1. Spirit Fanfics >
  2. Artificial Love >
  3. Capítulo Único

História Artificial Love - Capítulo Único


Escrita por: silly_snufkin

Notas do Autor


seguinte, galerinha, 1004 passou, mas hoje é um dia tão importante quanto: É 09/11, MEU ANIVERSÁRIO!
Como presente eu ganhei essa fanfic maravilhosa da @Bacia_de_Miojo que disse que eu estava autorizadissima a postar na minha conta (já que ela provavelmente não postaria na conta dela e eu não aguentaria deixar os jeongcheol shippers sem essa maravilhosidade).
Vão lá checar as fics dela porque puta que pariu ela escreve bem pra caralho <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


Afio o estilete com cuidado, testando o fio em um pedaço de linha esquecido sobre a mesa. Volto os olhos para os moldes, a cartolina dobrada com cuido para não perder a forma sobre as peças caras de couro tingido artesanalmente, aquele tom de carmim foi difícil de alcançar, eu só tinha 70 centímetros dele, não podia errar. Era um presente, e eu só ganharia desprezo se não fizesse isso nos dois dias que me restavam. 

Eu tinha 48 horas para lhe fazer o melhor sapato que ele colocaria em seus pés, 48 horas para reservar o melhor lugar no melhor restaurante no melhor bairro, 48 horas para fazer com que seu grande dia fosse o melhor dia de sua vida. Ele disse que eu deveria ser a primeira coisa que visse ao abrir os olhos, a primeira coisa a pôr as mãos, eu deveria vir antes do chão, “com um sapato tão lindo que teria pena de usá-lo”, Jeonghan merecia muito mais do que eu podia lhe dar em muitas vidas. Tinha que voltar ao meu trabalho.

Desdobro o couro vermelho, alinhando os moldes de cartolina sobre ele, sem deixar uma sobra desnecessária, passando o estilete com cuidado por cada traço que passei a madrugada fazendo, dando voltas nas linhas, cada curva, o mínimo de desperdício me rendeu tiras finas que poderiam ser aproveitadas. Com o couro cortado, atravesso a pequena sala e busco pelo molde com o número que o sapato teria, julgando a elasticidade do couro e a forma com que lacearia em seus pés, meia polegada a menos seria o suficiente; apertado e justo nos pés pálidos e magros. Encaixando o corte em couro no molde seguindo até a máquina, passando a primeira costura para iniciar meu trabalho, marcando as laterais e os vincos, costurando com calma cada volta, levando o projeto de sapato até a prensa, onde ganharia a forma daquilo que queria, para o meu alivio o couro não rachou e nem deformou, o brilho fosco ainda estava lá; um segundo aperto deixou as bordas lisas e perfeitas. Ali mesmo, encostado no balcão onde a máquina estava procuro pelo alicate certo, puxando a borda e testando com pequenos golpes de martelo a resistência, havia ficado mais leve do o imaginado. Com a ajuda de um cinzel fino, descasco as sobras da sola, deixando-a lisa para a camada de cola que estava por vir. Tiro todo o excesso de farpas e dentro de umas das gavetas pego uma caixa com pequenos e finos pregos, puxo a baixa cadeira de rodinhas e me sento, estralando os dedos antes de bater prego por prego pela borda, prendendo o couro da sobra por baixo; eu bati o martelo no polegar algumas vezes. Com a ponta do dedo vermelha – ou seria roxo? – e a unha quebrada, volto a mesa do centro, e agora com tudo preso todas as rebarbas poderia ser descartadas. Puxando o couro devagar, caminho até a cadeira, me sentando assim que reencontro o cinzel, marcando as bordas para receber a costura a mão, lixando a sola e furando com força para a agulha passar sem grandes danos ao couro. Em um deslize de sono, a agulha sem ponta cutucou a unha quebrada, a linha da costura havia ficado da mesma cor do couro, xingando faço o nó apertado. Olho o relógio sobre a porta, já passava das três da manhã e logo ele apareceria aqui querendo saber do porque de ter saído cama. 

