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História As Mentiras Que Contamos - Uma sereia ruiva na piscina


Escrita por: SrtaRosier_88

Notas do Autor


Este capítulo é um especial da Rachel, apenas para mostrar um pouco como ela e Percy se conheceram.
Espero que gostem.

Capítulo 7 - Uma sereia ruiva na piscina


Rachel sempre fora uma criança travessa. Não era como as outras meninas as quais brincavam de boneca e eram fascinadas por maquiagem. A ruiva era mais do tipo que subia em árvores, explorava a natureza e sujava-se toda.

Ao crescer, passou a ter grande interesse em arte e política ambiental. Participava de vários grupos ambientais pela proteção do mundo selvagem. Seus pais lhe apoiavam, de certa forma, apesar de desejarem mais da filha. O sonho deles é que mais tarde, a menina viesse a assumir os negócios da família Dare. Contudo, isso não os impediu de juntar sua empresa a de Zeus Grace e outros tantos acionistas da companhia.

Agora ali estava a futura ativista do século vinte e um, Rachel. A menina morara em Nova Iorque por um tempo, mas não era o tipo de lugar que apreciava. Lugar moderno, com muita gente, carros e empresas. É verdade que ela moraria em South Hamptons, mas isso não a deixava mais feliz.

O colégio em que estudaria era chamado Greek-Roman. Era renomadíssimo, era a escola da elite nova iorquina. Rachel não ficou muito animada. Geralmente, esse tipo de escola só tem pessoas que se importam com o próprio nariz. Apesar disso, estava destinada a encarar aquilo.

– Bom dia, filha. – falou seu pai já vestido para o trabalho. Ele era muito ocupado e raramente tinha tempo para a família, embora isso não o impedisse de ser um ótimo pai e marido quando estavam juntos – Sua mãe te levará à escola. Tenha um bom primeiro dia!

– Obrigada, pai. Tchau! – disse.

Ela sentou-se para comer seu café, sua mãe a olhava com atenção.

– O que foi?

– Nada. É só que faz tempo que não venho a esta cidade. A última vez, você devia ter uns nove anos. Faz tanto tempo. Senti saudades desse apartamento.

– Não seja tão sentimental, mãe. Além disso, se gosta tanto desse lugar, por que vamos nos mudar para South Hamptons?  – questionou. A Sra. Dare levantou-se e foi até o balcão da cozinha ignorando-a.

– Achei que gostaria de morar de frente para o mar. – a mãe respondeu.

– Talvez. Mesmo assim, não sei se estou muito animada com a ideia de morar em uma super mansão cercada por outras mansões de pessoas esnobes.

– Veja isso. – a mãe lhe entregou um panfleto. – É uma escola de belas artes na Inglaterra. Matriculei você para as férias de verão. Não era isso que você queria?

– Mãe, muito obrigada! – Rachel estava querendo isso há muito tempo. Imaginava que teria que fugir de casa, pegar um avião e atravessar o oceano para conseguir. A menina estava muito empolgada, aquilo seria maravilhoso. Desejava isso desde que descobrira o magnífico mundo da arte.

***

Na escola as coisas foram normais. Populares continuavam a ser populares com suas roupas caras e os cabelos impecáveis. Os nerds e excluídos continuavam os mesmos. Rachel teve aulas como Biologia, História, Filosofia... infelizmente, a aula de Artes só seria na sexta. No refeitório sentou-se numa mesa com um tal de Ethan e Chris, assim como um garoto Grover com quem simpatizou bastante. Ele conversara com ela na aula de Biologia, ela ficara feliz ao saber que compartilhavam o mesmo amor pela natureza. Logo, Reyna, Hazel e Thalia juntaram-se a mesa. Reyna parecia uma mulher muito determinada e forte. Hazel, por outro lado, parecia ser frágil como uma boneca de porcelana, mas assim como a latina, era muito bonita.

Rachel não estava entendendo Thalia. As duas haviam se conhecido no início do ano passado, quando a ruiva acompanhou o pai em uma reunião com Zeus. Elas passaram a conversar ocasionalmente. Apesar disso, na festa de boas vindas dos Grace, Thals fingiu que não a conhecia, o que intrigou bastante Rachel a qual, para não criar um mal estar com a garota, resolveu não confrontá-la.

O restante das aulas foi igualmente normal. Contudo seu pai estaria no trabalho e a mãe verificando a decoração da nova casa, o que deixava à garota uma única opção: ficar na escola até que a Sra. Dare pudesse pegá-la.

