1. Spirit Fanfics >
  2. As desvantagens de conhecer Kim Taehyung >
  3. Garotinha que dá trabalho com lábios sabor amora.

História As desvantagens de conhecer Kim Taehyung - Garotinha que dá trabalho com lábios sabor amora.


Escrita por: httpaozinha

Capítulo 3 - Garotinha que dá trabalho com lábios sabor amora.


Querido diário,

Hoje está sendo um péssimo dia. Por favor, socorro.

 

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NO MEU QUARTO!?

Só podia ser brincadeira. O castanho inútil se sentava confortável em minha cama limpinha.

— Seu quarto? Meu quarto!

—Bateu forte a cabeça Taehyung? Acha que agora minha casa virou abrigo?

— Tá fazendo o que aqui então? Ah, e para sua informação, essa é a casa da minha mãe.

Mãe que palavra engraçada. 

Obrigado universo, mais uma vez você acertou em cheio.

— Ah só podia ser.... - E quando pior não pode ficar - Tenho pena da sra. Kim ter dado à luz a uma mula que nem você.

— Infelizmente senhorita ladra de mães, esta casa é tão minha quanto é sua. Aliás, foi por sua culpa que meu pai me levou para longe dela. Se sinta culpada. - aqueles malditos pés pisavam meus lençóis, quase que proprositalmente.

Me sinto aliviada, isso sim;

— Taehyung! Saia. do. meu. quarto!

— Ei, shiu, para de gritar que todos devem estar dormindo. Escandalosa.

Ele entra no meu quarto e me chama de escandalosa. Eu joguei pedra na cruz, só pode ser isso. 

— ESCÂNDALO EU VOU FAZER SE VOC...-

Uma mão firme tapa minha boca interrompendo meu showzinho.

— Se você não calar essa sua boca enorme, acredite, vai se arrepender. -  Mordi sua mão na primeira oportunidade que apareceu de me desvencilhar deu seus toques rudes.

— Ai! Cadelinha, vou ter que tomar vacina contra raiva agora. - Soltou um muxoxo - Minha linda mãozinha.

— Eu vou arrancar essa merda de mão se você não sair do meu quarto, Taehyung. Agora!

Seus passos me acompanhavam me deixando um tanto nervosa. Minhas costas bateram contra a parede, soltei um gemido baixo de dor. Seu olhar cercava cada canto da minha boca me fazendo perguntar o que se passava na cabecinha de merda dele. Ótimo, temos um doente mental.

— Garotinha mal-educada.

— Mas o que foi que deu em você?

Taehyung era assim. Sem escrúpulos, desconhecendo totalmente o significado de papas na língua. E que língua. Língua essa que ele adorava exibir para provocar essas garotas pervertidas. Babaca.

— Nada ue, você que está ai toda escandalosa. - ele gostava de brincar, fato, mas em matéria de jogos eu era formada.

— Vai pro inferno...

— Não sem antes te levar junto, garotinha.

— Pare de me chamar assim. - Cruzei os braços na altura dos seios - e saia do meu quarto.

— Tudo bem, esse quarto nao combina comigo. - caminhou rumo a porta e depois de minutos eu consegui soltar o ar que eu sequer sabia que estava preso.

— BOA NOITE!

A passos lentos, ele caminhava em direção a porta e antes que saísse, se virou sem expressão, medindo cada pedacinho do meu corpo.

 — Belo corpo. - E um mínimo (quase invisível) sorrisinho ladino apareceu. Meu rosto queimou.

 

[...]

 

Estava esperançosa em acordar bem, tomar um bom banho, ir para a escola, ser alguém na vida só pra variar e morrer. Mas não, meus planos tinham que ir para o ralo. Só podia ser uma macumba bem brava de Taehyung para me ver doente, morrendo e implorando por misericórdia. Esse menino é o próprio demônio.

— Posso ir com você?  - perguntava enquanto comia sua panqueca lambuzada de requeijão. 

 — Quer me matar do coração? Nem pensar, vá com seu carro. - Tirei alguns lencinhos da bolsa, assoando meu nariz que escorria feito uma catarata.