A resposta era clara: eu era um empregado que tinha o hobby de fazer sapatos a mão, eu morava nos fundos da mansão dele, ele, Yoon Jeonghan, modelo internacional, rico e tão lindo quando um anjo enviado para me atormentar com aquele sorriso e o jeito que mexia no cabelo, meu Deus o cabelo dele tinha um fã-clube, ele era perfeito e eu era o segurança que dormia com ele quando se sentia carente. Hoje havia sido um dia desses, a empresa exigiu demais de qualquer modelo, padrões julgados e “colegas de trabalho” dizendo que ele precisava parar de comer. Eu o levei para comer o hambúrguer mais gorduroso de Seul, ele me arrastou para seu quarto e eu apenas fiz o que ele me pediu; fiz com que se sentisse bonito de novo, enquanto estava na cama com ele fiz questão de elogiar cada osso, músculo e pele, cada articulação havia sido beijada enquanto meus dedos percorriam suas costas e lhe davam prazer. Ele gostava de ser elogiado, a pele pálida de suas bochechas ficava incrivelmente vermelhas com todas as simples palavra de afeto que lhe dava; mas voltando aos sapatos eu já havia terminado a costura, cortando as linhas e a última sobra de couro exposta. Eles estavam quase prontos. Martelo uma última vez e passo a cola, dando o tempo de contado enquanto riscava as solas finais, encaixando-as com cuidado, levando os sapatos a prensa uma última vez, lustrando-os enquanto tudo secava. A costura final veio antes das solas de borracha, modelando o desenho enquanto eu pensava com que cor pintaria as solas, ainda faltava o salto, mas por sorte eles já haviam sido feitos, salvos e guardados no armário das sobras apenas esperando um belo par para se encaixar. Depois de finalizar as solas, caminho até o armário, pegando a tinta preta no caminho e um par de pregos para finalmente terminar meu trabalho. O solto foi encapado com as sobras do couro, a borracha das pontas perfeitamente coladas, alinhadas. Me afasto para avaliar meu trabalho. 

De longe o mais bonito, simples e sofisticado, combinaria com qualquer roupa que ele escolhesse usar ou não. Afasto a imagem dos soltos agulha carmim sendo uma extensão de suas pernas longas e nuas ao redor de minha cintura, do cabelo espalhado nos lençóis negros de seda, do gosto do couro na minha língua. Eles pareciam uma exposição delicada em meio a bagunça das máquinas e dos rolos de linha ao fundo, eu busquei pela caixa mais bonita, pelo papel de seda mais fino e a fita menos amassada jogada em algum canto. A ideia da caixa grande era fazê-lo pensa que seu presente não seria um sapato, o laço que aprendi a fazer em algum tutorial no YouTube deu o charme que qualquer loja da Louis Vuitton poderia dar; carrego a caixa branca com o laço lilás e rosa para fora, atravessando o jardim frio com as luzes do nascer do sol brilhando por trás dos arbustos altos, o orvalho deixava a grama gélida. Deixo a caixa sobre minha cama, voltando até a mansão a passos rápidos e subo as escadas até seu quarto escuro, Jeonghan gemeu contra os travesseiros quando ouvi a porta se abrir, ele olhou em minha direção, a voz grogue de sono:

- Volta pra cama. – fecho a porta atrás de mim, ouvindo-o bocejar enquanto se arrumava na cama para me dar espaço, ele puxou os cobertores sobre meus ombros quando me deitei ao seu lado, os braços quentes se enrolaram em meu peito, o peso da cabeça em meu ombro, sua perna se enrolou na minha como sinal de dominação, eu não sairia dali até a hora que Jeonghan resolvesse sair da cama; diferente das mãos seus pés eram cubos de gelo em minhas pernas – Onde você estava? 

-Acordei no meio da noite e não consegui voltar a dormir, – menti – aproveitei e terminei alguns desenhos. 

-Você esta com cheiro de cola, – a voz dele estava cada vez mais baixa, voltando ao sono confortável com o calor e o conforto de sua cama – estava no ateliê? 

-Sim. 

-Como ele é? – sorriu. Eu sabia que ele estava perguntando sobre o sapato, do tamanho do salto e a cor do couro, se era envernizado ou fosco, fechado ou aberto. 

-É uma surpresa. – ele gemeu manhoso, mesmo no escuro podia ver o bico mimado se formando em seus lábios. O abraço ficou apertado e Jeonghan suspirou, ficando em silêncio enquanto passava os dedos por suas costas, sentindo os ossos delicados de sua coluna, a escapula lisa sob a pele de pêssego, arrepiando com a ponta dos dedos. Eu podia ficar ali para sempre. 

 

-Choi! – Jeonghan me seguia pelas ruas vazias de Seul, a reserva do restaurante não havia dado certo, só havia um lugar onde eu poderia mostrar a ele que me importava com as poucas horas até seu aniversário, cada segundo era importante – Não precisa de tudo isso, vamos voltar para casa, tem comida lá. 

-Não seria a mesma coisa. – com a mão em seu pulso eu o levava de volta ao carro, frustrado por nada ter dado certo desde o amanhecer. A agenda dele mudou, sessão de fotos desde as dez da manhã, eu mal o vi durante o dia e todo esse estresse que acumulava em meus ombros indiretamente refletia na firmeza que o segurava e puxava pelas calçadas. 