***

Depois de finalizar os pouquíssimos deveres que alguns professores haviam passado na aula, Rachel saiu da biblioteca e começou a andar sem um destino especifico pela escola. Ela procurava por um lugar calmo onde pudesse desenhar e fazer os pensamentos divagarem.

O refúgio encontrado fora a piscina do colégio. Não havia ninguém por lá. A ruiva tirou o All Star azul marinho surrado, puxou a barra da calça e sentou-se na beira da piscina, molhando os pés. A água estava levemente morna. Logo o local inspirou a mente da jovem artista, que pegou um caderno e começou a desenhar.

Ela não sabia ao certo quanto tempo ficara ali, porém assustou-se ao ouvir um barulho. Um garoto entrara pela porta que dava nos vestiários. Rachel vira-o na festa dos Grace. Sentiu-se incomodada pela presença dele, então começou a recolher suas coisas. Ouviu um barulho e em pouco tempo, uma mão tocou-lhe os joelhos.

– Oi! Não precisa sair, eu só vim treinar um pouco. – o menino falou. Agora, observando de perto, ele era lindo, realmente lindo. Seus olhos verdes-mar eram hipnotizantes, o cabelo preto, antes bagunçado, estava molhado. Suas feições eram belas como as de um deus.

– Ah, não. Pode deixar, não quero atrapalhar. Eu nem devia estar aqui.

– Não estará atrapalhando. Amanhã começam os testes para capitão do time e eu queria me preparar. Além disso, não tem nada de errado em você estar aqui. – disse. – De verdade, pode ficar.

– Okay.

Enquanto o garoto nadava, Rachel continuou a desenhar, mas os pensamentos não estavam mais na arte, e sim no garoto-peixe. Sem saber bem o porquê, ela começou a observá-lo. Às vezes, quando ele levanta a cabeça da água e a via, a ruiva rapidamente desviava o olhar. O que ela não esperava era que ele se aproximasse.

– O que está escrevendo?

– Estou desenhando. – mostrou-lhe então o caderno. – Uma sereia.

– Caramba! Desenha bem.

– Valeu. – então o silêncio os dominou. Ambos ficaram se encarando. – Meu nome é Rachel Dare, aliás. – falou depois de um tempo.

– Percy Jackson. Na verdade é Perseu, mas é meio estranho, então... ninguém usa.

– Eu acho legal. É como o herói.

– Mais ou menos. Bom, você pretende entrar para o time de natação?

– Não mesmo. Sou horrível em qualquer tipo de esporte. Curto mais algo artístico ou bucólico – e vendo sua cara de desentendimento a menina acrescentou – algo ligado à natureza.

– Já conheceu o Grover, né? Ele ama a natureza.

– É já conheci.

– Sinto uma áurea artística em você.

 – Quero fazer artes plásticas. É a minha paixão. – disse e podia-se notar a alegria em sua voz.

– Então faça, Rachel Dare. E não deixe que te empeçam. – ele disse de forma divertida.

– Pode deixar. – e matando sua curiosidade perguntou– Está me dizendo isso porque seu sonho é ser nadador e seus pais não te apoiam?

– Não. – ele riu– Vou fazer biologia marinha e meus pais me apoiam. – disse sincero. – Gostaria de ver meu treino amanhã? É logo depois do fim das aulas. Depois podíamos tomar um sorvete ou algo do tipo, só se você quiser é claro.

– Eu adoraria. – ela falou tímida. – Se importaria se eu te desenhasse?

– Por que quer me desenhar? – ele sorriu. Uau! Que sorriso, em?!

– Você tem um rosto muito bonito. – Rachel sussurrou, só agora percebendo o quão perto estavam, apesar dela ainda estar na superfície e ele na água.

– Não. É você que tem um rosto incrivelmente lindo. – e dizendo isso ele, agora entre as pernas da menina, puxou delicadamente seu rosto e tocou-lhe os lábios. Foi um simples selinho, mas para Rachel que nunca tivera um contato desse tipo com nenhum garoto, significou bastante. Percy subiu na margem da piscina e sentou-se ao lado da ruiva, puxando-a para outro beijo, agora um pouco mais intenso.

***

– Vai, Percy! – Rachel gritava da arquibancada. Percy era bem rápido e apesar de não saber qual dos garotos ali tinha sido o mais rápido, acreditava que o Jackson fora muito bem.

Após o fim dos testes, Percy encaminhou-se para o vestiário, arrumou-se e encontrou-se com a Dare na entrada do colégio. Os dois foram para uma lanchonete, muito boa por sinal, no Brooklin.

