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História An impossible love - DOIS


Escrita por: I_See_Fir3

Capítulo 4 - DOIS



      Era apenas um homem, mas eu sentia algo vindo dele, algo que eu não sabia explicar, era como se de alguma forma estivéssemos ligado.

     Ele estava sentado no chão com a garrafa de uma bebida qualquer, eu suponho. O observo guardando cada detalhe dele, por mais que não desse para ver muita coisa. Ele continha roupas elegantes inexplicavelmente maravilhosos, conseguia mesmo de tão longe vê seus cabelos eles eram castanhos e longos comparado a dos outros homens, ele continha leves cachos, sua pele era pálida ao tanto que era quase igualada a minha mas ao mesmo tempo com um certo rubor, rubor um tanto artificial. Fico tão hipnotizada encarando aquele humano que  quando me dou conta Gadreel já não estava mais por perto, tinha sumido de minha visão. O enigmático estranho homem continuava a me encarar, mas isso é impossível eu não queria que ele me visse, até mesmo Gadreel havia me dito que eles só podiam nos vê se quiséssemos, e eu claramente não quero.

– Isso deve ser...- bufo deixando pra lá.

    Dou uma última olhada no homem e o vejo sorrir, sorrir friamente. Isso não é possível, não é? Tento ignorar isso e volto a olhar ao horizonte a procura de Gadreel.

– Você é nova aqui, não é?- procuro o dono da voz e vejo o homem. Ele pode me ver? Isso é possível? Olho meio desnorteada para ele.– Oque você esta pensando?- ele me olha curiosa enquanto deixa um leve sorriso de lado. Arregalo meus olhos.– Poderia descer até aqui?- ele me chama calmamente e faz alguns gestos com as mãos. Fico me perguntando se devo ou não fazer isso mas  por algum motivo eu vou descendo até ele, coloco meus pés descalços no chão e vejo o homem se aproxima, ele coloca as mãos em seus bolsos de sua calça enquanto fica me analisando com o olhar, faço o mesmo observando cada detalhe seu. Ele era alto, magro e ao mesmo tempo forte, seus lábios eram carnudos e rosados, seus ombros eram largos.– Tudo em você é tão sem cor.- ele da um leve sorriso enquanto continua me analisando– Exceto pelos seus olhos e seus lábios.-ele toca com seu dedo indicador em meus lábios. – Eles são tão suaves.- ele contorna meus lábios com seu dedo.– São suaves como seus olhos, é de fato uma bela cor de azul.- ele volta a coloca sua mão no bolso.– Me diga, porque você é assim?

    Fixo meus olhos aos deles tentando entender a sua pergunta.

– Eu... Eu não entendi...- olho para o chão.

– De todos os anjos que alguma vez eu já vi, você de fato, minha pequena, é a que mais tem o "fator angelical"!- ele faz uns sinais com os dedos.

   Volto meu olhar para seus olhos aos quais eu não consigo parar de olha-los.

   Ele continua a me encarar, e aquilo de certa forma me deixava tranquila me fazia esquecer do resto. Ele coloca sua mão em meu rosto.

– Sua pele é tão gelada...- ele sussurra. – Seu cabelo é da cor das nuvens, sabia?- ele ri olhando para cima.– Sua pele quase se iguala a elas também.- ele volta seu olhar para mim enquanto sorria.

    Eu já havia lido muito sobre os humanos. Mas este, este com certeza era diferente, ele me transmitia algo diferente.
   
   Deixo um pequeno sorriso aparecer vendo que o dele aumentou, olho para o céu vendo as nuvens e vejo algo. Gadreel, ele descia tão rápido que quando me movimentei, Gadreel já havia arremessado o homem para longe de mim, tudo foi tão rápido que mal consegui acompanhar.

     Olho assustada para os dois.

– Fique longe dela!- grunhiu Gadreel se colocando a minha frente.

   O homem então se levantou do chão — já que o Gadreel havia o arremessado — andando lentamente em nossa direção soltando um riso aterrorizante e sombrio.

–Gadreel?- ele chamou.

   Gadreel me olha por cima de seu ombro havia algo de diferente nele, algo que nunca havia visto  antes. Mas havia lido inúmeras vezes, Gadreel estava com raiva, estava transbordando ódio, e isso me assustava. Eu nunca havia visto alguém com ódio ou bravo e vê como Gadreel estava de certa forma atingia algo em meu peito.