-Pense na quantidade de paparazzi que evitamos indo para casa. – ele riu, apertando o passo e conseguindo se soltar, me abraçando e pousando a cabeça em meu ombro – Isso por si só já foi um bom presente. Choi, – olho para ele, havia um sorriso em seus olhos. Eu estava me responsabilizando para dar a ele a noite que merecia. Meu peito quase explodiu quando me senti preso no seu olhar. – por que tanto esforço? 

-É o seu dia. E só se faz vinte e dois uma vez. 

-Você quer que seja um dia especial? – paro, fazendo-o trombar em meu peito quando me virei, segurando seu rosto entre as mãos e o olhando fundo nos olhos, Jeonghan piscou rápido, as bochechas amaçadas entre minhas mãos – Choi? 

-Quantas vezes eu vou ter que dizer que faço qualquer coisa pra te ver feliz? – ele corou, e depois de nos separarmos voltamos à caminhada até o carro. A corrida até a mansão foi silenciosa e demorada. 

Desde que comecei a trabalhar para ele já havia se passado cinco anos, dos quais um foi resumido nas tentativas de me levar para sua cama, dois para me roubar um beijo e mais dois para me declarar seu. Eu não neguei nenhuma das investidas dele, mas meu trabalho andava de mãos dadas com a admiração, que era colocada em seu lugar em eventos de moda dos quais ele participava e agia como a agência mandava; sorrindo e pousando para fotos, bebendo e tropeçando em seus pés. Mas agora ali, me beijando enquanto me puxava escada a cima até seu quarto, nenhuma dessas coisas me importava. Era apenas Jeonghan e seus lábios nos meus, Jeonghan e as mãos em minha nuca, o jeito macio que meu nome escapava por seus lábios, Jeonghan e o cheiro doce de seu cabelo, os pés pisando nos meus quando, apressado, abriu a porta de seu quarto. 

Em um impulso eu o ergo no colo, nunca soltando seus lábios, Jeonghan se esfregava em mim, bagunçando meu cabelo enquanto o levava para a cama, ele suspirou pesado, mordendo os lábios quando desci a língua por seu pescoço, chupando a pele e sentindo seu sabor, os joelhos se apertando quando encaixei meu quadril ao dele, rebolando de encontro, fazendo seus olhos se fecharam lentamente, provocando arrepios que senti na palma das mãos, enquanto ele tentava tirar minha jaqueta, desço as mãos por suas pernas, parando na curva dos joelhos e voltando até o botão dos jeans, que se soltavam desajeitados enquanto ele puxa o tecido pelos meus ombros, o suéter que ele usava estava desarrumado, erguido pouco acima da cintura deixando o ventre liso ao meu dispor.

-Choi... – gemeu, enfiando as mãos em meu cabelo, puxando-o de leve apenas para me fazer voltar ao foco de seus olhos. De “prestes a me enfiar entre suas pernas”, volto a ficar sobre ele, repetindo o movimento pélvico, sentindo-o duro sob o tecido, Jeonghan mordiscava minha boca, lambendo a linha do maxilar enquanto enfiava as mãos em minhas calças, cravando as unhas na carne. Gemi seu nome contra sua orelha, passando a língua pela cartilagem, sentindo-o tremer em meus braços, suas mãos subiram por minhas costas, marcando, desço as mãos por sua cintura mais uma vez, enfiando os dedos em suas calças e as puxando pelas pernas, meu joelho bate no chão e então me lembro do embrulho que havia deixado debaixo da cama. 

-Jeonghan.

-O quê? 

-Você quer usá-los? – seus olhos brilharam, assentindo enquanto me afastava para me ajoelhar por completo no chão entre suas pernas. Jeonghan se sentou ereto na cama, as pernas nuas juntas no peito enquanto ele me olhava puxar a caixa, entregando-a a ele. Jeonghan pegou a caixa como uma criança na manhã de natal, ansioso enquanto sorria ao desfazer o laço, a tampa de papel voou sobre seus ombros, os papeis de seda foram rasgado com pressa e então seus olhos se arregalaram, o queixo fino caído. Ele pegou o par de sapatos vermelhos nas mãos, alisando o couro com cuidado, parecia que tinha medo de rasga-lo, Jeonghan passou a ponta dos dedos pela costura, franzindo as sobrancelhas quando seus olhos saíram dos sapatos para o curativo em minha unha, voltando com um sorriso fraco nos lábios e as bochechas coradas. – Você gostou? – perguntei. Ele apenas assentiu e me abraçou com força, eu sentia os saltos em minhas costas, a respiração dele em minha orelha me arrepiou. 

-Eu adorei. – Jeonghan se afastou, tirando o cabelo dos olhos e me entregando os sapatos – Coloque pra mim. 

