História Apaixonada? Por quem? - Então eu consegui

Harry subiu as escadas para o palco e eu fiquei ali com o coração na mão, quase que literalmente. Foquei meu olhar nele e pedi internamente para que tudo desse certo e que ele conseguisse.

Ele se apresentou, falou um pouco sobre si e respondeu as perguntas feitas. Sorria de vez em quando e aparentava estar incrivelmente nervoso, espero que só eu estivesse percebendo isso. Assim que acabou as respostas eles deram autorização para que Harry pudesse cantar.

E foi isso o que ele fez, Harry cantou lindamente. Seu nervosismo pareceu sumir, sua ansiedade não existia mais e sua voz fluiu suave e calmamente, perfeitamente incrível.

Foram poucos segundos, ele não cantou a música por completo, mas, mesmo assim, foi incrível. Ao acabar, ele ficou aparentemente aliviado e pareceu se livrar de um peso. Olhei para os jurados e foi então que toda a tranquilidade que eu estava por ele ter conseguido cantar bem foi embora. Eu não sabia se eles tinham gostado tanto quanto eu gostei, convenhamos que a minha opinião nesse momento é a última que conta.

POV. HARRY

Eu estou em êxtase, mas não sei se isso é bom.

Meus pés parecem não querer se mover e se colocar diante dessa imensa plateia e dos jurados com toda certeza foi a experiência mais desafiadora de toda a minha vida até então.

Eu tinha recebido orientações sobre onde deveria ficar e que os jurados iriam fazer perguntas, tentei me tranquilizar o máximo possível, mas qualquer tentativa de fazer isso parecia ser totalmente falha. As palmas ao entrar me deram uma energia incomum, mas, ao mesmo tempo, me deixaram mais ansioso, eu realmente estava no meu ápice de ansiedade e nervosismo:

- Olá. – Nicole, uma das juradas se pronunciou.

- Olá. – Sorri. 

- Prazer em te conhecer, como se chamas? – Foi a vez de Simon falar.

- Sou Harry Styles. – Falei e pude ouvir alguns gritinhos frenéticos.

- Muito bem... Quantos anos você tem, Harry? – Simon perguntou após olhar para a plateia me fazendo sorrir um pouco nervoso.

- Tenho 17 anos.

- 17, certo. Bom e o que fez você vir aqui?

- Bom, eu sempre quis vir para uma audição, mas era muito novo.

- Certo e o que vai cantar?

- Vou cantar Isn’t She Lovely do Stevie Wonder.

- Muito bem, boa sorte.

Após estas palavras me concentrei internamente para poder dar o melhor de mim. Lembrei-me do apoio e da ajuda que Lis me deu e usei aquilo para poder me sair bem. Esvaziei-me de qualquer coisa que pudesse me atrapalhar e deixei em minha mente apenas a letra da música e a minha inspiração, era ela quem estava me tranquilizando naquele momento, porque agora não era só por mim que eu estava ali, era por ela também:

- Isn't she lovely / Isn't she wonderful / Isn't she precious / Less than one minute old / I never thought through love we'd be / Making one as lovely as she / But isn't she lovely made from love (Ela não é adorável? / Ela não é maravilhosa? / Ela não é preciosa? / Com menos de um minuto de idade / Eu nunca pensei que através do amor / Faríamos alguém tão adorável quanto ela / Mas ela não é adorável feita de amor?)

Abri meus olhos e ouvi as palmas novamente, meu nervosismo e minha ansiedade diminuíram consideravelmente e agora que tinha feito a minha apresentação, do jeito que eu queria e sabia que tinha dado o melhor de mim:

- Muito bem, Nicole o que achas?

- Estou muito contente porque tivemos a oportunidade de te ouvir sem a música de fundo, para vermos a boa voz que possuis.

- Obrigado. – Respondi um pouco tenso.

- Para 17 anos tens uma voz encantadora.

- Obrigado. – E novas palmas se estabeleceram pelo local.

- Louis? – Nicole perguntou pedindo a opinião do terceiro jurado.

- Estou de acordo com a Nicole. Contudo, acho que és demasiado jovem e que ainda não tem a experiência e a confiança suficiente. – Essas palavras me tiraram boa parte da confiança que eu tinha, não queria acreditar que eu não seria aceito só porque eu era jovem demais.