— Está doente, garotinha? -  soltei um espirro e o maior riu. - Ele tá quebrado, o que custa me acompanhar?

Um fato importante: Taehyung, ficou um bom tempo no exterior, por isso ele acabou tendo que refazer o terceiro ano. Assim como Jeon, ele era dois anos mais velho que eu.

 — Vá andando. Sozinho. Faz bem pra cabeça.

Deixei ele falando sozinho, peguei o primeiro táxi que apareceu. Eu não tinha o costume de pegar condução, mas nao estava nem um pouco afim de acompanhá-lo.

A viagem não foi longa, coloquei uma música para me distrair e fiquei cantarolando, nem de longe que eu era uma boa cantora mas amava cantar e com esse meu habito de não ter a noção do tempo, já estava parada em frente ao prédio tão conhecido por mim. De longe pude ver o Jeon conversando com alguns colegas de classe. E como já era hábito, ele veio até mim me arrancando um sorriso. 

— Oi sumida, esqueceu que tem amigos? - Ele me abraçou, me senti desconfortável e o empurrei. — O que foi isso?

As vezes minhas atitudes são de uma pessoa meio doida, não sei como ele ainda anda comigo.

— Nada... Desculpa, eu não sei o que está acontecendo comigo hoje. Eu não tô me sentindo bem, se eu não melhorar vou voltar pra casa. 

 — Relaxa, qualquer coisa pode me chamar, Ok?

 — Eu sei que posso. - Beijei seu rosto, fazendo com que suas maçãs ficassem rosadas.

Estava suando um pouco e meus batimentos estavam a mil. Pensei na possibilidade de estar com algum problema cardíaco.  Me despedi do mesmo e fui para a sala. A praguinha, para o meu infortúnio, acabou caindo na mesma sala que eu, o que me deixava ainda mais apreensiva. Seu olhar me tratava de uma forma meio esquisita, aliás, não só ele, todos me olhavam de uma forma diferente hoje, como se eu estivesse com sujeira nos dentes ou tivesse esquecido o papel higiênico preso na saia.

— O que custava ter me dado carona, meu carro está quebrado e eu tive que vir andando debaixo de sol — começou a esfregar meu cabelo, tentei ser gentil e não estapear seu braço. Apenas resmunguei.  — Qual o seu problema? Eu nem te machuquei.

 — Hoje não é um bom dia, se não quer levar umas boas patadas é melhor ir para o seu lugar. — abaixei minha cabeça colocando-a sobre a carteira

 — Taehyung! Vai sentar. — Disse o professor, que me olhava com uma cara esquisita, me senti desconfortável, mas ignorei.

A aula logo deu início, mas eu não estava nem um pouco concentrada, todos os alunos estavam sentados. Taehyung sentava ao meu lado — que ironia —, bem que ele podia ter escolhido um lugar um pouco mais longe. Conforme a aula foi passando, aquela sensação horrível que eu senti de manhã retornou, um pouco mais forte. 

Estava intenso, eu estava suando como nunca e sentia um desconforto forte por todo o corpo e um calor insuportável. Pedi que o professor liberasse minha saída até a enfermaria e ele apenas me pediu que eu recuperasse a matéria perdida.

 Não havia ninguem. O desconforto aumentava cada vez mais. A sensação era tão intensa que eu acabei me agachando, enquanto apertava minhas coxas. Ouvi o barulho da porta sendo destrancada e em seguida fechada, me dando uma ponta de esperança que fosse uma enfermeira.

— O que está acontecendo? Você está esquisita desde manhã. Nao que você nao seja, mas se você morrer a culpa vai ser minha.

Ouvir a voz de Taehyung me deixava ainda mais apreensiva e inquieta. Minha cabeça martelava, forte. 

— O que faz aqui? Sai logo.... Se você não tem nada melhor para fazer, vá procurar!

Eu ofegava. Sua aproximação me incomodava.

— Pare de ser arrogante, eu só quero ajudar - ajoelhou-se na minha frente conferindo meu pulso, sua careta me fez rir.

— Você não ajuda Taehyung, nunca ajudou. Você só atrapalha.

