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História Andarilhos dos Sonhos - Desaparecida


Escrita por: laisrcamposs e OTB

Notas do Autor


Boa leitura. ❤

Capítulo 10 - Desaparecida


Fanfic / Fanfiction Andarilhos dos Sonhos - Desaparecida

 Aquilo tudo era meio surreal, eu não sabia no que acreditar ao certo. Estava mesmo é preocupada com Jack, imaginei se ele lesse isso antes de mim ou se lesse junto comigo, eu ficaria... Mal em vê-lo lendo isso.  De um tempo pra cá eu acabei querendo protege-lo, da mesma forma que ele me protege. É meio automático mesmo sendo uma coisa que eu não tenha costume.

Eu estava tão pensativa que não percebi que o livro foi tirado de minhas mãos. Olhei para minha frente e vi Luiza, que ria com amargura enquanto corria... A olhei desnorteada sem saber o que fazer. Virei meu rosto e vi Jack com sono e coçando os olhos na porta do metro, fudeu...

— Hã... Aquela é a Luiza? Ué...  Sumiu, é coisa da minha cabeça?

— Vem Jack, vem dormir.

— Mas o que era aquilo?

— Nada!  —Ele me puxou, senti tudo o que eu sei ser puxado, que... Merda. Eu estava passando tudo o que eu sabia daquele livro pra ele e do que acabou de acontecer... NÃO...  — JACK, PARA! ME SOLTA, ME SOLTA! —Eu estava olhando para ele brava, tentando me soltar, mas seus olhos ficaram tristes de repente, e ele me soltou. Eu consegui bloquear algumas coisas, mas a maioria ele conseguiu ver...

— Por que não me contou? Por que leu o livro sem eu estar junto?

— Eu acabei de ler Jack, e eu não iria te contar de imediato, pois eu sei que você ficaria mal, como agora. Eu ia só ver e fechar, mas, acabei lendo tudo...  Me desculpa.

— Pelo menos agora eu sei o que aconteceu... —Ele se ajoelhou no chão tampando sua cara com as mãos. Também me ajoelhei, e o abracei... — Eu sou fruto de um estupro... — Jack disse chorando... Estava mais quieto que o normal, isso anunciava sua tristeza.

— Mesmo assim, sua mãe fez de tudo por você. Ela ainda te ama. Não é como se você fosse um lixo e um nada para ela... Você precisa descansar Jack. —Ele estava pálido e suas orelhas estavam abaixadas, o que o deixava fofo, mas, sabia que não podia ligar para isso agora, tinha que apenas ajuda-lo. 

— Tem razão... — O filho da mãe me pegou no colo, me levando para dentro do metro, sem pensar muito, eu cruzei minhas pernas entre ele. Ele se sentou no chão comigo ainda no seu colo, e dormimos daquele jeito mesmo. Decidi não ficar brava, Jack já estava mal e eu só queria vê-lo melhor.  Permaneci quieta, até vê-lo dormir, mas quando fui levantar o senti me segurando para que ficasse ali, fiquei vermelha no mesmo estante e decidi dormir já que não podia levantar.

 Depois de algumas horas, já de noite, acordamos morrendo de fome e decidimos ir para o centro falar com Ahriana e arranjar algo para comer, porém quando adentramos a cafeteria não vimos ninguém, só tinha uma moça limpando pratos e talheres. Que estranho...

— Estão à procura da Ahri?

— Sim, estamos

— Quem são vocês?

— Amigos dela. —Ela nós olhou com um cara de brava e de quem queria nos matar e veio em nossa direção. — Então são vocês...  —Apesar de baixinha ela parecia forte e seus olhos estavam vermelhos, parecendo fogo. Seus cabelos tinham uma cor azul pastel, liso e enrolado nas pontas. Ela era bela igual à raposa.

 Não entendendo nada e ela soltou um suspiro, Jack a olhava e quando tentei me aproximar, a moça se afastou... 

— Há algum problema?— Jack falou

— A Ahri... Sinto falta dela. Ela simplesmente sumiu, não falei com ela e nem a vi até agora.

— Mas, onde ela está? — Perguntei interrogando-a

— Deve estar colhendo algumas hortelãs ou frutas em seu jardim. — Ela nos olhou tristonha— Ela é minha namorada, me preocupo muito com ela. Ahri se esforça mais do que o necessário...

