História Arte são seus olhos azuis. - Mais um vez.

A resposta para aquela pergunta era “Sim! Mais do que qualquer coisa”, mas seria justo comigo que as coisas fossem tão fáceis assim pra ele?

- O que eu sinto não muda nada, Deidara.. – respondi triste – Eu te amar ou não, não muda tudo o que aconteceu.

- M-mas... se você ainda me amar, significa que ainda tem uma chance.. uma chance da gente ficar junto outra vez. – ele dizia abaixando a cabeça no final.

- Você ainda me ama? – perguntei

- Amo mais do que qualquer coisa no mundo. – ele dizia sorrindo triste e dando mais um passo em minha direção.

- Então eu preciso que você me diga o por quê de estarmos nessa situação agora – falei erguendo minha cabeça, buscando ar e forças pra não desabar de chorar.

- É minha culpa, eu sei que é.. e eu não sei.. n-não sei o que fazer pra consertar o que eu fiz – ele dizia triste mas olhando em meus olhos

- Não da pra consertar, Deidara.. e se responde sua pergunta, eu te amo e te amo muito e senti tanto a sua falta que pensei que fosse morrer.. mas isso não muda o fato de que eu não posso mais confiar em você. – falei dando alguns passos, passando por ele, para ir embora

Senti sua mão tocar a minha e segurá-la com força

- Por favor.. não vai embora assim.. – ele dizia com a voz chorosa.

Ele me puxou me virando de frente pra ele e ajoelhou abraçando minhas pernas e colocando sua cabeça encostada em meu abdômen.

Eu sentia minha camiseta molhar com suas lágrimas, enquanto seus braços me abraçavam apertado.

- P-Por favor..  – ele sussurrou

Minhas mão continuavam paradas ao lado do meu corpo. Lágrimas insistentes saíam dos meus olhos.

- Por que você torna tudo mais difícil? Por que você só não me deixa? – perguntei

- G-Gomen... – ele disse apertando mais o abraço.

Ficamos daquele jeito por um bom tempo, e em minha cabeça passava tudo que tínhamos feito juntos, as coisas loucas e as coisas normais.. mas eu tinha imagens de seu sorriso e podia ouvir sua risada ecoar na minha cabeça. Eu amava cada pedacinho dele, cada detalhe.

- V-você não precisa confiar em mim agora.. e-eu vou c-conquistar isso de novo aos poucos.. mas não vai embora outra vez, não desiste de mim...

Respirei fundo 1.. 2.. 3 vezes. Vasculhei meu coração em busca de uma resposta e a única coisa que eu podia ouvir, era tudo em mim gritando por ele.

Levei minhas mãos até seus cabelos, afagando calmamente e então ele levantou o rosto para olhar pra mim.

Meus olhos estavam mais do que marejados, meu olhar se perdia num ponto qualquer daquele lugar.

- Mais uma vez... só mais uma vez – sussurrei ao vento, deixando meu corpo se ajoelhar de frente pra ele.

Estávamos com os rostos tão próximos que eu podia sentir sua respiração em minha pele. Suas mãos foram até meus cabelos, colocando uma mexa atrás de minha orelha enquanto a outra acariciou meu rosto.

Levei minhas mãos até seu rosto, acariciando sua pele com calma.

Ele então se aproximou mais colando nossos lábios em um selo simples e demorado. Depois de algum tempo, aprofundamos aquele beijo que já mostrava toda a saudade que havíamos sentido um do outro. Escorriam lágrimas dos nossos olhos, se misturando ao nosso beijo.

Ao findarmos aquele beijo, trocamos mais alguns selinhos calmos e permanecemos com as nossas testas coladas. Ele sentou-se no chão me trazendo para seu colo, me aninhando em seu peito e permanecemos abraçados sem dizer nada.

Algum tempo depois, nos olhávamos sem parar e seu rosto era sério. Toquei sua bochecha com a minha mão, e com isso, ele fechou os olhos e deu um sorriso tão lindo, que acredito nunca ter visto antes. Sorri ao vê-lo daquela forma.

Ele me abraçou apertado contra seu peito novamente.

- V-você vai voltar comigo? – ele perguntou baixinho

- A-acho que ainda não.. – falei vendo sentindo suas mãos tremularem ao redor de meu corpo

- ah... – ele disse parecendo triste

- Mas você pode vim me ver quando quiser.. – falei levando minhas mãos para seu rosto e com meus indicadores um em cada lado de sua boca, ergui seus lábios fazendo um sorriso.

