Fiquei algum tempo do lado de fora ainda pensando naquilo tudo.
Enxuguei meus olhos marejados e praguejei para os ventos.
- Isso não é com você Hiko – ele voltou até onde eu estava – isso é uma coisa que eu preciso resolver comigo mesmo.
- Como assim? – perguntei confusa o encarando
- Eu tenho me sentido muito sozinho desde que a Konan precisou ir embora e eu nem sei quando ela vai voltar. – ele disse colocando as mãos nos bolsos – me desculpe se eu constrangi você, é que eu estou muito confuso com tudo.
Me lembrei que um pouco depois que me mudei para cá, a moça chamada Konan precisou se ausentar e eu nunca fiquei sabendo o motivo. Mas, me lembro de vê-lo na porta se despedindo dela e ficando ali na porta algum tempo ainda depois que ela já tinha ido.
- E por que você só não me diz as coisas? Fica agindo todo misterioso e esquisito – falei fazendo um bico e o imitando.
- Gomen-ne! – ele disse sorrindo sincero e bagunçando meus cabelos
- Ei! Não faça isso, eu não sou criança! – ri batendo em seu braço.
- Você é uma boa amiga Hiko – ele sorriu gentil
- Você é um bom amigo Pain! – sorri de volta.
- Vai, você tem uma missão pra cumprir e um namorado bravo olhando da janela – ele apontou com os olhos para a janela onde havia um Deidara com cara feia.
- A-ah ele não é m-meu namorado – falei sem graça e ele me olhou divertido se retirando em seguida.
Olhei para a janela e Deidara me olhava de braços cruzados e com um bico gigante a cara.
Me aproximei da janela e ele a abriu me olhando de lado.
- Ya! Baka, que é essa cara? – apertei suas bochechas
- Você ai.. de conversa com ele hm – ele falou manhoso
- Vem ca! – o puxei pela gola da camisa dando um beijo intenso e cheio de vontade.
- A-assim não vale.. – ele falou ofegante quando terminamos aquele beijo.
- Não sei do que você está falando – ri sapeca o olhando nos olhos.
Ele pulou a janela e veio me levantar em seus braços, me abraçando apertado pela cintura.
- Dei.. a gente devia procurar a Konan.. sabe, trazer ela pro Pain.. – falei baixinho com um olhar triste – me mata vê-lo assim.
- Por que você se preocupa tanto com ele? – ele me perguntou sério meio emburrado
- Dei, não seja assim, ele gosta muito de você. E foi ele que me pediu pra te perdoar e tudo mais depois do que aconteceu. Eu me preocupo porque ele sempre foi bom e gentil comigo, ele é um bom amigo e a gente devia tentar animá-lo! Onegaaaaai – falei arrastado em tom manhoso.
- Hm, tá.. se isso vai te deixar feliz.. então vamos ver o que podemos fazer – ele disse revirando o olhar se dando por vencido.
Agradeci com um beijo eufórico e com um abraço apertado.
- Você é o melhor – falei sorrindo olhando em seus lindos olhos azuis
- É eu sei .. eu sei – ele disse prepotente.
- Baka! – lhe dei um cascudo – Agora vamos pegar os detalhes da missão e vamos embora.
- Hai, hm – ele disse preguiçoso.
Entramos na casa, pegamos o que precisávamos e saímos seguindo as coordenadas de Pain.
Fiz de tudo para terminarmos o mais rápido possível, afinal, eu precisava achar Konan.
Estávamos próximos à um penhasco.
- Por onde a gente começa? Você não sabe onde ela pode estar? – perguntei
- Ouvi algo sobre o País do Chá, mas me lembro de não ter prestado muito atenção também – ele disse colocando a mão no queixo fazendo cara de pensativo.
- Você nunca presta atenção nas coisas Dei – bufei – e é muito longe daqui?
- Talvez um dia e meio a pé – ele se virou pra mim e piscou – mas eu sou incrível, você sabe né? – Ele correu em minha direção, me pegou no colo e pulou do penhasco.
- DEEEEEEEEIDARAAAAAAA – gritei enquanto estávamos em queda livre.
Agarrei em seu pescoço com força e fechei meus olhos e continuei a gritar.
- Já pode parar – ele disse rindo
- O-o que? – eu nem tinha percebido que já não estávamos mais caindo.
Abri meus olhos, ainda grudada em Deidara e vi que estávamos em cima de seu pássaro de argila.
- S-seu... ai que.. p-puta merda Deidara! – falei soltando ele e dando vários tapas em seu peito
- O que? Você achou que eu ia matar a gente? – ele gargalhava se defendendo de meus tapas
- Você é um psicopata, como você faz isso.. ai que ódio! – dando mais alguns tapas nele.
- Ai! – ele gemeu com dor segurando na região do seu ferimento recém cicatrizado.