Meu coração bateu rápido, a garganta fechou e minha boca ficou seca, eu sentia seus pés em meus joelhos, dedos frios apertando o tecido da minha calça; sem piscar pego os sapatos de suas mãos e me acomodo aos seus pés. Jeonghan mordia os lábios ansioso, se arrumando na cama quando deixei os sapatos de lado e passo as mãos por suas pernas, apertando as panturrilhas firmes e ouvindo-o suspirar. Ergo uma de suas pernas até a altura de meu peito, a sola fria de seu pé deslizou facilmente pelo sapato, minha boca salivou ao ver diante de meus olhos o contraste de cores, o som seco do couro contra a pele clara. O salto apoiado em minhas pernas teve o efeito desejado em suas panturrilhas, marcando o desenho do músculo com delicadeza, procuro seus olhos, a boca seca, implorando a ele por permissão. Jeonghan ergueu a perna, encostando a sola em meu peito, fazendo pressão com os saltos, eu senti meu ventre se retorcer quando ele encostou o pé na base de meu queixo. 

-Lambe. – seguro seu calcanhar com delicadeza, a saliva não demorou a escorrer pelo couro quando beijei o peito do pé, as canelas magras e a panturrilha, subindo e descendo com desejo, o gosto do perfume misturado com o suor e carne. Jeonghan tremia na cama, respirando pesado, eu não era o único que aproveitava esses momentos onde o som oco do sapato deixava seu pé, arrasto a língua pela sola, a risada com a cócega morreu aos poucos quando não o deixo recolher a perna, beijando a sola, gemendo contra a pele. Eu devia ser um doente por me excitar pelo simples fato de lamber seus pés, de ouvi-lo gemer baixo com o som úmido da minha língua entre seus dedos, arranhar os dentes pelas laterais, mordidas leves pelo desejo de vê-lo se contorcendo na cama, de ouvi-lo gemendo por mais. Subo a boca até o joelho, descendo por trás, lambendo e beijando, chupando. Jeonghan coloca as mãos em meu cabelo, um carinho tímido e silencioso para que continuasse, eu estava chupando a curva do joelho quando, pelo canto dos olhos vi o volume discreto sob a barra do suéter. 

- Jeonghan... – a saliva escorria pelos cantos da boca, babando suas coxas quando me ergui para beijá-lo, levo a mão livre até sua virilha, tocando-o no mesmo ritmo que o beijava, os gemidos suaves escapavam sôfregos, desço os lábios por seu pescoço, enroscando suas pernas em mim, subindo a lã do suéter entre os dedos, beijando suas costelas e indo até os mamilos, o gosto do couro em minha língua ainda era forte, desço até o umbigo, abaixando o tecido que ainda o cobria, a ponta rosada brilhando. Engulo seco antes de coloca-lo na boca, beijando-o devagar até a base e voltando, dando a volta antes de sentir seu peso em minha língua, forçando-o até o fundo da garganta, Jeonghan passava os calcanhares em minhas costas, apertando enquanto se deixava cair na cama, gemendo alto enquanto o chupava. 

Passo as mãos por suas pernas, prendendo as mãos nas canelas e o puxando para mais perto da beirada, segurando suas coxas e deixando as pernas abertas, os sapatos arranhando em meus joelhos no chão, as mãos dele puxando meu cabelo enquanto minha língua o fazia dizer coisas sem sentido, segurando seus espasmos no meu abraço. O pré-gozo escorrendo junto com a saliva em meu queixo, a sombra do sabor do couro misturado, ele estava tremendo, me apertando entre suas coxas, eu não me importei de engasgar, de perder o ar e tossir para recuperar o ar que faltava em meus pulmões. Jeonghan ergueu minha cabeça, suas bochechas nunca estiveram tão vermelhas quando agora, o peito nunca esteve tão descompassado quando agora, ele nunca esteve tão lindo quando agora. A frase que guardava no fundo do peito coçou na ponta da língua, eu a engulo de volta, voltando a coloca-lo na boca, as pernas tremeram quando Jeonghan se derramou em minha garganta, gemendo alto, me segurando ali até se dar por satisfeito. Nenhuma gota foi desperdiçada, os espasmos foram contidos aos poucos enquanto distribuía beijos por suas coxas, voltando até o vente e colocando a peça de roupa no lugar, seguindo até o ventre, o peito por baixo do suéter, fazendo cócegas com minha respiração, o pescoço e então a boca; lambendo os lábios secos, a respiração de Jeonghan normalizou aos poucos, me puxando para seu colo, me acomodando entre suas pernas, suspirando satisfeito enquanto me dava beijos curtos. 

-Obrigado, – sussurrou segurando meu rosto entre as mãos – você é a única coisa com a qual me importo. Eu te amo, Choi. 

-Eu sei. 
 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...