História Amor livre - Autorização

- Vocês o que?? – Ruby praticamente grita para sua amiga. Emma tinha passado a noite anterior comemorando seu aniversário de namoro com sua namorada, e hoje pela manhã tinha ligado para Ruby e Killian encontrarem ela em sua casa.

- Patinha, você tem certeza disso? –Killian pergunta, sem ter certeza se ele estava preparado para sua amiga fazer isso.

- Primeiro, Ruby, NÃO GRITA! – Emma diz, e grita no ouvido da amiga na última parte – segundo, estou. Mas vamos fazer isso em dois meses, mesmo eu estando pronta agora, Regina quis esperar mais um tempo – ela conclui seu pensamento sorridente – olha, eu sei que parece assustador eu fazer isso antes mesmo de completar 18 anos. Mas em 17 anos, eu nunca senti nem um terço de felicidade que eu estou sentindo com esse namoro. Não me levem a mal, eu digo na minha vida amorosa – Emma diz, e logo olha para seu amigo – e de novo, não me leve a mal – eles riem.

- Bem... se você tem certeza. Basta conversar com seus pais – Ruby diz – sabe como vai fazer?

- Não tenho nem ideia. Eu duvido que eles digam não, mas como será que eles vão se sentir? – Emma pergunta, mais para si que para os amigos – felizes? Tristes? Bravos? Não sei.

- Você só saberá quando falar, recomendo que faça isso logo, pois ai eles terão mais tempo para se acostumar com a ideia, afinal você é a filinha deles – O garoto aconselha.

- Atrapalho? – Mary bate na porta e entra, trazendo sanduiches para todos, incluindo para si. Que pega um e se senta perto da filha.

- Nunca, mãe. Estávamos falando de você e do papai – Emma diz.

- Como nós somos lindos? Já sabemos, filha – Mary diz, fazendo todos rirem – mas então sobre o que falavam.

- Ahn, bem.. – Emma começa.

- Emma, agora? – Ruby pergunta com olhos arregalados.

- Agora o que? O assunto era sério? – a mãe de Emma pergunta, começando a ficar preocupada devido as expressões dos amigos da filha.

- Quando é o momento perfeito? Não tem, ela perguntou – Emma diz para os amigos, eles começaram a conversar como se sua mãe não estivesse ali.

- Mas não seria melhor se seu pai estivesse junto? – Kiliian pergunta.

- E agora vou fazer o que? – Emma rebate.

- Agora vocês vão olhar para mim, perceber que estou aqui e me falar do que estão falando! – Mary diz, com autoridade, mas não brava – o que está rolando? – os três se olharam, e conversavam através do olhar. Emma respirou fundo e começou.

- Mãe, você sabe que ontem foi o meu aniversário de namoro não é?

- Sei, sim. Até ajudei você a escolher o presente. E o que tem isso? – Mary pergunta. Seu olhar se arregala e ela coloca uma mão na boca, a cobrindo – vocês terminaram?

- Não, não é isso – a loira se apressou em dizer.

- O oposto – Ruby diz. Fazendo a mais velha franzir o cenho.

- O oposto? Como assim?

- Mãe, ontem eu e Regina começamos a falar sobre faculdade, ela acabou demonstrando como ela estava insegura sobre como seria nosso relacionamento quando eu fosse para a faculdade. Pois ela achou que eu gostaria de ir morar lá, o que nós sempre conversamos e eu já tinha me decidido que não queria, certo? – Emma começa a abortar o assunto lentamente, para não assustar sua mãe.

- Sim, já tem muito tempo que você disse que não queria morar na faculdade, mas meu amor, eu não estou entendo o ponto. Regina não quer que você faça faculdade? –Mary pergunta, sem acusação, apenas tentando entender tudo o que sua filha falou.

- Não, ela nunca faria isso. Ela está me ajudando a estudar e muito, você sabe disso – Emma parou de falar, e sua mãe a olhou confirmando com a cabeça – e no meio disso tudo eu percebi que, mesmo parecendo cedo, eu estou pronta para dar uma passo nesse relacionamento. Eu já tenho a chave do apartamento dela e você mesmo disse que isso era bom. Durmo lá mais que aqui, então...

- Acho que entendi o ponto – Mary a cortou. Nesse instante era possível escutar as batidas dos corações acelerados de Emma e de seus dois amigos – quer ir morar com ela? – Emma confirmou com a cabeça, lentamente. Ela não era capaz de ler as expressões faciais da mãe – de quem partiu a ideia?

- De mim, depois de muito conversar, ela concordou que eu fosse daqui a dois meses, quando o ano letivo acabar. Disse que eu teria que conversar com vocês e esses dois meses seriam tempo para pensar se é mesmo isso que eu quero – a loira falou para sua mãe. Ela falou tudo em um folego só e depois segurou a respiração, esperando a resposta da mãe.

- Eu já voltou – a professora disse, sem expressão nenhuma, levantou e saiu porta afora. Deixando três para trás, completamente chocados.

- O que ela foi fazer? –Emma perguntou.

- Não tenho nem ideia, mas acho que ela não gostou da ideia. Eu nunca vi a tia Mary sem expressão nenhuma. Parecia uma parede – Killian diz.

