Eu estou sozinha...
E isto nunca vai mudar.
Eu estou ferida...
E nunca vai cicatrizar.
Eu estou morta por dentro...
E nunca irei ressuscitar.
A nova noite já havia começado na mansão Sakamaki, tendo a lua já aparecendo no céu. Após se trocar, Haya resolve fazer algo que queria fazer desde sua chegada à mansão.
Caminhando pelo jardim de cabeça baixa, a morena rezava para que o pressentimento que tinha não ser verdade.
"Christa deve estar bem..." Pensava " Ela está feliz, com o seu sorriso de sempre..."
Para imediatamente de andar quando vê a sua frente, a longa construção. Era ela, a torre que tantos momentos lhe lembrava.
A construção estava velha, aos pedaços. "Mas não se passaram muitos anos..." Pensa consigo mesma. No seu topo, onde se localizava a janela, estava acabada, repleta de teias de aranhas.
"Não... Ela não...
Isso não pode ser verdade!
ISSO TUDO É UM PESADELO!
POR FAVOR!
ALGUÉM ME LIVRE DISSO!
CHRISTA...!
Volte...
Por favor..."
Antes que pudesse derramar uma lágrima sequer, é jogada contra a torre, chocando seu delicado corpo contra as empoeiradas pedras da construção.
— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! — Grita Subaru, olhando extremamente irritado para Haya. Esta era uma das poucas vezes que a garota via o albino tão irritado.
— S-Subaru... — Sussurra Haya, tremendo de medo, com uma extrema vontade de chorar. Afinal, agora ela tinha certeza que Christa estava morta.
— QUEM TE DEU O DIREITO DE SAIR?! — Continua a gritar, agora pegando os pulsos da morena e os prensando contra a parede de pedras.
— ... Per... Perdão... — Gagueja a jovem, fechando os olhos com força, já sentindo algumas poucas lágrimas escorrerem dos mesmos.
— CALADA! NADA DO QUE VOCÊ DIGA VAI ENCOBRIR A SUA IGNORÂNCIA E INSIGNIFICÂNCIA! — Continua Subaru, apertando ainda mais os pulsos da menor. Os seus corpos estavam praticamente grudados.
— Desculpa! — Exclama a pequena, já elevando um pouco o seu tom de voz.
— VOCÊ VAI ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO! — Grita o rapaz, agarrando o braço da menor e a puxando, começando a caminhar pesadamente.
— NÃO! — Grita Haya, pela primeira vez, deixando com que mais lágrimas rolassem pelo seu rosto. Subaru desacreditou no que ouvira, porém, depois do choque, continuou a gritar:
— CALADA! NÃO OUSE GRITAR COMIGO! PONHA-SE EM SEU DEVIDO LUGAR! — Por mais incrível que possa parecer, Subaru estava pensionando tais palavras com dificuldades, afinal, havia criado um certo afeto pela morena.
— D-Desculpa... — Diz Haya, voltando ao seu tom normal. De repente, a garota se joga no chão, ficando de joelhos. — Eu não posso... — Sussurra em forma que o albino possa ouvir.
Deixou com que mais lágrimas rolassem pelo seu rosto, chorando silenciosamente, com a cabeça baixada, não querendo encarar a feição irritada do vampiro.
— Eu te assustei tanto assim? — Pergunta Subaru, abaixando sua voz e se sentando no chão, ficando quase na mesma altura que a morena.
Haya nega com a cabeça, negando a sua pergunta. Ela havia perdido a sua segunda mãe e havia pensado todo esse tempo que ela estava viva. Agora, não podia pergunta à Subaru como ela havia morrido.
— Tsc... Por que veio para cá? — Continua Subaru, apenas observando Haya chorar, com um sentimento de culpa misturado com algo que ainda não sabia o que era.
— E-Eu me perdi... — Haya odiava mentir, mas naquele momento, era necessário. Parou de soluçar, porém, as lágrimas continuavam a escorrer de seus olhos.
— Por que chora? — Continua mantendo a calma, mesmo que não gostasse de ver Haya chorar.
— ... Não sei... — A moça mente novamente, enxugando algumas lágrimas com sua mão.
— Você tem demência?! — Comenta Subaru, aumentando um pouco seu volume de voz, enquanto bagunçava os cabelos da menor. Ele sorri de lado.
— Talvez... — Ri de leve Haya, já parando de chorar. A presença o albino lhe machucava, mas também lhe fazia se sentir melhor.
Em um movimento rápido, Subaru se levanta e pega Haya no colo, não deixando tempo para que a pequena pudesse digerir os acontecimentos. Agora, o albino estava caminhando em direção à dentro da mansão, carregando Haya estilo noiva.
