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História Atraída - Capítulo 10


Escrita por: DearRafaella

Notas do Autor


Boa Noite! Aqui está mais um capítulo para vocês. ❤

Capítulo 10 - Capítulo 10


Meu pai não gostou do modo como cuidei da situação com Anderson. Fui imprudente, não fui profissional, blá-blá-blá. E, pelo fato de eu ter mais experiência, ele me considerou mais responsável do que Camila por perder o cliente.

Mas ficar queimada no escritório durante um tempo não me deixou tão mal quanto você imagina. Principalmente porque não me arrependo da minha reação. Se passasse por isso de novo, faria tudo do mesmo jeito. Então, meu pai pode ter ficado decepcionado comigo, mas, para falar a verdade, quando ele terminou de me repreender, eu estava decepcionada para cacete com ele também.

Além disso, nas quatro semanas após aquela reunião infeliz, as coisas entre eu e Camila continuaram evoluindo. Ainda trocamos alguns golpes no trabalho, mas são mais cutucadas no peito, para atormentar, do que socos certeiros na mandíbula, calculados para acabarmos uma com a outra. Compartilhamos ideias, nos ajudamos. Meu pai estava certo sobre isso, pelo menos. Eu e Camila nos complementamos, nossos pontos positivos e negativos se equilibram.

Em algum lugar no meio do caminho, ela se tornou mais do que apenas um par de pernas onde quero me enfiar. Mais do que um par de calças que desesperadamente quero tirar. Agora é a Camila – uma amiga. Uma amiga que faz meu pau subir toda vez que entra em minha sala, mas acho que este é meu fardo. Por mais que eu ainda a queira, e tenho certeza de que ela ainda me quer, Camila não é o tipo de pessoa que trai.

Pelo menos, não o tipo de pessoa que consegue conviver com isso depois.

 

***

 

Mas sei o que você deve estar pensando: O que aconteceu? Como uma mulher jovem, charmosa, maliciosa, bonita e autoconfiante se tornou aquela mulher com gripe, piegas e enclausurada que você conheceu no início?

Estamos quase lá – acredite em mim.

Para que você possa entender tudo, ainda há mais alguns jogadores que precisa conhecer na porcaria de novela que é minha vida agora. Você já conheceu o Ignorante Billy Warren. Infelizmente, ele vai voltar.

Você conhecerá Dee-Dee Jane e Lacy Vives. Uma delas, Lucy para ser mais exata, é prima do imbecil. Mas você não deve ter algo contra ela por causa disso. Ela também é uma das melhores amigas de Camila. Vou te mostrar.

 

***

 

– Te vi conversando com aquela morena peituda. Vai voltar na casa dela? – Vero pergunta para mim. Ela, Jack e eu estamos almoçando em um restaurante a dois quarteirões do escritório. Falando sobre nossa mais recente noite de sábado.

– Não aguentamos ir tão longe.

– Como assim?

Eu sorrio com malícia, lembrando o quanto a garota era exibicionista.

– Aquele táxi nunca mais será o mesmo. Acho que traumatizamos o motorista.

Jack ri.

– Você é uma cachorra, Lauren.

– Não, eu deixei pra fazer cachorrinho quando a gente estivesse no apartamento dela.

Não me olhe daquele jeito de novo. Já conversamos sobre isso.

Além disso, apesar do entusiasmo selvagem da Garota do Táxi, o sexo foi mediano. Ela não era nem mesmo uma Colgate. Era mais uma marca genérica de pasta de dente, como aquelas que oferecem em hotéis baratos, cujos nomes você não consegue nem lembrar depois de usar.

– Ei, Camila – chama Vero, olhando atrás de mim. – Não te vi chegar.

Vamos parar aqui por um momento. Isso é importante.

Está vendo o olhar em seu rosto? Os lábios apertados? O leve franzido na sobrancelha? Ela ouviu o que eu disse. E não parece muito feliz com isso, não é? Não percebi da primeira vez, mas você devia anotar essa reação. Este momento vai me ferrar mais adiante.

Viro para olhá-la. Sua expressão agora é vaga e passiva.

– Quer se juntar a nós? – pergunto.

– Não, obrigada. Acabei de almoçar com minhas amigas, na verdade.

Não havia se passado nem cinco segundos quando duas belas jovens moças surgiram por de trás de Camila.

