Mats POV
-TE-QUI-LA. - Subotić chegou com seis copos na mão e Schmelzer com uma garrafa inteira da bebida - Vamos fazer uma brincadeira. Cada um vai responder a uma pergunta, maaaaaas, a pessoa tem 3 segundos pra responder. Se demorar mais que isso, vira. Quem topa?
Todo mundo se entreolhou e pensou.
-Ok gente, se a gente já tivesse brincando todos vocês teriam que beber. - Subotić continuou.
-To dentro. - Marcel falou.
-Também. - Marco pegou um copo.
Eu, Marina e Carol ainda não tínhamos nos decidido.
-Por que não? - Marina se juntou aos meninos.
Olhei bem para ela, que me olhava com um lindo sorriso.
-Vamos então. - também peguei um copo.
-Carol? - Marco levantou um copo na direção dela.
Carol pegou o copo da mão de Marco e se sentou na mesa.
-Essa é minha galera. - Neven encheu o copo de todo mundo - Vamos começar por ordem alfabética. Carol que vai começar, pergunta pra qualquer um o que quiser, a pessoa reponde no tempo ou bebe. Aí a pessoa que respondeu faz a próxima pergunta. A mesma pessoa não pode ir duas vezes na mesma rodada, todo mundo tem que responder.
-Cara, isso é confuso. - falei.
-Espera até estar cheio de tequila na cabeça. - Marco falou para mim.
-Tive uma ideia. - Marcel se pronunciou - Se a pessoa que for responder fizer dentro do tempo, a pessoa que perguntou que bebe.
-Carol, pode começar. Escolhe a pessoa, pensa na pergunta e manda.
Carol olhou para cada um de nós e pensou bem.
-Marina. - todos nós olhamos para ela - Qual seria o nome do seu primeiro filho?
-Robb. - eu respondi antes e todos me olharam com dúvida, exceto Marina, que me lançou um sorriso.
-Toni. - Marina respondeu rápido e riu - Pode beber.
Carol virou o copo e fez careta.
-Subotić. Você namoraria Hummels ou Schmelzer? - Marina pensou rápido.
-Hummels. Schmelzer é mais baixo que eu e acho que ficaria estranho. - Subotić também não demorou para responder e Marina virou o copo.
-Schmelzer. Com quantos anos você perdeu a virgindade?
-Eu tinha 17 anos se você sabe disso. - ele riu para Subotić.
-Só queria que todos na mesa soubessem. - Neven falou e virou copo.
-Mats. - Marcel olhou para mim - Quanto tempo você não transa com alguém?
Me senti meio desconfortável com a pergunta mas sei que Marcel não fez por mal, ele já estava meio bêbado.
-Desde que terminei com Cathy, então quatro meses.
Marina ficou me encarando e eu tentei decifrar o que a expressão do seu rosto significava.
-Agora você só pode perguntar pro Marco porque Carol tem que ser a última. - Subotić explicou.
-Marco, o que você faria se algum jogador ficasse com sua irmã? - fiz a pergunta para Marco, mas fiquei olhando para Marina.
-Primeiramente, eu mataria ele. Depois, eu mataria ele de novo.
Virei meu copo ainda olhando Marina.
-Última pergunta da rodada. - Subotić falou.
-Caroline, você tem namorado? - Marco perguntou direto.
-Tenho. - Carol nem hesitou em responder e Marco virou seu copo.
-Muito bem. Agora pelas minhas contas, a Marina, como foi a primeira a responder naquela hora é a primeira a perguntar.
-Não sei o que perguntar. - Marina riu - Ok, pensei em algo. Schmelzer, você já traiu alguma namorada?
Marcel pensou por um tempo.
-TRÊS, DOIS, UM! PODE BEBER MARCEL. - Subotić gritou.
-PERA EU JÁ IA RESPONDER. - Marcel tentou se defender.
-REGRAS SÃO REGRAS. - Marco encheu o copo de Marcel.
Ele virou o copo e fez careta.
-Vou responder mesmo assim, nunca traí nenhuma namorada. Marco. - Marcel se virou pra ele - Defina sua amizade com Götze.
-Isso não é uma pergunta. - Marco falou.
-Você entendeu. - Marcel falou.
-Entendi, mas continua não sendo uma pergunta. - Marco falou rindo.
-Ok, como você definiria sua amizade com Götze?
-Mário é meu bromance, eu admito. - ele respondeu e todos riram.
Marcel virou mais um.
-Carol de novo. - Marco riu - Há quanto tempo você namora?