- Assim já está ótimo, eu virei todos os dias.. – ele disse me apertando de novo contra seu corpo.

- Eu vou esperar.. – disse quase em um sussurro antes de nos beijarmos outra vez.

Agora o beijo era calmo, detalhista, sem pressa.

- Eu te amo – ele disse parando o beijo, sussurrando próximo aos meus lábios ainda.

Recomeçamos o beijo com um sorriso em nossos lábios.

Eu não sei se poderia lidar com tudo aquilo, mas pensar em não vê-lo mais, fazia meu coração se despedaçar.

Naquele dia, ainda conversamos sobre um monte de coisas sobre nossa infância, sobre jogos, sobre quaisquer coisas. Sentia falta disso, nossas conversas sempre tomavam rumos estranhos e ficávamos mirabolando coisas impossível, parecendo dois malucos.

_Que saudade.. – pensava toda vez que olhava em seu rosto, que sorria contando algo muito maluco.

- Bom, agora já está ficando tarde.. acho melhor você ir.. – eu falei me levantando

- Ah..  mas eu não quero ir, hm.. – ele falava fazendo um bico

- Vai! Ainda preciso ajudar minha Oba-san com algumas coisas..  – falei o virando de costas e o empurrando em tom de brincadeira.

- Tá tá tá.. hm, eu vou! – ele disse tirando argila de seu bolso e fazendo uma corujinha

- Ah, que fofo! – falei com os olhos brilhando

- Não é “fofo” – ele fez as aspas com as mãos – é artístico – ele olhava prepotente.

Beijei seus lábios com ternura

- A gente se vê.. – falei me afastando à passos lentos.

- Hai! – ele assentiu sorrindo e subindo em seu pássaro que agora já era imenso.

Cheguei na casa, minha Oba-san me olhou sorrindo da cozinha e eu apenas retribui, e ela entendeu.

Entrei em meu quarto indo para o banho.

Eu não sabia o que pensar, não sabia se estava triste ou feliz, aliviada ou mais aflita. Então senti minha mente se esvaziar.

Levei minhas mãos até meus lábios me recordando dos beijos que trocamos hoje.

_Eu senti tanto a sua falta.. – pensei sorrindo.

 ~*~

No dia seguinte, acordei ouvindo algumas vozes vindas da sala, estranhei pois minha Oba-san não é de receber visitas.

Me vesti e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, indo em direção a sala.

Assustei ao ver quem estava ali sentado no sofá conversando com a minha Oba-san, mas ele mais que depressa abriu um sorriso ao me ver e veio me minha direção me levantando do chão e me abraçando.

Eu ri com sua atitude.

- Nossa, você é rápido! – falei dando um beijo em seus lábios.

- Eu não aguentei esperar até de tarde – ele fez uma carinha triste com um bico em seus lábios.

- Tudo bem – sorri gentil

- Que menino bonito, querida – minha Oba-san falava piscando um olho pra mim

- Oba-san! – eu ri – Não fala assim que ele fica insuportável

- Ah claro que não! – ele falava

- Fica sim, depois ninguém consegue desinflar esse ego gigante. – falei revirando os olhos.

Os dois riram e fomos então tomar café da manhã.

Deidara passou o dia comigo, ajudou minha Oba-san em seus afazeres e ela se aproveitou dele, o fazendo consertar algumas coisas na casa. Eu apenas olhava e ria dele todo desajeitado.

No fim da tarde, ficamos deitados embaixo de uma árvores, com nossos dedos entrelaçados.

- Dei.. – chamei baixo – acho que a gente devia conversar sobre tudo que aconteceu, não é ?

- A-Acho que sim.. – ele respondeu baixo e eu pude sentir sua mão apertar um pouco a minha

- O que aconteceu.. entre você e a Konan? Quero saber de tudo. – perguntei olhando pra cima, sem me virar pra ele.

- B-bom.. quando fomos lá buscar ela, ela confessou seus sentimentos por mim.. – ele parecia incomodado em falar sobre isso mas continuou – Na volta eu não consegui evitar de me sentir estranho e quando chegamos na casa, ela disse que queria conversar comigo a sós, que tínhamos que resolver isso.. daí a gente foi caminhando até o lago, e ela disse que já fazia tempo que ela gostava de mim e que tinha ido embora porque não podia nos ver juntos. Eu já tinha tido sentimento por ela a um tempo atrás e ouvir aquilo me deixou muito confuso... daí ela.. – ele parou

- Continua, Deidara.. – falei séria sem olhá-lo ainda.

