1. Spirit Fanfics >
  2. AntesDepois >
  3. O salvador

História AntesDepois - O salvador


Escrita por: Lutting

Capítulo 1 - O salvador



O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...O que nós sabemos sobre a vida é algo complicado, o que realmente ela significa, entre outras coisas, como motivações ou amor e essas baboseiras que as pessoas mais velhas falam, para ser realmente sincero eu não ligava muito pra essa coisa de “Você precisa de alguém para ser feliz” mas, isso mudou de uma hora para outra. 
  Meu nome é John, John Hope, para ser mais preciso meu nome significa Esperança, Hope vem da minha mãe Sara, não tenho o nome do meu pai porquê nem mesmo sei quem é ele e não tenho interesse em saber quem é o homem que abandonou sua mulher com um filho de 2 anos, mas enfim, no momento eu e minha mãe estamos chegando na nova cidade onde vamos morar agora, nós estamos sempre nos mudando por um pequeno problema na minha personalidade, eu sou o que chamam de “personalidade agressiva em pessoa”, pelos menos é o que os médicos e psiquiatras dizem sobre mim.
- John, querido? Pode tirar a porcaria do fone e me escutar?- 
- Sim, mãe? Estou escutando o seu discurso detalhado de como não podemos nos mudar novamente por brigas minhas, a vontade para continuar- Disse eu em tom debochado
- Estou falando sério John! Já é a quarta cidade, quarta! Não podemos ir para outra, vou lhe deixar na sua nova escola e ir para casa nova esperar a mudança- Respondeu ela. 
- Claro, não vou arrumar confusão hoje, é só o primeiro dia ainda tenho um ano inteiro – Brinquei
- John!- Falou mais alto minha mãe
- Estou brincando, brincando!- Respondi
   Chegando no portão da escola nova a mesma cena que eu já avia presenciado se repete, eu saio do carro da minha mãe e todas os alunos olham para mim como abutres olham para carne nova, logo que adentro o prédio, me espantei com a aparência da escola, tinha paredes cinzas com colunas estranhas como aquelas de filmes romanos e gregos, o teto era cheio de pinturas antigas como se aquilo fosse uma igreja, olhar aquelas pinturas dava arrepios, mas logo que entrei um grupo de estudantes me parou, aquele grupo de idiotas que acham que mandam na escola, o grupo dos idiotas, eles ficaram parados na minha frente me encarando, o que estava na frente parecia um daqueles playboys bancados pelos pais, com cabelos pintados e um sorriso confiante no rosto.
- Eai novato - Disse o cabelo pintado – Eu sou Bob, do terceiro ano, você chegou hoje aqui né?- 
- É, sou transferido- Respondi e tentei passar entre eles.
- Opa, calma ai cara - Falou Bob enquanto me parava - Só queremos conversar e deixar uma coisa clara agora, entendeu? - Quando ele disse isso seus amigos riram como se algo engraçado fosse acontecer- Eu e a turma somos, respeitados aqui na escola – Riu Bob
- E vocês querem que eu respeite também, saquei, mas não obrigado – Respondi, e logo os amigos de Bob riram, acredite eu já lidei com gente assim, são todos iguais, se você deixar eles mandarem no inicio, eles vão mandar sempre – Foi bom te conhecer Bob, pessoal, mas agora vou ir pra minha sala, a gente se vê – Debochei. 
- Escuta aqui novato, você quer morrer no primeiro dia? – Ameaçou Bob
- Você vai fazer o que Bob? Vai jogar dinheiro nele? – Disse uma menina que passava atrás de mim
- Emilya? – Tremeu Bob
- Parem de palhaçada vocês dois as aulas vão começar – Disse a garota de cabelos escuros andando em direção as escadas, quando ela se virou pude ver seu rosto palido e seus olhos tão escuros quanto seus cabelos, ela olhou para mim, sorriu e logo disse – John? Interessante – 
Eu não avia entendido o que ela queria dizer com isso então fui até a diretoria para me informar sobre onde era minha sala, chegando na sala do diretor bati na porta e logo me mandaram entrar, quando entrei percebi que o diretor era um velho, cabelos longos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um terno que parecia pequeno demais para seu corpo, nunca tinha visto um senhor da terceira idade tão musculoso, ele sorriu quando viu minha cara de espanto e fez sinal com mão para me sentar. 
- Sente-se John, meu nome é Issac Bellym mas pode me chamar apenas de Sr. Bellym – Disse o diretor – Vou leva-lo a sua sala agora, mas antes, seu segundo nome é Hope certo? – Perguntou o velho.
