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História As desvantagens de conhecer Kim Taehyung - As dolorosas verdades de um passado não conhecido.


Escrita por: httpaozinha

Capítulo 10 - As dolorosas verdades de um passado não conhecido.


 

Me dê amor como nunca antes.

Porque ultimamente eu tenho desejado mais.

           ( Ed Sheeran - Give me Love )

 

É aquele ditado: quanto mais você prova, mais você deseja provar e com Taehyung não era diferente. O castanho tinha se tornado meu novo vício, o que era estranho, sendo que a alguns meses atrás eu queria a cabeça dele servida em uma bandeja. 

Ainda estava de manhã e como já era costume, eu o observava dormir sereno. O dia estava frio e chuvoso, mas outrora ele esquentava, doido. Ele me tomava sobre seus braços de uma forma tão gentil. Seus olhinhos estavam cerrados e sua boca um pouco aberta, enquanto ele respirava forte. Sua pintinha na ponta do nariz o deixava ainda mais encantador, era incrível o efeito que ele me causava. Chegava a ser doloroso.

- É estranho quando você fica me olhando desse jeito. 

- Estranho é quando você finge dormir e eu acredito. Porque eu acredito? 

- Por que eu sou um bom ator. 

Seu nariz tocava o meu como um beijo de esquimó e ele me olhava timidamente. 

- Você é esquisito, Taehyung. 

Um raio de sol invadiu o quarto me incomodando. Estava feliz pela noite passada. Me levantei indo em direção ao banheiro, ao me despir pus um roupão, parei em frente ao espelho reparando inumeras marcas roxas espalhadas pela região do pescoço.

- Te machuquei demais. - Fui surpreendida por Taehyung que me observava na porta, ja pronto pra escola.

- Será? 

- Me desculpa... - ele depositava alguns beijos no local. - Vá com uma camisa que esconda isso, senão vai acabar chamando muita atenção. Não quero que descubram nossa brincadeira. 

- Alias, o que faz aqui? Sorte sua que eu ainda estava vestida.

- Eu chamaria de azar. 

- Você é tão gracioso Taehyung.

- Adoraria ter chegado uns minutos atras. - Selou meus lábios, carinhoso. - Você fica linda quando acorda.

- Vá tomar café que eu já desço.

Tae me deixou sozinha no banheiro para apreciar meu banho em paz. Cada vez que eu olhava meu corpo, me lembrava da noite passada. Desde que eu o reencontrei tenho experimentado sensações incriveis. A sensação de seus toques, a forma como nos provavamos ficaria marcado em minha mente muito mais tempo que as marcas do meu corpo.

Sai do banho e fui em busca de alguma outra roupa que não fosse meu uniforme. Coloquei uma blusa que cobria até uma parte do pescoço, assim não daria para vê-las.

- Menino idiota. - bufei.

 

[...]

 

Assim que chegamos na escola, fomos recebidos por todos os meninos, inclusive  Jeongguk. O coelho boy veio correndo em minha direção me dando uma abraço longo e apertado. Taehyung nos olhava enciumado, algo que não me importava, fazia tempo que ele não me abraçava dessa maneira. 

- Avisar que tá viva as vezes é bom. - Jimin chamou minha atenção e eu retribui mostrando a lingua.

- Estávamos com visita em casa, seria falta de educação sair desse jeito.

- Que marcas são essas ? - perguntou Hoseok me surpreendendo ao puxar uma parte da camisa preta que eu usava.

Puxei a blusa pra cima tentando esconder, tentativa falha.

- Não é nada, Hope-ssi.

O Jeon me olhou nervoso me fazendo suspirar já irritada com toda aquela insistência. Eu não sabia o porquê de todo aquele drama se ele já sabia do que se tratava. Ele se levanta e parte pra cima do castanho.

- Que merda você está fazendo, Jeongguk!?

- O que você fez com ela? - Seus olhos estavam negros, coisa que eu nunca tive o desprazer em ver. 

- Jeon, solta ele. - Puxei sem muita força a mão que prensava Taehyung contra a árvore. Os meninos permaneciam parados com suas típicas caretas surpresas. - Ele não fez nada! 

O moreno soltou o Kim e voltou a olhar pra mim. - Ah, não? - Ele levanta minha blusa deixando a vista as marcas causadas na noite anterior. - O que é isso então? 

- Jeongguk! Que merda deu em você? Me deixa em paz, eu sou bem grandinha e faço o que eu bem entender e não é você que vai me dizer com quem me relacionar ou não. 

Por um momento, vi que Taehyung sorria vitorioso. 

- Estou tentando cuidar de você, tentando fazer com que você não cometa uma besteira! 

O Kim gargalhou e o olhou, quase desprezível. - Onde eu moro, isso se chama inveja. Está triste por ter perdido a garota que você queria? Huh, que pena. 

- Taehyung! Cala a maldita boca, que porra. Vocês parem de brigar, eu odeio vocês. 

Corri até o banheiro feminino, onde me tranquei e não saí até que a aula começasse. 

Com muita sorte, eu não tive o desprazer de trocar palavras com nenhum dos dois moleques, exceto com Hoseok e Yoongi que me disseram que logo que eu saí, Jeongguk surtou e socou a cara do Taehyung e que agora, ele estava na enfermaria. Bem feito. 

