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História Antes do Amanhecer - Capítulo VIII - O Delicioso Gosto Ilusório da Alegria


Escrita por: FuckMeanGirl

Notas do Autor


Oie!
Perdoem a demora, mas confesso que essa história é um pouco difícil de escrever e sempre preciso de muita inspiração para dar continuidade aos acontecimentos.
Capítulo 08 para vocês!
Espero que gostem, perdoem os eventuais erros e aproveitem a leitura!

Capítulo 8 - Capítulo VIII - O Delicioso Gosto Ilusório da Alegria


Capítulo 08 – O Delicioso Gosto Ilusório da Alegria.

 

Estados Unidos, Nova Orleans, 1950.

 

Chaneault

 

Faltavam três meses para o fim do ano de 1950. E o que eu poderia dizer? Cheguei neste país sem a menor perspectiva de absolutamente nada e agora estou me arrumando para conhecer a família do meu namorado. Enquanto passo a escova pelos meus cabelos, lembro-me que ainda tenho muitas responsabilidades para com a minha mãe ainda que James e seus pais desejem um compromisso realmente sério, precisaremos esperar até que eu possa me dedicar a isso. E mesmo que fatores externos nos atrapalhem, ainda sinto que conhecer James foi um dos melhores acontecimentos da minha vida.

Sabe quando você finalmente entende que o destino pode te surpreender da melhor maneira? É essa gratidão que inunda o meu coração quando olho para ele. Às vezes me pego repetindo o seu nome inúmeras vezes antes de dormir. Quanto mais eu falo, mais bonito parece. Sou capaz de imaginar a nossa vida juntos. Teríamos uma casa parecida com a minha antiga casa da Irlanda. Um quintal nos fundos com balanço para as crianças brincarem, um pequeno jardim na frente e três lindas crianças como nossos filhos. Dois meninos e uma menina. Quero trabalhar como professora e James provavelmente seguirá a sua carreira militar por toda a vida. Não gostaria de vê-lo se arriscando o tempo todo, mas sei que é isso que ele quer e sua profissão lhe faz feliz.

Termino de trançar os cabelos e prendo a trança com uma fita de cetim branca. Passo um pouco de pó de arroz no rosto inteiro e duas pinceladas de rouge nas bochechas. Procuro pelo meu batom vermelho favorito e finalizo a produção. Levanto-me da cadeira na frente da penteadeira e observo o meu reflexo no espelho comprido. Sinto-me apreensiva, mas quem não estaria? O vestido azul marinho é bem comportado e uso meia-calça por precaução. Coloco os sapatos pretos, pego a minha bolsa e o meu longo casaco preto. Minha mãe e tia Lise estão na sala assistindo televisão. Passo por elas, vou até a cozinha para beber um copo de água e volto. Sento-me ao lado de mamãe no sofá e Lise sorri me observando.

— Que horas o rapaz sortudo vai chegar? – Lise pergunta.

— Nós marcamos 19h. Ele não deve demorar muito. – respondo.

— Tenha cuidado, minha filha. E volte para casa antes das 22h, por favor. – Mamãe e suas recomendações.

— Não se preocupe, tomaremos um carro de aluguel para voltar.

A campainha toca e levanto-me para atender pronta para sair. Abro e porta e sorrio de volta para James que tem uma rosa nas mãos. Dou um beijo em sua bochecha porque sei que mamãe e titia estão nos observando.

— Obrigada. – agradeço pela rosa. — Quer entrar? Vou colocar a rosa na água e logo depois podemos ir.

— Claro. – ele passa por mim e cumprimenta as senhoras curiosas na sala de estar. Dou cinco minutos para que eles conversem. Coloco a rosa na água e pego a minha bolsa.

— Estou pronta. – digo.

— Então vamos, Channel. – ele me dá a mão.

— Divirtam-se! E boa sorte, filha. – diz minha mãe.

— Obrigada.

Andamos até a rua sem trocar uma palavra sequer. Acredito que James também sente-se um pouco apreensivo. O silêncio dura até entrarmos num carro de aluguel na avenida. Não suportando mais aquela taciturnidade absurda do meu namorado, iniciei uma conversa para passar o tempo.

— É a primeira vez que você faz isso? – pergunto sorrindo.

— Isso o que? – ele questiona como se não soubesse do que estou falando.

— É a primeira que apresenta uma moça para os seus pais?

— Por que diz isso? – ele chega mais perto com um sorriso brincalhão no rosto marcado e com a barba por fazer.

— Oras, você nunca esteve tão tenso na minha companhia!