— S-Subaru... O que você...? — Haya é cortada de sua fala por Subaru:
— E-Está frio aqui fora... Você pode pegar um resfriado... — Explica, extremamente corado, se culpando interiormente por se preocupar tanto pela humana.
— M-Mas você não me odiava...? — Questiona a garota, também corada e envergonhada.
— Eu não te odeio! — Exclama o rapaz — Apenas fique calada... — Continua, falando mais baixo.
Haya assente com a cabeça, corada como o vampiro.
Depois de minutos, Subaru chega ao lugar de seu destino.
— Subaru, onde... — Subaru tampa a boca de Haya com sua mão, impossibilitando a garota de continuar sua fala.
— No meu quarto... Você precisa me esclarecer algumas coisas... — Com esta fala do vampiro, Haya começa a se preocupar, afinal, era difícil para a mesma mentir para quem tanto ama.
Ao abrir a porta, Subaru revela um quarto normal, com o detalhe de ter um caixão ao lado da cama de casal, encostado na parede. Ele solta Haya, a fazendo suspirar, afinal, não era fácil manter o seu coração estável mesmo estando no colo de seu amado.
— V-Você dorme e-em um caixão...? — Pergunta Haya, analisando a "cama", preocupada.
— Sim, algum problema? — Responde Subaru, seco.
— M-Mas não é desconfortável...? — Pergunta Haya, olhando para o mesmo.
— Você não é a minha mãe para me dizer o que devo ou não fazer! Apenas responda a o que eu perguntar! — Exclama o albino, fazendo Haya se entristecer.
Ele a havia feito lembrar de Christa. "Acho que ela diria o mesmo..." Pensa Haya, abaixando sua cabeça, escondendo a sua expressão triste do rapaz.
— Que história é essa de seus pais terem sido mortos por... Você sabe quem! — Pergunta Subaru, ignorando a reação da garota.
Por um curto tempo, Haya pensou e decidiu que seria melhor contar a verdade, só que não ela toda.
— Há 3 anos atrás, por meus pais serem políticos que poderiam roubar o seu cargo, aquele homem os matou... Eu tinha apenas 13 anos, então tive que morar em um terrível orfanato até ser mandada para cá... — Explica a morena, fazendo Subaru se surpreender.
— Pensava que você era mimada... — Comenta Subaru, olhando fixamente para a garota parada a sua frente.
— Mimada? — Repete Haya, rindo de leve pela imaginação bizarra de Subaru. "Apenas você e Christa me mimavam..." Pensa consigo mesma.
— E também que era muda... — Complementa, rindo junto de Haya.
— A-Acho melhor eu ir... A aula não vai demorar para começar... — Diz Haya, já começando a caminhar em direção à porta.
De repente, Subaru segura seu braço, logo a puxando para perto de si. Si abaixa um pouco, ficando na altura da menor, a encarando com os seus olhos profundos. Seus rostos estavam a centímetros de distância.
— Por acaso... Eu lhe dei permissão para sair...? — Disse lentamente, fazendo Haya corar e temer o que poderia acontecer a seguir.
O albino levou a sua mão até o rosto da menor, logo acariciando a pele macia e alva da mesma. Contornou a cintura dela com o seu outro braço livre.
Subaru não entendia por que estava fazendo aquilo, por que estava sendo tão gentil e carinhoso. Estava fora de si, sendo controlado por algo dentro de si.
O coração de Haya estava batendo desesperadamente.
A mesma nunca havia sentido tal sentimento.
Afinal, o amor que sentia por Subaru até então era apenas de amizade.
Porém, agora sentia algo a mais.
Algo muito mais forte do que si...
Seus lábios estavam quase se tocando, porém, a porta é aberta sem aviso, e logo um voz familiar é ouvida:
— A aula vai começar... Opa! — Logo a cara de tédio de Ayato é trocada por um sorriso zombeiro. — Parece que eu atrapalhei algo... Hihi... Vou deixar-los a sós novamente... — Completa enquanto fechava a porta novamente.
Os dois se afastaram rapidamente, totalmente vermelhos de vergonha.
— E-Eu vou i-indo... — Gagueja Haya, correndo atrapalhada para fora do quarto, logo fechando a porta.
Subaru ficou ali, de pé, sem reação alguma. "O que foi aquilo?" Se pergunta, não tendo uma resposta.
Após se trocar, já com o uniforme escolar, Haya sai de seu quarto, porém, quando se vira para o corredor, se vê de cara com Subaru.
— A-Aconteceu algo...? — Pergunta com dificuldade, graças à pouco distância que os separava.
— ... Apenas fique quieta... — Foi a última coisa que Subaru disse antes de puxar a garota pelo braço, logo selando os seus lábios.
E assim, se iniciou o primeiro beijo dos dois...
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