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História Antes que eu vá - Prólogo


Escrita por: Keipobre

Notas do Autor


Bem eu queria explicar que isso aqui e uma adaptação do livro " Antes que eu vá" e o filme também.
Só que com bastante modificações, eu mudei a metade dos personagens e é um pouco a história principal.
Então espero que gostem

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Antes que eu vá - Prólogo

                 PRÓLOGO

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Dizem que logo antes de morrer sua vida inteira passa diante de seus olhos,mas não foi assim comigo.

Para falar a verdade,sempre achei terrível essa história de rever tudo no momento final.

Algumas coisas ficam melhores mortas e enterradas, como diria minha Omma. Eu ficaria feliz em esquecer todo o meu quinto ano, por exemplo (a fase dos óculos e do aparelho azul). E alguém iria querer reviver o primeiro dia do ensino fundamental? Junte a isso todas as férias chatas em família,as aulas de álgebra sem o menor propósito,as cólicas menstruais e os beijos ruins que mal suportei na primeira vez.

A verdade, apesar disso, é que eu não me importaria em reviver meus melhores momentos: quando fiquei com Hana Cokran pela primeira vez, bem no meio da pista de dança na festa da escola, e todo mundo viu que estávamos juntos; quando Yoongi, Taehyung, Namjoon e eu ficamos bêbados e resolvemos fazer anjos de neve na primavera — e deixamos buracos do nosso tamanho no gramado de Namjoon —; minha festa de aniversário de 15 anos, quando acendemos cem velas e dançamos em cima da mesa do jardim,ou o Halloween em que Yoongi e eu pregamos uma peça em Kim SeokJin, fomos perseguidos pela polícia e rimos tanto que quase vomitamos.São essas as coisas que eu queria lembrar, e pelas quais gostaria de ser lembrado.

Mas, antes de morrer,não pensei em Hana nem em nenhuma outra garota. Não pensei nas coisas escandalosas que havia feito com meus amigos.Nem sequer pensei na minha família,nem na maneira como a luz da manhã pinta de creme as paredes do meu quarto, nem no perfume que as azaleias do lado de fora da minha janela exalam em julho — uma mistura de mel e canela.

Em vez disso, pensei em Jeon Jungkook.

Mais especificamente: pensei em quando, no quarto ano, Yoongi anunciou na frente de toda a turma de educação física que não queria Jungkook em seu time de queimado. “Ele é gordo demais”, dissera.“Dá para acertá-lo de olhos fechados.” Eu ainda não era amigo de Yoongi, mas mesmo naquela época ela já tinha um jeito hilariante de dizer as coisas,e eu ri junto com todo mundo enquanto o rosto de Jungkook ficava roxo como uma nuvem de temporal.

E foi disso que me lembrei naquele instante que antecede a morte — quando, supostamente, eu teria alguma grande revelação sobre meu passado: do cheiro de verniz, do barulho de nossos tênis no piso polido, do short apertado de futebol, das risadas ecoando no espaço grande e vazio, como se houvesse muito mais do que 25 pessoas no ginásio.

E do rosto de Jungkook.

O estranho era que eu não pensava naquilo havia séculos.Era uma daquelas lembranças que você nem sabe que estão ali. Não que Jungkook tenha ficado traumatizada, nada disso.As crianças fazem esse tipo de coisa umas com as outras.Não é nada demais. Sempre vai haver uma pessoa rindo e outra sendo motivo de graça.Acontece todos os dias,em todas as escolas, em todas as cidades da Coreia do Sul — provavelmente, de todo o mundo, até onde sei.A grande questão em crescer é aprender a ficar do lado de quem ri.

Para começar, Jungkook nem era tão gordo — seu rosto e sua barriga eram um pouco rechonchudos,mas antes do ensino médio tinha emagrecido e crescido quinze centímetros e meio.Ele até se tornara amigo de Yoongi. Os dois jogavam futebol sobre a grama e se cumprimentavam nos corredores. Certa vez, no primeiro ano do ensino médio, Jungkook relembrou essa história em uma festa — estávamos um pouco alegrinhas — e rimos sem parar, principalmente Jungkook, que ficou com o rosto quase tão roxo quanto naquele dia no ginásio.

Esse era o primeiro fato estranho.

O outro, mais estranho ainda, foi estarmos conversando justamente sobre isso: o que acontece logo antes de você morrer.Não sei exatamente como o tema surgiu,só lembro que Taehyungestava reclamando que eu sempre me sentava na frente e se recusava a colocar o cinto de segurança.

Ele ficava se debruçando no banco da frente para mexer no iPod de Yoongi, ainda que, teoricamente,os privilégios de DJ fossem meus.Eu tentava explicar minha teoria sobre rever seus “melhores momentos” antes da morte, e estávamos decidindo que momentos seriam. Yoongi escolheu o instante em que descobriu que tinha sido aceita na BigHit, é claro, e Taehyung — que estava reclamando do frio, como sempre,e dizendo que ia morrer de pneumonia ali mesmo — participou da conversa apenas o suficiente para dizer que gostaria de reviver eternamente a primeira vez em que tinha ficado com Jung Hoseok, o que não foi surpresa para ninguém.

Yoongi e Taehyung estavam fumando e a chuva gelada entrava pelas janelas abertas.A estrada era estreita e sinuosa, e dos dois lados galhos de árvores escuros e sem folhas balançavam como se dançassem ao vento.

Taehyung colocou “EYES, NOSE, LIPS”, do TAEYANG, para irritar Namjoon talvez porque estivesse de saco cheio de tanta reclamação. Era a música de Namjoon e Jin, que terminara com ele em setembro.

Namjoon chamou Taehyung de maldito e soltou o cinto,inclinando-se por cima do banco e tentando pegar o iPod. Yoongi reclamou que o cotovelo de alguém estava batendo em seu pescoço. Seu cigarro caiu da boca, bem entre suas coxas. Ele começou a xingar e a tentar espanar as cinzas do estofado. Taehyung e Namjoon continuavam brigando e eu tentava falar mais alto que tudo isso,tentando lembrá- los de quando tínhamos feito os anjos de neve na primavera.Os pneus derrapavam um pouco na estrada molhada e o carro estava cheio de fumaça de cigarro, nuvenzinhas que se erguiam no ar como fantasmas.

Então, de repente, um flash branco surgiu na frente do carro. Yoongi gritou alguma coisa que não consegui decifrar,algo como“sai” ou “sabe” ou “saco”,e de repente o carro saiu da estrada e mergulhou na boca negra da floresta. Ouvi um barulho horrível — metal rangendo, vidro sendo estilhaçado, um carro sendo dobrado ao meio — e senti cheiro de fogo.Ainda tivetempo de pensar se Yoongi teria apagado o cigarro.

Então, o rosto de Jeon Jungkook emergiu do passado. Ouvi as risadas ecoando e envolvendo tudo a meu redor, explodindo em um grito.

E depois nada.

A questão é: você não tem como saber.Você não acorda com uma sensação estranha no estômago.Não vê sombras que não existem.Não se lembra de dizer a seus pais que os ama ou — no meu caso — nem mesmo se despede deles.

Se você é como eu, acorda sete minutos e 47 segundos antes do horário em que seu melhor amigo vai passar para buscá-lo. Está tão preocupada com a quantidade de rosas que vai ganhar no Dia do Cupido que tudo o que faz é se vestir, escovar os dentes e rezar para ter deixado a celular no fundo da bolsa carteiro, assim vai poder se divertir no carro.

Se você é como eu, seu último dia começa assim:


Notas Finais


E isso gente aeee


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