História Amor Esquecido - Sozinha

 

 

"Eu não acredito no que está acontecendo...

 

Depois de tudo o que passei...

 

Isso é tão mágico!

 

Eu apenas...

 

Não consigo acreditar."

 

 

 

 

Aquele simples selar de lábios, representava algo imenso para os dois, especialmente para Haya, na qual tanto sofreu com esse secreto amor.

 

Haya segurava na blusa do uniforme do mais velho, descontando a pressão que estava sentindo naquele momento. Já Subaru, totalmente fora de si, rodeava os seus braços em torno da cintura da jovem, aproximando seus corpos.

 

Depois de poucos segundos, o albino separou os seus lábios, ficando alguns instantes encarando os encantadores olhos azuis da garota. Haya nada fazia, estava estática, como uma estátua, apenas apreciando aquele mágico memento.

 

— ... Como você consegue fazer isso...? — Pergunta Subaru, não retirando os seus olhos dos da garota. Sua voz era calma e serena, porém, possuía uma pitada de cansaço. — Qual é o seu segredo...? Como conseguiu fazer isso comigo? — Continuava, deixando Haya confusa.

 

— D-Do que es-está fa-falando...? — Gagueja a menor, encarando o albino com dificuldade. Estava totalmente envergonhada, tendo suas bochechas extremamente coradas. Seus olhos brilhavam, devido às lágrimas que estavam segurando.

 

— ...Eu nunca senti isso por ninguém... — Responde Subaru, depois de pensar um pouco. — Tsc! Esqueça isso! — Continua, agora mais bravo, aumentando sua voz e tirando os seus braços da cintura de Haya. 

 

Subaru se afasta da garota, caminhando apressadamente para longe da mesma. Tal ação fez o coração de Haya se apertar, ela poderia desabar ali mesmo, naquele instante. Mas ela foi forte, Haya sempre fora forte. 

 

— Ande logo! Não irei te defender novamente! — Diz friamente o vampiro, olhando para Haya pelo canto do olho, enquanto caminhava de costas para a mesma.

 

 

Ao perceber que Subaru já se encontrava longe, Haya simplesmente se jogou de joelhos no chão gelado. Sua cabeça estava abaixada, tendo a sua franja escondendo os seus tristes olhos azuis. 

 

— ...O-O que acabou d-de acontecer...? — Sussurra a pequena, colocando uma de suas mãos em seu rosto, no qual já estava totalmente mochado graças às suas lágrimas. — E-Ele apenas estava me machucando... Ou... Não! Ele não deve sentir isso por mim! Ele não pode... — Dizia entre as suas lágrimas.

 

Haya não havia percebido que tinha alguém atrás de si. Shu estava indo à sala principal, onde todos estariam reunidos para irem ao colégio. Como sempre, ele estava se arrastando, com preguiça de andar normalmente. Era expresso o tédio e cansaço em sua expressão facial.

 

— E agora... Christa está morta... Mas... Como...? — A garota continuava a se lamentar entre soluços e Shu apenas a observando chorar desesperadamente, no chão gelado.

 

— Aquele homem... A matou... — Diz o loiro, de forma preguiçosa, fazendo Haya se levantar em um pulo, assustada. Ao se virar e ver que era Shu, se acalmou um pouco, afinal, sabia que o rapaz não fazia nada da vida. 

 

— C-Como ele faz isso com ela...? Onde está o seu corpo...? C-Como você ficou sabendo disso...? Por favor, me diga... — Diz Haya, implorando, com os olhos marejando. Ela realmente precisava saber o que havia acontecido com Christa. 

 

— Muita pergunta... — Reclama o loiro, bocejando. Ele queria saber da onde Haya conhecia a mãe de Subaru, porém, tinha preguiça de perguntar. — Que tal... Fazermos um acordo? — Ao terminar de dizer isso, um sorriso maldoso brota no rosto do vampiro. 

 

 

...........................