- Está bem. – Respondi tentando manter, pelo menos, a imagem de confiança.

- Pois alguém na plateia disse lixo e eu concordo com essa pessoa. – Simon comentou em relação ao comentário de Louis. – Pois o concurso é feito para encontrar alguém como você, não importa a sua idade.

Simon reacendeu a confiança em mim, seu comentário deixou Louis evidentemente incomodado; Fiquei mais tranquilo, pois Simon era o mais exigente dentre os três e se ele dizia isso eu acho que podia acreditar:

- Eu acho que com um pouco de treino vocal você pode ser muito bom. – Simon continuou.

- Obrigado.

- Muito bem, Louis? – Simon perguntou.

- Harry, por todas as razões eu vou dizer não. – Mantive a confiança e não me abalei, porém eu precisava que Nicole e Simon dissessem sim e isso seria difícil. A plateia vaiou sua decisão e isso me deu um pequeno aumento na minha confiança.

- Acho que a plateia não te vaiou o suficiente. – Simon comentou e assim a plateia vaiou ainda mais. – Nicole?

- Eu gostei de você Harry, para mim é sim.

- Obrigado. – Fiquei contente, mas ainda faltava uma resposta e essa seria decisiva.

- Harry você vai ficar feliz por saber que concordo com a Nicole. Você passa para a segunda fase. – Simon falou e assim minha felicidade quase não conteve dentro de mim.

- Obrigado. – Foi a única coisa que consegui dizer. Acenei para a plateia que aplaudia e gritava e assim sai do palco em passos largos.

Sai do palco e nem sei como não desmaiei ali mesmo, minhas pernas estavam bambas e meu nervosismo ia e voltava a todo instante. Respirei fundo, mas logo eu estava com um novo sorriso no rosto, pois minha princesa veio correndo até mim para me dar um daqueles abraços gostosos e apertados:

- Você conseguiu meu amor, você conseguiu. – Falou sorrindo. – Meus parabéns, eu sabia que você conseguiria, você foi incrível.

- Estou nervoso até agora, por um momento minha confiança tinha ido para o saco, pensei que iria esquecer a letra ou que iria fazer alguma coisa errada ou que iria desafinar a qualquer momento. – Falei ainda em êxtase.

- Mas deu tudo certo e é isso o que importa. – Nos distanciamos do abraço.

- Sim, deu tudo certo e saiba que o maior motivo para ter dado foi você. – Falei e ela sorriu tímida. – Foi pensando em você que eu cantei e foi pensando em você que eu consegui.

- Fico feliz em saber disso. Fico feliz em saber que pude ajudar.

- E agora, para recompensar a força e o apoio vou te levar para almoçarmos, apesar de que está mais para horário de jantar.

- Não precisa...

- Não ouse me tirar esse prazer, eu insisto, além disso, vamos comemorar.

- Tudo bem então, vamos comemorar seu primeiro passo para a realização do seu sonho. – Sorriu me deixando mais feliz do que eu já estava, se é que isso era possível.

- Acho que já sei onde nós podemos ir.

(...)

Voltamos para casa e eu ainda estava eufórico. Os sentimentos de alegria e satisfação ainda estavam em pleno êxtase dentro de mim, Lis compartilhava de todas essas emoções comigo, era evidente que ela estava feliz por mim e isso deixava tudo mais que especial:

- Harry, agora que você cantou e conseguiu passar para a próxima fase você vai contar sobre isso para alguém? – Lis perguntou ao entrarmos em minha casa.

Aquilo me fez lembrar que eu precisava falar com minha mãe, querendo ou não agora não era mais questão de querer ou não contar, pois em algumas semanas as audições vão passar na TV e de uma maneira ou de outra todos vão acabar sabendo. Não que eu queira ficar me gabando ou algo do tipo, mas faço questão de contar para algumas pessoas, uma em especial, minha mãe. Peguei meu celular e rapidamente disquei o número dela:

~ LIGAÇÃO ON ~

Eu: Alô?

Anne: Filho?

Eu: Oi mãe, tudo bem?

Anne: Tudo meu amor, como está?

Eu: Estou bem.

Anne: E Lise, como vocês estão?

Eu: Ela está bem e nós dois também. Preciso te contar uma coisa.

