa na Netflix e comer alguma coisa porque minha barriga estava roncando.
          A hora que eu saí do quarto, vi que a porta do quarto do Fran estava aberta e decidi entrar. Fazia tempo que eu não entrava lá. O quarto dele é bem parecido com o meu, só que ao invés de tons de vermelho como o meu, é todo em tons de cinza e ele não tinha tantos action figures como eu, ele trocou os action figures por uma parede de cortiça marrom, cheia de fotos, bilhetinhos de amigos e lembretes seguros por alfinetes. Era um quarto bem bonito. A luz do banheiro estava ligada, isso é estranho. Fui andando devagar até a porta do banheiro e ouvi o chuveiro ligado. Definitivamente, já ele estava em casa. Decidi sair à francesa e fingir que não tinha entrado no quarto.
Desci, fiz dois lanches de presunto com requeijão. Comi um, e fui pra sala assistir um pouco de televisão. Escolhi Supernatural, pra dar uma clareada na visão com a beleza de Jensen Ackles e de Jared Padalecki e com a fofura de Misha Collins. Quase na metade do episódio, Fran desceu dos quartos pra sala sem camisa, com uma calça de moletom e chinelo.

- Chegou agora, Fiona? - ele se aproximou e me deu um beijo na testa.
             - Não, to em casa desde a 1:00 PM. Tava no quarto. Que hora você chegou?
             - Umas 6:30 PM. Nem te vi no quarto. O isolamento acústico ajuda, né.
             - Também não te ouvi chegar só vi a porta aberta, tem um lanche de presunto com requeijão na bancada pra você.
             - Nossa, que prestativa. - ele foi na cozinha, pegou o lanche e voltou - Vamos assistir alguma coisa junto? - Isso era normal quando éramos mais novos, sempre assistíamos desenhos, filmes e algumas séries juntos.
            - How to Get Away With Murder? - Estou esperando um incentivo pra começar essa série, mesmo.
           - Já assistiu?
           - Não, to enrolando.
          - Vai ser essa mesma. Lá em cima que Tia Beth não reclama ou aqui? - minha mãe gosta de chegar e assistir os programas de culinária dela quando ela chega da galeria.
             - Lá em cima, vou fazer pipoca tá. - pipoca sempre faz bem.
             - Eu te ajudo.

Fomos os dois pra cozinha, fizemos pipoca, deixamos um bilhetinho avisando que estávamos no quarto, e subimos.

- No seu ou no meu? - Frank perguntou.
              - No seu.

Entramos, eu me instalei em um lado da cama e ele deitou do outro. E fomos assistir HTGAWM comendo pipoca.
Minha mãe chegou umas 9:00 PM, e bateu no nosso quarto

- Tudo bem por aí?
              - Tudo sim, tia.
              - Uhum
              - Vocês vão jantar?
             - Eu não, tia.
             - Mãe, eu acho que não.
             - Ok, boa noite.
            - Boa noite. - Ela provavelmente ia falar pro meu pai jantar pelo escritório e ela ia comer um lanchinho igual a gente.

Não vi meu pai chegar. Ele não veio falar conosco e nós não saímos do quarto.

12.10.2016


            Já tínhamos assistido seis episódios, quando decidimos que estava na hora de dormir.

- Vou pro meu quarto, tá. - eu disse, antes de bocejar um pouco.
             - Dorme aqui comigo, Fiona - Eu já tinha dormido com ele muitas vezes, mas eu queria dormir no meu quarto hoje.
             - Não, vou pro meu quarto mesmo.
             - Tá bom. - ele disse.

Eu levantei da cama, dei um beijinho no rosto dele, saí do quarto e fechei a porta. Entrei no meu, encostei minha porta, coloquei meu celular no carregador do meu lado, e me joguei na cama.
Uns 5 minutos depois recebi uma mensagem no whatsapp:

FRANK
             Bons sonhos, princesinha.

CELLA
             Me chama de Fiona o dia todo, e depois me chama de princesa.

FRANK
            A Fiona é uma princesa. Princesa ogra, mas princesa.

CELLA
             Pqp. Ok, né.
            Bons sonhos, Burro.

FRANK
            Pq o Burro e não o Shrek?

CELLA
           Pq o Burro é amigo da Fiona e o Shrek é marido da princesa.

FRANK
            Faz sentido. Kkkkkkkkkkk
           Bons sonhos, princesa.

CELLA
             Boa noite, Burro. :*

E dormimos até o amanhecer.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Me digam o que acharam. O próximo capítulo vem logo, logo.
Músicas do Capítulo:
* All That She Wants - Ace of Base
https://www.youtube.com/watch?v=d73tiBBzvFM
* Tranquila - J. Balvin
https://www.youtube.com/watch?v=HWyEEj2pSt0


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