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História Atraída - Capítulo 11


Escrita por: DearRafaella

Notas do Autor


Voltei, amores ❤

Capítulo 11 - Capítulo 11


Fanfic / Fanfiction Atraída - Capítulo 11

A comemoração de Ação de Graças acontece todo ano na casa dos meus pais no interior. É sempre um pequeno encontro familiar. Tem meus pais, claro. Você já conheceu meu pai. Minha mãe é uma versão mais velha e menor de Taylor. Apesar de todas as suas convicções feministas (ela era uma excelente advogada antes da maternidade), ela ama a brincadeira de ser uma dona de casa feliz. Depois que ela e meu pai tiveram sucesso financeiro, ela também se dedicou a várias organizações beneficentes. É o que ela ainda faz na maior parte do tempo, agora que Taylor e eu já saímos do ninho.

Chris, bem, ele infelizmente não pode comparecer a essa reunião familiar. Desde que se mudou para Londres, anda ocupado com o trabalho diária mente. Que pena.

Tem também o pai de Ian, George Somerhalder. Imagine o Ian daqui a trinta anos, com pouco cabelo e um sério caso de pé de galinha. A senhora Somerhalder morreu quando éramos adolescentes. Pelo que sei, George nunca saiu com outra pessoa desde então. Ele passa muito tempo no trabalho, fazendo contas em seu escritório. É um ótimo homem.

Isso também nos leva aos pais de Verônica, os Iglesias. Não vejo a hora de você conhecê-los. Eles são uma puta zona. Frank e Estelle Iglesias são as pessoas mais despreocupadas que já conheci.

Eles são quase catatônicos.

Imagine um típico casal dos anos 1950 depois de ter fumado uma enorme quantidade de maconha. Estes são Frank e Estelle. Você achou que os pais de Verônica seriam um pouco mais tensos, não achou? Tenho uma teoria. Eles tiveram Verônica muito tarde, e acho que ela acabou sugando toda a energia que lhes restava, como um parasita.

Para completar a galera: Vero, Ian, Taylor e eu.

Ah e, claro, a outra mulher da minha vida. Não acredito que não falei dela antes. É a única mulher que realmente já teve meu coração nas mãos. Sou sua escrava. Ela pede, eu faço.

Com prazer.

Seu nome é Mackenzie. Ela tem longos cabelos negros e os maiores olhos azuis que já vi. Tem quase quatro anos de idade. Está vendo ela ali? Do outro lado da gangorra que estou balançando?

– Então, Mackenzie, já decidiu o que quer ser quando crescer?

– Sim, quero ser uma princesa. Quero me casar com um príncipe e viver em um castelo.

Preciso conversar com minha irmã. A Disney é perigosa. Um monte de merda corrosiva fazendo lavagem cerebral, na minha opinião.

– Ou você poderia trabalhar em uma imobiliária. Aí você poderia comprar um castelo e não precisaria do príncipe.

Ela me acha engraçada. Ela dá uma gargalhada.

– Tia Lo, como eu vou ter um bebê sem príncipe?

Ah.

– Você terá muito tempo para ter bebês, depois que conseguir seu mestrado em administração ou seu diploma de médica. Ah, você pode ser uma diretora- executiva e abrir uma creche no seu escritório. Aí você poderá trazer seus bebês para o serviço, todos os dias.

– A mamãe não vai para um escritório.

– A mamãe não se valoriza, docinho.

Minha irmã era uma brilhante promotora. Ela poderia ter chegado à Corte Suprema. Sério. Ela era muito boa.

Taylor trabalhou durante toda sua gravidez e tinha contratado até uma babá. Mas, então, segurou Mackenzie em seus braços pela primeira vez. No mesmo dia, avisou para a babá que não precisava mais de seus serviços. Não que eu a culpe. Não poderia imaginar um trabalho mais importante do que fazer com que minha sobrinha perfeita cresça feliz e saudável.

– Tia Lo?

– Sim?

– Você vai morrer sozinha?

Eu sorrio afetada.

– Não tenho planos de morrer tão cedo, querida.

– Mamãe disse que você vai morrer sozinha. Ela disse pro papai que você vai morrer e vai demorar dias até que uma empregada encontre seu cadávi podre.

Adorável. Muito obrigada, Taylor.

– O que é um cadávi, tia Lo?

Uau.

Sou salva de responder esta pergunta quando vejo Vero descendo as escadas para o quintal.

– Ei, queridinha, olha quem está aqui! – ela sai da gangorra e se joga nos braços de Vero.