– Ah! Verônica Iglesias, JackO’Shay, Lauren Jauregui, estas são Dee-Dee Jane e Lucy Vives.

Ao ouvir meu nome, os olhos de Dee-Dee se viram rapidamente em minha direção. Parece que ela está me analisando – como quando um homem avalia o motor de um carro antes de se divertir com ele.

– Então, você é a Lauren? Já ouvi sobre você.

Camila contou para sua amiga sobre mim? Interessante.

– Ah é? O que ficou sabendo?

Ela encolhe os ombros.

– Poderia te dizer, mas depois teria que te matar – ela aponta seu dedo para mim. –  Continue sendo legal com a minha bichinha. Sabe, se quiser continuar com suas bolas entre as duas pernas.

Apesar de seu tom ser leve, tenho a impressão de que Dee-Dee não está brincando.

Eu sorrio.

– Estou tentando mostrar para ela como sou legal. Mas ela continua me rejeitando.

Ela ri. Verônica interrompe com tranquilidade:

– Então, Dee-Dee... seu nome é abreviação do quê? Donna, Deborah?

Camila dá uma risada maldosa:

– Dinah. É o nome da avó dela. Ela odeia.

Dinah olha para Camila com raiva.

Mudando para o modo de paquera, Vero se vira para segunda mulher, até então silenciosa, e responde:

– Lucy é um lindo nome também, para uma linda garota. Além disso, rima com clitóris... e disso eu entendo. Grande fã.

Lucy sorri lentamente para Vero e passa um dedo no lábio inferior. Então, ela se vira para o resto do grupo e diz:

– Bem, tenho que correr, preciso ir trabalhar. Prazer em conhecê-los.

Ela abraça Camila junto a Dinah e dá uma piscada para Vero antes de ir embora.

– Ela precisa ir trabalhar? – pergunto. – Pensei que os bares de striptease não abrissem antes das quatro.

Camila apenas sorri.

– Lucy não é uma stripper. Ela se veste desse jeito só pra despistar as pessoas. Pra que fiquem chocadas ao descobrir com o que ela trabalha de verdade.

– O que ela faz? – questiona Vero.

– Ela é uma cientista espacial.

– Você está de sacanagem – Jack exprime o que nós três estávamos pensando.

– Não estou. Lucy é química. Um de seus clientes é a NASA. O laboratório dela está trabalhando para aprimorar a eficácia do combustível que eles usam nos ônibus espaciais – ela estremece. – Lucy Vives tem acesso a substâncias altamente explosivas... não gosto nem de pensar nisso.

Depois de um minuto, Vero fala.

– Cabello, você tem que fazer algum esquema. Sou uma boa garota. Me ajude a sair com sua amiga. Ela não vai se arrepender.

Camila pensa por um momento.

– Ok, ajudo. Você parece ser o tipo de melher que talvez ela goste.

Ela lhe entrega um cartão.

– Mas tenho que te avisar. Ela é daquelas que não veem problema algum em machucar alguém. Se você está procurando diversão por uma ou duas noites, então com certeza deve ligar para ela. Mas, se está procurando algo mais sério, aí eu ficaria longe.

Estamos sem palavras. Em seguida, Verônica se levanta da mesa, vai até Camila e a beija na bochecha. De repente, tenho vontade de enfiar minha mão em sua garganta e arrancar suas amígdalas para fora.

Isso não é permitido?

– Você... é a minha nova melhor amiga – diz.

Camila não compreende minha expressão de zangada.

– Não faça bico, Lauren. Não tenho culpa que seus amigos gostam mais de mim do que de você.

Ela também está contando Ian. Alguns dias atrás, ele estava tentando loucamente encontrar o lugar perfeito para levar Taylor para comemorar o aniversário de casamento deles. Parece que o vizinho de Camila é gerente no Chez, que é o restaurante mais exclusivo da cidade. E ela conseguiu uma mesa para eles naquela noite.

Taylor deve ter feito algumas coisas para Ian que não quero nem imaginar. Desde então, Ian somerhalder ficaria feliz em levar um tiro no peito, se fosse preciso, por Camila Cabello.

– É sua bunda – conto para ela –, se eu tivesse uma bunda como a sua, eles gostariam mais de mim também.

Há algumas semanas, aquele comentário a teria deixado muito irritada. Agora ela apenas balança a cabeça e ri.

