História Amor Proibido - Unraveling Feelings

Pov. Justin 

   Os olhos pesados não me permitiam abri-los, sentia uma dor enorme no meu braço como se alguém o estivesse a cortar, o som da máquina a fazer Pi Pi Pi Pi era sem dúvida irritante, aí eu percebi onde estava que era, no hospital. Mas o que eu fazia aqui? Não me lembrava de nada mas mesmo nada do que tinha acontecido, era como se uma certa parte da minha memória tivesse sido retirada, algo estava errado em mim, só me lembrava do dia de ontem, dia em que fui buscar a Hailey. Eu estava tão confuso, que fazia com que a minha cabeça começasse a doer cada vez mais. 
   Finalmente consegui abrir os olhos e aqui estava eu num quarto de hospital, sozinho, um quarto branco com uma janela onde era frio. Tinha vários fios ligados a mim, tinha vários hematomas espalhados pelo corpo, a dor insuportável do meu braço era cada vez maior, foi então que reparei que tinha o braço partido, estava cada vez mais confuso, não sabia o que teria acontecido para eu estar aqui! Puxava pela cabeça para saber o que tinha acontecido mas era o mesmo que nada. A porta foi aberta e um homem com cabelos grisalhos, um ligeira barba branca, com os seus óculos a meio do nariz lendo provavelmente a minha ficha entrou no quarto. Ele aparentava ter uns 65 anos, olhou para mim e sorriu.

  - Venham só quem decidiu acordar! - disse aproximando-se de mim - Então senhor Justin, diga-me como se sente? - perguntou ao chegar ao final da cama e ficou ali a olhar-me.

  - Sinto algumas dores no braço! Mas diga-me o que aconteceu para eu estar aqui? Eu não me lembro de nada. - questionei-o enquanto olhava para os fios que tinha em voltada de mim e olhando os meus braços também.

  - É normal ter algumas dores no braço, você teve muita sorte senhor Bieber, mais sorte que a senhora Hailey! - ok agora as coisas estavam cada vez mais confusas, o que a Hailey tinha a ver com isto? Eu literalmente estava a ficar irritado com esse médico. A minha cara de confuso devia ser tão visível que o médico continuou. - Você não se lembra do que aconteceu? - acenei com a cabeça dizendo que não - Muito bem Justin, você teve um acidente de carro - não foi preciso dizer mais nada que tudo veio à minha memória. 

   * Flashback on *

   -Sabia que não devia ter perguntado. Se é para irmos às compras vamos agora, anda, 
á tarde tenho de ir para o estúdio por causa dos ensaios para a tour. 

  -Ok vamos. Justin posso te pedir uma coisa? - perguntou meio manhosa. 

  -Pergunta. - respondi de imediato. 

  -Posso ir contigo contigo para os ensaios? - perguntou a medo, enquanto entrávamos 
para o carro. 

 - Só vais numa condição. - eu sempre tinha que ter uma condição, e eu sabia perfeitamente o quanto deixava a Hailey irritada com isso, mas era algo que eu fazia por diversão.

 - Diz lá antes que eu me arrependa. - disse revirando os olhos. 

 - Tens que dançar comigo. - pelo canto do olho consegui ver ela a olhar para mim com os olhos arregalados.

 - Tas louco né? Eu não vou dançar Justin. Se eu não dançar tu não me deixas 
ir não é? - acenei com a cabeça sem tirar os olhos da estrada. - Então está bem eu 
danço contigo. - disse rendendo-se.

 - Vou gostar de te ver a dançar outro estilo de dança sem ser o Ballet. - disse rindo. 

 - Meu deus Justin, não te rias olha que eu posso optar por não ir. - ela olhou para mim e piscou o olho - Nunca gostei muito desta estrada tem muitas curvas! - afirmou olhando 
para a estrada e deitando a cabeça no vidro do carro 

 - Eu também não, principalmente quando estou sem travões. - sabia que ia deixar Hailey assustada mas eu não podia esconder muito mais desde que sai de casa notei que algo no carro não estava certo e agora percebia o que era, estou sem travões numa estrada na qual só tem curvas e para ajudar é a descer. Vi Hailey a olhar para mim assustada assim que me ouviu a dizer isto tirando logo a cabeça que estava até aqui encostada no vidro.