-Namoro com Marcio há 4 anos.
Marco virou o copo.
-Nome interessante. - Marco riu - Deve ser chato ficar tanto tempo com a mesma pessoa. - ele continuou.
-Ok esse não é o jogo, vamos continuar. - Subotić falou - Carol, sua vez.
-Mats, porque você e Cathy terminaram?
Mais uma pergunta complicada.
-A gente brigava muito e meio que ela arrumou outro cara. - respondi rápido.
-Desculpa, eu não sabia. - Caroline falou.
-Sem problema. Agora vira o copo. - falei para descontrair.
-Só sobrou Subotić né? - o próprio fez que sim com a cabeça - Já pensou em sair do Borussia?
-No início sim porque eu queria voltar a jogar na Sérvia depois de ficar um pouco famoso, mas agora não penso mais. - virei meu copo de novo - Marininha, já ficou com algum amigo do seu irmão?
-Não! - Marco respondeu.
-Legal Marco, mas ela tem que responder.
-Não. - Marina repetiu a resposta do irmão - Pode virar Neven.
-Marco vira também porque respondeu quando não era a vez dele. - Neven encheu os dois copos.
-Hummels também respondeu quando não era a vez dele na primeira rodada e não bebeu nada.
-Verdade. Mats bebe também. - Subotić encheu meu copo.
Nós três viramos.
-Minha vez de começar. - Marcel falou já meio bêbado. - Marina, com quem da mesa você ficaria?
Marina arregalou os olhos e todos esperaram pela resposta.
-Ué. - ela riu - Ué.
-Você sabe que já passou três segundos né? - Caroline riu também.
Marina virou o copo e fez careta mais uma vez.
-Carol... - ela começou a perguntar.
-Peraí, peraí. - Subotić interrompeu - Não vai responder?
Ela olhou para Neven, olhou para Marco, que estava com uma cara de poucos amigos, e em seguida olhou para mim.
-Se ela bebeu, não precisa responder né. - falei para o sérvio.
Pisquei para Marina, que sorriu para mim.
-Justo. - Subotić fez uma careta.
-Então, Caroline. - Marina continuou - Não sei o que perguntar.
Marco estava bastante interessado na nova amiga da irmã e isso era evidente.
Ele levantou, falou alguma coisa no ouvido da irmã e voltou ao seu lugar.
-Se você quer saber, pergunte você. - Marina falou para o irmão.
-Não posso porque não é minha vez.
Todos nós queríamos saber sobre o que os irmãos Reus discutiam, então Subotić abriu a exceção.
-Já que a Marina não sabe a pergunta, Marco pode perguntar.
Marco sorriu e olhou para Carol.
-Você é virgem?
-Não. - Caroline sorriu meio irônica para ele - E você?
Marco virou o copo e respondeu.
-Claro que não. - foi a vez de ela beber.
-Mats. - Marco se virou para mim - Por que perguntou o que eu faria se algum jogador ficasse com minha irmã?
Levei mais de três segundos para pensar em uma resposta.
-Pode virar Mats. - Caroline falou rindo.
Virei o copo com alegria de que não teria que responder, mas Marco ainda ficou me encarando.
-De novo, só posso perguntar pro Subotić né? - me virei para ele - Quando você vai apresentar alguma namorada pra gente?
-Nunca. - Subotić falou rápido.
-Nunca? - Marina perguntou.
-Subotić já teve algumas namoradas e nós nunca conhecemos nenhuma delas. - Marcel falou.
-Por que não? - Marina perguntou ao Neven.
-Vai ter que esperar sua vez minha querida. - Neven respondeu - Marcel, já não tá na hora de ir pra casa?
Schmelzer estava sentado apoiado com a cabeça na mesa e quando ouviu seu nome, levantou a cabeça sem sequer abrir os olhos.
-Claro que não. Mais uma rodada.
Nessa de a cada pergunta alguém virar o copo e mais as cervejas de mais cedo, a verdade é que ninguém estava bem. Todos na mesa já estavam com sintomas fortes de álcool na cabeça.
-Quem começa agora? - Caroline perguntou.
-Marina? - Subotić olhou no papel que ele mesmo estava escrevendo - É a Marina.
-Ah gente seilá. Qual foi a coisa que você mais se envergonha na vida?
-Você tá perguntando pra quem? - perguntei pra ela.
-Pra quem quiser responder. - ela riu.
-EU. - Marcel levantou a cabeça mais uma vez - Depois de uma festa do Borussia.
