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História Até o Fim: o Sagitário e Atena - Você já amou?


Escrita por: Marte_Anticrist

Capítulo 2 - Você já amou?


Fanfic / Fanfiction Até o Fim: o Sagitário e Atena - Você já amou?

O vento tremulava as cortinas brancas  como a neve rasgadas, assim como a sala do Grande Mestre que estava destruída. 

Atena se encontrava no centro do cômodo, observando atentamente os detalhes da destruição ocorrida durante a Guerra. Lembranças dos Generais Marinas invadindo as Doze Casas e matando dezenas de pessoas vieram-lhe à mente...

... Quando o anjo dourado chegou em sua presença, desviando sua atenção.

— Castor está repousando, Atena. — Pollux de Sagitário lhe relatou. 

Atena fez que sim com a cabeça, em concordância. Ela contemplou novamente os belos olhos verdes do Sagitário, mas ele rapidamente desviou o olhar dela. 

— Por que desvia o olhar de mim,  Grande Mestre? — Atena perguntou, intrigada.

Pollux hesitou, sem jeito. 

— N-não é nada, minha deusa! — ele se viu como um pecador após ter pensado o que pensou. 

Atena simplesmente deu de ombros, enquanto tornou a olhar a sala do Mestre destruída. A noite estava em seu auge lá fora, conforme a deusa notou.

— Grande Mestre, o senhor podia me acompanhar até meu templo? — Atena perguntou, tornando a olhar para ele.

Ele se ajeitou e a seguiu lentamente pelos escombros da sala do Mestre até o templo da Deusa, atrás das cortinas rasgadas. 

Eles não comentaram nada até o trajeto final, próximo à estátua da deusa, diante deles. 

— Queria ter podido salvar mais vidas. — Atena simplesmente disse, bufando, enquanto olhava para o céu estrelado. 

— Vossa santidade não poderia chegar a tanto. — o Mestre respondeu, sério. Ele lamentava a perda dos amigos. — Fizemos o que pudemos... Mas houve sacrifícios de qualquer modo, minha deusa. Foi inevitável. 

Atena andou até seus aposentos e sentou-se, ainda num lamento. A deusa olhou para os céus com uma súplica silenciosa às estrelas.

— Compreendo. — ela disse, querendo mudar de assunto. — Por que não se senta ao meu lado, Grande Mestre? 

Pollux ficou lisonjeado com o convite, mas se atreveu recusar. Não queria invadir o espaço de sua deusa, mas a mesma insistiu, até que ele cedesse. 

 Ambos fitaram às estrelas como se quisessem dizer várias coisas.

— Que maravilha... Sentados e conversando. Não é algo fácil de se acontecer, não concorda? — ela perguntou, sorrindo delicadamente. 

Aquele sorriso doce e por vezes angelical arrancava suspiros do Sagitário. 

— S-sim. 

Uma suave brisa levou seus cabelos, fazendo o perfume da deusa se espalhar pelo pulmão do Grande Mestre.

— Bem... Qual é o seu maior desejo, Pollux? — Atena perguntou para ele, fitando seus olhos. 

— Meu desejo... — Pollux pensava. Na realidade seu desejo é o que todo soldado quer: paz e serenidade eterna. Embora a guerra venha, todos almejam pela paz. É por isso que as guerras são feitas: tudo com o propósito de paz, o que acaba gerando falsas promessas e mais sangue. O custo da paz é uma quantidade enorme de sangue amargo e inocente... Porém, esse era o desejo de todos os Cavaleiros mortos naquela Guerra Santa. — Meu desejo... — todavia, este também era o seu maior desejo: — Meu desejo é apenas sorrir, Atena. 

Aquelas palavras tocaram o coração da deusa de tal forma que ela passou minutos sem responder-lhe nada. 

Sorrir é algo difícil de se fazer nos tempos sombrios, nos tempos de guerra. Sorrir é algo tão simples, mas tão difícil de se conquistar em momentos de trevas, de tal forma que se torna uma raridade fazê-lo.

