POV Ruby
Pânico. Pânico era a palavra que me definia 100%. Mas também estar grávida aos 17 anos do seu ex-namorado, não é algo simples, certo? Eu sei, engravidar por acidente em pleno século 21? Muita burrice. Mas eu e August sempre nos cuidamos. Nem fazíamos muito sexo, mas ainda sim sempre com proteção. Ele foi o único homem que transei e sei que fui a única mulher dele também, mas nunca dispensei a camisinha. Ainda sim, acabei grávida. O destino devia estar brincando comigo. O pior foi ver a cara de Zelena quando Emma e Regina saíram do quarto do hospital. Sabia que ela seria irônica, era seu melhor mecanismo de defesa. E eu sabia que deveria ser direta, se ela estivesse comigo, depois eu poderia desabar em seu colo quantas vezes fossem necessárias. E se ela não estivesse... bem, eu teria a Emma e o resto da minha família e amigos.
- Casa comigo – foi a frase que me fez tremer. O que?
- O que? – pergunto, estava tremendo, deveria ter escutado errado.
- Casa comigo, Ruby – minha namorada repetiu a pergunta, dessa vez mais decidida – casa comigo e seremos uma família. Quem tem que estar apavorada aqui é você. Eu já sou uma mulher – ela para e dá uma risada meio sem humor – levei um grande susto, confesso. Meu coração não acompanhou o meu cérebro por um momento, mas é isso. Não vai ser fácil, mas estando juntas – ela não terminou a frase, apenas a deixou morrer no ar. Mas não era preciso. Seus olhos, ainda brilhantes pelas lagrimas que saíram dali a pouco, se conectaram aos meus e eu soube. Soube que aceitar aquele pedido louco seria a melhor coisa que eu poderia fazer.
- Eu aceito, Zelena Mills. Eu aceito – disse, chorando mas agora de felicidade. Ela correu e me abraçou. Não sei quanto tempo ficamos daquele jeito, mas acho que nunca será tempo suficiente – você tem certeza disso, Zel? Não vai se arrepender por fazer isso em um impulso? – pergunto, a olhando nos olhos.
- Não foi um impulso Rubys. Claro, devido as circunstâncias, eu adiantei o pedido. Mas quando começamos a namorar já pensava no nosso casamento, na nossa casa, nos nossos filhos... Eu sei que eu te amo, sei que vou amar essa coisinha quando nascer e sei que quero passar o resto da minha vida com você. Então sim, eu tenho certeza! – nunca tinha escutado tanta sinceridade nas palavras de alguém. Eu sei que tem milhares de coisas para ver e pensar e que a minha vida vai virar de cabeça para baixo, mas naquele momento eu me deixei levar pela esperança e paz que os braços e beijos da minha, agora noiva, me dava. Tudo daria certo no final.
POV Zelena
Ok, ok. Talvez eu tenha pegado pesado com o August. Sempre gostei dele e ele sempre se mostrou um menino muito bom e responsável. Mas eu ainda estava uma pilha! Ruby estar gravida não é o problema maior. Mas sim ter ele no meio. Não sou uma pessoa ruim, mas meu sonho era eu, Ruby e nosso filhos. O ex-namorado dela não estava incluso. Vou demorar para me acostumar com isso, e até lá, pode vir a ser um grande problema. Ao menos Ruby me defendeu, ficou do meu lado e isso não tem preço.
- Mas que droga! Algo me diz que teremos um longo caminho para chegarmos a algum lugar – Depois que minha amiga disse isso, todas ficamos em silencio. Sim, ela estava certa mas eu não queria pensar naquilo no momento.
- Mas então, vamos entrar? Não tem porque ficar aqui fora, não é? – digo, e minha noiva sorri e me puxa para dentro. Logo somos seguidas pelas outras.
- Ruby Lucas, acho que tenho que falar um pouco com você – Mary diz. Coisa boa não ia vir – sozinhas. Vamos para o seu quarto – ela se vira para Emma que estava com a boca aberta para falar algo – eu já sei, pode deixar – Emma e Regina riam, não entendi nada. Sem demora, as duas entram no quarto da Ruby e se fecham lá.
- O que eu perdi? – pergunto me sentando no sofá.
- Papo de mãe pra filha – Emma dá de ombros – falando nisso, temos que avisar a Granny.
- Eu mandei uma mensagem para ela, avisei que a Ruby estava em casa e que não corria risco de vida, mas que teríamos algo sério para conversar – Regina diz.
- Nossa, que rápida você Sis – digo sorrindo, não tinha pensado em mandar uma mensagem para ela. Assim era mais fácil por hora.
- E é por isso que eu te amo – Emma disse, fazendo Regina fazer uma cara patética de adolescente apaixonada.
- Só por isso amor? – minha irmã pergunta.
- Não meu amor! Tem muitos motivos! – Emma continuou. E eu sei. Eu senti a próxima fala da minha irmã. Era melação demais para mim.
- TAA BOM! Chega vocês duas! – quase grito – não sou obrigada a ouvir esse dengo todo.
- Você é um ser insuportável Zelena – minha querida cunhada diz, revirando os olhos – mas vou desconsiderar porque agora você vai se casar com a minha irmã. Me diga, como isso tudo aconteceu? – antes mesmo da frase ser acabada, eu já sorria. Nem estava acreditando que eu tinha tido a coragem de fazer o pedido de casamento e o melhor, ela realmente tinha aceitado.
- Eu não sei bem. Mas na hora fez muito sentido esse pedido – respondo, pensativa.
- E agora não faz mais? – Regina preguntou, baixo e pausadamente.
- Faz sim – sorrio, escuto elas soltarem as respirações – agora faz ainda mais sentido. Como eu disse pra ela. Casar e ter filhos eram o plano quando começamos a namorar. Apenas adiantamos um pouco.
- Um pouco muito, não é? – Emma me pergunta. Não sei ler o rosto dela, mas parecia me analisar.
- Você está morando com a minha irmã tem meses. Não é tão diferente – digo, dando de ombros.
- Ah, tem diferença sim! – Regina dá uma risada nervosa, atraindo o meu olhar e principalmente o da minha cunhada – não que eu não planeje o casamento, mas tem diferença. Vocês estão namorando a bem menos tempo que nós duas e tem uma criança no meio.
- Eu sei, mas não posso jogar a criança pela janela! Ela faz parte da vida da Ruby agora e consequentemente faz da minha. Não planejamos mas amaremos como se tivéssemos – respondo honestamente. Eu estive gravida a pouco tempo, então poderei me realizar assim. Estou feliz com essa gravidez.
- Quem diria, você vem me surpreendendo cada vez mais Sis! – Regina diz, ouvi orgulho em sua voz? – nem parece aquela menina que pulava a janela de madrugada para aprontar – revirei os olhos.
- Você não ia deixar essa história para lá? – pergunto, impaciente – olha, vamos fazer alguma coisa para comer porque o dia foi longo e eu estou morrendo de fome!
- Tudo bem, mas depois você vai ter que me contar essa história, amor! – Emma diz já se levantando e puxando Regina junto.
- Vou contar com muito prazer – ela ria.
- Você não presta, sabia disso? Minhas histórias de adolescência deveriam ficar na adolescência! – digo já caminhando para a cozinha. Elas apenas riam de mim, que vontade de esmagar o pescoço das duas – agora venham! Me ajudem aqui porque acho que quando aquela conversa acabar, as duas estarão com fome!
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