História Amor Esquecido - Familiar

O sol estava quase se pondo no horizonte. Era o começo de uma nova noite na mansão Sakamaki. Em um certo quarto, em uma grande cama, uma pequena garota de apenas 15 anos estava dormindo tranquilamente. Ninguém havia a acordado durante seu sono, que foi durante o dia. A jovem já havia se adaptado com os horários dos vampiros que ali viviam, mesmo tendo chegado ali, apenas na noite passada.

Seus longos cabelos castanhos se destacavam entre as almofadas da cama, seu rosto sereno enquanto dormia, seus olhos fechados, suas pequenas mãos do lado de seu rosto, tudo isso fazia ela parecer um anjo. Na noite passada, após ter terminado de guardar suas roupas no armário, ela vestiu seu pijama, que era uma simples camisola azul (do mesmo tom de seus olhos) e logo adormeceu em sua macia cama.

Haya abriu seus olhos lentamente, se lembrando do que havia acontecido ontem e onde ela estava. Se sentou na cama e começou a pensar em algo. Sentiu uma pontada em seu coração, mas somente ela sabia o porquê daquilo ter acontecido. A garota se levantou lentamente da cama e andou em direção à porta que a levaria do seu quarto até o banheiro.

Já dentro do banheiro, ela tomou um banho nem tão longo nem tão curto. Após se secar, ela vestiu um vestido branco, ele era simples e lindo, pois ele possuía alguns detalhes bordados azuis. Colocou também, o seu colar de ouro, que, como já dito antes, possuía uma pedra de safira localizada em seu centro. Calçou também as suas sapatilhas azuis, para combinar com os detalhes do seu vestido.

Após se vestir, penteou delicadamente seus lindos fios castanhos, os quais eram cacheados e longos. Não passou maquiagem alguma, por não haver necessidade, mas mesmo assim, continuava linda naturalmente. A garota andou calmamente até a porta e colocou a mão sobre a maçaneta da porta. Deu um longo suspiro e finalmente virou a maçaneta, fazendo a porta ser aberta lentamente. 

Pelos corredores em que andava, a garota percebeu que mesmo o dia ainda não tendo acabado, o corredor permanecia escuro como na noite passada. Haya permanecia de cabeça levemente abaixada enquanto andava. O lugar para onde ela estava indo provavelmente não era a sala de jantar, pois o jantar, segundo o que Reiji havia lhe dito, iria começar apenas daqui a duas horas.

Desceu as grandes escadas com cautela para não tropeçar acidentalmente, e como resultado, acordando os vampiros que provavelmente ainda estavam dormindo. Na verdade, tudo o que ela fazia era com cautela, por algum motivo que não tem necessidade de ser revelado ainda. Andou por mais alguns corredores até se encontrar em frente à uma grande porta. A abriu revelando um lindo jardim. Adentrou nele e foi capaz de ver lindas rosas brancas.     

A pequena se sentou em um gramado onde dava uma perfeita visão do sol se pondo. O que ela não sabia é que não muito longe da onde ela estava sentada, um certo albino estava a encarando espantado. Subaru não estava acreditando que aquela garota conseguira sair de dentro da mansão e conseguiu chegar até o jardim. Antes, as noivas eram mordidas toda a hora. Mas o que ele não sabia era que ela era muito silenciosa, seus passos poderiam sair despercebidos mesmo para vampiros.

Subaru se tele transportou até perto dela, pois o tele transponde é uma das muitas habilidades que os vampiros sangue puros possuem. Haya não percebe a presença do rapaz ao seu lado e continua a observar o pôr do sol em silêncio. Depois de alguns instantes, Subaru finalmente se pronuncia:

- Ei, você! – Diz ele de forma calma mas ainda meio rude, ainda observando o céu. Ele estava calmo, tanto por causa da linda paisagem que o acalmava, tanto pelo impressionante fato da garota não o ter irritado ainda. Haya vira sua cabeça e vê o vampiro sentado do seu lado. Seu coração se aperta, mas não é pelo fato do vampiro ter aparecido do nada, mais sim por outro motivo...

Ela nada respondeu, apenas passou a encarar o jovem vampiro. Ele apenas virou o rosto, estava um pouco incomodado pelo fato da bela moça estar o encarando tanto. Algo naquela garota intrigava Subaru, então, ele decidiu continuar o diálogo:

- O que está fazendo aqui? – Pergunta o mesmo, mas agora de maneira mais rude ainda. Ele estava tentando o máximo possível para não olhar para Haya, na qual continuava a encará-lo sem expressão alguma. 

A garota continuou em silêncio, o que ocasionou um certo desconforto no rapaz. Permaneceu assim por alguns minutos, um silêncio total. O sol finalmente foi embora, fazendo com que a noite bela e sombria passasse a dominar no céu. A lua iluminava o belo rosto da garota, a deixando mais perfeita ainda. Subaru já estava começando a ficar irritado com a falta de palavras da nova noiva de sacrifício.

- Você é muda, garota?! – Pergunta Subaru já com a paciência esgotada. A garota apenas abaixa sua cabeça. As palavras do albino a fizeram lembrar de algo que ela estava tentando esquecer há muito tempo.

Subaru não se importou muito com a ação da garota, pois pensava que ela estava com medo dele, mas ele estava errado, ela apenas havia se lembrado de algo. Haya não era capaz de ter medo dele, mesmo que ele fizesse algo de muito ruim à ela.

- Não vai falar nada? – Pergunta Subaru abaixando um pouco o tom de sua voz. Haya se sentiu culpada por não ter falado nada com o albino, mas não era culpa dela por estar se sentindo tão mal de estar perto de Subaru.

Ela juntou forças para conseguir falar algo. Virou seu rosto para ver o albino, mas no mesmo momento, Subaru estava fazendo o mesmo que ela, e os dois acabaram se encarando por alguns instantes, até que Subaru virou o rosto um pouco constrangido. Para alguém que estivesse assistindo aquilo, aquela cena seria muito engraçada e fofinha.

Haya, sem mostrar reação nenhuma, virou seu rosto e disse:

- Não tenho nada a dizer, me desculpe... – Subaru arregalou os olhos por ter finalmente escutado a jovem falar. Sua voz era doce e suave, era como uma perfeita melodia de anjos. Seu tom de voz era idêntico ao da noite passada, na sala de estar da mansão.

Após ter ouvido o que ela disse, o vampiro mencionou um pequeno “Tsc” e se levantou da grama. Colocou suas mão em seus bolsos e passou a caminhar em direção a porta de que o levaria para dentro da mansão.

Percebendo que já estava sozinha novamente, a garota deu um longo suspiro. Realmente, era muito difícil para ela aguentar a presença do albino. Seu coração parecia que queria sair pela sua boca toda a vez ele falava com ela, mesmo suas palavras sendo tão rudes. 

Haya se deitou na grama e aproveitou seus últimos minutos de paz antes do jantar começar.