 

***

 

A noite antes do Dia de Ação de Graças é, oficialmente, a noite mais badalada do ano. Todo mundo sai. Todo mundo está querendo se divertir. Vero, Jack e eu costumamos começar a noite em uma festa de véspera que meu pai dá no escritório, e, em seguida, vamos para os bares. É uma tradição.

Portanto, você pode imaginar como fiquei surpresa quando entrei na enorme sala de conferências e vi o braço de Verônica em volta de uma mulher, que só pode ser seu par para a noite – Lucy Vives. Desde que Vero a conheceu, há duas semanas e meia, ela tem desaparecido aos finais de semana, e estou começando a suspeitar do motivo. Terei que conversar com ela amanhã.

Ao lado deles, estão meu pai e Camila.

Pela segunda vez em minha vida, Camila Cabello me deixa sem fôlego. Ela está usando um vestido vinho, que marca seu corpo em todos os lugares apropriados, e sandálias de salto alto, que fazem minha imaginação viajar para um território obsceno. Seu cabelo cai sobre os ombros em ondas brilhantes e macias. Minha mão se contrai para tocá-lo, conforme caminho em sua direção.

Então, alguém no meio da sala se movimenta, e vejo que ela não está sozinha.

Merda.

Todos trazem seus companheiros para este tipo de evento. Não devia ficar surpresa que o imbecil esteja aqui. Ele arruma a gravata como se tivesse dez anos de idade, claramente desconfortável de terno. Bunda-mole.

Eu abotoo o casaco do meu Blazer Armani feito à mão e vou até eles.

– Laur! – meu pai me cumprimenta. Apesar de as coisas entre nós terem ficado um pouco tensas por alguns dias, elas logo voltaram ao normal. Ele nunca consegue ficar muito tempo bravo comigo.

Observe este rosto, você consegue?

– Estava contando para o senhor Warren – diz ele – sobre aquele contrato que a Camila conseguiu fechar na semana passada. Como somos sortudos em tê-la aqui.

Tê-la? A palavra sortudo não chega nem perto.

– É tudo atuação – provoca Lucy. – Por baixo daquela roupa social e daquele jeito de boa menina está o coração de uma verdadeira rebelde. Eu podia contar histórias sobre Camila que deixariam vocês de cabelos em pé.

Camila olha séria para sua amiga.

– Muito obrigada, Lucy. Por favor, não faça isso.

O bunda-mole sorri, coloca o braço em volta da cintura de Camila e repousa seus lábios no topo da cabeça dela.
Preciso de uma bebida. Ou um saco de pancadas. Agora.

As palavras saem de minha boca como tiros bem direcionados:

– Isso mesmo. Você era uma pequena infratora antigamente, não era, Camila? Pai, sabia que ela cantava em uma banda? É como você conseguia pagar a faculdade de Administração, certo? Melhor do que fazer pole dancing.

Ela engasga com a bebida. Agindo como uma cavalheira que sou, lhe dou um guardanapo.

– E o Billy aqui ainda faz isso. Você é músico, certo?

Ele olha para mim como se eu fosse um monte de bosta no qual ele acabou de pisar.

– Isso mesmo.

– Então, Billy, conte, você é roqueiro como o Bret Michaels? Ou é mais como o Vanilla Ice?

Está vendo como ele contrai a mandíbula? Como seus olhos se estreitam? Manda, seu macaquinho adestrado, por favor.

– Nenhum dos dois.

– Por que não pega seu acordeão, ou o que quer que você toque, e sobe no palco? Tem muito dinheiro passeando por esta sala. Talvez você conseguisse agendar um casamento. Ou um bar mitzvah.

Estou quase lá.

– Não toco nesse tipo de cerimônia.

Talvez isso seja o bastante.

– Uau. Com a economia atual, não sabia que os pobres e os desempregados poderiam ser tão seletivos.

– Escute, sua filha da...

– Billy, querido, você podia buscar outra bebida pra mim lá no bar? Já estou terminando esta aqui.

Camila puxa seu braço, interrompendo o que tenho certeza de que seria uma brilhante réplica.

Está sentindo o sarcasmo?

E depois ela se vira para mim, e não parece nada amigável.

– Lauren, acabei de me lembrar que tenho que te dar alguns documentos da conta do Genesis. Eles estão na minha sala. Vamos.

Não ando. Não respondo a ela. Meus olhos ainda estão em um campeonato disputando olhares com o monte de merda.