 - Tu não estás a falar a sério pois não Justin? - o pavor nas palavras dela era notável, não consegui responder pois o impacto de outro caro no nosso impediu que alguém falasse. Vidros por todo o lado e sangue 
misturado era o que eu conseguia ver, senti que o carro deu várias voltas até que 
parou. Quando o carro parou só me lembro de olhar para Hailey e sussurrar o nome dela até a ver a apagar-se por completo, um pavor dominou-me naquele momento por pensar o pior, o que iria acontecer a seguir, só queria tocar na Hailey e saber se ela estava viva, foi o meu último pensamento até tudo se apagar.

   * Flashback off *

  - Diga-me como está a Hailey? Eu quero saber onde ela está! - tentei levantar-me da cama mas fui impedido pelo médico - Largue-me, eu preciso de saber onde e como ela está!

  - Senhor Justin, acalme-se! Você não pode ver agora a Senhora Hailey! - "você não pode ver agora a Senhora Hailey" essa frase era repetida mil vezes sem conta na minha cabeça, o medo veio, será que tinha acontecido o pior? Eu não podia ficar sem a Hailey, eu não podia ficar sem a minha melhor amiga!

  - Diga-me só o que aconteceu com ela? - voltei a perguntar.

  - Bem, a Senhora Hailey foi a que sofreu mais devido ao outro carro ter batido do lado onde ela estava. Logo assim que deu entrada no hospital nós tivemos que a operar. Devido a esta ter ferro espetado na barriga e então perdeu muito sangue. - cada vez ficava mais assustado com tudo o que o médico me estava a dizer - A sorte da Senhora Hailey é que tínhamos reservas de sangue do tipo sanguíneo dela, nós já fizemos a nossa parte agora só dependerá de como ela vai reagir à operação!

  - Eu quero vê-la! - disse tentando levantar-me de novo.
 
  - Você não pode vê-la agora, ela ainda não está no quarto, além disso o senhor tem de repousar! - disse o médico - Não se preocupe quando ela for transferida para o quarto em que irá ficar, você vai ser o primeiro a saber e eu próprio o levo até lá.

  - Não se vai esquecer de me levar lá? - perguntei para ter a certeza de que ele não me estava a enganar.

  - Eu não me vou esquecer! Entretanto enquanto teve a dormir eu chamei os seus familiares, só não consegui falar com a sua namorada! Mas os seus pais disseram que viriam assim que pudessem para o hospital para o ver, mas a sua namorada eu não consegui contactar.

  - Ok, eu vou tentar falar com ela agora. - disse eu. O médico saiu do quarto e eu peguei no meu telemóvel que estava ali na mesa do lado da cama, deixa ver se percebi, tive um acidente de carro e o meu telemóvel não se partiu? Nada mau! Desbloqueei a tela e fui aos contactos procurar pelo contacto de Jullie, quando o encontrei algo em mim não quis ligar, não sei explicar o que senti, mas era como eu não quisesse que ela estivesse ali do meu lado. Decidi não ligar, as horas foram passando e meus pais chegaram, como eu bem sabia a minha mãe ficou o tempo todo a fazer-me perguntas se eu estava bem, se me doía alguma coisa, aquelas perguntas de uma mãe preocupada. Por vezes eu respondia de uma grosseira para a minha mãe, mas eu estava preocupado, agora só queria saber como estava a Hailey. Desde que o médico saiu do quarto nunca mais voltou para dizer nada.

  - Justin estás-me a ouvir? - perguntou a minha mãe percebendo que eu não a estava a ouvir - Eu estava a perguntar se estás bem? Estás muito distante, o que se passa meu filho?

  - Mãe eu já disse que estou bem. Não me dói nada, só estou um pouco preocupado com a Hailey, o médico ainda não voltou para dizer nada e já passou muito tempo. - disse bufando e olhando o quarto continuando preocupado.

  - Eu sei que estás preocupado com ela, filho, eu também estou mas acredita que vai tudo ficar bem. -a minha mãe sempre me ajudava com as palavras que usava, era ótimo ter a minha mãe sempre por perto - Mas diz-me Justin não te dói mesmo nada? - olhei para ela e em seguida para meu pai e comecei a rir tendo o meu pai a acompanhar-me.

  - Pattie ele já disse que está bem, escusas de estar sempre a perguntar. - disse meu pai entre os risos.

  - Jeremy eu só estou preocupada com o meu filho. - não tardou muito para nós os três estarmos a rir. Por muito que os meus pais estivessem separados eu amava os ver juntos, era notório o quanto eles se davam bem, talvez ainda gostassem um do outro ainda.