    Seu rosto estava meio avermelhado oque contrastava com seus cabelos, seus olhos já não havia o olhar caloroso e amoroso e sim um olhar que me aterrorizava, sua boca estava entre-aberta para ajudar em sua respiração acelerada, seu peito descia e subia acompanhando sua respiração e suas mãos, suas mãos estavam em punhos fortemente fechados.

– Vou dizer pela última vez: Não se aproxime dela!!- ele grita. Dou uns três passos atrás recebendo o olhar e o sorriso do que pra mim era um bom homem, mas agora? Agora já não sabia lhe dizer oque era.

– Você está assustando o nosso pequeno anjo.- ele ri, e em um piscar de olhos ele está atrás de mim. Consigo sentir sua respiração em meu pescoço.– Me diz pequeno anjo, você me quer longe de você?- ele sussurra em meu ouvido. Arregalo os olhos. Sua voz é rouca e doce, e eu simplesmente não sei oque fazer.– Acho que isso é um não.- consigo ouvi-lo rir em meu ouvido e observo Gadreel que também está com os olhos arregalados, mas logo se recompõem.

    Eu quero que ele se afaste? Sinceramente, eu não sei, antes eu poderia dizer que sim, mas agora? Agora ele me assustava.

    Olho pra Gadreel mais uma vez antes de olhar para o chão, ele parece estar esperando por alguma ação minha, infelizmente, Gadreel, você não é o único.

– Victória..?

– Victória... Então esse é o seu nome!- ele ri e coloca sua mão por cima do meu ombro. Não ouso levantar o olhar.

    Por que eu estou assim? Porque não tomo uma atitude? Eu posso fazer algo para tirar ele de perto de mim?

   Olho mais uma vez para Gadreel que confirma com a cabeça, parecendo que sabe exatamente oque eu estou pensando. Volto a olhar para o chão para vê se consigo encontrar alguma resposta, e a encontro!

    Coloco minha mão por cima da dele, consigo sentir os olhares dele mais profundos e até assustados.

– Sim, eu quero!- seguro a mão dele e o arremesso para longe.

  Ele ri.

– Parece que você é mais forte do que aparenta.- consigo vê-lo se levantar pelo canto do olho.– Gostaria de me diverti mais, mas tenho coisas mais importantes.- ele ri.

   Escuto Gadreel da uma pequena risada e agora era sua vez de colocar sua mão em meu ombro.

– Vamos, Victória.- ele bate suas asas subindo para longe.

   Olho para o estranho, me sentindo um tanto mal por ter feito isso com ele, nunca havia feito algo assim antes e eu não gostava nada disso.

– Me desculpe...- bato minhas asas subindo para encontrar Gadreel, mas consigo ouvi um "Nos encontraremos em breve."

[…]

   Já faz algum tempo que estamos sobrevoando a cidade, desdo incidente que aconteceu lá atrás ele não me falou mais nenhuma palavra, eu simplesmente prefiro assim. Várias coisas se passam pela minha cabeça, não sei se conseguiria responder às perguntas de Gadreel já que mal sei responder às minhas.

– Estamos quase chegando.- ele fala sério.– Espero que aquilo não se repita outra vez.

   Continuo calada olhando o horizonte. Ele para.

– Estou falando com você!-olho pra cara dele.

– Como quiser. Me desculpe por aquilo, eu não sei como aquele humano conseguiu me vê, eu juro que ...- faço uma pausa olhando pra cara dele um tanto quanto desesperada para entender tudo.– Me perdoe, Gadreel.- suspiro e olho para baixo.

       Eu não tenho a mínima ideia de como isso aconteceu, a única coisa que sei é que eu não queria que nada disso tivesse acontecido, eu devia ter continuado, sim, eu devia.

    Sinto as mãos de Gadreel me puxando para um abraço desajeitado.

– Ele era um demônio...- ele afaga meus cabelos.

     Então é isso oque ele é....

    Eu nunca havia chegado perto ou visto um anjo caído.

   Suspiro.

   Oque pensar sobre isso? Por que ele tinha aquele efeito sobre mim?

– ...Você não sabia disso, é a primeira vez que tem contato com um.- ele continua, me tirando dos meus devaneios.– Você tem que se manter distante deles, entendeu? Ele poderia ter matado você e creio que os outros não perderam essa chance.

   Sim, ele poderia ter me matado, mas não me mato, porque?



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