 

 

Sem muita escolha, Haya havia aceitado a proposta. Era o seguinte: ela deixaria Shu mordê-la, em troca de informações sobre o fim de Christa. A morena havia aceitado, afinal, não era para Subaru que ela iria perguntar sobre aquilo.

 

— E-Então... P-Poderia me explicar o-o que aconteceu...? — Pede a menor, com dificuldade, afinal, Shu estava retirando suas presas de seu pescoço. Ele estava completamente satisfeito, e Haya, com tontura e um pouco mais fraca e pálida que o normal.

 

— Foi a 5 anos... Christa estava tendo crises piores... Estava totalmente louca... Então, aquele homem deu um fim nela. Nada foi muito claro, porque Subaru simplesmente surtou, não queria acreditar que era verdade. O local só tinha uma poça de sangue, mas nenhum sinal de corpo morto. Aquele cara provavelmente guardou o corpo dela, ou algo parecido. — Explica Shu, enquanto limpava o fio de sangue escorria de sua boca. — Eu realmente não me importo... Você também não devia...

 

— V-Você cumpriu o seu acordo... Obrigada... — Diz Haya, sorrindo de forma extremamente triste. Agora, ela realmente preferia não saber sobre o fim de Christa. E assim, os dois passaram a caminhar em direção à sala onde todos estavam reunidos. 

 

 

Ao chegarem ao seu destino, todos os cinco irmão já estava lá, reunidos. Subaru estava encostado contra a parede, aparentemente aborrecido por ver que Haya havia vindo com Shu. 

 

— O seu atraso é intolerável. Será severamente punida. — Diz Reiji, com uma expressão irritada por ter esperado tanto.

 

— Você é cego?! — Pergunta Subaru, indignado. Ele se desencosta da parede, extremamente indignado. — Se alguém deve ser punido aqui, esse alguém é Shu! — Continua, já imaginando que o loiro havia mordido Haya, o que para ele era algo horrível de se imaginar. 

 

— Quem a fez se atrasar não importa. O que importa é que ela está atrasada, e pela segunda vez. Eu já havia lhe avisado na primeira vez. E se você não quisesse que ela viesse atrasada, deveria cuidar dela você mesmo. — Rebate o moreno, um pouco indignado com os acontecimentos.

 

— Tsc! Isso não irá mais se repetir, não é? — Pergunta olhando para Haya.

 

— N-Não... — Diz a morena, abaixando sua cabeça, totalmente envergonhada. 

 

 

"Ele disse que não iria me defender...

 

Mas ele defendeu...

 

O que eles querem que eu pense sobre isso?

 

O que ele quer que eu pense?

 

O que eu tenho que achar disso?"

 

 

"Estou me sentindo pior ainda...

 

Ele não deveria ter feito isso de novo...

 

Agora, com que cara irei lhe olhar...

 

Como poderei sequer viver?"

 

 

Ao entrarem na limousine, Subaru se sentou ao lado de Haya. Ao longo do percurso percorrido, sussurrou em seu ouvido:

 

— Por que não veio quando lhe mandei? — O fato da voz de Subaru ficar extremamente sedutora dessa forma, dez com que Haya se arrepiasse e encolhesse. 

 

— D-Desculpa... — Sussurra de volta, ainda envergonhada pelo ocorrido.

 

— Eu não mandei você se desculpar. Mandei você se explicar. — Rebate Subaru, voltando a sussurrar no ouvido da garota. Haya não poderia simplesmente dizer que havia chorado, em sua visão, iria ser patético.

 

— ...E-Eu... E-Eu... — Haya não achava uma resposta descente para dar ao albino. Subaru já estava ficando irritado, porém, antes que pudesse reclamar da demora, a limousine para, sinalizando que eles haviam chegado.

 

Haya se levanta rapidamente, pegando na mão do albino.

 

— A-Acho que n-nós devemos en-entrar... — Diz, sorrindo levemente, totalmente envergonhada e corada. Essa foi a sua única alternativa para poder fugir do assunto. Subaru, ficou um pouco corado no começo, porém, quando começou a ser puxado por Haya, fingiu estar irritado pela audácia da garota. 

