Duas semanas depois (sábado)
A loira levantava calmamente da cama, ainda preguiçosa e à contra gosto. A semana havia sido puxada, tiveram que adiantar várias coisas para as próximas duas semanas. Se direcionou ao banheiro, em seguida observando no espelho as várias marcas que o rosado deixara em sua pele na noite passada. Tomou um banho demorado, se vestiu e saiu do cômodo, surpreendendo-se em seguida. Inúmeros buquês de inúmeras espécies diferentes de flores, agrupados em cima da cama. Várias pétalas de rosa espalhadas no chão e na cama, ela permaneceu boquiaberta enquanto observava desacreditada aquela "loucura". Foi desperta pelo barulho da porta sendo aberta, revelando os exóticos cabelos róseos.
- N-Natsu... o que significa isso? -perguntou trêmula, com os olhos marejados.
- Gostou? Eu só achei essas flores. Esqueci de fazer a encomenda ontem, mas, por sorte a Juvia conhecia a dona de uma floricultura aqui perto. Ela foi super gentil. -explicou naturalmente coçando a cabeça. -Gostou?
- E-eu adorei! Natsu! Não precisava disso tudo. Meu Deus... -falou ainda desacreditada. Sentiu o rosado abraça-la por trás, mas permaneceu ali.
- Calma, seu dia está só começando. Mas, por hora, considere um buquê para cada ano da sua vida, uma flor para cada mês e uma pétala para cada dia da sua existência. Você é muito especial pra deixar esse dia passar em branco, e como eu não te conhecia antes, quis te presentear agora. -falou calmamente no ouvido da mesma.
- Ai Natsu, eu sou uma maria mole. Não faz isso. -pediu enquanto enxugava as lágrimas que não cessavam.
- Desculpa. A Levy e a Juvia nos chamaram pra tomar café na cafeteria. Elas disseram que ainda não é a delas, mas que lá é bom também. -avisou fazendo a mesma sorrir pelo nariz.
- Ok, vamos então.
~~~~~~~《》~~~~~~~Eles desceram as escadas calmamente, e outra surpresa!
- O que é isso!? -perguntou ao ver incontáveis presentes no chão.
- Isso não é coisa minha, juro. -falou o rosado com um sorriso de lado.
Ela se sentou no chão e olhou cada um. Em cada embalagem havia um pequeno cartão. Ela abriu um por um, na ordem. Um presente para cada ano da sua vida, e no final, uma carta. A letra desajeitada, porém ainda assim, linda. Conhecia bem, e mesmo sem ler lágrimas já escorriam por seu rosto.
"Ei maninha, tô aqui pra te desejar um feliz aniversário, e não espere muiito dessa carta, você sabe que eu nunca fui bom em escrever, até porque era você que fazia minhas redações. Na faculdade foi bem difícil sem você, mas até que eu aprendi bastante coisa nesse tempo.
O destino não foi tão gentil conosco, não consegui ver você crescer, e mesmo sendo gêmeos você vai sempre ser minha irmãzinha e eu vou sempre querer te proteger. Agora você não precisa tanto de mim, mas me conforta saber que você encontrou pessoas legais. E eu também. Lembro que quando eu fui viajar para os Estados Unidos, a única coisa que você me disse foi: "encontre pessoas legais, que sejam especiais pra você e não perca eles." Não sei por quê você me disse aquilo, daquele jeito, mas eu consegui.
Eu sei que você deve estar se perguntando o porquê do tanto de presente. Bom, eu resolvi compensar todo o tempo que fiquei ausente, eu sei que você não liga muito pra isso, mas mesmo assim eu senti que seria importante.
