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História Amortentia - Capítulo Único


Escrita por: lunaaislin

Notas do Autor


Heeeey!
Então... Essa é a primeira fanfic que eu posto aqui, espero que gostem.
Me perdoem se tiver algum erro.
Boa leitura <3

Capítulo 1 - Capítulo Único



         Harry acordou com os primeiros raios de sol que entravam pela janela. Esticou sua mão para pegar seus óculos e colocou-os logo em seguida. O ambiente à sua volta entrou em foco e Harry olhou para as camas de seus colegas. Todas estavam vazias, exceto a de Ron. O ruivo estava acordado, olhando para cima, refletindo se levantava ou não.  
     
        — Levanta, cara, ou vamos nos atrasar para o café da manhã. -  disse Harry, tirando Ron de seu transe. 
       
       — Certo, já estou levantando. - Respondeu o ruivo, com uma voz sonolenta. Harry se sentou em sua cama, sendo imitado por Ron em seguida. — Ei, o que é aquilo?  - perguntou, apontando para a ponta cama de Harry, e o mesmo olhou para onde o ruivo indicava.
  
           Havia uma pequena caixa embrulhada com papel verde e um laço cinza muito bem feito. Harry pegou a caixa, curioso e surpreso, tirou o laço e desembrulhou de qualquer jeito. Era uma caixa de bombons da Dedos de Mel, um de seus preferidos. 
     
         — Quem me mandou isso? - perguntou Harry, olhando todos os lados da caixa a procura de um bilhete ou algo que indicasse quem mandou. Pegou o papel de presente e sacudiu, e então caiu um pequeno bilhete, no qual dizia "Espero que goste. M." a caligrafia era 
caprichada, mas Harry não conseguiu identificar de quem era. Quem diabos era M? 
     
       — Deixa eu ver isso. - falou Ron, esticando a mão para pegar o bilhete, e Harry entregou para ele. Ron leu em voz baixa e levantou as sobrancelhas em seguida. — M? Quem é M? E como você vai descobrir quem é?
     
        — Estou me perguntando o mesmo. - Falou Harry, com uma expressão pensativa. 
    
       — Nós não vamos descobrir quem é. Me da um, to com fome. - disse o ruivo, depois de tentar lembrar de todas as meninas cujos nomes começavam com M e que poderiam estar interessadas em Harry. O moreno deu de ombros e abriu a caixa, pegou um bombom e entregou a caixa para Ron. — Quando essa pessoa aparecer, dê um beijo nela por mim, Harry, esses bombons são maravilhosos! - Ron exclamou com a boca cheia de chocolate.
          
        Harry concordou com a cabeça e se levantou, pegou suas roupas e se trocou. Quando terminou de colocar sua capa, um arrepio passou pelo seu corpo. O garoto se sentou na cama, atordoado, e de repente sua mente foi tomada por imagens de cabelos loiros, olhos acinzentados, mãos delicadas e um sorriso arrogante. Oh, que lindo, pensou Harry, suspirando e se esquecendo do mundo a sua volta. 
   

 Ron, a alguns metros de distância, estava com sua gravata na mão, mas os olhos estavam mirando algum ponto do dormitório, vidrados. O ruivo suspirou e deixou a gravata cair, sua mente na mesma situação que a de Harry. O moreno levantou e foi até a janela, parou na frente da mesma e soltou a respiração pela boca para embaçar o vidro. Escreveu "DM + HP" e desenhou um coração, enquanto suspirava novamente. Olhou para o céu e se perdeu naquela imensidão azul que lembrava os olhos do ladrão do seu coração. 
          
        — Ele é tão lindo, parece um anjo, será que doeu quando ele caiu do céu? - perguntou Harry, desviando o olhar do céu azul e olhando para Ron, que estava com uma expressão de bobo.
         
         — Você também foi atingido pelo cupido? Quem é o ladrão de seu coração? - perguntou o ruivo, tentando focalizar seu olhar em Harry e um pouco aliviado por não ser o único bobo ali. 
      
