História Amor Esquecido - Árvore

“Dor não é apenas algo físico ou superficial... É algo que pode destruir vidas, famílias e milhares de pessoas todos os dias...”

A limousine parou não muito longe da grande porta de entrada da mansão. Durante o trajeto, Ayato e Laito perguntaram a Haya, o que havia acontecido com o seu pescoço, porém, ela apenas respondeu que foi um “pequeno acidente”. Após o veículo para de se mover, todos os vampiros saíram do mesmo, e finalmente, Haya saiu, como sempre, última. 

Já dentro da mansão, a morena decidiu ir para o jardim, por um motivo ainda desconhecido. Uma vez estando no jardim, Haya parecia procurar por algo. Subaru, curioso com o que a garota estava fazendo, decidiu a seguir, mas de maneira que a mesma não percebesse a sua presença.  

Depois de minutos de caminhada, Haya parou em frente a uma grande árvore. Aquele local era incrivelmente familiar a Subaru, porém, ele não conseguia se lembrar da onde havia o visto. A pequena começou a encarar a árvore fixamente, como se aquele local lhe tivesse um imenso valor sentimental.  

Após um pequeno intervalo, Subaru foi capaz de ver uma pequena lágrima sair de um dos olhos de Haya e logo descendo pelo seu delicado rosto. O albino não havia visto muitas expressões faciais da jovem, porém, agora ele estava vendo pura tristeza presente em seu rosto, como se ela tivesse perdido todas as suas esperanças em viver.

- Você tem depressão ou algo do tipo? – Resmungou Subaru, de maneira rude e fria. Imediatamente, a morena se virou para a direção da voz, encarando Subaru com os olhos arregalados. – ME RESPONDA! – Praticamente grita.

- N-não... – Gagueja a pequena, abaixando sua cabeça. Por mais incrível que pareça, Haya não estava com medo de Subaru, pois acreditava que o mesmo não havia mudado muito depois desses longos anos. E também por causa do incidente de anteriormente, na enfermaria do colégio, no qual Subaru havia sido gentil, mesmo que minimamente, com ela.

- Estás com medo de mim? – Pergunta Subaru, sorrindo de lado. O mesmo tinha certeza de estar certo, afinal, todas as noivas tinham medo dele. Em seu raciocínio, Haya até poderia ser diferente, mas ela tinham medo dele.

- Não... E-eu nunca tive medo de você... E nunca terei... – Diz Haya, já levantando sua cabeça, encarando os olhos avermelhados do rapaz. Tais palavras fizeram Subaru desfazer seu sorriso e também encarar a morena.

- Que garota ignorante você é! – Resmunga o vampiro. – Quantas vezes tenho que dizer para você não se iludir, idiota! Eu sou um vampiro, um monstro! Irei lhe ensinar a nunca mais me contrariar! – Praticamente grita Subaru, fazendo a garota se encolher, com um pouco de medo que que o rapaz iria lhe fazer.

Subaru se aproxima rapidamente da jovem, a puxando para perto de si. Haya acaba batendo o rosto contra o peito do rapaz, graças à visível diferença de altura entre os dois. Subaru passa os seus dois braços em torno da cintura dela, em uma espécie de abraço. Ele logo a levanta, fazendo os pés da pequena não terem mais contanto com o chão e agora, seu rosto estava na mesma altura do ombro de Haya, o deixando livre para mordê-la.  

Haya fecha os seus olhos com força, aguardando a futura dor que iria vir. Logo, o vampiro cravou suas presas no ombro da garota, depois aprofundando ainda mais a mordida. Mesmo a dor sendo incrivelmente elevada, a morena não emitiu som algum. Mesmo estando irritado devido a inocência e ingenuidade da jovem, Subaru estava tentando ao máximo, deixar a mordida menos dolorida para a pequena. 

Enquanto Subaru sugava o seu sangue, a morena levou uma de suas mãos até a cabeça do mesmo, e logo, começou a tocar e massagear seus cabelos macios. Subaru não impediu tal ação, apenas continuou desfrutando do delicioso e viciante sangue da jovem. Ele não intendia o porquê de não conseguiu parar a garota quando ela fazia algo carinhoso para com ele. 

Após ter se satisfeito, Subaru retirou suas presas, com cuidado, do ombro de Haya. Depois a colocou no chão. Para a sua surpresa, a morena não estava com uma expressão assustada, pelo contrário, ela havia voltado a ter aquela expressão calma e serena de antes. 

- Finalmente entendeu o que tanto lhe digo? – Pergunta Subaru, mais calmo.

- Não... Você diz que és um monstro... Porém, eu sei que no fundo, és gentil... Apenas precisa de alguém que lhe mostre isso... Eu nunca tive medo de você e nunca irei ter... Não importa o que você faça, eu sempre irei... – Haya para a sua fala, pois percebeu que não podia dizer aquilo que estava prestes a mencionar. – Eu sempre irei acreditar que você é diferente dos outros vampiros... – Termina a sua fala, abaixando sua cabeça, corada.

Haya, na verdade, queria abraçar Subaru fortemente. Lhe dizer o quanto o ama. Lhe perguntar centenas de perguntas que estavam presas em sua garganta e que tanto lhe atormentavam. Lhe dar todo o amor que não pode dar durante todos esses anos...

Porém, ele não podia. Era fraca demais para tal ação. Não podia ir contra o que “Ele” havia lhe dito. Subaru poderia lhe considerar louca e machucar o seu coração ainda mais.

Mesmo que Haya o amasse mais do que tudo nesse mundo, ela não poderia arriscar. Mesmo que estivesse gritando por dentro... Mesmo que perguntas girassem em sua cabeça... Mesmo que estivesse prestes a explodir...

As palavras mencionadas por Haya, deixaram o albino extremamente surpreso. Ele esperava inúmeras reações, menos essa. Após segundos, um encarnado o outro, Subaru finalmente se manifestou:

- Tsc! Você é um caso perdido. Depois não diga que não lhe avisei. – Resmunga de forma calma. – Venha, não quero que aqueles imprestáveis me encham de perguntas desnecessárias. – Continua, agarrando o braço de Haya, logo a puxando para o seguir.

Eles começaram a andar em direção à grande mansão. O trajeto todo foi feito em pleno silêncio, o que não era algo desagradável, pelo contrário, era algo tranquilo e relaxante para os dois.

Quando adentraram na sala de estar, os dois se surpreenderam ao verem que os cinco irmãos estavam já, reunidos. Aquilo não era algo muito comum de se acontecer. Apenas quando uma nova noiva era mandada que os irmão Sakamaki se reuniam naquele local.

Ao ver os dois chegarem juntos, Laito soltou um sorriso malicioso. Percebendo a reação do irmão mais velho, Subaru soltou o braço de Haya imediatamente.

- O que está havendo aqui? – Pergunta Subaru, seco. 

- Shu, diga logo. – Disse Reiji, encarando o irmão mais velho com ódio e indiferença, como se ele fosse o ser mais insignificante do mundo. O loiro estava deitado em um sofá, escutando músicas em seus fones de ouvidos e com os olhos fechados. 

- Aquele homem... Irá nos visitar... Agora... – Diz de forma preguiçosa.

Todos ali presente arregalaram os olhos, inclusive Haya. A morena sabia exatamente quem se tratava esse “Ele”, como todos os irmão Sakamaki.

Agora, aquela grande porta poderia se abrir a qualquer momento, revelando o ser mais odiado pelos irmãos Sakamaki e, por incrível que pareça, Haya...

Karlheinz...