Eu, Subotić e Marco já começamos a rir porque sabíamos o que Marcel ia contar.
-Foi no meu primeiro título alemão. Eu tava tão feliz e queria comemorar, então fui bebendo a noite toda. Eu já não lembro de mais nada, só de uns flashs. Sabem a Emma? A mascote do Borussia. Então, ela tava lá. Eu só lembro de ter roubado a cabeça e ter colocado em mim e sair correndo gritando que eu era uma abelha. Depois lembro de ter vomitado dentro da fantasia e ter devolvido pra Emma.
Marina e Caroline começaram a rir desesperadamente.
-Não é algo de que me orgulho. Eu roubei a Emma. - Marcel continuou - Marcinho, por que tem tanto ciúme da sua irmã?
-Porque alguém tem que cuidar dela já que ela não se cuida sozinha.
Marina olhou para Marco com raiva, mas não falou nada.
-Marina. - Marco começou a falar.
-Não pode ela, ela já foi essa rodada. - Subotić falou, mas Marco ignorou e continuou.
-Por que você me odeia tanto? - Marco olhava pra irmã.
-Eu não te odeio Marco.
-Claro que odeia. Está escrito na sua cara agora mesmo, na verdade, está escrito na sua cara todos os dias.
Marina levantou e foi em direção a uma saída. Marco levantou para ir atrás dela, mas o segurei.
-Subotić, pega um táxi e leva os três pra casa. Eu cuido de Marina.
-Eu cuido dela Mats. - Marco falou.
-Cara, você não tá bem. - falei para ele.
-NÃO CHEGA PERTO DA MINHA IRMÃ. - ele começou a falar mais alto.
-Marco, vamos, por favor. - Caroline falou para ele.
Ele me encarou por uns segundos.
-Desculpa cara, eu não to bem. Não deixa ela ir sozinha. - Marco falou e foi com os outros.
Fui atrás de Marina e logo a encontrei. Ela estava na rua, tentando chamar um táxi, mas quase nenhum passava. A noite estava fria e ela apenas se abraçava tentando se esquentar.
-Seu casaco, pequena. - ela se virou para mim - Você não vai conseguir um táxi agora.
-Eu só quero sair daqui. - ela disse colocando o agasalho.
-E ir pra onde?
-Qualquer lugar que não seja a casa de Reus.
-E você quer ficar vagando nesse frio por Dortmund? - ela me olhou - Vem comigo.
-Pra onde?
-Vamos lá pra casa e depois te levo pra sua.
-Eu não tenho casa em Dortmund.
-Então depois te levo pra casa de Marco.
-Mats, não vou pra lá. - ela permaneceu imóvel.
-Então você fica lá em casa. - ela me olhou mais uma vez.
-Não quero atrapalhar.
-Pequena. - a segurei de frente para mim - Eu não vou te deixar aqui sozinha. Ou você vai comigo ou eu fico com você aqui.
-Nesse frio?
-A escolha é sua. - sorri para ela.
-Vamos então.
Eu não deveria ter pego o carro no meu estado, mas não achei outra opção. A cada minuto que passava, a cidade ficava mais fria. Então, fui dirigindo devagar até chegar em casa.
Abri a porta para Marina, que mesmo de casaco, parecia estar com mais frio que eu.
-Deixa eu aumentar esse aquecedor.
-Eu odeio essa cidade. - ela disse se sentando no sofá - É sempre esse frio deprimente.
-O frio não me afeta tanto. - sentei ao seu lado.
-Na Itália, os dias eram alegres. Você olhava pela janela e via o dia sorrindo para você. Agora eu olho pela janela e vejo universo rindo da minha cara.
-Me conhecer não melhora nada a cidade? - sorri para ela.
-Claro que melhora. -ela suspirou - Eu só to com raiva da vida. Viver com Marco é um verdadeiro inferno.
-Marco te ama.
-Claro que ele me ama, eu sou sua irmã. - ela riu - Mas a gente não foi feito pra conviver. Marco sempre quer mandar em todo mundo, eu vivendo às custas dele então, ele acha que é meu pai.
-Ele tenta te proteger.
-Eu não preciso de proteção.
-Claro que precisa. Não se faça de durona.
-Olha quem fala. - ela olhou para mim e riu.
-O que tem eu?
-No dia em que a gente se conheceu, você tava todo quieto, todo na sua.
-Eu sou assim. - rebati.
-Não é não. E pelo visto você não é muito de falar dos seus problemas.