          — Draco. - respondeu Harry, arrastando as vogais, e então a expressão sonhadora de Ron foi substituída por uma raivosa. 
         
         — O que?! Não! Ele é meu! - exclamou Ron, se abaixando para pegar sua gravata no chão. 
         
            — Só nos seus sonhos, ele é meu. Entendeu? É. Meu. Não. Toque. - respondeu Harry, convencido, mas com uma pontada de ciúmes. Seu estômago estava revirando desconfortavelmente. 
           
         — Ele nunca vai querer você, de qualquer jeito. - respondeu Ron, terminando de se vestir. 
          
         — Então vamos ver. - disse Harry, pegou sua varinha, sua mochila e saiu do dormitório. Desceu as escadas que levavam até o salão comunal e encontrou Hermione de pé, impaciente, esperando por eles. 
            
          — Vamos logo ou perderemos o café, e eu estou com fome. - falou a garota. — Cade o Ron?! - perguntou olhando para as escadas. Em questão de segundos, o ruivo apareceu na mesma, sorrindo. 
              
              Os três saíram do salão comunal e foram em direção ao Grande Salão. Hermione não queria chegar atrasada para a primeira aula da manhã e os outros dois queriam desesperadamente ver Draco, então tentaram chegar o mais rápido possível. Quando chegaram, algumas pessoas já estavam se levantando das mesas e saindo, inclusive Draco. O loiro passou por eles e lhes lançou um sorriso desdenhoso. Os garotos suspiraram e seguraram o impulso de sair correndo atrás dele. Os três foram em direção à mesa da Grifinória e se sentaram. Hermione comeu rápido, enquanto Harry apenas olhava para seu mingau e Ron olhava para a mesa. 
              
             — Qual o problema de vocês? - perguntou Hermione, olhando para os garotos, desconfiada. 
       
              — Draco, meu problema é ele. - respondeu Harry, olhando para a amiga pela primeira vez desde que sentaram. 
             
               — O que ele fez dessa vez? - perguntou a garota.
      
                — Vocês perceberam o jeito que ele me olha? É tão... Fofo. Aqueles olhos cinzas que lembram água geladinha, ou uma tempestade que abala estruturas. - Harry falou, olhando para o seu prato de forma sonhadora. Hermione se engasgou com seu suco e começou a rir. Ron o fuzilou com o olhar. — Será que ele gosta de mim? - perguntou, e a garota riu mais ainda.  
   
               — Harry, ele te odeia! - exclamou Hermione entre risadas. Será que ela estava realmente ouvindo aquilo? Não, não era possível.
  
                — Eu sei, e isso não é adorável? Eu sou tão importante pra ele.- Harry falou, suspirou pela milésima vez naquele dia e se perdeu em pensamentos. De repente seus olhos se encheram de lágrimas. — Ele nunca vai me amar, né? - perguntou, com a voz embargada. Ron abriu um sorriso maldoso. 
              
           — Mas é claro que não, como alguém te amaria se existe eu? - falou o ruivo, convencido. — É claro que ele vai querer a mim. 
            Hermione parou de rir e olhou para os dois, tentando entender o que estava acontecendo ali. 
 
            — Certo, meninos. Muito engraçado, mas chega. Vamos, não quero me atrasar. - disse a garota, levantando-se.
 
               — Temos duas aulas de poções com a Sonserina agora. - disse Harry, se esquecendo que estava quase chorando. Sorriu de orelha a orelha e seus olhos verdes brilharam.
       
        A garota parou e olhou para ele. Eles estavam brincando, certo? É claro que estavam. Mas as expressões em seus rostos não diziam isso. Ela conhecia eles, sabia quando estavam mentindo ou brincando, e naquele momento eles estavam falando sério. Mas... não era possível. E se... Não, Malfoy nunca daria nada com poção do amor para eles. Ou daria? Oh, Merlin! 
       
             — Vocês comeram ou beberam algo ontem à noite ou antes de me encontrarem no salão comunal?  - perguntou, achando a ideia absurda, mas era a única explicação. 
    
