História Amor Esquecido - Gentil

“Por favor... Alguém me ajuda...”

- Irei lhe ensinar a nunca mais chegar perto dos nossos Sakamakis de novo! – Diz a ruiva de forma doente, enquanto cortava a pele do pescoço da pequena, com o auxílio de seu estilete. 

Haya acabou soltando um pequeno grito, graças à dor que estava sentindo no momento. A garota não tinha como escapar daquele lugar, podia até morrer nas mãos daquelas três malucas.

"Eu estou com medo... Não irei aguentar muito mais..."

De repente, Haya sente o estilete ser retirado de sua pele, porém, decide não abrir os olhos, devido ao medo estava sentindo. O que ela não sabia, é que a ruiva havia entrado em estado de choque, graças à um certo alguém que havia visto.

- Vocês não deviam ter mexido com a propriedade dos outros. – Após ouvir tais palavras, Haya abriu os olhos rapidamente, reconhecendo o dono da voz. 

Em um canto escuro da corredor, estava parado, encostado na parede e com os braços cruzados. Seus fios brancos caiam sobre seus olhos vermelhos, o deixando mais assustador ainda para as três amigas. 

- Só irei dizer uma vez... Soltem ela... Agora. – Continua o albino. Por mais que pareça estranho, ele estava calmo, pelo menos, um pouco.

Haya não estava acreditando. Ele era a única pessoa que a mesma desejava que estivesse ali. A única pessoa que ela queria ver. Por conta da felicidade, a morena acabou deixando que várias lágrimas escorressem de seu olhos. 

"E-ele está aqui... Acho que estou sonhando..."

As três garotas começaram a tremer. A loira, na qual só estava observando anteriormente, saiu correndo dali, deixando suas duas companheiras para trás. A ruiva deixou o estilete cair no qual, mas não conseguiu sair do lugar. Já a morena, soltou os braços de Haya, fazendo a mesma cair no chão, sem forçar para se manter de pé.

- Saiam daqui... AGORA! – Subaru praticamente grita na parte final de sua fala.

Obedecendo a ordem do albino, as duas moças saem correndo dali, sem nem amenos olharem para trás. Depois de ver que as duas já estavam longe, Subaru se aproximou de Haya, vendo o estado atual da mesma. 

A morena estava com um corte levemente profundo, localizado no centro de seu pescoço. Com uma marca vermelha na bochecha, ocasionada pelo tapa de anteriormente. E a mesma estava com uma forte tontura, ocasionado pela batida de sua cabeça contra o chão de mármore.

- Consegue andar? – Pergunta Subaru levemente preocupado com o estado da garota.

Haya tentou levantar, mas devido a tontura, acabou caindo novamente no chão gelado. Subaru suspirou e se abaixou na altura da jovem, logo a pegando em seus baços. Agora, Haya estava sendo carregada pelo vampiro, até um lugar que a mesma desconhecia. 

A morena estava extremamente corada e envergonhada pela ação repentina do albino. Subaru sempre a surpreendia com seus atos diferentes do normal, diferentes dos esperados de um vampiro como ele.

Após minutos da caminhada, eles chegaram até a porta da enfermaria. Depois de adentrar o grande cômodo completamente branco, Subaru colocou a morena sentada em uma maca fixa. Ele não estava cansado por ter carregado a garota, afinal, a mesma não podia pesar mais de 40 quilos. 

Não havia nenhuma enfermeira no local, portanto o próprio Subaru iria fazer o curativo no pescoço da moça. Em uma das gavetas do armário, o albino retirou uma fita hipoalergênica, na qual iria cobrir o ferimento. Se aproximou da pequena, na qual ainda estava levemente corada, e começou a colocar a fita. Enquanto fazia tal ato, Haya começou:

- Obrigada Subaru. – Disse docemente.

- Tsc! Não precisa agradecer. Apenas fiz o que qualquer um faria. – Disse Subaru, terminando de ajeitar a fita no pescoço da menor. 

- Mesmo assim...  Foi muito gentil da sua parte. – Continuou a morena, fazendo Subaru corar de leve.

- Você está tendo uma impressão errada em mim... – Diz Subaru, ainda permanecendo calmo. – Eu sou um vampiro, e você ainda não sentiu na pele o que vampiros realmente são capazes. Eu sou um monstro, igual a toda essa raça. Não deveria se iludir... – A sua fala é cortada, pois Haya colocou sua delicada mão em seu rosto.

O mesmo não impediu tal toque, mas ficou visivelmente corado.

- Não diga isso... Você não é um monstro... És gentil... A pessoa mais gentil que já conheci. – Disse gentilmente Haya, ainda com sua mão acariciando o rosto do albino.

Subaru ficou ainda mais corado. Nenhuma noiva havia lhe dito tais palavras antes. Havia ficado ainda mais curioso em relação a esta garota. 

- Você está falando demais para alguém que é muda. – Resmungou Subaru, ainda corado.

- E você está sendo calmo demais para alguém que quebra paredes. – Comenta Haya, agora sorrindo. Um lindo sorriso. O “primeiro” sorriso da garota que Subaru havia visto. Ela realmente ficava linda sorrindo.

Subaru corou mais ainda, mas logo acabou sorrindo de lado, devido ao comentário bobo da morena. O mesmo até agora, não havia descoberto este lado alegre e divertido da jovem, o que o agradava muito.

De repente, o albino sentiu uma sensação estranha. Uma sensação que o mesmo nunca havia sentido antes. Era como se esta moça lhe fosse... familiar...? “Eu conheço ela... Eu sei disso... Mas, de onde?” Pensa o rapaz consigo mesmo.

- Ainda está doendo? – Pergunta o vampiro, agora apontando para o ferimento no pescoço da pequena.

- Não mais... – Respondeu Haya. A mesma continuava sorrindo, pois não podia evitar de mostrar a sua alegria, afinal, o simples fato de estar se dando bem com Subaru, já lhe alegrava imensamente. 

Um silêncio invade o local, mas é logo quebrado por Haya:

- Me desculpe... Está perdendo aula por minha causa... – A mesma desfaz o seu sorriso e abaixa a cabeça, se sentindo inútil.

- Eu mataria aula do mesmo jeito... Prefiro estar com você, do que estar lutando com idiotas por aí. – Diz Subaru sem pensar. Haya o olhou não acreditando no que acabara de escutar. O vampiro, percebendo que disse, corou e virou o rosto, extremante envergonhado. – Q-quero dizer... Para mim tanto faz!

- Entendo... Mas mesmo assim, eu sou um incômodo... – Completou Haya, abaixando a cabeça novamente.

- Tsc! Idiota! – Reclama o albino, logo bagunçando os cabelos da menor, a fazendo corar.

- Subaru... – Chama a atenção do vampiro. – O que aquelas garotas queriam?

- Você é uma ingênua mesmo... – Resmunga o mais velho. – Elas são loucas, não ligue para elas.

A morena apenas afirma com a cabeça, não entendendo direito o que Subaru quis dizer.

- Venha, o sinal para a saída está prestes a tocar. – Diz o albino, logo segurando o braço da garota, a fazendo o seguir para fora da enfermaria.

A jovem já estava acostumada com tal ação do vampiro, então apenas o seguiu sem contestar. 

“Ele ainda tem a mesma essência do Subaru que conheci no passado...”