História Aquela noite.... - E então... Eu beijei a noiva.

LUCY ON 

Faltava pouco tempo pra eu subir ao altar e eu estava uma pilha de nervos. Simplesmente não conseguia ficar quieta enquanto a Juvia e a Minerva retocavam minha maquiagem.

- Lucy! Fica quieta, mulher! -a morena exclamou pela quinquagésima vez desde que havia começado.

- Desculpa!

- Eu vou dar na sua cara, Lucy. Nem sou eu que tô fazendo isso ai, mas eu já teria voado na sua cara. -agora tinha sido a Erza, e com ela eu não brinco então tratei logo de quietar.

- Pronto, Lu. Perfeita. -a azulada anunciou se afastando para visualizar o trabalho. Eu escolhi uma maquiagem bem básica e simples, odiava coisas extravagantes. Apenas um delineado, pele, blush e um gloss clarinho.

Eu estava me sentindo tão leve apesar da pressão, é aquela sensação de estar fazendo a coisa certa. Não tem nada melhor.

Meu vestido? Rosa. Sim, foi em homenagem ao meu cabelo preferido. É tomara que caia com detalhes na parte de cima e uma saia rodada e bem delicada. É um vestido até discreto, eu diria que parece com vestidos de debutandes, mas fazer o que? Eu não tive festa de quinze anos mesmo.

- Lu, seu irmão que falar com você. -Levy avisou enquanto eu me encarava no espelho. -Boa sorte, Lu. A gente te espera no altar, tá bom?

- Para Levy. Você vai me fazer chorar. -eu não estava mentindo, qualquer coisinha agora me faria derramar um rio de lágrimas.

- Desculpa, Lu...

- Relaxa, garanto que o Natsu vai chorar antes. -a ruiva revelou piscando sapeca antes de sair pela porta, mas tá ai uma coisa que eu duvidava, Natsu Dragneel chorando no casamento.

- Ooooiii maninha! -escandaloso como sempre ele me abraçou. -Você está mais linda do que eu pensei.

- Obrigada, bobão.

- Tem alguém que quer te ver... -eu gelei quando ele falou isso. Tantas pessoas passaram na minha cabeça e parece que quase nenhuma eu queria ver.

- Sting, não inventa, pelo amor de Deus. Se for o Natsu pode mandar ele ir em-

- Hime!

De todos, ela com certeza era a que eu menos esperava.

- Virgo... Virgo! -eu realmente não estava acreditando, como?

- Hime! Você está perfeita. -ela já estava chorando, continua a mesma.

- E-eu não acredito. Como? Sting, se você tiver contado pro Jude eu te mato.

- Relaxa ai coisinha, eu dei meu jeito.

- Tá tudo certo, ele não sabe de nada. Fiz ele acreditar que eu estava saindo de férias para cuidar da minha mãe. Aliás, foi bem difícil... -resmungou com uma gota na cabeça. -Mas eu estou aqui! E é só isso que importa, ok?

- Ok. -não chore Lucy, não chore.

- Olha, mais tarde conversamos mais, ok? Você está linda, e pelo que seu irmão me falou, está se casando com a pessoa certa. -ela afirmou orgulhosa.

- Eu não falei nada não. -ele ao contrário parecia irritado com a revelação dela. Continua ciumento...

Ela se retirou depois de me abraçar bem apertado, e que saudades eu estava desse abraço, depois de quase quatro anos sem nos vermos, ela apareceu no momento certo.

- Ei...

- Hm?

- Eu sei que no dia do meu casamento você fez um discurso pra mim, mas eu não sou bom, e acho que nem precisa, eu sei que você vai ser feliz com ele. E eu sou eternamente grato por ele ter salvado a sua vida. -odiava quando ele dizia que não ia fazer discurso, mas me fazia chorar mesmo assim. Babaca. -Então, ao invés disso, vou te entregar uma coisa que guardei por muito tempo.

Era uma caixinha preta e parecia carregar algo bem delicado. Quando eu abri para a minha surpresa, era o colar que a mamãe tinha usado no seu casamento. Aquele que eu tinha namorado a minha vida inteira e jurava que o Jude tinha dado um jeito de se livrar dele ou ao menos guardar à sete chaves.