            — Não. - respondeu Harry. — Ei, espere... Sim, eu ganhei bombons e dividi com o Ron. 
      
             — Não, me digam que isso não está acontecendo! — Disse Hermione, chocada. Mas agora a ideia não parecia tão absurda, Malfoy era maldoso, faria algo assim. — Venham, vamos para a aula, Snape deve ter antídotos. E se comportem, ou irão passar vergonha.
 
              Ela pegou os dois garotos pelo braço e os arrastou pelo castelo até as masmorras. Quando chegaram, alguns alunos estavam entrando, mas a maioria já estava lá dentro. Os três entraram em silêncio e se sentaram em seus lugares. Harry e Ron olharam na direção que Draco sempre sentava e lá estava ele, lindo, com seus colegas.
        
         Snape começou a falar algo enquanto andava pela sala, mas os garotos não estavam prestando atenção em nada, apenas em como Malfoy respirava e anotava algo em seu pergaminho. Oh, tão lin...
           

— Potter! Weasley! Prestem atenção! - gritou Snape. Todos sonserinos presentes olharam para eles, rindo. 
             — Sim, senhor. - disseram os garotos, desviando os olhares para seus pergaminhos. 
       
          Hermione chamou a atenção deles, tentando fazê-los se concentrar na poção que tinham que fazer. A garota ponderou se falar  com Snape para pedir ajuda era a melhor opção. Talvez ele tivesse antídotos, mas seria vergonhoso explicar a situação e ele daria um jeito de humilha-los na frente de todos, mesmo que a culpa fosse toda de Malfoy. Decidiu ficar quieta, talvez eles não fizessem nada vergonhoso enquanto o efeito da poção não passava.
    
           Harry e Ron tentaram prestar atenção em algo, mas era impossível. Suas mentes estavam embaçadas, suas pernas queriam andar até onde Malfoy estava, suas mãos queriam tocá-lo de todas formas possíveis e seus lábios queriam desesperadamente beijá-lo. Harry já havia sentido isso quando estava perto de Malfoy, mas tinha aprendido a controlar seus pensamentos e impulsos, aqueles sentimentos por Malfoy eram apenas mais uma alucinação de sua mente cansada e confusa, logo iriam passar. Estavam durando alguns anos, certo, mas iriam passar. 
     
         Ron estava confuso, pois ainda queria beijar, abraçar e ficar perto de Hermione, porém queria fazer o mesmo com Malfoy e nem estava se julgando por isso. Eu podia beijar os dois ao mesmo tempo, pensou Ron, sorrindo com a cena que formou em sua mente: uma confusão de cabelos loiros e castanhos, mãos e corpos e... Suas bochechas ficaram mais vermelhas que seu cabelo e ele parou de imaginar. 
       
         Harry olhou para Malfoy, não aguentando mais segurar a vontade de olhá-lo. Por que estava sendo tão difícil se controlar? Ele sempre conseguia esquecer da presença do outro, ou quase isso. Enquanto olhava fixamente para o loiro, o mesmo parou de mexer em seu caldeirão, o olhou e sorriu de forma debochada quando percebeu que estava sendo observado. Harry suspirou. Oh, Merlin, se morresse agora, ia morrer feliz. 
  
           — O sorriso dele é tão lindo. - disse Harry, alto demais. 
    
           Hermione colocou as duas mãos no rosto, sentindo vergonha por ele. Draco cutucou Pansy com o cotovelo e ambos começaram a rir. Ron seguiu o olhar de Harry e concordou, sorrindo, mas parou de sorrir no momento seguinte e deu um tapa no braço de Harry. 
       
          — Seu traidor desgraçado! Eu já não te avisei que ele é meu? - perguntou Ron, alto demais também, exasperado.
    
         A sala inteira olhou na direção deles. Hermione desejou que o chão se abrisse e a engolisse. Era óbvio que eles iriam passar vergonha, como ela foi burra ao pensar que talvez eles ficassem quietos. E, mesmo que ela soubesse que aquilo era efeito de uma poção e nada mais, era desconfortável ver Ron daquele jeito por outra pessoa.
  