Nem a aula de biologia de gostoso do Luhan estava conseguindo me animar, por mais que eu me forçasse a não pensar naquele babaca de merda, era mais forte que eu. Bem feito pra mim. Menti pro professor dizendo que estava com "problemas femininos" e pedi que ele me liberasse para que eu pudesse ir até a enfermaria.

Exatamente, enfermaria. Fazer mais um papel de trouxa. 

A porta estava fechada e logo eu me lembrei do dia em que passei mal e fui obrigada a passar por uma situação constrangedora para um caralho. 

- Ei, está vivo? 

O garoto estava sentado, com um grande saco de gelo nos olhos. - Não, eu morri, mas como sou gostoso pra porra, dei meu corpo pra outra pessoa. Sabe como é, sem desperdícios. 

- Oh, que pena. Se Taehyung estivesse aqui, eu com certeza o faria se sentir melhor. 

Caminhei lenta até a porta e antes que saísse, meu corpo já estava sendo prensado contra a porta. 

- Eu sou um bom garoto de recados. 

E novamente ele me beijou, havia tanto desejo naquele beijo, parecia até mesmo um pedido de desculpas, uma súplica. 

- Ainda me odeia? 

- Sempre vou te odiar, Kim maldito Taehyung. 

 

[...]

 

Antes que o sinal batesse para podermos ser liberados, a diretoria me chamou e pediu para que eu esperasse. Me pergunto se eles viram o que aconteceu na enfermaria. Espero muito que não. 

A inspetora pediu para que eu a acompanhasse e fomos até a sala de visitas. Quando a porta foi aberta, uma garota de cabelos ruivos e sorriso malicioso apareceu, enquanto bebericava algum líquido desconhecido.

- Lúcia? O que faz aqui?

- Desculpe aparecer assim, sem avisar, mas eu precisava mesmo conversar com você. 

Mesmo não querendo ser grossa, cruzei os braços esperando que a mais velha tagarelace. - O que quer comigo?

A xícara foi posta em cima da mesa. - Te agradecer. 

O quê? 

- Sabe, eu fico muito feliz por você e Taehyung oppa terem se tornados amigos. -  Seu tom de ironia era visível até para um cego, essa maldita biscate. - Então... eu vou ser bem franca. Conheço ele desde pequeno, e nunca nos afastamos. Confesso que no início, eu não gostava muito dele, mas depois quando ele me beijou pela primeira vez, eu vi que nosso futuro era um ao lado do outro. 

- O que quer dizer com isso? 

- Quero dizer que como vocês dois estão bem amigos agora, nada melhor do que você para ser nossa madrinha. Sabe, sei que é estranho já que são irmãos, mas mesmo assim, acho que Tae ficaria contente. Além disso...

- Que merda você está dizendo!? - A interrompo já irritada com toda aquela merda. - Primeiro, eu e Taehyung não somos irmãos. Segundo, eu quero que você e ele vão tomar no meio do cú, sua vadia oxigenada. Enfie seu casamento com ele no meio disso que você chama de vagina. 

Virei as costas saindo bufando. Eu não conseguia acreditar em uma palavra sequer. Taehyung não era baixo a esse ponto, ele não seria capaz. Eu queria acreditar nisso, céus,  como queria. O ódio que estava dentro de mim era grande, tão grande que não conseguiria expressar em palavras. Eu não queria deixá-lo.

Peguei meu celular discando o número de Taehyung. 

- Tae... Precisamos conversar...

 

[...]

 

"Precisamos conversar" 

Essa foi a última frase que me lembro ter dito ao menino Taehyung. As lagrimas corriam desenfreadas pelo meu rosto, eu estava embriagada pelo ódio que sentia de Lúcia, e a compulsiva vontade de chamá-la em um canto para dizer certas coisas nada educadas, coisas que uma megera daquela deveria estar acostumada a ouvir de qualquer pessoa que convivesse com ela. 

Sinto meu celular tocando novamente, me desligando dos meus pensamentos. Vi que era o numero dele, minha vontade de atender era grande, mas naquele momento eu não queria nem ao menos uma palavra com ele, só queria ficar isolada com meus inúmeros pensamentos. Ficar naquele pequeno laboratório chorando não seria o melhor a fazer, estava angustiada, com medo que alguém aparecesse e me visse nesse estado. 

 

[...] 

 

Vendo aquela maravilhosa casa novamente, me trazia as lembranças do dia em que viemos conhecê-la e da forma como ficamos felizes em saber que teriamos um cantinho só nosso. Felicidade essa que durou pouco, bem pouco mesmo. Novamente fui tirada dos meus devaneios pelo meu celular que vibrava, alertando que havia chegado uma nova mensagem.

"Porque não atende minhas ligações? Estou ficando preocupado! Você sumiu em meio a aula, não me assuste dessa forma. Hoje vou chegar um pouco mais tarde em casa, então por favor, me espere. Estou louco pra te ver"

"Estou bem... Não se preocupe. Não estarei em casa hoje. Apareça na nova que vou estar lá!" 

Cada imagem das lembranças que tínhamos ainda era forte. Cada toque, cada tudo. Porra, eu odiava tanto aquele garoto. Era necessário ouvir que tudo aquilo que Lúcia me disse era verdade, por mais que eu não quisesse. Minja confiança no Kim infelizmente se tornou algo incontrolável. 

Deitei no sofá esperando que a vida fosse menos filha da puta quando eu acordasse. 

Querido diário, 
Eu queria que tudo fosse da forma como esperava que fosse. 

 



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