A parte de trás era revertida por pérolas enquanto na frente um bordado de cristais se formava para sustentar uma pequena e delicada pedra de diamante. Sonho de consumo de qualquer mulher, ou não, mas era o meu.

- Como conseguiu?

- Ela me entregou antes de morrer. Guardei por muito tempo, mas quando fui para os Estados Unidos eu deixei com a Virgo, e hoje ela me trouxe. Mamãe pediu para que eu lhe entregasse quando você fosse se casar, mas isso só eu tivesse a certeza de que era com a pessoa certa. Bem, está ai. -ele dizia com a voz tão calma, nem parecia o irmão eufórico que eu tinha, mas isso me dava apenas uma certeza: Eu estava realmente fazendo a coisa certa.

NATSU ON

Eu sentia que ia explodir em ansiedade à todo momento. Aquele terno já estavam me deixando agoniado, e todo mundo me encarando daquele jeito estava me matando. Eu nem preciso dizer que ficar esperando a Lucy era a causa de tudo né? Por que elas tem que demorar tanto?

No casamento do Gray, do Gajeel, do Jellal e do meu irmão, quase que eu arrastei as meninas pro altar por causa da enrolação delas, mas eu não podia fazer isso com minha loirinha. Diga isso para a minha maldita ansiedade!

Já tinha ouvido a bíblia de cada um dos meus amigos, do meu pai e do meu irmão. Se alguém mais viesse me falar alguma coisa eu com certeza socaria esse indivíduo. Eu sei, eu deveria estar pulando de felicidade, na verdade era isso que eu queria fazer, mas com uma certa pessoas, só que eu nunca me senti confortável sendo centro das atenções, e tinha mais gente que o esperado. Eu falei pra Erza maneirar nos convidados, mas ela é exagerada de tudo.

Ok, vamos no distrair.

A escolha do lugar. Foi sem dúvidas um dos mais difíceis, desde o início nós sabíamos o estilo de lugar que queríamos. Ar livre. Árvores, flores, natureza. Se tem uma coisa que temos em comum é o amor pela natureza, até ai tudo bem, mas arrumar um lugar bonito, que "coubesse" bem o tipo de decoração que queríamos e com a certeza de que agradasse os dois? Por isso... deixei esse detalhe com as meninas. Qualquer lugar pra mim tava bom na verdade, mas elas são complicadas. Todos os dias a Lucy me trazia várias imagens de vários lugares, um mais lindo que o outro, então eu até entendia a indecisão dela. Até eu cheguei à ficar em dúvida.

No fim escolhemos uma chácara no interior da cidade, que na verdade era até perto da nossa nova casa. Um lugar tranquilo, afastado e simples, porém, lindo. A decoração ficou perfeita. Decidimos uma coisa meio rústica, antiga, bem, a Lucy decidiu. Desde o início eu decidi ficar neutro nesse assunto à menos que ela me pedisse algum conselho. Eu só queria me casar com ela, de um jeito que ela se sentisse bem com o que planejou. É aquela de "Se você está feliz, eu estarei feliz."

Se tem um detalhe que ela não deixou passar em branco foi o arco se flores de cerejeira no altar. Era minha árvore favorita, e meio que lembrava meu cabelo, acho que foi por isso.

Os padrinhos. Gray, Juvia, Erza e Jellal foram os meus. Sting, Yukino, Gajeel e Levy foram os delas. Colocamos assim só pra ter mesmo, no fim somos todos padrinhos uns dos outros. A Lucy queria que o Rogue e a Minerva também fossem, mas ela preferiu que eles fotografassem a festa, mas são padrinhos de consideração também. Eu sinceramente não quis colocar o Zeref porque, ele já é meu irmão e vai me encher o saco sendo ou não algo a mais, pelo menos não vai ter o que jogar na cara. 

- Natsu, quieta menino, seu cabelo já tá todo bagunçado. -escutei meu irmão sussurrar no meu ouvido tentando ser discreto.

- Meu cabelo é assim. O seu que é lambido. E por que você tá aqui? Vai pro seu lugar!

- Dá pra vocês dois pararem de brigar? -Igneel interviu se metendo no nosso meio.