— Sorrir... — a deusa murmurou, pensativa. — Você está infeliz, Pollux? 

Pollux não respondeu sua deusa, apenas olhou para o céu e contemplou as constelações, lembrando-se de seus companheiros falecidos. 

De repente, lembranças vieram-lhe à mente, de cada momento com seus amigos e companheiros mortos... Um dia eles lutavam lado a lado e, agora estavam tão longe, como as flores de outono. Pollux começou a chorar. 

— É a primeira vez que te vejo chorar, Pollux. — Atena reparou, olhando para as lágrimas do rapaz. Cuja alma permanecia ferida. 

Pobre Cavaleiro... Tão infeliz... Mas, todavia, não era somente esse sentimento que o deixava aflito:

— Vossa santidade já amou? — ele perguntou para sua deusa, enquanto enxugava as lágrimas da aflição de seus olhos. 

Atena pôs a mão no peito: ela amava todos e tinha uma missão puritana naquele planeta: nenhum ser humano poderia tocar-lhe o corpo, pois ela também era a deusa da virgindade.

Sobretudo, Atena sorriu.

— Sim. — respondeu. — Você já amou? 

Pollux não sabia como dizer aquilo, ele realmente seria visto como um herege perante a deusa. Mas a vontade foi muito maior: 

— Eu estou amando. 

A deusa não era curiosa, mas ela não se conteve. 

— Pollux, se você quiser, pode sair do Santuário, viver sua vida como um homem comum e amar a mulher que você gosta. — Atena sorriu. — Eu permito. Você não precisa lutar por mim mais. 

Aquelas palavras ofenderam Pollux. 

— Atena, minha santidade, eu não me atreveria sair do Santuário por amor! — ele respondeu. — Atena... — ele não sabia dizer. — Todo esse tempo eu lutei por você! Porque você é o meu amor, Atena! 

Atena se sobressaltou com as palavras. Pollux olhou para o chão, envergonhado, mas quando tornou a olhar para a face da deusa ela estava sorrindo. 

— Pollux... Desde que eu te vi pela primeira vez eu senti algo especial por você dentre os demais Cavaleiros de Ouro: você sempre pôs sua vida à frente da minha nas diversas ocasiões. — ela contava. — Eu te amo, Pollux... Mas por amá-lo eu devo ser sua protetora! Devo proteger esse planeta e todas as criaturas que nele habitam... As vezes eu adoraria amá-lo e me relacionar contigo, mas responsabilidade exige muito sacrifício... 

Pollux assentiu. 

— Eu compreendo. — ele respondeu, triste. Ele queria muito ficar com sua deusa... Seu amor por ela era imensurável, era quase da cor de um pecado. 

Atena passou a mão em seu rosto. 

— Nunca poderíamos ficar juntos... — Pollux murmurou. — Você é uma deusa, eu sou um simples mortal... As vezes me pergunto do porquê eu me apaixonei por você, Atena... É uma loucura... Nós nunca poderemos estar realmente juntos! Isso só me traz sofrimento. — ele estava sendo sincero. 

— Eu te amo, Pollux. — Atena o abraçou e colocou sua cabeça entre seus seios, acolhendo-o. — Mas, por favor, por favor entenda... Não quero que você sofra por mim, você tem seus sonhos e eu não quero que os abdique por minha causa... Viva sua vida! 

Pollux riu.

— De quê adianta viver, se você estiver longe de mim? — ele perguntou para Atena, que ficou corada ao ouvir tais palavras. 

Ela sorriu.

— Meu anjo... — ela estendeu as mãos para ele, que fez o mesmo. Seus dedos ficaram entrelaçados. — você é maravilhoso. 

— Eu te amarei para sempre, Atena! — ele disse para ela, que o puxou para si. 

Em seguida, num ato revolucionário, ela e ele se beijaram.



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