Me desculpe não fazer parte do seu primeiro dia de aula, não estar por perto pra te dar conselhos sobre garotos, por não estar ai pra você me contar como foi seu primeiro encontro, primeiro beijo. Me desculpa por não estar ai quando você teve que enfrentar o Jude, ou não estar do seu lado nas festas que você foi obrigada à ir. Me desculpe por não estar do seu lado quando você foi visitar o túmulo da mamãe, ou quando se sentiu só, e quando ela fez falta. Eu sei, mesmo não sendo por minha escolha, eu falhei e muito com você. Você sabe Lucy, nunca foi forte como você, sempre preferi fugir ou aceitar as coisas como elas são, hoje eu também sei que eu poderia ter feito diferente, mas tanta coisa mudaria, tanta coisa faltaria, eu não me arrependo de ter ido pra lá. Eu encontrei a mulher da minha vida, amigos que se tornaram irmãos, conheci lugares maravilhosos, mas eu também perdi parte da sua vida. Eu não estive do seu lado em tantos momentos difíceis, importantes, especiais, dolorosos... só que agora, eu estou aqui, e eu quero ficar do seu lado, quero que conte comigo pro que precisar. Quero que me deixe fazer meu papel de irmão, eu prometo que vou melhorar nisso.
Feliz aniversário, Imõto."
A loira soluçava como uma criança. Nunca culpara seu irmão por tudo que aconteceu, mas sabia que mesmo assim ele insistia em se responsabilizar. E essa seria a primeira vez em muitos anos que passariam o aniversário juntos, mas ela não fazia questão de tudo aquilo, só queria estar ao lado dele.
- Quando ele passou aqui? -perguntou para o rosado que colocava comida para Happy.
- Pouco antes de você acordar. Ele falou que ia voltar em casa e depois ia pra lanchonete.
Depois de se acalmar, eles puderam ir para a cafeteria. Decidiram ir caminhando mesmo. Estava um clima agradável.
- Faz tempo que eu não caminho pela cidade. -o rosado comentou analisando os detalhes da rua.
- Acho que eu nem tive chance de caminhar desde que cheguei aqui... -falou pensativa.
- Verdade.
- Olha, que lindo esse filhotinho! -praticamente gritou ao ver um cachorrinho caminhando sem rumo.
- Deve estar perdido. Ou talvez tenha sido abandonado.
- Que horrível. Como podem fazer uma coisa dessas? -lamentou enquanto brincava com o pequenino.
- Quer ficar com ele? -perguntou enquanto acariciava a cabeça do filhote.
- Ahn!? Sério mesmo? E o Happy? Pensei que não gostasse de cachorros.
- Na verdade eu gosto muito, mas por causa do Happy eu nunca tinha pego um. Mas, acho que podemos tentar. Só preciso deixar ele com o Gray primeiro, pra ele levar no veterinário.
- Será que não tem dono mesmo?
- Acho que não. Ele está magro demais, se tivesse fugido, provavelmente já teriam o encontrado. É mais provável que ele tenha sido abandonado.
- Tadinho. Então, podemos mesmo ficar com ele? -perguntou como se fosse uma criança, fazendo o rosado rir da atitude mesma.
- Podemos. Vamos? A Levy deve estar esperando.
- E como vamos ficar com ele lá?
- Tenho que ver com a Levy.
- Ok.
~~~~~~~《》~~~~~~~- Lu-Chan!!! -gritou ao ver a loira entrar no local.
- Oi Levy!
- Parabéns Lu, tudo de bom pra você!
- Obrigada Levy. -agradeu gentilmente.
- Oh! Que gracinha! Onde arrumou, Natsu? -perguntou ao ver o cachorro nos braços do rosado.
- Acho que ele foi abandonado, então decidimos adotar. -explicou sorrindo.
- Deixa eu adivinhar, quer que eu leve ele no veterinário? -Gray perguntou desconfiado.
- Por favor. Sabe que eu não gosto de ir em lugares assim.
- Ok. Mais tarde eu levo. Mas, e o Happy?
- Depois eu vejo isso. Ele é preguiçoso demais pra se preocupar com isso.
- Coloca ele lá nos fundos Natsu. Vou pegar alguma coisa pra ele comer.
- Já escolheram o nome? -juvia perguntou acariciando a barriga do mesmo.
- Não... -a loira respodeu pensativa. -O que acham?
- Olha! Que bonitinho! -falou Gajeel adentrando o lugar. -Nunca imaginei que você fosse cuidar de um cachorro. Preguiçoso desse jeito. Por isso que o Happy é seu parceiro.
- Não sou preguiçoso. Mas, depois que a Myuuki morreu e eu me mudei, não quis ter. Apartamento é muito ruim pra se ter animal.