Voltei à me concentrar no nada, mas acabei fazendo uma pequena viagem no tempo entre esses quatro anos que nos conhecemos. Nem me lembrava mais que tinha salvado ela, pra mim foi ela que me salvou. De tudo, de todos. Ela conseguiu me mostrar em tão pouco tempo tudo que eu tentei não ver desde que minha mãe morreu. Não sei se surti o mesmo efeito em sua vida, mas eu tentei, pela primeira vez em muito tempo eu me esforcei em fazer algo que não fosse relacionado à empresa do meu pai.

Enquanto eu viajava nessas memórias que poderiam me fazer chorar naquele momento, voltei minha atenção para onde todos olhavam e lá estava ela, quer dizer, primeiro, com a ideia genial do Gray, veio o Plue com uma plaquinha de "O grande amor da sua vida está vindo." Confesso que ficou super fofo. Depois sim, lá estava ela. Tão linda, sentia como se meu coração fosse sair pela boca, já falei pra ela não fazer isso comigo. Seu vestido combinava perfeitamente com ela e com o cenário.

Agarrei sua mão quando ela se aproximou o suficiente e ainda recebi um olhar "ameaçador" do Sting, mas depois dele riu da minha cara.

Depois de toda a celebração do Padre, muitas e muitas palavras que cá entre nós eu não prestei atenção em quase nenhuma, minha mente estava perdida enquanto analisava cada detalhe presente na loira maravilhosa que estava na minha frente, era hora das alianças.

Dessa vez foi realmente fofo, Ultear e Rin que vieram trazendo-as. Eles tropeçavam nas próprias perninhas, mas o olhar não saia por um instante da almofada em suas mãos.

Depois que ela colocou a aliança no meu dedo e fez seus votos, chegou a minha vez. Eu tava muito nervoso, não sei se já falei, mas odeio ser centro das atenções.

- Olha, eu realmente passei esses últimos meses pensando no que te dizer, mas eu não encontrei nada que pudesse expressar o que eu sinto por você. É meio clichê falar isso, eu sei. Mas é que vocês tem a capacidade de nos tomar as palavras nos fazendo ficar com cara de palhaço. -ela enxugava as lágrimas que insistiam em rolar pelo seu rosto enquanto ria das minhas lindas e sinceras palavras. - Desde que a gente se conheceu, de um jeito meio errado inclusive, você me agradece por eu ter te salvado, mas Lucy, a única que salvou alguém aqui foi você. Eu imagino a dor que você passou desde que sua mãe adoeceu, e eu posso imaginar porque, eu também passei por isso, e não poder fazer nada pra ajudar, mas mesmo assim se manter sorrindo pra elas não é fácil, né? Perder um filho contra a própria vontade deve ter doido muito também, e mesmo assim você sempre teve a capacidade de se preocupar com os outros mais do que com você. Hoje depois de quatro anos de convivência, aventuras, discussões, confusões, eu posso dizer que você invadiu meu coração sem nem tirar os sapatos. -ela riu novamente do meu jeito atrapalhado de me declarar. Ela é linda até segurando o choro. -Então... pra te provar isso, eu fiz uma pequena proeza. -dessa vez ela já arregalou os olhos e me olhou com aquela cara de "eu vou de matar". Peguei a caixinha que estava bem guardada e embrulhada no meu bolso e lhe entreguei esperando sua reação.

Ela abriu-a com as mãos trêmulas, me olhando vez ou outra pra ver se eu dava algum sinal do que poderia ser. Assim que ela descobriu o que o papel revelava me encarou desacreditada, sério, foi impagável a cara que ela fez. Seu olhar se alternava a todo momento entre meu rosto e o papel, eu só conseguia rir da cena, mas meus olhos já estavam começando à se encher de água.

- C-como conseguiu i-isso? -quando finalmente as palavras voltaram ela me perguntou ainda surpresa.

- Ter um irmão formado em Medicina tem suas vantagens. -afirmei limpando o canto do olho.

- Só tem vantagem! -o bundão gritou orgulhoso fazendo os demais convidados gargalharem.

- Espero que não fique brava por eu ter feito sem a sua permissão, mas eu falei com seu irmão antes. -ela lançou um olhar ameaçador para o mesmo por ele não ter lhe contado nada.

- Meu Deus, Natsu, muito obrigada. Eu te amo. -ela falou me abraçando então pra desenrolar, eu beijei a noiva. -Eu vou ser mãe!