- e-eu.. não quero.. – ele disse se sentando

- Por que? – perguntei me sentando ao seu lado.

- P-porque eu não quero que a gente brigue outra vez... – ele disse abaixando a cabeça

- Eu quero saber o que aconteceu.. me conta vai.. – falei passando meus dedos pelos seus fios loiros

- Certeza? – ele perguntou e eu assenti com a cabeça e então ele continuou – Bom, ela disse que ia me ajudar a não ficar mais confuso e me beijou, eu não a parei.. eu podia mas não fiz, ela então sabe.. tocou em mim e eu acabei me deixando levar. M-Mas eu juro que eu parei com aquilo antes de .. terminarmos, sabe? – ele olhava pra frente e gesticulava meio sem graça.

- Como assim? – perguntei com calma em minha voz.

- Quando começamos a transar, no meio da coisa toda eu a empurrei e pedi que parasse, que eu não estava mais confuso.. Ela pareceu ficar triste, então só pegou suas roupas e voltou pra a casa.

- Você não estava mais confuso? – perguntei tentando entender

- É.. enquanto ela me t-tocava, eu não conseguia pensar em nada.. só em você. Eu não queria que fosse outra pessoa além de você ali. – ele falava de cabeça baixa – isso parece besteira quando eu falo em voz alta. Eu devia ter feito isso antes dela me beijar. Você está com raiva agora? – ele perguntou segurando minha mão, fazendo carinho nela com seu polegar.

- E depois disso, o que aconteceu? – perguntei

- Bom, eu voltei pra casa e fui até o quarto, onde deitei e abracei você. Na manhã seguinte, quando eu fui pra cozinha, ela veio falar comigo outra vez. Disse que não ia facilitar pra você ficar comigo, mas aí antes que eu pudesse dizer algo você chegou na cozinha e então a gente brigou... – ele disse abaixando a cabeça de novo.

- E depois que eu fui embora, o que aconteceu?

- Eu fiquei mais algum tempo lá fora, depois que você foi embora. A Konan foi até mim, e disse algo sobre ela não me deixar sozinho, mas eu só a ignorei, me levantei e entrei. Ela veio no quarto depois e começou a insistir que eu não estava sozinho, que ela não sairia do meu lado.. ai eu perdi a paciência, dei uns gritos com ela e coloquei ela pra fora.  – ele contava olhando pra frente com olhar perdido.

- E ela foi embora de lá? – eu perguntei

- Eu não sei bem o que aconteceu, eu só saía pra comer e voltava pro quarto. Eu não fiz uma missão depois que você foi embora.. – ele sorria triste – Mas ela foi embora no fim das contas. Acho que Pain botou ela pra correr de lá.

- E como ele está? – perguntei olhando pro chão.

- Ele está bem, tem uma moça, acho que o nome dela é Sakura. Eles parecem estar se dando bem.  – ele disse sorrindo

- Isso é muito bom! – sorri ao me lembrar de Pain, mas meu coração sentia um pouco de remorso pelo que eu havia feito com ele. Eu praticamente o usei e fui embora sem sequer me despedir.

- H-hiko.. – ele falou com a voz baixa – e v-você e o Pain?  E-eu sei que eu não tenho mais direito de ficar bravo com você m-mas.. sei lá.. – ele disse baixando mais ainda o tom da voz no final.

- Eu fiz por raiva, foi errado com ele e com você. Acho que preciso me desculpar também – falei o olhando. – Você me desculpa também?

Ele me puxou pra um abraço apertado.

- É muito ruim saber que outra pessoa tocou você assim.. – ele disse com o rosto na volta do meu pescoço – Me desculpa você, acho que tudo que eu fiz te levou a fazer isso..

- Bom, chega disso então.. vem ca! – falei o beijando e fazendo algumas cócegas para mudar aquele clima.

~*~

Mais um mês tinha se passado e todos os dias, Deidara aparecia nem que fosse para me dar um beijo.

Durante esse tempo, nós não tínhamos feito nada além de beijos e abraços.

Eu sabia que ele queria, quando trocávamos beijos mais quentes eu podia sentir sua excitação em mim. Mas, eu não me sentia pronta pra isso ainda.

Os dias continuavam passando e as vezes ele me trazia flores. Eu gostava daquilo, gostava do seu carinho, gostava da atenção que ele dava até pros detalhes mais inúteis do meu dia.