- Eu disse que era muito para ela processar! – Ruby diz, cutucando a amiga - Ela está pensando, deixe ela assim e depois nós falam... – ela foi interrompida por batidas na porta. Era seus pais, juntos.

- Podemos entrar? – David pergunta.

- Ah, claro. Nós já estávamos indo, né capitão? – Ruby diz.

- Podem ficar, não tem problema – Mary diz. Eles não sabiam se saiam ou se ficavam, mas optaram pela segunda opção – já falei para o seu pai o que me disse – Emma engoliu em seco e apernas acenou com a cabeça. Ruby viu o celular de Emma tocando, o pegou, sem que vissem e atendeu. Era Regina, ela falou bem baixo um “não fale nada” e colocou no viva voz.

- Você nos conhece, Emma. Sabe que nunca vamos te proibir de nada, faz anos que não precisamos tomar as rédeas das suas decisões, pois sempre foram muito sensatas - David começa a falar – sempre me orgulhei de tudo o que fez com a sua vida, assim como sua mãe também. Quando você começou a namora a Regina, ficamos feliz pois conhecíamos ela e dava para ver o amor de vocês no olhar – David estava com seus olhos marejados. Vendo isso, Mary tomou a palavra para si.

- Era e é algo nítido, e fiquei muito feliz de ver vocês no dia a dia. Sempre foi algo lindo de se ver, onde sempre foi possível ver o amor entre vocês – ela fez uma pausa e respirou fundo - Agora, morar juntos, Emma, eu sei que não é um casamento ainda, mas é um passo nessa direção, e eu não vou ser hipócrita aqui e dizer que você não sabe se ela vai ser a mulher da sua vida e que você pode ter muitas outras antes de parar em uma só. Mas eu e seu pai queremos te fazer uma pergunta – ela olha para o seu marido.

- Você tem certeza que isso vai dar certo agora? Pois eu e sua mãe sempre nos amamos e sabíamos que iriamos casar, mas como ela engravidando, tivemos que fazer tudo mais cedo e enfrentamos problemas desnecessários e que não teria acontecido se tivéssemos esperado, entendeu o ponto? – homem continuou a fala de sua esposa. Um silencio ensurdecedor se instalou no quarto. Ruby, Killian e Regina, que escutava tudo pelo celular, esperavam uma resposta.  Mary e David, sabiam que o cérebro de sua filha estava a mil, e deram o tempo necessário para ela pensar. Alguns bons minutos depois a loira ergue a cabeça e encara seus pais.

- Eu entendi o ponto. Eu poderia ter respondido de imediato a sua pergunta, mas a Regina já tinha me perguntando se eu estava fazendo isso por impulso e eu realmente não quero fazer e me arrepender depois – Emma começou a falar, calmamente – Bem, eu não estou grávida e nem ela. Não estamos fazendo isso por necessidade, vocês dois, embora se amassem e nunca duvidei disso, não escolheram isso naquele momento. Teve que ser feito, e como vocês se amavam foi muito mais fácil. Eu e Regina, sentamos e conversamos sobre o assunto. Ela ainda pediu mais dois meses, para não sobrar duvidas na minha decisão. Posso ser nova, podemos não namorar a muito tempo, mas isso não importa. Eu conheço toda a vida dela e ela toda a minha, e agora queremos ter o resto da vida juntas, e tomamos essa decisão juntas. Eu tenho casa e posso ficar aqui até quando eu quiser, não estou saindo na pressa ou por necessidade. Eu apenas senti que já estava na hora – Emma termina de falar e abaixa a cabeça, tomando folego.

- Não tenho mais uma menininha – David diz, tentando, inutilmente, controlar suas lágrimas.

- Sempre serei sua menininha, pai! Sempre serei sua princesinha – ela diz sorrindo – sempre.

- Gostaria de conversar com a Regina e ver se ela está tão dentro dessa quanto você, e depois, te ajudamos a arrumar tudo – Mary diz para a filha, já chorando, mas dessa vez Emma conseguiu ver que era felicidade estampada no rosto da mãe.

“Estou 100% nessa, Mary e David. Emma iniciou a conversa, eu sei que fiquei com medo, mas pelo mesmo motivo de vocês. Mas depois de uma boa conversa, a única coisa que eu conseguia fazer era sorrir só de imaginar ela morando aqui comigo. Depois vou ai e quero conversar detalhadamente sobre tudo isso” a voz de Regina finalmente foi ouvida no quarto, fazendo todos se assustarem.

-Ruby! A Regina estava escutando tudo isso, esse tempo todo? – Emma perguntou.

- Começou a tocar um pouco antes do tio David começar a falar, ai eu atendi e deixei ela ouvindo, afinal ela faz parte dessa – Ruby responde.

“Mi ángel, fico cada dia mais orgulhosa de você. Te amo tanto”

- Eu também te amo, minha rainha.

- Ah, começaram! – killian diz – Regina, venha aqui para casa da Emma e terminei logo essa conversa, quero ver ela terminada porque logo tenho que ir para casa – ele diz revirando os olhos, fazendo todos em volta rir.

“Está bem, já chegamos, aí Zelena já ouviu tudo também, amor, assim já até poupamos tempo” a morena diz, fazendo todos rirem. Elas se despedem e Emma respira aliviada.

- O pior já passou – ela diz, sorrindo.