— Uau... Não sabia que ela namorava! — Fiquei de boca aberta e olhei de lado para o Jack, surpresa. Não fazia ideia... Quando me deparei a minha volta ela estava me olhando com um pouco de raiva, e Jack tentando quebrar o clima desagradável dava um sorriso de lado para a mesma, mas, estava tudo meio tenso.

— Sim, sempre reparei que ela é muito esforçada, é uma mulher simpática. Mas, ela nunca comentou de você, é bom te conhecer. — Disse o platinado.

— É bom conhecer vocês também.  Se me dão licença, vou fechar a loja e tentar acha-la, voltem amanhã para conversarmos mais!

— Claro. Você pode me dar dois cookies de nutella?

— Aqui está. — A moça nos deu em uma embalagem com o nome da loja, eles estavam com um cheiro maravilhoso, Jack retirou algumas gorjetas de seu bolso, pagou, saímos e fomos para um lugar onde havia muita grama e poucas pessoas.

 Avistamos uma árvore enorme e sentamos embaixo, me acomodei e peguei meu cookie, dando uma grande mordida. Estava um pouco chateada por Jack, sabia que ele estava com os pensamentos a mil, eu fiquei chocada ao ler, e o mesmo parecia completamente normal mesmo depois de saber de tudo aquilo... Queria ajuda-lo de alguma forma. Abaixei minha cabeça observando uma joaninha que pousou em minha coxa. Ela voou até o nariz meu nariz e depois no de Jack que ficou todo bobo.

— Hahahaha. — Ele me olhou sorrindo, colocou a joaninha sobre seu dedo e observamos ela voar. De repente o platinado deitou sua cabeça em meu ombro, estava melancólico.

— Porque minha mãe não podia contar a minha vó sobre mim? —Ele fez uma pequena pausa, seus olhos brilhavam... E lagrimas denunciavam escorrer... —Aquele orfanato é um lugar triste, o dono não liga para ninguém. Se uma criança estiver passando o dia inteiro na cama e morrer de fome, ele simplesmente irá fazer seu discurso de pena e agir como se fosse nada, como sempre fez.

— Sua mãe confiou nele e pensou que era uma boa pessoa, ela se enganou. Mas de qualquer modo, hoje você está livre daquele lugar e você pode visita-la. Ela pode lhe esclarecer tudo. Sobre o orfanato, podíamos falar com alguma autoridad-

— Kate, acha que eu já não tentei?! Há vários amigos meus lá que passam por coisas que não deveriam, eu já tentei. O dono daquele lugar é uma pessoa importante na sociedade, não tem o que fazer.

— Tem! Eu sei que tem! A gente tem que acabar com isso! De alguma forma... Nós conseguimos! A gente já passou por tanta coisa e ainda estamos aqui

— Quer mesmo ir atrás disso? Você irá correr mais risco do que já corre... É perigoso.

—Está tudo bem e eu sei que vai continuar.

— Hmm, ok. E quanto ao livro que a Luiza pegou?

— Não precisamos mais dele, precisamos?

— É... Agora que sabemos o que há dentro acho que ele não tem mais nenhuma utilidade.

— Concordo... Mas, você acha que conseguimos sozinhos?

— É... Não, a gente precisa de mais pessoas.

De repente, um menino com uma voz reconhecível soava atrás de nós.

— Kate?— Era uma vez doce, de um menino.

( ... )

 

Não pode ser.

 

 Flashbacks on.  

Pouco tempo antes de a cidade ruir, estava com ele. Era uma pessoa importante para mim, já que nos encontrávamos todos os dias e minha família toda já havia sido dizimada, assim como a sua. Nós só tínhamos um ao outro, mas, devíamos ter ouvido à senhora, ela dizia ‘’ Não saiam de casa! Não abram a porta para ninguém, só se protejam... ’’ e desobedecemos.

Estávamos andando lentamente por perto da cidade desértica, eu pensei que estávamos tomando cuidado e conseguíamos nos cuidar sozinhos, até porque não éramos crianças.

Assim eu vi diante dos meus olhos uma das únicas pessoas que eu tinha comigo gritar e cair em um abismo sem fim. Ele tinha uma voz incrivelmente dócil e era delicado e afeminado. Esse era o meu... 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Comentem e falem o que acharam. ❤ (Vou responder >->)


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