          — Silêncio! - gritou Snape, que até então estava apenas observando a cena. — Menos 20 pontos para a Grifinória por brincarem na minha aula. 
 
          — Ei! Eu não estou brincando. - falou Ron, indignado.
       
          — Professor, er... - começou Hermione — É que... Hum, bem, eles não estão brincando. Acredito que estão sob efeito de amortentia. - falou. Snape, que estava caminhando até sua escrivaninha, se virou para olhar a garota.  
  
           — Você está insinuando que Malfoy deu amortentia a Potter e Weasley, Granger? - perguntou Snape.
 
              — Hum... Sim, senhor. – respondeu a garota.
           

  — Alguma explicação, Malfoy? - perguntou Snape, rude.
           

 — Não fale assim com ele! - disse Harry, indignado.

A sala inteira riu. Snape levantou as sobrancelhas, chocado. 
 
           — Oh, então realmente temos dois apaixonados aqui. -disse Snape, com um sorriso desdenhoso.— Potter, Weasley e Malfoy, se retirem da sala e me esperem lá fora. - ordenou. 
           

   Os três se levantaram e saíram da sala. O loiro, apesar de conseguir disfarçar bem suas emoções, estava corado. Pararam do lado de fora da sala, em frente à porta. Harry e Ron estavam olhando para Draco, o secando sem nem disfarçar, e então os dois pares de olhos se fixaram em sua boca. O loiro cruzou os braços, fingindo indiferença. Era desconfortável ser observado assim, porém, e isso ele nunca admitiria em voz alta, algo dentro dele estava feliz por ter Potter o olhando daquela forma. Só que Weasley não estava nos seus planos, e o mesmo estava olhando-o como se fosse agarrá-lo a qualquer momento. 
       
           Por que Snape estava demorando tanto? A situação ali estava ficando cada vez mais nojenta e embaraçosa. 
         

  O loiro achou que seria engraçado ver Potter babando por ele e concordou na hora quando Pansy deu a ideia de mandar chocolates com poção do amor. Mas ele devia ter adivinhado que não seria nem um pouco engraçado quando as pessoas percebessem que Draco Malfoy deu amortentia para o Santo Potter. E também devia ter adivinhado que o idiota iria dividir os bombons com os amigos. Pelo menos Potter dividiu apenas com um amigo, pensou Draco, poderia ter sido com todos, e a Grifinória inteira estaria me perseguindo com olhares famintos. O loiro fez cara de nojo e tentou afastar o pensamento. Ser desejado era legal, mas ser perseguido por Grifinórios definitivamente não era uma de suas metas de vida. Um só já estava bom.   
   
          Harry olhou para as mãos de Malfoy. Eram tão delicadas, e seu anel na direita a deixava mais bonita. Ele já havia reparado nisso antes, claro - e ele não admitiria isso nem para si mesmo. Porém agora algo estava diferente, elas pareciam brilhar e ele queria mais que nunca segurá-las com as suas para ver como ficavam juntas e descobrir qual era a sensação de toca-las.  
       

 Snape finalmente apareceu, segurando dois frascos. Harry e Ron continuaram olhando fixamente para Draco. 
 
            — Prestem atenção! - exclamou Snape. Os garotos saíram do transe e olharam para o professor. Snape entregou um fraco para Harry e outro para Weasley. — Bebam. - ordenou. Eles abriram os frascos e beberam, sem protestar. — Detenção para os três, hoje, às 20:00. Me encontrem aqui. Agora voltem para a sala e terminem suas tarefas. — falou e se virou para entrar na sala, sendo seguido pelos garotos. 
   