Anne: Aconteceu algo? O que foi que o senhorzinho fez?

Eu: Não, não aconteceu nada e eu não fiz nada também. Aliás, aconteceu e eu fiz, mas não é nada de ruim.

Anne: Harry, você engravidou alguém?

Eu: Mãe! Claro que não.

Anne: Que alívio.

Eu: Anne a senhora não existe, não é nada disso que a senhora está pensando.  

Anne: Então o que é?

Eu: Bom, eu tive um pouco de receio de contar de início, então resolvi esperar, eu estava um pouco confuso, ansioso, nervoso e quase que paranoico...

Anne: Menino, fala logo, desse jeito quem vai ficar nervosa e ansiosa sou eu.

Eu: Calma dona Anne, que mãe apressada que eu tenho. Então, como eu estava dizendo, fiquei bem receoso mesmo sobre isso que fiz, mas agora que aconteceu eu só fortaleci a minha certeza de que é isso o que quero para mim.

Anne: Você pediu a Lise em casamento? Eu sei que vocês se gostam e que desde sempre eu sabia que teriam alguma coisa, mas não acha que estão novos demais?

Eu: Mãe! A senhora pode esperar eu terminar de falar por favor? – Ri. – Não, eu não pedi nada, mas não é uma má ideia.

Anne: Desse jeito você vai acabar assustando a garota.

Eu: Desse jeito eu não vou conseguir terminar.

Anne: Tudo bem, tudo bem, continue filho.

Eu: Bom, a senhora sabe mais do que ninguém que eu sempre tive dúvidas sobre a minha vida, mas ultimamente essa dúvida estava perdendo lugar para uma coisa que estava me deixando realizado. Mãe a senhora sabe aquele programa chamado The X Factor?

Anne: Aquele onde as pessoas se escrevem para cantar?

Eu: Sim, esse mesmo. Então, eu me inscrevi.

Anne: O que?

Eu: Olha, não fica brava, mas este é o meu sonho...

Anne: Brava? Eu? Eu estou muito feliz meu filho, você sempre cantou tão bem e sempre fazia as pessoas felizes quando resolvia soltar sua voz. Nunca pensei que você realmente quisesse seguir carreira nisso, mas se é o que quer fazer e se é o que gosta eu vou te apoiar, eu te amo meu amor.

Eu: Sério? Eu achei que a senhora não encararia bem...

Anne: Eu só quero que seja feliz, simples. Mas quando você já se inscreveu mesmo? Já te chamaram?

Eu: Na verdade, eu já fui na audição e passei da primeira fase.

Anne: Que maravilha meu filho... Mas, um momento, por que não me falou isso antes? Eu adoraria ir com você e te ver cantar.

Eu: Eu estava com medo, não sabia o que fazer, se não fosse pela Lis eu não sei o que teria acontecido.

Anne: Ela foi com você?

Eu: Não só foi, como ficou lá comigo o dia inteiro, estamos bem cansados, mas valeu a pena.

Anne: Foi hoje?

Eu: Sim, acabamos de chegar, agora que eu estou mais tranquilo decidi contar para mais alguém e a senhora precisava saber.

Anne: Que felicidade meu filho, não sabe o quanto estou feliz de saber que você está fazendo o que quer e o que gosta.

Eu: Eu estou muito feliz, deu certo e eu consegui, foi só a primeira fase, mas eu sei que posso muito mais.

Anne: Sim, você pode e eu quero ver dessa vez.

Eu: vai passar na TV, a senhora pode ver como eu fui.

Anne: Vou falar para todas a s minhas amigas como meu filho lindo sabe cantar.

Eu: Menos senhorita Anne...

Anne: Ora, posso me gabar um pouquinho, tenho um filho lindo que arrasa corações por ai e que, ainda por cima, canta.

Eu: Mas que o coração já tem dona. – Olhei para Lis que sorriu timidamente.

Anne: Sim, falando nela dê um abraço em Lise por mim e agradeça também, ela é um anjo meu filho.

Eu: Sim, sem dúvidas é.

Anne: Preciso desligar, vou contar para suas tias e para sua irmã.

Eu: Fique à vontade.

Anne: Beijos meu filho, eu te amo.

Eu: Amo a senhora também. Tchau.