– É uma festa, Camila – diz meu pai, ingenuamente. – Você devia deixar o trabalho pra segunda-feira.

– Vai ser rápido – diz ela, sorrindo, antes de pegar em meu braço e me arrastar para longe.

Quando estamos em sua sala, Camila bate a porta atrás de nós. Ajeito as mangas da camisa, depois sorrio amigavelmente.

– Se você queria tanto ficar sozinha comigo, só precisava pedir.

Ela não curte minha piada.

– O que está fazendo, Lauren?

– Fazendo?

– Por que está insultando o Billy? Você tem ideia de como foi difícil conseguir que ele viesse aqui hoje à noite?

Coitado do Billy. Preso em uma sala com os bancários mais bem-sucedidos.

– Então por que você o trouxe?

– Ele é meu noivo.

– Ele é um idiota.

Ela olha para mim bruscamente.

– Billy e eu passamos por muita coisa juntos. Você não o conhece.

– Sei que ele não é bom o bastante pra você. Nem de longe.

– Por favor, pare de deixá-lo constrangido.

– Eu só estava apontando os fatos. Se a verdade envergonha seu namorado, então é problema dele, não meu.

– Isso é ciúmes?

Para constar, nunca tive ciúmes na minha vida. Só por que quando vejo os dois juntos não consigo decidir se quero vomitar ou socá-lo, ela chama isso de ciúmes?

– Não fique se achando.

– Eu sei que você sente algo por mim, mas...

Espere a porra de um minuto. Vamos voltar um pouco, ok?

– Eu sinto algo por você? Me desculpe, foi minha mão que apalpou sua virilha no meu escritório há alguns meses? Porque eu me lembro muito bem que foi o contrário.

E agora ela está irritada.

– Você é tão idiota às vezes.

– Bem, então formamos o casal perfeito, porque você é uma vaca de primeira na maioria das vezes.

O fogo dança em seus olhos conforme ela levanta seu copo quase cheio.

– Não ouse fazer uma merda dessas. Jogue esta bebida em mim, e não serei responsável pelo que fizer depois.

Vou te dar um minuto para adivinhar o que ela fez.

Claro. Ela jogou a bebida em mim.

– Porra! – pego os lenços de sua mesa e seco meu rosto, que está pingando.

– Não sou uma de suas garotas! Nunca mais fale comigo desse jeito.

Meu rosto fica seco, mas minha camisa e meu casaco estão molhados. Atiro os lenços no chão.

– Não importa. Estou indo embora de qualquer jeito. Tenho um encontro.

Ela zomba.

– Um encontro? Um encontro não envolveria uma conversa? Você não quis dizer uma trepada rápida?

Coloco minhas mãos ao redor de sua cintura e a puxo. Com uma voz baixa, digo:

– Minhas trepadas nunca são rápidas; são longas e intensas. E você devia tomar cuidado, Camila. Agora é você quem parece estar com ciúmes.

Suas mãos calmas estão espalmadas em meu peito, e meu rosto está a apenas alguns centímetros do dela.

– Não te suporto.

– O sentimento é mútuo – respondo rapidamente.

Em seguida, lá estamos nós de novo – minha boca, seus lábios – unidos com calor e força. Minhas mãos estão escondidas em seu cabelo, segurando sua cabeça. Suas mãos agarram a minha camisa, segurando-me mais próxima de sí.

Eu sei o que você está pensando. E, sim, pelo visto, discutir, tanto para mim como para Camila, leva às preliminares. Parece que nos deixa elétricas. Só espero que consigamos chegar ao final antes de nos matarmos.

Quando as coisas começam a ficar boas, alguém bate na porta. Camila ou não escuta ou, como eu, não está nem aí.

– Camila? Camila, você está por aí?

A voz do paga pau interrompe o desejo que nos fez ficar grudadas como cola. Camila me empurra. Ela olha para mim por um minuto, com uma expressão de culpa, seus dedos estão nos lábios que acabei de provar.

Sabe de uma coisa? Vá para o inferno. Tenho cara de um bumerangue para você? Não me aproveito das pessoas e não gosto de ser aproveitada. Se Camila não consegue decidir o que ela quer, eu decido por ela. Para mim chega, cansei.

Vou até a porta e a escancaro, deixando o bostinha com bastante espaço para entrar.

Então, sorrio.

– Pode ficar com ela agora. Já terminei.

Nem me dou o trabalho de olhar para trás enquanto vou embora.
 



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