Taehyung bufou se agachando na minha frente. — Olha garotinha, você também nao é nenhum alívio nas minhas costas, mas infelizmente, estamos ligados. Então, você pode continuar de birra ou esticar esses seus bracinhos e me deixar te levar pra maca pra ver o que a mocinha tem.

Orgulho ferido, parabéns Taehyung.

Estiquei meus braços, mesmo em contragosto. Ele me pegou no colo me levando para a maca.

— Boa menina.

— I-Idiota.

— O que é isso? Esta arrepiada? - nossos rostos próximos me causaram o famoso arrependimento de ter aceitado sua proposta de ajuda.

— Não é para ficar me cheirando, imbecil! É para me ajudar. 

Agora é oficial, Taehyung é um idiota.

— Bom, acho que você é uma cadelinha e está no cio.- ele virou o rosto, pondo a mão no mesmo, estava tão corado, mas o tom de graça estava presente. - Ah, precisava ver sua cara.

— Seu estrume. - Estapeei seu braço.

— Excitada ou com febre, ou muito doente. Você tem alguma doença?

— Você enlouqueceu Taehyung?

— Relaxa. É brincadeira.

— Relaxar? Você sabe o quanto isso está me incomodando? Como faz isso parar?

— Bom, eu até sei... Toma um remedinho mesmo.

Taehyung superou todas as minhas expectativas. 

— Por favor me ajuda, só me ajuda, nunca passei por isso e, merda... estou assustada. - Lágrimas escorregam do meu rosto, obviamente pelo orgulho, mas infelizmente eu precisava dele, não que eu quisesse, mas não tinha muitas opções. – Eu não costumo ficar doente.

Ele se virou me olhando com uma cara de espanto. Se aproximou de mim, pondo a mão no meu rosto, lentamente trouxe seu rosto para perto do meu pescoço, depositando alguns beijos no local. Sentia cada parte do meu corpo implorando pelo seu toque. O meu corpo, não eu. Eu estava desesperada. Não conseguia manter meu nervosismo e senti meu rosto se encharcar, eu estava caindo em prantos. O que foi que esse garoto fez comigo?

 

[★]

 

Realmente, essa garota não tem a menor noção do perigo, garotinha idiota, até agora a pouco estava me odiando. Bipolaridade mata, só espero nao ser contagiosa.  Por mais que a presença dela me incomodasse, eu não poderia desampara-la, não nesse momento. Ela estava realmente vermelha, parecia estar queimando de febre e com uma dor agonizante. Ela tremia e chorava e parecia estar chateada. Estava preocupado, realmente estava, até mais que eu deveria. Seu rosto estava encharcado de lágrimas, me fez ficar com pena, tadinha. Mal sabe ela que eu só estava tirando uma da cara da pateta.

— Por favor Taehyung.... Eu... Argh me ajuda.

Enquanto falava, a surpreendi com um abraço acolhedor, era o mínimo que eu podia fazer pra acalmar aquele furacão.

— Você é mesmo uma boba! Se colocar em risco desse jeito, ficando tão vulnerável perto de mim. Você não precisa disso. - Suspirei esfregando as têmporas - Vou dar um jeito, fazer o quê. Você só está com uma febre forte.

Passei as mãos em seus cabelos em um afago rápido. Procuro por qualquer calmante que à faça dormir.

— Toma esse remédio, talvez funcione.

Tomou um copo do filtro próximo a maca o virando em um só gole, menina gulosa! Mas parece que felizmente o remédio começou a fazer efeito e logo ela já estava caída.... Seus fios caído sobre sua testa, sua respiração ofegante, não dava pra negar, ela é realmente bonita, aliás, sempre foi. Lembrei de quando éramos crianças, lembrei da nossa infância e de tudo que já passamos, tudo que sentimos. 

À tomo em meu colo, carregando até qualquer táxi que estivesse aqui em frente e à levando pra casa. Felizmente, eu podia sair e levá-la para onde quisesse por ser maior de idade. O grande casebre, vazio como sempre e isso acaba me deixando inquieto. E se der outro surto nessa menina? Era tudo o que eu precisava. À levei até seu quarto e deixei que dormisse. Seu corpo sonolento nem se mexia, nem um musculo sequer. Espero que mais tarde, essa gentileza sirva de qualquer coisa.