- Sim – Respondi – algum problema com ele ? – Perguntei ao velho que respondeu com um sorriso 
- Não, nenhum Sr. Hope, vamos?- Disse o velho
Enquanto ele me guiava para minha sala, eu não parava de pensar nas palavras da tal Emilya, o que ela queria dizer com interessante? Não importa como vejo aquela garota é estranha melhor manter distancia, chegamos na minha nova sala e um professor que se apresentou como Miguel ordenou que eu me apresentasse, apesar de não gostar muito da ideia fui posto na frente da classe e me apresentei
-Meu nome é John Hope, tenho 16 anos, venho de uma cidade próxima e é isso, onde posso sentar professor?- Perguntei 
- Com licença professor, mas eu tenho uma pergunta para o aluno novo – Disse uma garota sentada nas ultimas mesas da sala, era Emilya, a garota que parecia um problema enorme 
-Se John não se importar- Disse o professor me olhando como se implorasse para que eu não aceitasse
-Tudo bem – Respondi – Pode perguntar – Encarei a garota 
-As garotas da sala queria saber se você esta solteiro, então, você está? – Perguntou a garota com o sorriso mais malicioso que eu havia visto
-Sim, estou – Respondi com um sorriso de canto, e completamente vermelho 
Algumas risadas surgiram na sala e até mesmo o professor riu e mandou-me sentar em alguma cadeira vaga, me sentei em frente a mesa de Emilya, meu plano de manter distância não esta dando muito certo, nas três aulas que tivemos por eu não ter os livros ainda tive que sentar ao lado dela, e enquanto eu fazia as tarefas da aula ela não parava de me encarar, e confesso que por um momento me vidrei em seu rosto, seus olhos escuros como a noite me deixavam calmo, parecia que não avia mais ninguém em volta, apenas eu e ela, era estranho como era familiar o rosto de alguém que conheci no mesmo dia, sua pele era branca o que fazia chamar atenção por seus olhos e cabelos, já seus lábios eram rosados mesmo sem batom, essa garota é linda 
-Tudo bem! É tudo por hoje pessoal até amanhã e não esqueçam da tarefa – Disse Prof.Miguel 
Saindo da escola vi alguns alunos fazendo uma rodinha, minha mãe não tinha chegado ainda para me buscar então por curiosidade fui até lá ver, chegando mais perto vi que havia duas pessoas no meio, era Bob, sentado em cima de um garoto enquanto ria e gozava da cara do garoto, eu não entendia o porque ninguém interferia naquilo, pareciam acostumados com Bob fazendo aquelas coisas mas se tem uma coisa que eu odeio, são valentões , pessoas que se acham melhor que as outras por bens materiais e picles, mas picles não vem ao caso agora então entrei no meio da roda.
-Saia de cima dele Bob – Disse
-Vai me obrigar novato – Falou Bob se levantando e parando em cima do garoto.
-Se você não sair, acho que sim – Ameacei. 
-Então tenta – Bob falou e veio para cima de mim, ele era tão lento que desviei do primeiro soco que ele tentou me dar, entrei no meio da guarda dele e acertei com o cotovelo o seu nariz que começou a sangrar com o impacto, Bob se ajoelhou e começou a chorar como uma menininha, olhei em volta e vi que todos que estavam rindo mudaram sua expressão de alegria para um espanto enorme, mas alguns me olhavam como se sentirem pena de mim, como se algo fosse acontecer comigo por ter quebrado o nariz de um idiota, e quando olhei entre o meio do pessoal que ia embora estava minha mãe, na janela do carro com a mão na cabeça e me olhando com uma cara de “Nós conversamos em casa” fui até o garoto que estava agora sentado no chão e o ajudei a levantar.
-Eu sou Higor, obrigado por ajudar – Disse ele – Mas você arrumou uma confusão daquelas por me ajudar cara, os amigos dele vão ir atrás de você – 
-Atrás de você também então – Respondi
-Oh droga, apanhar dele já é ruim agora mesmo que vou me ferrar – 
-Você é engraçado, Eu sou - 
-John Hope certo? – Disse Higor sem que eu tivesse completado a frase – Você meio que é famoso para nós nerds, e agora você é o famoso morto dos nerds – 
-Já sobrevivi a coisas piores, acredite – Brinquei 
-Bom, senhor sobrevivente, é melhor correr – Disse Higor apontando para os amigos de Bob vindo em nossa direção 
-Venha Higor – Segurei ele pelo casaco e corremos em direção ao carro de minha mãe enquanto os amigos de Bob corriam atrás de nós, entramos no carro e eles pararam. 
-Sério John? No primeiro dia? Bateu seu próprio recorde – Dizia minha mãe furiosa comigo, mas entendam, ela não esta totalmente errada, essa já era a quarta cidade em que nós nos mudamos e no primeiro dia eu quebro o nariz do garoto delinquente rico que tem uma gang de puxa sacos consigo – Espero que sua desculpa seja ótima para isso – Completou ela 
-Mãe, a desculpa esta no banco de trás do seu carro – Apontei para Higor. 