— Tudo bem, você venceu. É a primeira que levo uma bela donzela para jantar com os meus pais.

— Deus, você tem quase 30 anos e nunca levou uma mulher a sério! – falei sem controlar a vontade de rir.

— Talvez eu estivesse esperando pela mulher certa. – ele segurou a minha mão.

— E o que te faz pensar que sou essa mulher? – indaguei curiosa.

— O fato de você existir já é uma benção divina. – ele diz sorrindo e sela os seus lábios nos meus. James tenta intensificar o beijo, mas o impeço com uma mão no seu peito.

— O meu batom. – digo.

— O que tem ele? – ele pergunta confuso.

— Você vai borrar o meu batom!

— Então aguente o resto da noite sem nem chegar perto de mim. – ele disse sempre com aquele tom provocativo e encantador.

Logo chegamos na rua de James. Ele paga o motorista e abre a porta para que eu desça. Diferentemente do que eu pensava, a casa de James é simples para os padrões do subúrbio de Nova Orleans. Tinha dois andares, é claro. Porém contava com uma cerca branca na frente, grama bem verde, algumas flores e luminárias na entrada. Pintada de um amarelo claro, as janelas são de madeira envernizada e todas estão cobertas por cortinas da cor branca. Ele me dá a mão outra vez e passamos pelo portão.

— Qual dessas janelas é a do seu quarto? – pergunto apontando para as três janelas no andar superior da casa.

— A do canto esquerdo. – Era a janela que ficava de frente para uma árvore imensa.

— Você adora fazer perguntas. – ele disse já com a mão na maçaneta da porta.

— Só quando o assunto é você. – James abre a porta e nos deparamos com a família dele reunida na sala.

Sinto o choque invadir o meu corpo e quase não saio do lado dele porque simplesmente pareço ter esquecido o meu próprio nome. Deus, como isso é difícil! A mãe de James sorri simpática e vem até o meu encontro. O pai dele continua sentado na sua poltrona, mas encoraja o filho com um sorriso singelo e agradável. Presumo que a garota loirinha ao lado do Senhor Hale seja a irmã de James.

— Olá, querida! Tudo bem? – a mãe de James pergunta tirando-me dos meus devaneios.

— Oi. Muito prazer, sou Chaneault Green. – estendo a mão direita para a senhora na minha frente.

— Eu sou Penny, prazer em conhecê-la. Entre e fique à vontade! – ela sai indo em direção a outro cômodo da casa.

— Chaneault, esse é meu pai, Anthony. – o senhor beijou a minha mão. — Prazer em conhecê-la, senhorita. – ele disse e agradeci.

— E essa é minha irmã, Rosie. – James me apresentou a garotinha loira que usava um vestido florido. Ela não devia ter mais que 12 anos e sorriu quando pediu para que eu repetisse o meu nome tão comum na Irlanda, mas estranho para os americanos.

O jantar foi muito agradável e a família de James parecia estar realmente interessada na minha vida na Europa. Contei-lhes tudo, menos a parte de ter ido trabalhar num bordel assim que cheguei aos Estados Unidos. James contou que nos conhecemos através da esposa de seu amigo Dean e os pais dele pareceram aprovar aquela versão da história. Jantamos, conversamos, bebemos e até aceitei uma taça de vinho tinto oferecida pelo pai de James. Apesar do clima confortável, alertei o meu namorado sobre o horário que eu deveria chegar em casa e nos despedimos de sua família. Eles me convidaram para um novo jantar e agradeci pela noite.

Saímos de mãos dadas pela rua molhada da garoa fria que caía e destruía o meu cabelo. James me beijou ternamente por algum tempo. E nada parecia nos atrapalhar. O vento frio e as gotículas de água no nosso corpo transformavam-se em calor quando aproximávamos nossos corpos sedentos um do outro. Eu não queria que aquela noite acabasse. Queria que James me levasse para casa e que as amarras da sociedade não nos impedissem de celebrar o nosso amor entre os lençóis brancos da minha cama. É difícil de explicar, mas ele é tudo que eu quero tocar. Desejava suas mãos tirando o meu vestido e mais beijos como aquele. Pela primeira vez o meu corpo emitia sinais nada comuns. Sentia como se existisse uma chama no meu interior. James cessou o nosso beijo e sorriu. Talvez fosse cedo, mas eu queria continuar nos braços do meu salvador. Entramos num carro e ele me deixou na minha porta. E então eu soube que James é doce e educado demais para se aproveitar da situação. Despediu-se com um beijo na minha bochecha e selou as nossas bocas famintas antes de partir.


Notas Finais


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