Minha barriga ronca pedindo por comida, desço as escadas e atendo feliz o pedido da mesma. Preparo um sanduíche qualquer e me ponho em frente à televisão sapeando qualquer programa que esteja passando. Às vezes eu me pergunto de o porquê ter tantos canais sem absolutamente nada que preste. Chatice e perda de dinheiro. 

Algumas horas se passam e ouço uns passos tímidos vindo em minha direção.

— Ei... obrigada! - É essa a garota que estava querendo me socar ainda hoje? - Sabe, por me ajudar e essas coisas...

— Está melhor? Pra estar me agradecendo é capaz de ainda estar febril.

— Aigo idiota! Parece que sim. Obrigado por ter me ajudado... E não ter se aproveitado tanto da situação... - sussurrou - Mas eu ainda te odeio.

— Eu nunca iria me aproveitar de uma baranga que nem você, não faz meu tipo. – Provocá-la era um passatempo divertido, especialmente quando eu enxergava suas expressões bravas. Ela ficava fofa quando estava queimando de fúria.

— Não foi o que pareceu quando você ficou abraçado comigo que nem idiota. Agora eu vou ter que tomar banho com desinfetante pra tirar esse cheiro de carniça de mim.

— Falou a menina que disse "por favor me ajuda, oppa"

— Eu não disse isso!

Gargalhei escandaloso. — Disse sim. Estava tão submissa que nem se lembra.

Seus bracinhos curtinhos se dirigiam em minha direção, transferindo alguns socos fracos. Que cena fofinha. Segurei os mesmo com toda a delicadeza do mundo, soltando um suspiro surpreso da menor.

— Já disse pra não me provocar desse jeito... Bobinha! - Soprei seu rosto, fazendo-a arregalar os olhinhos castanhos claro.

Meu coração estava acelerando como um trenzinho.

Não Taehyung, esqueça isso.

— Por que meu coração acelera toda vez que você me toca? Eu tenho que ir no médico ver o que é isso sabe, tenho medo que seja alguma coisa ruim. Eu realmente não costumo ficar doente.

Obrigado por foder ainda mais com meus psicológico, garota besta.

— Acelerado? ... Ta doida? - Meu rosto deveria estar um poema de tão corado, Taehyung cosplay de pimenta - Deve ser algum problema cardíaco, deveria ver isso. Agora dormir antes que você acabe perdendo o horário da escola amanhã e, como forma de agradecimento, amanhã você vai me levar de carro.

— Eu nao vou ficar pagando taxi para marmanjo nao.

— Vai sim.

— Não tenho escolha mesmo, mas se você dormir demais da conta, vou deixar que perca a aula.

— Não vai não!

— Vou sim. 

Seus passos ritmados iam rumo a seu quarto me deixando novamente sozinho, cheio dos pensamentos. E afinal... que história é essa de arritmia? Essa menina só pode estar ficando doida. Espero que não seja isso que eu estou pensando, porque se for... Ah, não pense nisso Kim Taehyung!

Fui até seu quarto, vi que as luzes estavam apagadas e abri lentamente a porta. Ela estava jogada em sua cama, totalmente apagada e vulnerável. Estava tão linda. Por um momento tive vontade de abraçá-la e meu coração disparou. Não pode ser. Nao de novo.

[★]

 Acordei com um fio de sol em meu rosto, lembrando do dia passado, senti meu rosto esquentar um pouco e meus batimentos aceleraram. Esse era o poder que ele tinha sobre mim, sempre teve. Já arrumada e aceitando o fato de que eu tinha que estudar, desci as escadas dando de cara com três garotos – bonitos, por sinal.

— Quem são eles? — Mordi os lábios em contragosto.

— Bom dia também, eu estou ótimo.

— Bom dia.

— São uns amigos de infância que acabaram de se mudar aqui pra Busan. Está interessada por acaso?

— Garanto que bem mais do que estou interessada em você.

— Deixa de ser mal-educada e deixe-me apresentá-los. Esses são Jimin, Yoongi e Hoseok.

— Oi

— Annyeong.