       Draco foi até seu lugar e voltou ao que estava fazendo, aliviado, e talvez um pouco desapontado, por não ter quatro olhos desesperados o olhando. Mas o que ele estava esperando? Uma declaração de Potter e todos rindo apenas do moreno, sem perceberem que ele só estava sob efeito de uma poção? Ou talvez um beijo a força, e se alguém aparecesse ele diria que foi agarrado contra sua vontade? Claro que ele nem pensou nisso e muito menos criou expectativas, era um Malfoy, claro que nada disso iria acontecer, e claro que agora quem ia passar por doido era ele, e não Potter - e Weasley, que se incluiu onde não foi chamado, para variar. 
   
               Harry e Ron foram para os seus lugares, ainda atordoados e com pensamentos sobre Malfoy, mas aos poucos as sensações foram passando, pelo menos para Ron. O ruivo agora se sentia ridículo e envergonhado. Oh, Merlin, ele não conseguia acreditar que alguns minutos atrás estava desejando a doninha. Olhou para Malfoy e depois para Mione, e sorriu ao constatar que agora apenas a garota fazia borboletas voarem em seu estômago. O loiro ia pagar caro pela brincadeira, Ron jurou para si mesmo que não iria deixar assim. A raiva por tudo o atingiu e, sem nem perceber, ele começou a bufar e ficar vermelho, furioso. Pegou a varinha e estava prestes a se levantar e azarar Malfoy, se esquecendo completamente que estava na aula de poções e nem ligando para o que aconteceria com ele depois. Hermione colocou uma mão em seu braço para acalma-lo. 
 
            — Se acalme, Ron. - disse a garota. 
           

— Esse desgraçado vai pagar. - disse Ron, seus olhos estavam faiscando de raiva, mas largou a varinha. 
 
              Harry, por outro lado, não sabia o que pensar. O efeito da poção não havia passado completamente, as sensações e pensamentos ainda estavam ali - ou talvez não fosse efeito nenhum, já que sempre estavam ali. A única diferença era que agora ele conseguia se concentrar e seu corpo não estava lutando para agir sem o seu consentimento. Uma pontada de raiva o atingiu. Como Malfoy pode fazer aquilo? E como ele foi idiota o suficiente para comer aqueles bombons sem saber quem havia mandado? 
  
            Harry leu as anotações na lousa e tentou fazer a tarefa, mas desistiu antes mesmo de pegar os ingredientes. Depois de tudo que acontecera, não conseguiria fazer nada direito. Esperava que Malfoy não conseguisse também. 
 
            A aula de poções chegou ao fim e todos alunos saíram da sala se atropelando. As outras aulas seguiram normalmente. No almoço, quando o trio entrou no Grande Salão, a mesa da Sonserina explodiu em risadas e um burburinho se espalhou pelo local. Hermione teve de segurar Ron antes que o mesmo avançasse em Malfoy. Harry apenas olhou para o loiro e corou, estava envergonhado demais para sentir raiva. Todos sabiam que ele estava sob efeito da poção e que a culpa não era dele, mas não pôde deixar de se sentir envergonhado. 
 
       Almoçaram o mais rápido que puderam e foram para as aulas da tarde assim que terminaram.
             

 Às 19:40, Harry e Ron saíram do salão comunal e foram em direção às masmorras. Malfoy já estava lá, encostado em uma parede e mexendo com a varinha, fazendo pequenas faíscas saírem da ponta da mesma. O loiro parou imediatamente quando ouviu passos e cruzou os braços. Harry e Ron pararam a alguns metros de distância de Malfoy e fingiram não notar a presença deste. Snape chegou após alguns minutos, acompanhado de Filch. 
           

— Acompanhem Filch até a sala de troféus e limpem tudo. Suas varinhas ficarão comigo. - disse Snape. 
   
            Os garotos entregaram suas varinhas e seguiram Filch quando este saiu. Chegaram na frente da sala de troféus e Filch abriu a porta. 
 
            — Até mais tarde, suas pestes. - rosnou Filch e fechou a porta assim que os três já estavam lá dentro. 
            
             A sala estava bem empoeirada e haviam três baldes com panos esperando por eles. Harry e Ron foram pegar, resignados, e começaram a limpar. Ron já estava limpando seu segundo troféu quando olhou ao redor e percebeu que Malfoy estava parado do lado direito da sala, apenas os observando com um sorriso debochado. 
 