- Por que não compra uma casa? -propôs Erza.
- Tô vendo isso ainda. -suspirou pensativo. -Aah! Eu queria tanto voltar no passado, naquela época da escola a minha única preocupação era qual professor eu conseguia infernizar mais e em quantas matérias eu conseguia fica de recuperação. -falou bagunçando o cabelo e fazendo todos rirem com uma gota na cabeça.
- Bom dia. -suas atenções foram chamadas pela voz do loiro que adentrava o local ao lado da albina e de seus amigos.
- Bom Dia! -a loira falou abraçando o mesmo. -Obrigada. Não precisava daquilo. Onde arrumou aquelas roupinhas?
- Virgo. Ela me entregou quando eu fui lá. Ela falou que você pode fazer o quiser com elas, ela já pegou as que ela gosta. -sorriu se lembrando da rosada.
- Só a Virgo mesmo.
~~~~~~《》~~~~~~- Certo Lu, o que achou do seu dia? -Levy perguntou empolgada enquanto iam em direção ao carro de Erza.
- Eu adorei. Muito obrigada por tudo. -agradeu alegremente.
- Espero que tenha gostado do meu presente. -a ruiva falou maliciosa deixando a loira corada.
- O-obrigada Erza.
~~~~~~《》~~~~~~- Oi. -abriu a porta sonolento.
- Tava dormindo, foguinho? -perguntou o moreno adentrando o lugar.
- Não. Quase.
- Entregue. -falou entregando o cãozinho para o mesmo. -Comprei a ração, ele já tomou todas as vacinas, aqui tem um remédio que vc tem que dar pra ele por causa dos machucados, uma vez por dia viu? Eu ia comprar as coisinhas dele, mas é melhor você e a Lucy escolherem.
- Muito obrigado, Gray. Você deveria ser veterinário.
- Não mesmo. Eu gosto de cuidar deles, mas não ia conseguir seguir essa profissão.
- Ok. Obrigado.
- Aqui no prédio pode ter cachorro?
- Pode. Contanto que ele não atrapalhe os outros moradores. Mas, eu pretendo me mudar daqui logo.
- Entendo. Eu e a Juvia também. Queremos uma casa maior por causa dos cachorros.
- Pois é.
- Chegamos! -eles ouviram a porta ser aberta por Lucy e as outras.
- Hello! -brincou o moreno abraçando a azulada.
- Como foi? -Natsu perguntou.
- Muito bom. Me diverti bastante. Oh! Gray levou ele no veterinário?
- E, no pet shop. Podem me agradecer mais tarde.
- Muito obrigada, Gray.
- Ai depois vocês só precisam comprar a caminha dele e os brinquedos.
- Ok.
- Certo, liguem pro resto do povo, vou preparar alguma coisa bem gostosa pra gente.
- Não Levy, eu reservei uma pousada pra gente. Tem fontes termais. -a ruiva falou empolgada.
- Por que não me surpreende o fato de você fazer coisas pelas nossas costas? -comentou com uma gota na cabeça.
- Lucy, atrapalhamos sua tarde com o Sting, né? -perguntou a ruiva em tom mais sem graça.
- Não se preocupem com isso. Acho que já nos acostumamos, não faço ideia do que poderíamos fazer juntos.
- Certo. Eu vou lá em casa, avisem pro pessoal, por favor.
- Erza, me dá uma carona, por favor.
- Ok.
- Tchau Lu, Juvia, até mais tarde. Tchau pra vocês também.
- Bye Bye.
- A Erza é totalmente sem noção. Coitado do Jellal.
- Relaxa. O amor quebra qualquer barreira, não se esqueça disso foguinho. Até mesmo se essa barreira for alguém como a Erza.
- Sorte a sua que ela já foi, ou poderia se considerar um cara morto.
- Lucy-san, gostaria de ir com Juvia ao pet shop? -propôs gentilmente.
- Eu adoraria. Acho que ainda vai demorar um pouco para irmos, então não deve ter problema. Se importa, Natsu?
- Imagina. Divirtam-se.
~~~~~~~《》~~~~~~~
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