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História As crônicas da Condessa - A Menina Que Vendia Fósforos (Atualizada)


Escrita por: Stefany755

Capítulo 1 - A Menina Que Vendia Fósforos (Atualizada)


Fanfic / Fanfiction As crônicas da Condessa - A Menina Que Vendia Fósforos (Atualizada)

Com apenas uma camisola, meus pés me levaram a escorar em uma parede densa e espessa de musgo enrustido em pedra. Eu não sentia qualquer parte do meu corpo há muito tempo. Rosto, mãos, pernas, todos estavam vermelhos e doloridos. O vento passava fracamente, mas seu frio não me atingira, pois eu tentava me cobrir para adquirir algum tipo de calor, desesperadamente juntando meus membros em tremedeira constante, arrepiados e duros. “Vai, merda!” pensava eu sem sucesso de me esquentar. Logo me apertei cada vez mais, nas minhas últimas forças, um fiozinho de esperança que ao menos descongelasse um de meus dedos.

 

-Olá? Você está bem? -De repente, apareceu um homem alto dentre a luz dos postes, parecia preocupado quando me olhava, e eu, que estava decaindo, nem sequer pensei em perguntar seu nome. Ele veio em minha direção e me ajudou a levantar com calma -Ei, venha cá, deixa eu te ajudar a se esquentar… Como você conseguiu sobreviver a esse tempo assim?

 

Em seu abraço quente ele me enlaçou em suas mãos carinhosas e logo me transmitiu seu sorriso acolhedor…

Por esse instante imaginário o frio se dissipou um pouco, e eu me afundei em seu abraço que, por um momento que pareceu não existir, era perfeito… Infelizmente ele não era mesmo real.

 

Eu continuei sentada ali, delirando de frio por mais um tempo, desistindo de qualquer tentativa de que algo ou alguém chegasse para me salvar5.

 

Então, sem mais pensar em nada, eu voltei a cabeça para o céu.

Aparentemente estava cheio de estrelas, mas eu não posso afirmar com certeza, pois não olhava para elas. Não senti nada além de um vazio, como se fosse jogada em um poço que não tinha fundo ou som para ao menos gritar por socorro. Fiquei sem voz. Meus membros relaxaram completamente, meus olhos estavam abertos sem ao menos enxergar, e, de repente, eu senti um broto de gelo nascer no meu peito, se alastrando numa corredeira lenta e vimosa.

 

Porém, enquanto o frio tomava total conta de mim, meu rosto queimando em febre, eu vi os flocos de neve. Saltitantes e graciosos, eles emolduravam a paisagem, caindo lentamente, sem nenhum ruído, sem nenhum medo. Logo quando notei-os um caiu em meu nariz, fazendo-me espirrar. Eu não me movi para limpar o rosto, só que, ao mover minha cabeça para baixo, eu mirei aquele magnífico Carpete branco, talhado e fiado com tanto cuidado por aqueles flocos pousando suaves para não perder seu desenho mais delicado.

 

Foi quando eu percebi que, esse tempo todo enquanto tentava sobreviver ao frio, tinha esquecido de viver àquela neve, aproveitar aquilo que me restava de tempo. Minha mente naquele momento estava ali no meio, também pulando ao vento e dançando com as bailarinas brancas, quando me debati com outro floco e comecei a rir, pedindo desculpas baixinho.

 

Assim me dei conta que, fazia algum tempo que não me divertia, mesmo que sozinha. Meus olhos começaram a pesar…

Sozinha… que pena que ninguém estava por ali, queria tanto compartilhar isso com alguém… Meus amigos que se foram… Minha mãe que nunca pude conhecer… Vovó…

 

Eu senti a neve se encontrar com o meu rosto, e também pude entender que, aquele broto, que antes parecia um bloco de gelo denso e frívolo, era na verdade uma flor colorida, acolhedora, e quente.



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