                 — Ta esperando o que para começar a limpar, Malfoy? - perguntou o ruivo. Harry parou o que estava fazendo para prestar atenção neles. 
          
            — Esse tipo de coisa combina com vocês, não comigo. - Malfoy respondeu. 
 
             — Estamos aqui por sua culpa, doninha idiota. E não pense que esquecemos, você vai receber o que merece. - falou Ron, quase gritando. 
 
             — Você não consegue azarar nem uma mosca, Weasley. 
            

Ron fechou as mãos em punhos ao lado do quadril e caminhou alguns passos na direção de Malfoy. 
  
          — Não se aproxime muito, talvez sua pobreza seja contagiosa. - falou Malfoy, o olhando com nojo. 
         

Ron avançou para cima de Malfoy e Harry largou o pano no chão para correr e parar Ron. Harry não queria defender Malfoy, pois ele mesmo estava furioso e se segurando para não azarar o loiro, mas não queria que Ron se metesse em mais confusão. Colocou uma mão no peito de Ron e outra no ombro de Malfoy, mesmo que este estivesse imóvel e não fizesse menção de agredir Ron. 
  
            — Deixa que eu cuido disso. - disse Harry, afastando Ron, que estava com os punhos preparados para socar Malfoy. 
 
          Harry observou o ruivo por alguns segundos e só desviou o olhar e tirou a mão de seu peito quando teve certeza de que ele não ia fazer nada. A outra mão continuava no ombro do loiro, apertando, e ele nem sabia porque. O moreno se virou para Malfoy, que estava indiferente, apesar de quase ter levado um soco, e ficou o encarando por alguns segundos, até que a raiva acumulada do dia inteiro tomou conta de si. Ele avançou na direção de Malfoy, o pegou pela gola da camisa, com força, e o empurrou para trás. O loiro arregalou os olhos e tentou fugir, mas seu pé pisou em algo macio no chão, ele se desequilibrou e caiu antes mesmo de tentar se segurar em algo. Draco fechou os olhos e gemeu de dor quando seu corpo colidiu com o chão. Havia um peso em cima dele e ele abriu os olhos para confirmar o que já sabia: Harry havia caído também, e estava em cima dele.
   
         Eles estavam muito próximos. Harry corou quando seus olhos se encontraram. Ele precisava sair de cima do outro, mas seu corpo estava travado. Como fazia para se mexer mesmo? Harry soltou a respiração, que nem lembrava de ter segurado, no rosto de Malfoy. 
 
           — Se doeu ou não quando ele caiu do céu eu não sei, mas isso deve ter doido. - disse Ron, com os olhos arregalados. 
   
         Os dois garotos no chão nem prestaram atenção no ruivo. Harry desviou os olhos dos de Draco e olhou para sua boca. O que aconteceu no segundo seguinte foi tão rápido que suas mentes não foram capazes de acompanhar. Os lábios de Harry pressionaram os de Draco com violência e o mesmo arregalou os olhos, enquanto um choque passava pelos corpos dos dois. Queria afastar o moreno, mas... E então seus olhos se fecharam e suas mãos foram parar na cintura de Harry. Draco abriu os lábios para dar passagem à língua de Harry e o mesmo colocou as mãos nos cabelos loiros e puxou, apoiando o corpo inteiro em cima dele. Draco apertou mais a cintura de Harry e seus rostos mudaram de posição para aprofundar mais o beijo. O mundo podia explodir e eles nem notariam, mas infelizmente seus pulmões começaram a protestar pela falta de ar e eles se afastaram, relutantes.
 
            Ron observava a cena em estado de choque. Seu queixo estava querendo alcançar o chão e seus olhos estavam arregalados. O ruivo não conseguia nem respirar. O. Que. Diabos. Estava. Acontecendo. Ali?! Beliscou seu braço com força para acordar, mas nada aconteceu, só doeu. Talvez ele tivesse tomado alguma poção alucinógena. É, com certeza era isso. Mas a cena à sua frente era real, tão real que ele ficou tonto. Continuou olhando para os dois, sem saber o que fazer. 
 
