História Aokigahara- The vampire and the florest - Aoki nas Sombras

- Ai, o que é isso.... Uma aranha.... Que pernas longas.... - eu me distraindo- NOOOOSSSAAAA!!!!! Ela botou ovinhos! *o*! É o primeiro parto de aranhas que eu assisto! Que emoção.... Peraí.... Cadê a trilha que tava de baixo dos meus pés????? Putz! Me perdi ... De novo.... - passei 15 minutos observando a aranha e andando sem nem perceber... - Ok! Tô com medo....  Alguém? Ah claro, vai ter com certeza algum idiota aqui... De noite... Droga! Não to ouvindo nada... – ouço um barulhinho. Er...... Tem alguém aqui, né? Por favor, diga que não vai me matar que meu coração irá se acalmar- eu digo isso cantarolando pra tentar espantar o medo (como se adiantasse).

Ouço outro barulho, algo como um suspiro. Olho para a esquerda e vejo alguém. Fiquei com MUITO medo, e notei que a pessoa não tinha me visto. Aproveitei e peguei um galho bem longo que estava no chão e aos poucos me aproximei silenciosamente. Cheguei perto o suficiente para apontar a parte pontiaguda do galho para a pessoa.

- Quem é você????- quase gritei e minha voz ficou meio fanha.

O desconhecido se virou pra mim e caiu de costas, levando um susto bem grande.

- AHHHH!!! SOCORRO!!! POR FAVOR NÃO ME MATAAAAA!!!!- o garoto gritou bem alto, estava mais assustado que eu.

- Por favor não grite... Se alguém escutar pode ficar com medo... - respondi com calma, ou pelo menos quase calma.

Ele se recompõe, e ajeita o capuz.

- Desculpa... Me assustei por ver alguém aqui... Ainda mais de noite.- ele suspirou- Pode abaixar o galho... Não sou perigoso.

- Como posso acreditar? Você parece ser bem suspeito...- disse erguendo o galho em direção ao pescoço do rapaz, como reação, ele pôs as mãos para cima.

- Sou só um estudante! Tenho 16 anos! Tô desarmado e prometo não lhe machucar!- ele disse tentando demonstrar confiança.

- Ok. Tá liberado só porque eu estou com medo e preciso de alguém que me mostre a saída daqui. Mas se tentar algo enfio esse galho na sua garganta. Está avisado.

- Certo mas.... O que te faz pensar que eu sei onde é a saída?

- A corda que você segura que está presa a algo lá atrás... A câmera de vídeo que está tentando esconder de mim... O fato de não soltar do seu celular... Você é bem suspeito, hein?

- Certo, eu te levo lá. Mas o que eu ganho em troca?- na hora ergo o galho- A VIDA! QUERO A VIDA!!! A MINHA VIDA, TÁ?!

- Ótimo. Vamos andando!

Andamos uns metros enquanto conversávamos, tentando descontrair um pouco.

- Mas qual é seu nome garota?

-Aoki Gahara. E o seu?

- Peraí? Você disse Aokigahara???

- Sim... Eu acho. Mas tem um intervalo simples, ok?

- O nome desta 

floresta é Aokigahara... –ele respondeu tremendo.

- NOOOOSSA. Que legal... Será que minha mãe conhecia bem aqui?

- E essa floresta é conhecida como a Floresta do Suicídio...

- CREDO MÃE!

- Chegamos. Quer que eu te leve até a saída?- ele perguntou gentil.

- Ué. Você não vem?

- É que ainda tenho que resolver uma coisa e...

- Nada disso! Vai que você encontra outra pessoa e desta vez não seja uma pessoa do bem? Ou que você se mate? E mais: eu to com medo ainda!- disse empurrando as costas dele.

- Medrosa!- ele respondeu, ajeitando o capuz. Acho que ele não queria que eu visse seu rosto.

- Falou a pessoa que quase enfartou quando me viu...

- Ponha-se no meu lugar: numa floresta quase assombrada, de noite, seguindo uma corda onde você nem sabe onde vai dar, num caminho onde plaquinhas dizem para não ir, conhecida como floresta do Suicídio, do nada alguém aparece com um objeto pontudo na sua cara. Dá medo ou não?

- Ok, você venceu.

Chegamos à saída. Eu agradeci e me despedi. Cheguei em casa e dormi como se tivessem me dado um sedativo para rinocerontes revoltados.