-Oi senhora Hope, sou Higor, e seu filho me salvou de ser espancado, é um prazer conhecer a senhora – Disse higor me salvando – E a senhora pode me deixar naquela esquina por favor – 
-Ah, claro – Nunca havia visto minha se calar tão facilmente.
Deixamos Higor e fomos para nossa nova casa, minha mãe tinha ido na frente para arrumar as coisas enquanto eu conhecia o inferno, esqueci de mencionar que minha mãe é um escritora, não faz muito sucesso mas ganha dinheiro suficiente para nós dois, sem falar do dinheiro que temos no banco, minha mãe não fala sobre isso mas sempre temos dinheiro lá não importa o quanto gastamos, e eu não me interesso em saber também isso só iria estressar ela o que não é bom para mim, mas enfim chegamos na casa nova e ao entrar na casa vi que minha mãe já havia arrumado tudo meticulosamente igual a nossa antiga casa e as outras duas que moramos, ela pediu que eu subisse ao meu quarto e arrumasse as roupas e móveis do meu jeito então e o fiz, meu quarto em si era legal, era praticamente o sótão da casa, tinha apenas uma janela a qual não dei importância, arrumei meu quarto do jeito que queria e desci para falar com minha mãe sobre o ocorrido na escola nova, mas chegando lá vi que tinha uma mulher conversando com minha mãe na cozinha.
-John venha cá – Disse minha mãe – Essa é a senhora Form, nossa vizinha – 
-Olá John, eu sou Suzan Form, sua vizinha aqui do lado – Havia algo familiar na senhora Form, ela tinha olhos e cabelos escuros e sua pele era branca e palida, eu senti que algo de muito ruim ia acontecer no momento em que assimilei sua aparência com a garota problema da minha sala Emilya – Você estuda na mesma escola que minha filha Emilya – Viu, eu disse que boa coisa não era. 
-Sim, já a conheço – Falei 
-É, nós já nos conhecemos – Disse uma voz doce e calma atrás de mim, que eu sabia ser de Emilya quando me virasse – Como vai garoto problema? – Disse ela sorrindo.
-Nossa John, já fez amizade com uma garota? Isso foi rápido – Debochou minha mãe, me deixando constrangido 
-Ele é bem lindinho Emilya, tem minha benção – Falou rindo a Senhora Form
-NEM FERRANDO – Dissemos juntos eu e Emilya 
-Por que não mostra a vizinhança para ele Emy? – Disse senhora Form 
-Okay – Respondeu Emilya – Vamos Garoto problema – 
-Vamos, e pare de me chamar assim – Falei irritado 
Emilya me mostrou o bairro, e conversamos sobre algumas coisas, sobre músicas, comida entre outras coisas, ela me mostrou onde ficavam o mercado e uma lanchonete que dizendo ela vendia a melhor pizza da cidade, fomos até um parque onde conversamos, e descobri que ela goste de desenhos japoneses, ela até mesmo me recomendou alguns e praticamente me obrigou a escrever os nomes no bloco de notas do celular, o meu julgamento sobre ela estava meio errado, mas algo não saia de minha cabeça, por que Bob parou de implicar comigo quando ela mandou? Depois de um tempo conversando enfim perguntei.
-Me diga Emilya, por que Bob parou quando você mandou hoje de manhã? –Falei
-Bob tem uma queda por mim, nojo – Falou ela – E ele acha que fazendo o que eu peço eu vou dar uma chance a ele ou algo assim, mas ele é só um idiota que acha que por ter dinheiro as pessoas vão gostar dele – Ela falou com desprezo 
-Bom, geralmente é assim, você tem dinheiro e as pessoas puxam saco – Brinquei – Acho que com dinheiro ele também conserta o nariz – Falei fazendo ela rir 
-Você é louco, sabe que ele tem uma gang né? – Perguntou ela – O que vai fazer a respeito ? – 
-Bater em todos eles, eu acho – falei – Não deve ser tão difícil assim hahaha – 
-Gostei de você garoto problema – Falou ela 
-Você também não é ruim, garota problema – Respondi 
-Ei não roube minha piada! – Reclamou Emilya 
Andamos mais um pouco pelo bairro e fomos para casa, chegando lá vimos que a mãe de Emilya ainda estava lá então minha mãe disse que havia convidado elas para jantarem em nossa casa aquela noite e mandaram que eu e Emilya fôssemos ao mercado, Emilya foi contra caminhar até lá no inicio mas no fim fomos forçados a ir, indo ao mercado, quando estamos chegando ao mercado encontramos o idiota dos idiotas, Bob, com um curativo no nariz que chegava ser ridículo olhar, ele veio até nós e Emilya olhou para mim e disse. 