-Que problemas? - olhei sério para ela.
-Ah, seilá. Qualquer problema. - ela desviou o olhar.
-Cathy?
Ela não falou nada, apenas me olhou de novo.
-Ela não é como Voldemort, eu posso falar o nome dela. - eu ri para ela - Se tem algo que você queira saber, pode me perguntar.
-Você não se sente a vontade para falar dela.
-É esquisito lembrar de alguém que você namorou por tanto tempo e agora não significa nada pra você.
-Você ainda gosta dela?
Eu estava completamente encostado no sofá e Marina estava meio de lado, virada para mim.
Olhei para frente e voltei a olhar para ela.
Ela estava muito bonita. Seus cabelos estavam soltos e suas bochechas um pouco rosadas ainda por causa do frio.
-Eu amava a Cathy e estava disposto a ficar com ela. Mas ela simplesmente arranjou outro e eu tive que deixá-la ir.
-Ela é muito otária. - eu ri olhando para ela - Sério, quem não gostaria de estar com um cara como você?
-E você? Tem algum otário?
-Além de Marco? - nós rimos - Tinha um cara na Itália, que eu gostava muito, foi meu primeiro namorado assim sério. Marco nunca acha que os caras são bons o suficiente para mim. Só que na Itália, não tinha Marco.
-E o que aconteceu?
-Bem, ele ficou com minha melhor amiga lá e acharam que eu não ia saber. - ela deu de ombros.
-Que merda.
-Ele me pediu desculpa, disse que queria estar só comigo, mas terminei.
-Por que você não perdoou?
-Porque ele me desrespeitou. E eu não tinha mais confiança nele. Eu não quero uma vida onde eu vá fazer minhas coisas pensando se meu namorado está me traindo ou não.
-E por que você voltou pra Alemanha?
-O restaurante que eu trabalhava fechou. Eu fiquei quebrada de grana, com o coração partido e sozinha. O que eu faria?
-Desculpe falar isso, mas fico feliz com o que aconteceu. - ela sorriu para mim.
-Obrigada.
-É sério. Eu... a gente nunca te conheceria se você ainda tivesse na Itália.
Meu celular começou a tocar. Levantei para pegar o aparelho que ficou em cima da estante.
-É o Marco. - falei para ela e atendi - Oi cara.
-Ainda está com minha irmã? - ele falou meio sonolento.
-Ela não queria voltar pra casa, então trouxe ela pra minha.
Esperei um verdadeiro escândalo da parte do Marco, mas me surpreendi.
-Entendo, amanhã assim que buscar meu carro lá no bar eu busco ela.
-Sem pressa, ela vai ficar bem aqui.
-Valeu, Mats. - ele encerrou a ligação.
-Ele vem te buscar amanhã. - falei e ela jogou a cabeça pra trás.
-Que saco. Mats, posso morar aqui? - sorri pra ela.
-Eu adoraria, mas já estaríamos abusando da boa vontade do Reus. - ela sorriu olhando pro nada - Agora pequena, vem descansar um pouco. Tem um quarto lá pra você.
-Não precisa se incomodar.
-Marina, você não acha que eu vou deixar você dormir no sofá né? - ela me olhou - Vamos lá pra cima.
Mostrei o quarto para ela, que ficava ao lado do meu.
-Vou pegar umas roupas mais quentes pra você.
-Mats...
-Nem adianta.
Saí do quarto e entrei no meu. Peguei uma calça moletom e uma blusa minha qualquer para ela. Fui no armário e peguei uma camisa do Borussia que tinha meu número e meu nome atrás.
Voltei ao outro quarto e ela estava sentada na cama me esperando.
-Isso aqui é pra você dormir. - entreguei a roupa para ela - E isso aqui é pra você usar no jogo sexta.
Ela abriu a camisa e viu que era do Borussia.
-Não vou no jogo, Mats.
-Ah você vai sim. Você não faria essa desfeita comigo.
-Eu não ligo pra essas coisas.
-Então vai pra se divertir. Sua amiga disse que iria com você. É um jogo importante pra gente.
-É amistoso de pré-temporada.
-E é algo muito importante porque... a gente... treina.
Ela riu com minha enrolação.
-Vou pensar com carinho.
-Já é um começo. E se você for, já sabe o que usar. - apontei para a camisa - Boa noite pequena.
A abracei e dei um beijo no topo da sua cabeça. Ela ficou na ponta do pé e me deu um beijo no rosto.
-Boa noite Mats. Obrigada por hoje.
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