             Harry e Draco estavam com a respiração trêmula e as bochechas coradas. O loiro empurrou o outro para o lado e foi junto, ficando por cima e juntando seus lábios novamente. Dessa vez seus lábios se moviam com mais calma. Céus, aquilo era tão errado, e eles nem sequer estavam ligando para isso. Harry separou seus lábios dos do sonserino e juntou suas testas, tentando recuperar o fôlego. 
 
             — Eu sempre quis fazer isso. - admitiu Harry, com os olhos fechados e a voz trêmula. Ele sabia que ia se arrepender depois, mas naquele momento nada importava. Selou seus lábios nos de Draco, mas sem aprofundar dessa vez. 
             

 Alguém começou a tossir e eles lembraram da presença de Ron.  Se separaram rapidamente e Harry tentou se levantar, só conseguindo depois da terceira ou quarta tentativa. Draco apenas se sentou no chão.
     
            — O. Que. Foi. Isso.? - perguntou Ron, perplexo. 
               
            — Ron, eu... Bem, não é isso que você está pensando - disse Harry, corando. Ele não sabia o que falar. Malfoy, já de pé, revirou os olhos. 
  
           — Isso foi um beijo, se você não percebeu. - respondeu Malfoy, com sua usual voz arrastada. — E se alguém souber, eu mato você. Mato os dois. 
 
            Harry corou e foi pegar o pano que estava largado do outro lado da sala. Voltou a limpar os troféus, apenas para não ter que olhar para Malfoy ou para Ron. Ron ainda estava em choque, foi para o um canto e se sentou no chão, tentando processar tudo. Draco continuou parado de pé, como se nada tivesse acontecido. Todos ficaram em completo silêncio pelo restante do tempo que passaram ali. Ouviram passos e Ron se levantou para fingir que estava limpando algo. Malfoy continuou parado. Snape abriu a porta, entregou suas varinhas e liberou-os.
         

   Harry e Ron foram em direção ao salão comunal da Grifinória. Harry estava torcendo para o amigo não comentar nada, mas o ruivo esperou eles chegarem a um corredor mais distante e o parou. 
           

  — Você pode me explicar? Por que você beijou o Malfoy? - perguntou Rony, exasperado. Harry sentiu seu rosto arder e olhou para o chão, não sabia o que falar, nem ele sabia porque tinha beijado Malfoy, e parte dele nem acreditava que isso de fato tinha acontecido. 
            — Eu... Eu não sei. - disse Harry, sincero, e olhou para o amigo.  — Talvez eu ainda esteja sob efeito daquela maldita poção, eu nunca beijaria ele, isso é nojento. - continuou, e dessa vez não foi sincero. Ele sabia que queria e que não tinha nada a ver com a poção, mas Ron não precisava saber disso. A expressão do ruivo passou de furiosa para pensativa.
 
              — Eu não tinha lembrado disso. Desculpa. - Ron suspirou aliviado — Vamos perguntar à Mione sobre isso depois. 
 
               — NÃO! Não fale sobre o que aconteceu com ela! - Harry gritou. — Por favor, me prometa que não vai falar nada. 
 
              — Ta, ta, prometo. - falou o ruivo, e voltou a caminhar. Harry o seguiu. 
           

   Chegaram em frente ao retrato da Mulher Gorda e Ron disse a senha. A passagem se abriu e os garotos entraram. Passaram pelo salão comunal que estava praticamente vazio e subiram para o dormitório em silêncio. Harry colocou o pijama e se jogou na cama, mas demorou muito para adormecer. 
           

   O dia seguinte passou normalmente, exceto pelo fato de que alguém puxou Harry pela capa enquanto ele passava por um corredor vazio e o prensou contra a parede. 
 


Notas Finais


Fim!
Comentem o que acharam <3


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