-Lá vem a múmia sem nariz – Me fazendo rir 
-Tá rindo do que idiota? – Disse Bob 
-Do que você acha? – Respondi 
- Está fazendo o que com esse palhaço Emilya? – Perguntou Bob
-Isso não interessa a você Bob – Respondeu Emilya – Vamos John – 
Entramos no mercado deixando a múmia sem nariz e seu amigo do lado de fora, enquanto estávamos na fila para o caixa olhei para fora do mercado e vi que Bob não havia ido embora e parecia que queria encrenca, eu sabia que sozinho podia ganhar dos dois mas com Emilya ali seria complicado, me defender e defender ela ao mesmo tempo não daria certo, pedi a Emilya que se algo acontecesse era para ela pegar as comprar e correr para minha casa, mas ela não aceitou e disse que Bob não faria nada, quando estamos saindo do mercado Bob não mexeu um músculo, encostado em seu carro estava e encostado ficou, fiquei admirado com aquilo, por gostar de Emilya ele não fez nada? Ou estava com medo de apanhar novamente, continuamos caminhando e então percebi que Bob e seu amigo estavam nos seguindo.
-Ei, parece que o seu amado esta nos seguindo – Falei
-Eu sei, ele acha que nós temos algo, é por isso – Respondeu ela
-Não quero que esse idiota saiba onde eu moro – Falei irritado 
-Vamos provocar? – Falou Emilya
-Que? – Sem tempo de reação ela abraçou meu braço direito e encostou sua cabeça em meu ombro – Você está louca? – Disse 
-Hehehe, eu sou louca – Respondeu toda sorridente não, demorou para que Bob parece nós dois, todo vermelho de raiva 
-O que está acontecendo entre vocês ? – Disse Bob irritado 
-Isso não é problema seu Bob – Disse ela 
-Você é minha garota – Falou Bob em um tom mais alto – Venha aqui – Falou puxando ela 
-Larga ela Bob – Falei e coloquei as compras no chão – Agora! – 
-Vai fazer o que novato? – Disse ele 
-Arrebentar a sua cara, eu acho – Falei e logo seu amigo veio com tudo para cima de mim me acertando um soco no rosto. 
-JOHN! – Gritou Emilya – Deixa ele Bob, deixa ele agora! – Dizia ela apavorada 
Logo o amigo de Bob tentou o segundo soco de esquerda, esse foi mais devagar, desviei, pulando e acertando com o joelho seu rosto, ele foi para trás atordoado e eu pulei novamente girando e acertando um chute no lado de sua cabeça, fazendo com que ele desmaiasse, quando ele caiu olhei para Bob que largou Emilya e saiu correndo em direção ao mercado abandonando seu amigo ali, Emilya me olhava com espanto, não posso culpa-la todos que me olham não imaginam que eu luto e que era líder de uma gang, sendo esse o primeiro motivo de termos ido embora na primeira cidade, tirei o amigo de Bob da rua e o coloquei sentado escorado na cerca de uma casa, peguei as compras olhei para Emilya e disse. 
-Vamos garota problema? – Sorri tentando quebrar o gelo e o medo que talvez ela sentia de mim 
-Claro – Disse ela – Vamos – 
Fomos para minha casa, fui direto ao banheiro para que minha mãe não visse a marca do soco em meu rosto, depois de um tempo me metendo em brigas, para que minha mãe não descobrisse aprendi a mascarar com maquiagem as marcas, voltando a cozinha Emilya não parava de me encarar, e sua mãe percebeu isso, comemos e então eu mostrei a Emilya meu quarto, depois de minha mãe e a dela insistirem para que nós fossemos lá para cima, e o estranho é que ela não dizia nada a respeito sobre o ocorrido com Bob e seu amigo, parecia com medo de mim, logo depois de entrarmos no quarto ela finalmente falou.
-John, obrigada por meio que me salvar lá – falou olhando pra baixo  
-Nem, não salvei ninguém – Respondi envergonhado 
-Mas de qualquer jeito, valeu – Falou e me beijou no rosto – Vou indo nessa, até garoto problema – Saiu do quarto as pressas e eu fiquei lá, parado feito uma arvore, mil e um pensamentos rodando por minha cabeça
Depois de um tempo desci para sala de estar e vi minha mãe sozinha com seu notebook escrevendo, a senhora Form havia ido embora e com ela Emilya, dei boa noite a minha mãe que brincou sobre eu e Emilya novamente, subi para tomar um banho e me deitar, no banho escutei um barulho na minha janela me enrolei na toalha e sai do banheiro do meu quarto quando vi Emilya sentada em minha cama.
-Está fazendo o que aqui? – Falei voltando para o banheiro rápido deixando só minha cabeça para fora da porta. 
-Ei, vista-se nós vamos sair – Disse ela...
 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...