Fizeram os pedidos. Ela, um cappuccino e pães de queijo, e ele um milk-shake azul.

– Milk-shake azul? Isso existe? – ela estranhou.

– É claro que existe. Tudo que é azul é perfeito.

– Vem muito aqui?

– Minha mãe é dona desse lugar, então, sim. Venho bastante.

Eles aproveitaram os pedidos e conversaram sobre diversos assuntos. Percy era um jovem divertido, meio lerdinho, mas muito fofo. Vez ou outra, ele dava selinhos em Rachel, que ruborizava e ficava da cor de seu rebelde cabelo.

Eles foram ver um filme. Era meio intelectual, mais a cara da garota do que do garoto. Já acobertados pelo o escuro da sala de cinema, eles deram as mãos. Percy deitou sua cabeça no ombro de Rachel. No meio do filme, contudo, Percy sussurrou no ouvido da garota ao seu lado:

– Você namoraria comigo? – a voz rouca arrepiou a ruiva, que sorriu e virando-se para o garoto beijou-o. O beijo era doce, mas continha certa paixão e desejo.

– Isso responde sua pergunta, Perseu, meu herói?

***

Eles passaram no Central Park ao anoitecer. Sentaram em um banco. Enquanto brincavam com seus dedos eles conversavam sobre escola, família e como era morar em South Hamptons.

Logo, Rachel deitou-se no banco, sua cabeça sobre o colo do namorado, observando a noite. Ele a olhava fixamente. Percy já havia ficado com algumas garotas, mas havia algo em Rachel Dare que se difere. Um espírito aventureiro, uma áurea leve, incontrolável. Tudo com ela parecia mais intenso e novo, como se ela fizesse tudo parecer um novo quadro artístico

– Você vai morar em South Hamptons. Então, deveria conhecê-lo. Posso te levar até lá.

Eles foram até o centro empresarial de seus pais. Um motorista particular os levou até a mansão dos Jackson. Ela era linda. Era uma típica casa a beira mar. Era noite, e tudo estava iluminado. Havia uma grande piscina azul toda iluminada. Coqueiros cercavam a propriedade. Tinha luz na casa, provavelmente a Sra. Jackson encontrava-se ali. Era tudo muito calmo, a brisa marinha enchia seus pulmões.

– Venha! – Perseu a puxou levando-a para a areia da praia. Ele ficou de bermuda e entrou na água congelante que cercava NYC. Rachel apenas molhou os pés. Preferia ficar sentada na areia aproveitando a brisa.

Certo tempo depois, o Jackson juntou-se a namorada. Eles só ficaram lá aproveitando, em meio ao silêncio, a praia e o céu.

– Esse foi um dia agitado.

– Certamente foi, Perseu, o meu herói. – a ruiva disse. Pegou um caderno e um lápis e começou a desenhar. Ao terminar o entregou a Perseu. – Seu desenho.

Ficara perfeito. Era notável o talento dela com isso. Percy sorriu, incontrolável. Estava muito feliz por tê-la ali.

– Obrigado. – ele, então, a beijou. Foi calmo de início, porém logo tornou-se selvagem. Eles se exploravam e aproveitavam cada contato com os lábios do outro. Quando o ar tornou-se essencial eles separaram-se. Agora apenas segurando a mão um do outro.

– Quero que guarde o desenho. Para se lembrar de nós, Perseu, meu herói. Não sei como isso vai acabar, mas, independente disso, quero que os momentos bons permaneçam em nossas memórias – Rachel disse, embora não soubesse exatamente porque falava daquele jeito. Mas algo dentro dela sentia que aquilo tinha que ser dito. Às vezes, isso acontecia, esse sentir de sensações.

– Não vejo motivos para isso acabar. – disse Percy. – Isso não vai acabar – falou confiante, beijando a amada.

O que nenhum dos jovens sabia, é que aquilo iria sim, acabar. Talvez achassem que se fosse mesmo para acabar seria daqui a muito tempo. Afinal é isso que jovens amantes pensam, eles acreditam que o mundo é deles e que nada nem ninguém pode mudar isso. Se soubessem o quanto essa crença os faria sofrer, será que estariam mesmo dispostos a amar, a viver bons momentos que logo seriam esquecidos diante de tremenda dor e solidão? Talvez. Mas, por enquanto, deixemos o casal aproveitar os bons momentos, um ao lado do outro, completando-se.

 


Notas Finais


Bom, espero que tenham gostado. Comentem o que querem que aconteça. Bjs,
Srta.Rosier_88


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