   Estar neste momento com os meus pais estava a ser ótimo, era um momento especial, fazia-me esquecer todos os meus problemas. Mais uma vez estávamos a rir os três por uma piada que o me pai tinha dito quando alguém bateu á porta, o meu coração começou a acelerar quando vi o médico a entrar pela porta, seria agora que eu iria ter notícias da Hailey? O médico entrou e sorriu para mim, teria ele mesmo boas notícias??

  - Estou a ver Senhor Bieber que está em boa companhia. - disse assim que viu os meus pais, um de cada lado da cama.

  - Não poderia estar melhor! Mas diga-me doutor, veio aqui para me levar a ver a Hailey? - perguntei muito rápido.

  - Sim, eu vim busca-lo para ir ver a Senhora Hailey! Vá venha daí. - nem pensei duas vezes levantei-me logo da cama e fui em direção à porta onde estava o médico. Parecia estranho andar depois de estar praticamente o dia inteiro deitado numa cama sem poder fazer absolutamente nada além de esperar. Saí do quarto, e enquanto pensava que tinha que andar muito para chegar ao quarto da Hailey mas não foi preciso andar assim tanto pois o quarto dela era a porta ao lado da minha. 

  - Decidi meter a Hailey aqui perto de si, porque eu sei que mesmo tendo alta amanhã Senhor Justin, você vai querer vir muitas vezes ao quarto dela. - bem que era verdade, eu queria estar o mais perto possível da Hailey - Bem antes de entrar eu queria dizer que, nós não sabemos quando a senhora Hailey vai acordar, ela esta sobre um coma induzido, por isso não sabemos quando ela acordará. - ouvi com muita atenção o que o médico disse, eu só queria ver a minha Hailey, a minha loirinha, queria tocar-lhe e falar com ela, mas eu não iria falar com ela porque lembrei que ela está num coma induzido. 

   Não disse nada ao médico apenas entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim ficando ali encostado na porta observando a minha menina ali deitada, cheia de fios ligados a máquinas, com uma máscara de oxigénio para a ajudar a respirar, senti um aperto no coração ao vê-la ali, eu não pensaria duas vezes se pudesse trocar de lugar com ela. Aproximei-me lentamente até chegar perto da cama, quando cheguei perto da mesma, eu consegui ver todas as marcas que tinham ficado no seu corpo, com a minha mão esquerda segurei a sua mão, a sua mão estava gelada, não a queria magoar por muito que ela não fosse sentir eu tinha medo. Ao tocar-lhe eu senti algo que nunca tinha sentido, eu senti que eu amava aquela mulher que estava diante de mim, mas não era aquele amor que eu sempre senti por ela, o amor de amizade que tivera durante anos, mas sim um amor muito maior que isso. Não sei o que se estava a passar comigo, eu namorava com Jullie mas estava neste momento a sentir outras coisas pela Hailey que nunca senti com outra rapariga, nem mesmo com a Jullie. 
   Não sei bem o que era, talvez eu estivesse a confundir os meus sentimentos, então deixei esses pensamentos de lado mesmo eles querendo sempre ir à tona. Fiquei ali durante um longo tempo a observá-la e a acariciar a sua mão. 

   1 semana depois 

   
   Uma semana tinha se passado, uma semana de tremenda ansiedade de saber quando a Hailey iria acordar. Uma semana que eu estou a ir todos os dias de manhã cedo para o hospital, fico lá os dias inteiros na esperança que ela acorde, mas no final do dia eu tenho que ir embora daquele hospital, vou embora triste por ela não ter acordado. 
   Ao longo desta semana fiquei a saber que o acidente tinha sido provocado por alguém que tinha cortado os travões, alguém que queira ver-me cair e soube-me atingir da pior maneira. 
   
   Nesta última semana a minha cabeça andava super confusa, desde aquele dia do hospital em que eu senti todas aquelas coisas pela Hailey quando lhe toquei. Eu já não conseguia olhar para Jullie do mesmo jeito que a olhava antes do acidente, era como se agora ela não significasse mais nada para mim, algo nela já não me atraía. Cada vez que alguém falava na Hailey meu coração acelerava como um adolescente apaixonado pela primeira vez, será que eu estava mesmo apaixonado pela Hailey este tempo todo e nunca tinha reparado nisso?
   Talvez o acidente me tenha despertado à atenção de quem eu realmente amo e saber que a poderia perder, era como perder o rumo na minha vida. 

   Meu telemóvel tocou e logo vi que era uma chamada do hospital.