— Prazer... - dizia Jimin passando a língua sobre os lábios. Ele fez isso, senti meu coração acelerar e meu rosto esquentar, que menino ousado.

— Bom, todos apresentados, agora vou cobrar minha carona. 

— Carona? - Indaguei.

— Sim, carona! Agora vamos logo antes que o portão feche.

Suas mãos tocaram meus ombros e uma corrente elétrica se espalhou por cada canto.

— Nao me toque, infame.

— Rainha do mimimi.

 

[...]

 

Quando cheguei, Jeon acenou para mim e fez uma cara de negação para Taehyung que me acompanhava junto com os meninos. No caminho, eles fizeram uma bela algazarra, mas acabou que eu pude conhece-los melhor e ver o quanto eles eram mais interessantes que Taehyung. Uma caminhada curta e pensativa, me fazendo recordar dos últimos acontecimentos. Ele estava tímido.

— Bom dia, coelhinho. - Apertei suas bochechas e ele corou, fofo. – Vamos morrer velhinhos e você vai continuar corando sempre que eu te tocar.

— Ei não faz isso! -  riu - pelo visto a noite foi boa hein, o que estava fazendo com Kim Taehyung e outros três meninos no seu carro? Não parece que você tá se sentindo muito desconfortável com a "horrível situação"

— Desculpa, não nos vimos mais e acabei não te contando. Aliás, tenho uma notícia bombástica pra contar. E aquilo é um taxi.

— A é? E qual seria?

— Kim Taehyung é o filho da senhora Kim Jiyoon vulgo mamãe.

— O que? – Surpreso, ele continuou. - Bom, se bem que faz sentido!

— Claro que faz.

Não deveria fazer, Argh.

— Parece que agora, você vai ter que aprender a conviver com o inimigo... que nem naqueles reality shows que você tem que conviver no mesmo ambiente com alguém que você odeie - disse com um tom meio debochado enquanto íamos para o terraço.

— Cala a boca. E eu não o odeio. Ele é meio idiota mas acho que toda aquela implicância era coisa de criança - rimos. -  E além disso, não pretendo continuar morando lá, eu sei que parece ingratidão, mas essa história vai acabar não dando muito certo. Dois bicudos não se beijam, coelhinho.

— Ah por favor, não faz isso... seria realmente ingratidão! Sua mal-agradecida.

— Ingratidão nada, seria é divertido! Morar sozinha, fazer o que bem entender. - Mordi os lábios de uma forma provocativa.

— Não faça isso! - Seu rostinho de pêssego logo ganhou uma coloração avermelhada, parecia um pequeno cosplay de tomate, fofíssimo.

— Fazer o que?

— Ficar mordendo a boca desse jeito... você tira todo meu juízo. - Suas mãos me empurraram de leve, fazendo com que minhas costas se chocassem contra a parede. Cadê o garoto fofo que estava aqui, e que papo é esse de juízo?

— Jeon... Para com isso... seu doido! - Pus minha cabeça sobre seus ombros num movimento delicado, meu coração pulsava rapidamente. Suas mãos firmes logo tocaram meu rosto, foi algo delicado. Ele estava bem próximo de mim, sua respiração estava agitada. Ele estava nervoso.

— Desculpa, eu não consigo. Toda vez que eu te vejo eu sinto um desejo enorme de te tocar e estar contigo, consegue sentir isso? - Sua mão puxou meu rosto em sua direção, nossos lábios estavam perigosamente próximos, até ouvir o barulho da porta se abrindo e, pra variar, lá estava ele me olhando com cara de “ué”.

— Toca nela mais um pouco e você vai se tornar um cara morto.

MAS O QUÊ!?

— Vem.

— O-Oquê!?

Ele nos separou num movimento brusco e agora, eram suas mãos que estavam enlaçadas as minhas. Era pra eu estar indo para a sala de aula, mas novamente eu estava sendo arrastada, dessa vez, rumo ao jardim. Eu não estava entendendo nada, é muito difícil pedir uma explicaçãozinha?

