História As coisas mudam - Nem tudo é o que parece

E assim acabou o segundo tempo. Com um resultado de 4x1, o time do Limoeiro novamente era campeão. Também, tinham ótimos jogadores.

--- "Ai Titi! Você foi demais!"

--- "Sabem como éh néh meninas, sou o cara!"

Algumas pessoas nunca vão mudar. Alguns não jogam nada, sabem como éh néh... Sempre tem um que não leva jeito, mas em compensação tem aqueles que parecem realmente terem nascido pra isso.

--- "Cas, você foi incrível!

--- "Nada disso, foi normal."

--- "Normal? Você é o melhor do time! Tem talento! Parabéns!"

--- "Valeu."

Mas, só porque tem talento não significa que tem uma vida perfeita. Cascão estava passando por uma fase difícil e, por mais que ele tivesse amigos, ninguém havia notado. Ninguém exceto alguém com problemas piores.

--- "Então, vamos pra casa?"

--- "Podem ir, eu vou dar um tempo no parque. Quero dar uma volta."

--- "Tudo bem, se cuida."

Andando pelo parque, sozinho naquela imensa área verde, ele jogava pedras na lagoa e as olhava quicar sob a água calma e transparente. Até que uma outra pedra se junta à dele. 

--- "Hã? Ah! Oi Dc, o que faz aqui?"

--- "Gosto daqui, e você, o que faz aqui?"

--- "Nada! Só estava adimirando..."

--- "Táh tudo bem Cascão?"

--- "Táh sim! Tô ótimo!"

--- "Conheço tristeza quando encontro com ela. O que você tem?"

--- "Não sei."

--- "Como não sabe?"

--- "Eu não sei, é só que... eu acho que tô me perdendo. Sei lá, tô perdido nessa cidade e nesse universo solitário. Estou perdido bem no fundo da minha alma."

--- "Eu sei como se sente. Já passei por isso chará. Você está perdido. Perdido nessa cidade e nesse universo solitário. Está perdido bem no fundo da sua alma."

--- "Ual! Você me entende mesmo!"

--- "Então, o que táh havendo?"

--- "Eu não consigo mais ver um caminho. Não sei o que fazer nem pra onde ir. Sinto que eu não sou mais eu. Eu não tenho mais uma razão pra estar aqui. Entende isso? Eu queria correr, sei lá, fugir. Mas não posso fugir de mim mesmo. Entende isso?"

--- "Não."

--- "Affs!"

--- "Zoas, ti entendo sim. Me senti exatamente assim quando perdi a Mônica."

--- "Mas, não foi você que terminou?"

--- "Sim, mas não queria ter feito aquilo. A Mônica não era totalmente feliz comigo, eu a amava, mas ela ainda não sabia nem mesmo quem era."

--- "Mas, ela ficou melhor com você que com o Cebola. Ela tava feliz, mais do que já foi a vida toda com o Cebola."

--- "Mas não estava completa! Eu amo a Mônica, mas não dava pra continuar. Você não tem ideia do que é se sentir insuficiente pra alguém. Dói, dói muito."

--- "O que eu faço Dc?"

--- "Você precisa se encontrar."

--- "Como?"

--- "Eu não sei, ainda estou me procurando. É um caminho que você deve achar sozinho."

--- "Dc, como sabia que eu estava chateado?"

--- "Sei reconhecer uma alma desesperada."

--- "Valeu Dc. Tenho que ir. Ah, e obrigado por ter cuidado da Mô. Ela é especial pra mim e merece alguém que cuide bem dela. Tchau, se cuide e fique bem!"

--- "Tchau Cascão. Ai Deus, como vou ficar bem se não quero mais viver?"

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--- "Aaaaarrrghhhh!!!! Chega! O-oque táh havendo?"

Cebola! Eu preciso de ajuda! Me tira daqui!"

--- "O que táh havendo? Magali! Como isso é possível?"

"Eu preciso falar com você! Socorro!"

--- "Magali, é você mesmo? Você táh falando comigo? Pela minha mente?"

"Cebola, tem que me ajudar! Eu preciso sair!"

--- "Onde você está?"

"Eu não sei, táh escuro! Dói muito!"

--- "O que houve? Onde está?"

"Ela me prendeu na minha mente! Preciso sair daqui! Precisa me ajudar!"

--- "Precisa voltar pro seu corpo Magali! Como você entrou na minha cebeça?"

"Eu não sei! Temos um tipo de ligação. Ela vai achar a saída e eu vou ficar aqui pra sempre."

--- "Vou avisar a galera!"

"Não! Fale com a Madame Creuzodete! Diz que preciso voltar!"

--- "Por que não volta pro seu corpo? Quem é ela? O que táh havendo?"

"Não posso me mover, ela quebrou minhas pernas!"

--- "Magá! Espera! Aaaarrrrggghhhhh!!! Cof cof..."

--- "Filho! Você táh bem?"

--- "Não, não estou nada bem! Eu acho que... tô mal mãe. Tô ficando louco!"

--- "Você está sangrando! O que aconteceu?"

--- "E-eu não sei, eu..."

--- "CEBOLÁCIO!"

--- "Mãe, eu posso ir... o que houve com ele?"

--- "Chama a ambulância Maria, agora!"

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--- "Eu quero morrer, eu quero morrer, eu quero morrer..."

--- "Maria, táh tudo bem filha? Faz horas que está aí dentro."

--- "Eu estou bem pai! Bem até demais..."