~ LIGAÇÃO OFF ~

Encerrei a ligação e coloquei meu celular em cima do sofá. Sentei ao lado de Lis e a abracei de lado lhe dando um beijo na bochecha:

- Minha mãe pediu para te mandar um abraço.

- Dona Anne é um amor. – Falou sorrindo. – Mas e o beijo? Foi ela quem mandou também?

- Não, esse aqui é meu mesmo. Ela pediu para lhe agradecer também.

- Por quê? – Perguntou confusa.

- Porque você é o meu anjo e eu te amo muito.

Lis sorriu um de seus sorrisos mais lindos possíveis. Sou meio bobo em relação a isso, mas ela é tão linda, tão fofa e tão perfeita que não tem como não se apaixonar. Seus olhos brilharam como se ela fosse uma criança diante de um doce bem colorido, ela é como uma boneca, minha boneca:

- Então, acho que já passei tempo demais fora de casa por hoje e por ontem também. – Falou se levantando. – Estamos cansados e precisamos nos recompor desse dia.

- Pode se recompor aqui, dormir junto comigo. – Falei sugestivo.

- Se eu ficar aqui a última coisa que nós vamos fazer é dormir, ou pensa que eu não te conheço.

- Mas que imagem poluída que a senhorita tem de mim. – Falei brincalhão.

- Por que será, não é? – Respondeu irônica. – Preciso realmente ir, acho que o senhorzinho aqui precisa realmente descansar.

- Ainda acho que você deveria ficar, mas se não quer...

- Não venha com seus joguinhos senhor Styles.

- Você fica tão sexy falando isso. – Sorri sugestivo e ela demorou, mas fez o mesmo.

- Falando o que? – Perguntou fingindo estar desentendida. – Styles?

- Isso, absurdamente sexy.

- Okay então. – Aproximou-se de mim e se posicionou ao lado do meu ouvido. – Então, Styles, vou indo, tudo bem pra você?

- Você não pode brincar desse jeito. – Balancei a cabeça em negação. – isso é golpe baixo.

- Golpe baixo? – Distanciou-se e perguntou fingindo estar desentendida novamente. – Não entendi o porquê, Styles.

Estiquei meu braço e sem que ela esperasse a puxei para o meu colo. Ela ficou um pouco assustada de início, mas logo começou a rir:

- Depois eu que sou a dos golpes baixos.

- Isso não foi golpe baixo. – Falei em tom sério.

- Não, me sentar em seu colo não é golpe baixo?

- Tenho certeza que quem está precisando se controlar mais aqui não é a senhorita.

- Acho que não, pois se você está tentando se controlar sua tentativa foi falha. Estou sentindo algo diferente em minhas pernas e não é nada meu. – Falou segurando o riso.

- Realmente, é bem difícil se controlar.

- Mas não ache que isso vai me segurar aqui. – Falou sorrindo desafiadora.

- Então quer dizer que vou ter que ficar assim? – Perguntei fingindo abatimento.

- Vai, não mandei você ficar desse jeito.

- Se eu pudesse controlar essas coisas eu controlaria, a culpa não é minha.

- Nem minha. – Falou com a mão na cintura.

- Bom, dependendo do ponto de vista, a culpa é sua sim. – Falei baixo.

- Eu ouvi.

- Mas só falei a verdade, se sinta lisonjeada.

- Claro, estou extremamente lisonjeada por esse comentário. – Falou carregando a voz em sarcasmo. – Vou indo então, vai que eu viro motivo para outra coisa, já deu de ficar lisonjeada por hoje.

- Sarcasmo é um ponto forte da mocinha aqui, não é?

- Eu? Sarcástica? Mas que insulto, me senti ofendida. – Falou fingindo abatimento.

- Não, claro que não, eu é que sou.

- Se você diz. – Piscou. – Sério, eu preciso ir, Emma deve estar preocupada.

- Tudo bem, tudo bem, vamos, eu vou abrir a porta. – Falei levantando com ela em meu colo.

- Pode me colocar no chão, sabia? – Perguntou sorrindo.

- Não precisa, os pés da minha princesa devem estar doloridos.

- Seu bobo.

Coloquei Lis no chão e seguimos para a porta. Abri a mesma e logo ela já estava na porta de sua casa, me lançou um “eu te amo” sem som e logo entrou. Como eu amo essa garota.