— Você tem algum problema? Porque fez isso? - Irritada? Era pouco. Eu estava irada! Fechei minhas mãos formando um punho acertando um leve soco em seu peito. Fui dar outro, mas ele foi mais rápido, pegou minhas duas mãos as apertando. Ele as segurava firme sobre minha cabeça, mas não as machucava.

— Você é mesmo muito ingênua, não sabe que ele só está querendo uma transa contigo? - Bufou

— Você acha que tudo se resume a sexo Taehyung?

— É verdade, idiota.

— Mesmo que seja, desde quando você acha que tem algum tipo de autoridade sobre mim? Eu faço o que eu bem entendo, até onde eu saiba. E idiota é você!

— Não está vendo que eu só estou tentando te proteger? Para de ser burra, garota.

— Eu não preciso que você me proteja, nunca precisei. 

— Marrenta!

Soltei meus braços da sua mão e o empurrei, sem muita força.

— Quem você pensa que é, Kim Taehyung? Você acha mesmo que depois de tudo que a gente já passou junto, você simplesmente poderia aparecer e ainda pior, achar que pode se meter desse jeito nos meus assuntos? Independentemente do que eu fizer com Kookie, não cabe a você dar opinião. 

Ele se vira, escondendo o rosto. Parecia estar irritado com a situação, mas acredite, não era só ele.

— E quem você pensa que é para achar que pode me fazer me sentir assim? De novo.- ele gritou de volta

— Como assim?

— Você é mesmo muito idiota. Eu odeio você!

A cada segundo ele se aproximava mais, fazendo com que nossas testas ficassem coladas. Seus olhos castanhos perseguiam os meus, e porra, eu estava muito nervosa.

— Quem você pensa que é, garoto?

— Sou o garoto que está morrendo de ciúmes de você, idiota!

Aquelas palavras me atingiram como um tiro, meu coração acelerou de uma forma inexplicável. Ele vacilava, eu arfava, inquieta e sobrecarregada demais. Como uma simples palavra daquela pode mexer tanto com meu coração? Eu não consigo entender mais nada do que está acontecendo comigo. No começo eu pensei que fosse algum tipo de problema cardíaco, mas não vou ser ingênua, está bem longe de ser, o único e mais perigoso problema que eu tenho não se chama arritmia, se chama Kim Taehyung.

Suas mãos se voltaram ao meu rosto e gentilmente o acariciaram. Ele estava fervendo. Seu sorriso era perfeito, delicioso, e terrivelmente malicioso. Ele aprontaria.

— Te deixo nervosa? - Riu.

— O que você acha? Você vem, me tira do sério, se aproveita da minha boa vontade e ainda toca em mim! Acha mesmo que eu não estaria nervosa? Você me irrita, idiota!

— Irrito, huh? – Perguntou provocativo.

— Não sei como você consegue me deixar nesse estado, cada canto do meu corpo e alma implora pra que eu esteja do seu lado e ceda a esses seus "charmes", garoto abusado. - Eu e minha boca grande! O maior sorriu vitorioso, molhando seus lábios.

Uma de suas mãos tocaram minha cintura com determinação, puxando-a para mais perto de seu corpo.

— ME SOLTA! - Gritei.

— Não adianta se fazer de boba - Olha fixamente em meus olhos - você mesma disse que cada canto do seu corpo e alma imploram por mim, eu sei que te tiro de sério... E você gosta do meu jeito abusado - Sua voz estava rouca, levemente embargada. Era excitante. Me fazia revirar os olhos em deleite ao ouvi-lo daquela maneira.

— ME SOLTA, ME SOLTA, ME SOLTA!

Acabou que ele me puxou contra seu corpo, eu estava completamente imóvel, não conseguia me mexer de forma alguma e, acho que mesmo que pudesse, não me moveria. Por um instante eu não conseguia controlar o fato de que eu sabia que estar ali, era o melhor lugar que eu poderia estar no momento. Não me importava com a aula que nós estávamos perdendo, simplesmente senti seu abraço sutil, e eu, bem idiota acabei retribuindo, mas de uma forma que não parecesse que eu queria, o que era mentira porque lá no fundo, bem na realidade, eu sabia que queria, eu ansiava por isso e ele também. Sentia cada batida de seu coração. Era forte e intenso, como uma bomba que estava prestes a explodir. Minhas pequenas mãos caminharam em sua cabeça, explorando cada cantinho. Seus cabelos eram tão macios quanto aparentava. Meu juízo não estava perfeito, quando que eu em meu estado sóbrio estaria aqui? Cedendo aos charmes desse garoto perigosamente encantador?