~*~

5 meses desde que havíamos voltado a nos ver, e ele ainda agia do mesmo jeito gentil e carinhoso.

Eu ainda não havia voltado a morar com ele, mas estava pensando seriamente nisso.

Ele tinha voltado a fazer algumas missões, mas sempre me contava que esquecia alguns detalhes e que Pain ficava louco com ele.

Já estava chegando perto da hora do almoço e logo ele chegaria. Combinamos de comer juntos hoje.

* TOC TOC*

- Dei! – abri a porta o recebendo com um sorriso e ele sorriu de volta me abraçando e me levantando

Trocamos um beijo rápido e fomos até a cozinha.

- Nossa, eu to quase da cor do Kisame de fome. – ele falava com a mão sobre o abdômen.

- Pff.. Kisame.. Sinto falta as vezes daquele mal educado. – falei revirando os olhos

- Ele disse que sente falta de te amolar pra te ver brava. – ele ria – Pain disse que sente falta de você lá pra me por na linha e o Sasori mandou dizer que está acabando com o esmalte que você deixou lá. Ele começou a pintar as unhas das marionetes também. Ele é meio louco. – ele falava imitando o olhar sombrio de Sasori.

- Talvez eu devesse passar um tempo la  – falei sorrindo o olhando de lado

- É sério?? – ele falou alto me abraçando

- Hai! – sorri retribuindo o abraço

- Oba-san! Prometo trazê-la aqui pelo menos uma vez por semana! – ele falava juntando as mãos como se jurasse.

Oba-san assentiu e riu da cara de bobo que ele fazia.

Eu já tinha deixado algumas coisas arrumadas, então só peguei e saí com Deidara. Fomos em direção a casa em seu pássaro de argila.

Quando chegamos, Deidara explodiu algo, que me fez ter um pequeno ataque cardíaco, afinal eu não esperava por aqui

- Pra que esse escândalo Deidara? – falava Kisame saindo da casa, puto da cara com Deidara – H-Hiko! HIKO! VOCÊ VOLTOU! – ele gritava

- Quem vê pensa você se importa! Baka! – falei rindo e torcendo o nariz pra ele enquanto descíamos da ave de Deidara.

Kisame veio em minha direção e fez como quem ia me abraçar mas hesitou

- Não seja assim, a gente se odiava. – eu falei o olhando desconfiada

- E-eu só pegava no seu pé – ele disse coçando a cabeça

- pff.. vem ca!  - falei e o abracei

- HIKO-CHAAAAAAAN – vinha gritando Sasori – Você voltou, sua louca! – ele ria bagunçando meus cabelos.

Pain apareceu na porta com uma moça de cabelos cor de rosa ao seu lado, e abriu um sorriso largo ao me ver.

- Pain! – falei o abraçando

- Hiko, que bom te ver! Essa é a Sakura. – ele disse apontando para a moça tímida ao seu lado.

- Sakura, prazer! – falei me reverenciando.

- Como você está? – ele perguntou

- Estou bem – respondi olhando em seus olhos – e você?

- Eu estou bem – ele disse olhando de canto para Sakura e olhando novamente para mim.

Aquela nossa troca de olhares por si só, fez meu coração aquecer e sibilei para ele quando ninguém olhava.

_Arigatou – seguido de um sorriso.

- Bom tê-la conosco outra vez, alguém tem que por esse cara na linha. Missões acumuladas estão caindo da minha mesa! – ele disse rindo em seguida.

- Deixa comigo! – falei batendo continência de brincadeira.

- Tá tá, chega.. eu esperei muito ela voltar pra cá, agora vocês saiam que ela é minha. – Deidara dizia com as mãos em meus braços me levando pra dentro

- Deidara! – falei rindo ao senti-lo me pegar no colo, me levando para o quarto. – Não faz isso! Eu sou pesada! – eu ria dando tapinhas em seu peito.

Ele abriu a porta com o pé e com a ajuda do mesmo, fechou em seguida.

Ele me levou até a cama e me colocou sobre ela, indo até a porta e trancando-a.

Eu me sentei na cama e fiquei o observando.

Ele se virou pra mim novamente, e retirou a regata branca que usava, jogando-a em um canto qualquer do quarto e vindo em minha direção em passos rápidos.

Ele subiu sobre mim, tomando meus lábios num beijo quente e em seguida sussurrou em meu ouvido:

- Eu tô louco pra fazer amor com você.