 

Eles haviam sido os últimos a saírem do veículo, portanto, não teria o problema de serem vistos pelos outros vampiros. Ao caminharem um pouco, perceberam que não haviam alunos nos corredores. Ao olharem o relógio do corredor, perceberam que estavam extremadamente atrasados. 

 

— Falta apenas um minuto para a aula começar! — Exclama Haya, assustada e preocupada, olhando para Subaru, esperando uma reação da parte dele.

 

— E hoje tem prova! O professor não vai nos deixar entrar! — Complementa Subaru, também encarando Haya, estando também preocupado. — Só temos um escolha... — Diz enquanto pegava na mão da garota.

 

— O-O que v-você está... AAAAHHH! — Subaru havia puxado Haya com sigo, passando a correr em direção à sala de aula. Haya tentava ao máximo acompanhar os passos do vampiro, porém, era praticamente impossível. 

 

— Ande logo! Você é muito lenta! — Exclamava Subaru, enquanto corria.

 

— Mas você que é muito rápido... — Diz a morena, enquanto sorria, alegre. — Isso é divertido... — Não sentia essa sensação de liberdade há muito tempo.

 

— Não é divertido! Nós estamos atrasados! — Rebate o rapaz, rindo do que estavam fazendo. Eles pareciam dois malucos, correndo pela escola assim. 

 

E assim, esses firam rindo da cara do outro até chegarem até a sala. Ao abrirem a porta, o professou viu que eles haviam chegado exatamente no momento que a aula, ou melhor dizendo, a prova, iria começar. 

 

— Tiveram sorte... — Resmunga o rabugento senhor, sinalizando para que eles se sentassem em seus devidos lugares. 

 

— Isso se chama força de vontade... — Comenta Haya, em um tom que somente Subaru pudesse ouvir, enquanto se sentava em seu lugar, ao lado de Subaru. 

 

 

...........................

 

 

Durante a prova, Haya apenas conseguia pensar em Christa e Subaru, o que lhe entristecia e alegrava ao mesmo tempo. A sua prova havia sido boa, a mesma conseguira se lembrar de algumas explicações dos outros professores. 

 

Ao bater o sinal para o recreio, todos da sala haviam se retirado, apenas Haya e Subaru haviam sobrado. Ao terminar de organizar o seu material, a morena foi sair, porém, ao se levantar de seu lugar, seu pulso é segurado por Subaru. Por mais impressionante que parece, esse fora um gesto delicado, nem o fim de lhe machucar. 

 

— Como você conseguiu mudar tanto? — Pergunta Subaru, olhando fixamente para Haya, na qual fazia o mesmo. Ao perceber que a garota não havia entendido direito a pergunta, resolveu continuar — Antes, você era praticamente muda. Mas agora... B-Bom... C-Como posso dizer... Está diferente... — Explica, estando corado, agora desviando o olhar.

 

"Eu acabei de ver o Subaru antigo...?"

 

— A-Acho que eu apenas... Mudei... Voltei a ser quem eu era... Bom... Pelo menos uma pequena parte... Uma muito pequena parte... — Explica a moça, corada. Ela nem havia percebido a sua mudança de comportamento.

 

— Mas você continua triste... Eu acho... — Continua o vampiro, se levantando de seu lugar, o que fez o coração de Haya se apertar novamente.

 

"Ele... Se importa comigo...?"

 

Antes de Subaru sair da sala, lágrimas saíram dos olhos da menor. Ela se levantou imediatamente, correndo até Subaru. Logo, Subaru sente algo. Haya o havia abraçado por trás, um abraço, puro, carinhoso e cheio de amor. Era como se ela fosse morrer se não o fizesse. 

 

— Por favor... Não vá... Não me deixe sozinha... Não me deixe sozinha novamente... — Disse de forma calma, enquanto afundava o seu rosto nas costas do mais velho, voltando a sentir o cheiro de seu perfume tão familiar.

 

"Eu te amo, Subaru..."