Acordei só na tarde seguinte e ainda queria dormir mais. Meus pais morreram nos Estados Unidos então eu moro sozinha em um apartamento realmente bem pequeno. Com dois quartos, uma cozinha, um banheiro e uma sala bem estreita. Agora tinha que desembalar as caixas da mudança. Mal cheguei daquele estresse e já vou ter que começar outro... A maioria das minhas coisas já estava em meu quarto, então só precisava desembalar os utensílios domésticos como talheres, pratos, copos, panelas...

Depois de 2 horas arrumando a casa, decidi ir ao mercado. Chegando lá, comprei uns salgadinhos, uns refrigerantes, latas de chá branco gelado, umas maçãs, peras, uvas verdes, alfaces, couve, arroz, peixes, ovos, pães e uns docinhos. Eu queria deixar a maioria das coisas prontas e congeladas nas porções certas para meus almoços e lanches escolares. Voltei pra casa e cozinhei minhas comidinhas. Já estava anoitecendo quando terminei... Então tive outra das minhas magníficas idéias.... Peguei o ônibus e desci no meu destino: a floresta da noite anterior. Adentrei a vegetação densa, mas desta vez com uma lanterna. Estava procurando o garoto da véspera. Queria lhe agradecer e entregar uma porção de minha comidinha... Onigiri, omelete cortado em cubinhos com molho de tomate por cima e uns hosomakis pequenos. Não sabia onde encontrava ele e nem sabia o seu nome. Então sai andando por ai. Me lembrei que ele estava seguindo uma corda então fui até ela. Comecei a segui-la calmamente. Mas ouvi uma voz estranha, como se estivesse me chamando... Minha lanterna caiu de repente e se apagou... Estava com medo agora.

Me mantive parada. Mas ouvi passos atrás de mim, então comecei a andar apressadamente (pra não dizer correndo). Esbarrei em umas arvores, e então... Me vi presa em um buraco um pouco mais fundo que o normal, parecia uma armadilha para bichos.

Fiquei lá um tempo. Como aquela floresta era silenciosa. Eu não ouvia nada. Parecia um tecido distante do tecido normal do espaço-tempo. O tempo se recusava a passar. Tentei escalar as paredes do buraco, mas não consegui. Escorreguei e ralei meu joelho.  Decidi, finalmente chamar ajuda. Peguei meu celular e tentei ligar para a policia local. Sem sinal. A única opção que me sobrou foi gritar por ajuda. E foi o que fiz.

- ALÔÔÔÔ???? TEM ALGUÉM AI??? HELP!!! EU TO PRESAAAAAAA!!!!- comecei a chorar. Se passaram uns 35 minutos até eu gritar novamente- Socorro!

- Aoki-chan? É você?- escutei a voz do garoto do dia anterior.

- Sim, eu to aqui em baixo.

- AQUI ONDE,CRIATURA?

-AQUI NO.... buraco- ele caiu 

também.

- Aiiiiii.... Achei, mas agora... Como saímos?

- E eu tenho cara de quem sei? Tô presa aqui já faz quase uma hora. Não tem sinal de celular nem de internet nessa floresta então foi meio difícil ficar gritando por ajuda.

- Mas o que você tá fazendo aqui Aoki?- ele perguntou preocupado.

- Ah é! Vim trazer isso pra você- peguei a marmita que tinha feito a umas horas- Fiz hoje e trouxe para agradecer por ontem. Mas está fria já.

- Mas porque você trouxe para mim?

- Porque talvez eu ainda estivesse perdida na floresta se não fosse por você...

Ele pegou o celular do bolso e ligou a lanterna na minha cara.

-TÔ CEGA!

- Você tava chorando?

- Acho que sim. Eu fiquei com bastante medo, mas já passou. Mesmo eu ainda estando presa neste buraco. É bom não estar sozinha, sabe?

- Nossa! Sou tão útil que não sei nem como sair daqui... Ah! Já sei! Eu te empurro e depois você me puxa. Moleza!

- Eu sou meio fraca. Acho que não vou conseguir...

Estávamos sentados no buraco, um de frente ao outro.

- Não custa tentar certo?

- Ok...

Fizemos o combinado. Ele juntou as mãos e me jogou pra cima. Tive de escalar mais um pouquinho para sair. Em seguida, pequei um galho da árvore que tinha ao lado e o coloquei em direção ao buraco. Logo vi o rapaz subindo. Ele ainda estava com o capuz cobrindo o rosto. Saímos novamente do caminho da corda e depois, da floresta. Ficamos esperando no ponto de ônibus. Ele me acompanhou até minha casa e entrou ao meu convite. Como estava tarde e haviam dois quartos, o convidei para dormir lá.