Na mesma hora fui em sua direção, colocando minha mão sobre seu abdômen e o olhando preocupada
- Tudo bem? Me deixa ver – falei em tom de preocupação
Ele deu uma risadinha
- Era só pra você parar de brigar comigo – e abriu um sorriso largo.
- Não brinca assim comigo! Baka! – falei dando mais uns tapas nele e me sentando de costas, com os braços cruzados
- Ei.. desculpa, achei que ia ser divertido. – ele disse se sentando atrás de mim passando suas pernas uma de cada lado do meu corpo e me abraçando.
- Divertido me fazer pensar que eu ia morrer? – falei brava
- Agora você dá mais valor a sua vida, ué hm – ele respondeu simples
Virei para olhá-lo brava mas assim que me virei, ele tomou meus lábios num beijo simples porém apaixonado.
- Entendi porque você me beija quando eu estou bravo. – ele disse sussurrando ao desencostar apenas um centímetro sua boca da minha. – Eu amo você.
- Eu amo você – respondi sorrindo brevemente antes de nos beijarmos de novo.
Ficamos abraçados observando toda a paisagem do caminho por onde sobrevoávamos.
- Estamos quase lá - ele disse quebrando o silencio dando um beijo em meu pescoço
- Tomara que a encontremos.. – falei olhando preocupada para o horizonte
Ele apertou um pouco mais seus braços ao meu redor e eu adormeci encostada em seu peito.
- Chegamos! – ele sussurrou depois de algum tempo me acordando gentilmente – vamos descer..
Ele me pegou no colo e saltou comigo quando não estávamos mais tão longe do chão. Com gentileza, me colocou no chão.
Passamos quase 24horas indo de vilarejo em vilarejo, estalagem por estalagem procurando sem fazer muitas perguntas a ninguém.
Quando estávamos quase desistindo, Deidara avistou do alto uma casinha escondida numa pequena mata próximo de onde estávamos.
- Não custa olhar, certo? – pedi mesmo sabendo que ele estava tão cansado quanto eu.
- Tudo bem, mas depois precisamos descansar ok? – ele disse um pouco mais sério
- Hai! – assenti
Nos aproximamos com calma e de longe pudemos ver, para minha alegria, Konan. Ela estava sentada do lado de fora da pequena casa, e parecia tomar chá.
- Dei, é ela não é? Cabelos azuis e tal.. o que eu faço agora?? – perguntei dando leves puxõezinhos em sua capa.
- Vamos lá, ela é legal! – ele disse me reconfortando me puxando pela mão
Konan ao nos ver se assustou.
- Deidara? – Ela perguntou confusa
- Konan! Lembra da Hiko? – ele disse apontando pra mim que fiz em seguida uma reverência
- Claro, mas o que vocês estão fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa? – ela falava preocupada
- Na verdade, essa cabeça dura me fez trazê-la até aqui para te encontrar.. ela tem coisas pra conversar com você. – Deidara disse meio debochado
- Algum problema com o Pain? – ela se dirigiu a mim.
- Na verdade, sim Konan.. – comecei com um pouco de tristeza na voz – ele está muito triste e sente muito sua falta. Vim até aqui te pedir para voltar..
- Caramba, não dava pra ser mais direta! - Deidara disse rindo pra mim
- Ele te pediu isso? – ela disse com tristeza no olhar
- Não, e acho que se ele souber ele vai arrancar a minha cabeça – falei sorrindo um pouco e coçando a cabeça.
- É c-complicado, Hiko. – ela disse olhando para baixo.
- Por que? Ele gosta muito de você – eu disse tentando convencê-la
- Eu também gosto muito dele, mas... ele vivia dizendo que não ficaríamos juntos por muito tempo, que ele tinha coisas para fazer que estavam acima do nosso relacionamento.. coisas assim. – ela olhava para as mãos com olhar triste.
- Mas você tentou conversar com ele? – perguntei tocando em seu ombro
- Na verdade não, eu queria que ele por si só notasse que isso me magoava. Mas esse tempo todo se passou e eu sequer tive notícias dele – ela falava com tom frustrado.
- Ele me disse mesmo que sentia sua falta.. – Deidara nos interrompeu. – Vivia falando que não tinha certeza do porque você tinha ido embora, mas que temia ser por algo que ele fez. Acho que você devia falar pra ele como se sente, ele não tem obrigação de adivinhar.
- DEIDARA! – falei brava com ele dando um cascudo em sua cabeça – Não fala desse jeito, baka!
Konan nos ignorou, olhando para cima, e pude ver a luz do sol nascendo refletir em seus olhos marejados.
- Ele sente mesmo minha falta? – ela sussurrou quase que pra si mesma ainda olhando para o céu, deixando uma lágrima rolar pelo seu rosto, levando sua mão até a altura do peito, apertando com força o tecido preto da blusa que usava.
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