Pov Elena Campbell
Caminhávamos em silêncio, Marina estava nos guiando de volta para casa, já que a praça que estávamos ficava pertinho e ela já sabia aquele caminho de cór, fiquei nervosa por estar apoiada no braço de Miguel, ele havia se oferecido para nos acompanhar até em casa.
- Chegamos. – Marina disse animada assim que paramos de andar.
- Obrigada por me deixar em casa. – sussurrei para Miguel.
- Eu que agradeço pela companhia. – Miguel respondeu simpático.
- Não quer entrar? – perguntei animada.
- Eeeer... E-eu acho melhor não. – Miguel respondeu gaguejando. – a sua casa é enorme. – ele mudou de assunto.
- Enorme e vazia. – completei suspirando.
- Porque diz isso? – Miguel indagou sem entender.
- Problemas com o Batman. – Marina respondeu rapidamente.
- Batman? – Miguel perguntou confuso.
- É assim que ela chama o meu pai. – soltei um riso abafado.
- É uma forma estranha de chamar um pai. – Miguel riu.
- Oh me desculpe. – bati a mão na cabeça. – é que eu acabei soltando uma mentirinha pra você, na verdade, Marina não é minha irmã.
- Não mesmo, eu sou filha da empregada que trabalha na casa dela, Elena que gosta de soltar mentiras. – Marina disse naturalmente.
- Ei, eu não menti tá legal? Você é sim minha irmã, de coração. – falei sorrindo.
- Ata certo, até eu tenho uns vinte irmãos de coração. – Miguel falou rindo brevemente.
- Bom, acho que devo entrar. – falei sorrindo. – boa noite e mais uma vez, obrigada. – disse simpática.
- E mais uma vez, obrigada você. – Miguel disse brincalhão.
Segurei a mão de Marina e caminhamos lentamente até a porta de casa, não sem antes, eu soltar um grito alto para Miguel.
- Quando podemos nos ver de novo Miguel? – perguntei gritando.
- Sempre poderá me encontrar, na pracinha de sempre. – ele gritou de volta me fazendo sorrir com aquilo.
É, com certeza visitarei a pracinha mais vezes.
Pov Alyssa Colin
O som auto incomodava os meus tímpanos, mas, fingi não me importar, estava rolando uma festinha particular na minha casa, digamos que minha mãe iria passar o final de semana fora, parece que a casa de prostituição que ela trabalhava tinha um “servicinho extra” fora da cidade nesse fim de semana, enfim, eu já estava acostumada com aquilo.
- E aí? Nada dele? – perguntei para Amanda que estava encostada no balcão da cozinha tomando uma bebida qualquer.
- Não, Pedro realmente resolveu se afastar de nós. – Amanda respondeu com uma cara estúpida de cachorra abandonada.
- Sei lá, vai ver que ele tem companhias melhores. – falei cruzando os braços e sorrindo maliciosamente.
- O que está querendo dizer com “companhias melhores”. – Amanda indagou fazendo aspas com as mãos.
- Nunca passou pela sua cabeça que ele possa estar apaixonado por outra pessoa? – perguntei a envenenando.
- Sabe de alguma coisa que eu não sei? – Amanda indagou parecendo aquelas maníacas obsessivas.
- Longe de mim, estou apenas levantando uma hipótese. – falei dando de ombros, adorava plantar desconfiança nas pessoas.
- Só sei de uma coisa Alyssa, ninguém pode se aproximar do que é meu. – Amanda disse furiosa.
- Quem manda você não ter competência para agarrar um cara? – perguntei irônica a irritando ainda mais.
Amanda saiu pisando duro em direção a sala, gargalhei alto ao vê-la se distanciar, acabei subindo para o meu quarto, mas, me arrependi internamente assim que dei de cara com uma cena nada agradável.
- Alyssa? – Dexter indagou surpreso e a loira que estava com ele parou imediatamente de chupa-lo. – E-eu posso explicar.
Os dois estavam nus sobre a minha cama, enquanto faziam... ah você sabe, eu realmente deveria sentir mais, porém, a única coisa que eu conseguia sentir era raiva por ter que lavar a colcha da cama no dia seguinte, sim, essa era a minha única raiva.
Revirei os olhos e sorri maliciosa para os dois, já que a minha colcha já estava naquele situação, então, eu teria ao menos o direito de me divertir um pouquinho, a loira me encarou surpresa assim que comecei a tirar minhas roupas.
- Não precisam se explicar, apenas deixem que eu participe da festinha. – falei subindo na cama e engatinhando até o peitoral de Dexter.
Os dois riram maliciosas assim que me aproximei, seria uma noite longa, e realmente me questionava se me sentia feliz por estar ali, ou se apenas sentia um mero prazer.
Pov Alan Lacerda
Estávamos prestes a decolar, alguns passageiros ainda sentavam em suas poltronas, enquanto eu encarava a janela daquela avião, uma nova etapa da minha vida começaria, e eu estava animado para aquilo.
- Mãe, já falou para o tio Carlos que vamos ficar na casa dele? – Adam perguntou meio receoso, ele tem esse medinho do nosso tio desde criança, o que era meio engraçado.
- Claro que sim, será uma surpresa para Elena, ela anda meio solitária ultimamente, ainda mais depois do que aconteceu. – Anne, nossa mãe, falou meio triste.
Elena era nossa prima, prima de consideração, Adam e eu somos irmãos gêmeos, nossa verdadeira mãe morreu em nosso parto, e bom, nosso pai teve que cuidar de nós sozinhos, felizmente, Anne apareceu na vida dele e tudo mudou, ela cuida de nós desde que tínhamos apenas um ano de idade, e eu a considero minha verdadeira mãe.
Anne é irmã de Cecília, a mãe de Elena que faleceu, a nossa querida tia que faz falta, muita falta, enfim, atualmente minha família está enfrentando problemas financeiros e tivemos que ir embora da Alemanha e voltar ao nosso país de origem, o Brasil, tio Carlos ofereceu sua casa para nos instalarmos enquanto meu pai não arranja um emprego fixo para ele.
- Me sinto inseguro em relação a voltar para o Brasil. – Adam confessou deitando a cabeça em meu ombro.
- Já eu me sinto animado, muito animado. – falei sorrindo.
- Claro né? Vai reencontrar o amor da sua vida, a sua querida Elena. – Adam riu fazendo coraçõezinhos com as mãos.
- Sabe que o que está falando é uma coisa ilógica. – falei gargalhando alto quando ele me olhou assustado.
- Ilógica? Desde quando fala essas coisas? – Adam perguntou rindo.
- Que foi? Só você pode ser o irmão inteligente? – perguntei indignado.
- Claro, há uma regra entre nós dois: eu sou o nerd alérgico a tudo, pessimista e medroso, e você é o desengonçado, otimista e burro. – Adam disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.
O que eu mais queria era chegar logo no Brasil e pode descansar, e enfim, dar de cara com a minha nova vida, que eu não sei porque mais eu estava com uma boa intuição, ou talvez, seja apenas o meu otimismo cego falando mais alto.
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