Suas mãos vagavam por meu pescoço distribuindo movimentos carinhosos, fazendo com que eu o olhasse, mas eu não conseguia, desviava assim que podia.

— Você... sente alguma coisa por mim? - Meu coração estava prestes a parar de tanto nervosismo.

— Sinto raiva, idiota! - Desviei o olhar novamente.

— Hipócrita.

Taehyung me causava um certo medo. Medo que eu sentisse algo por ele que não deveria ser sentindo, nunca. Ele parecia sedento e eu também estava, visto que, seus lábios eram perdidamente convidativos. E esse sentimento só piorava quando ele se aproximava, tão perto, tão pronto. Pelo menos estava, até o regador ligar e nos tirar do maldito transe.

— Game over, Kim!

[...]

Voltamos para a sala, um pouco molhados. Jeon estava lá, e me olhava vermelho, parecendo estar com vergonha do incidente que quase aconteceu. Taehyung se sentou perto dos meninos, que por acaso caíram na mesma sala que nós, percebi que davam risada, meio que debochando da nossa cara, e quem não está?

Eu quase beijei Kim Taehyung. Aqueles malditos e deliciosos lábios tentadores.

 

[...]

 

A aula havia finalmente acabado. Foi bem cansativo. As vezes estudar é algo bem mais estressante que passar uma semana na mesma casa que a praga.

Corri para o carro sem me despedir de ninguém e não, não queria de forma alguma dar carona para o Taehyung. Tentei me camuflar o mais rápido que pude, infelizmente foi em vão, ele havia chegado primeiro que eu no tão odiado veículo.

— O que faz aqui?

— Vai me levar de volta. - Seu rosto estava ruborizado.

— Não vou! Não quero que molhe o carro do moço.

— Aigo, eu já estou seco! Além disso, meu carro, lembra? - Soltou um risinho debochado.

— Entra logo antes que eu te deixe aqui para morrer de fome, menino mal-acostumado.

O caminho foi silencioso, o constrangimento era bem grande. Eu sabia que ele estava nervoso, olhava de soslaio e via pela janela seu rosto vermelho, me fazendo imaginar o quanto ele era surpreendente. Uma hora fofo como um coelhinho assustado, já outras vezes, tão ardiloso quanto um gangster. O carro deslizava pelo asfalto, e logo havíamos chegado.

— Já chegamos. - Disse em meio a um sussurro. - Pode descer.

— Eu sei.

— Olha Taehyung, sobre hoje, eu...

Assustada, isso assustada. Foi assim que eu me vi quando o maluco puxou meu rosto para o seu, selando nossos lábios. Só um selar. Apenas isso. Mas foi o suficiente para me fazer delirar, eram infinitamente macios, gostosos, desejáveis.

— Quero ver agora qual regador vai estragar o momento - sorriu.

— Eu vou entrar!

— Espera, espera.

Saí às pressas sem me importar com o que ele ainda havia para me dizer. Ele também não demorou a entrar.  A Sra. Kim estava sentada no sofá tomando alguma coisa e logo seu olhar voltou para nós dois, bem irritada.

— Que merda é essa?

Nos olhamos e vimos que estávamos sujos pelo batom que eu tinha passado. Ele era um gloss vinho com sabor de amora.

— Amoras mamãe. Quer?

 

Taehyung, você merece um outro beijo.

 

Nunca fiquei tão envergonhada em toda minha vida. Não hesitei em correr para meu quarto trancando a porta. Vergonha! Era apenas isso que eu sentia. Meus lábios ainda estavam molhados por conta dos seus.

— Isso é considerado um beijo?

 

Querido diário,

Hoje eu senti um frio na barriga e eu acho que ganhei meu primeiro beijo. Ontem, ele cuidou de mim.

Nunca fique perto de Taehyung, ele pode tirar sua pureza e futuramente, sua sanidade.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...