Antes que você me pergunte, a resposta é “não”. Quando ela for mais velha, minha queridinha nunca sairá com um pessoa como eu. Ela será muito esperta para isso. Farei com que isso não aconteça. Acho que isso me torna uma hipócrita, não é? Tudo bem. Posso viver com isso.

Vero coloca Mackenzie no chão e chega mais perto.

– Oi, Laur.

– Tudo bem?

– Você foi embora cedo ontem à noite? – pergunta ela. – Não voltou pra festa.

Eu encolho os ombros.

– Minha cabeça não estava lá. Fiz um pouco de exercícios e fui dormir.

A verdade é que passei três horas socando a merda do saco de pancadas, imaginando que aquele era o rosto de Billy Warren.

– Você saiu com aquela Lucy?

Ela assente.

– Ela, Camila e Billy.

Eu balanço a cabeça.

– Aquele lambe-saco.

Mackenzie chega perto de nós e segura uma jarra quase lotada com notas de dinheiro. Eu coloco um dólar nela.

– Ele não é tão ruim.

– Idiotas me irritam.

Mackenzie levanta a jarra mais uma vez e eu coloco outro dólar.

A jarra?

Foi inventada pela minha irmã, que aparentemente acha que minhas palavras são muito desagradáveis para sua cria. É a Jarra do Palavrão. Toda vez que alguém – na maioria das vezes, eu – fala algum Palavrão ou xingamento, tem que pagar um dólar. A essa altura, essa coisa já deve conseguir pagar a faculdade de Mackenzie.

– Então o que está rolando entre você e Lucy?

Ela sorri.

– Estamos saindo. Ela é legal.

Verônica costuma contar mais detalhes. Não é como se eu ficasse excitada com suas histórias, mas, você tem que entender, Vero e eu somos amigas desde que nascemos. Isso significa que todo beijo, todo seio, todo boquete, toda gozada e toda transa foi compartilhada e discutida.

Agora, ela está escondendo de mim. O que é isso?

– Imagino que você comeu ela...

Ela se intimida.

– Não é assim, Laur.

Estou confusa.

– Então como é, Vero? Você não sai há mais de duas semanas. Posso entender se estiver muito ocupada para sair caso esteja transando. Mas, se não estiver, então o que é?

Ela sorri de um modo nostálgico, lembrando-se de um momento feliz.

– Ela é apenas... diferente. É difícil de explicar. Nós conversamos, sabe? Sempre me sinto bem quando penso nela. Parece que, quando deixo ela em casa, não aguento até vê-la de novo. Ela apenas... me surpreende. Gostaria que você soubesse do que estou falando.

A coisa mais assustadora é... eu a entendo completamente.

– Você está entrando em um território perigoso, Vero. Veja o Ian. Este caminho leva para o Lado Negro da Força. Nós sempre dissemos que não iríamos para lá. Tem certeza disso?

Ela sorri e, com sua melhor voz de Darth Vader, diz:

– Você não conhece o poder do Lado Negro.

 

***

 

É hora do jantar. Minha mãe faz uma cena para servir o peru e todo mundo exclama “aê” antes de meu pai cortá-lo. Isso mesmo – um seriado dos anos 1950 não chegaria aos nossos pés.

Conforme as travessas são passadas e os pratos vão ficando cheios, minha mãe diz:

– Laur, querida, vou te fazer um grande pacote com o que sobrar. Não quero nem imaginar o que está comendo naquele apartamento, sem ter ninguém pra cozinhar uma refeição decente pra você. Também vou anotar as datas nos potes pra você saber quando jogá-los fora. A última vez que olhei na sua geladeira parecia que algum tipo de experimento científico estava crescendo lá.

Sim – minha mamãe me ama. Eu te avisei.

– Obrigado, mãe.

Vero e Ian estalam beijos bem altos para mim. Mostro o dedo do meio para eles com as duas mãos. Ao meu lado, vejo Mackenzie olhando para seus dedinhos, tentando me copiar. Eu rapidamente coloco minha mão sobre as dela e balanço minha cabeça. Em vez daquele gesto, mostro para ela a saudação típica do Spock.

Depois de agradecermos com uma oração, anuncio:

– Acho que Mackenzie deveria vir morar comigo.

Ninguém reage. Ninguém olha. Ninguém pausa. Já fiz esta sugestão diversas vezes desde que minha sobrinha nasceu.

Taylor diz:

– O peru está delicioso, mãe. Bem suculento.

– Obrigada, querida.

– Olá? Estou falando sério. Ela precisa de um modelo feminino positivo.

Isso faz com que Taylor me dê atenção.

– E que porra eu sou?

Mackenzie arrasta a jarra para sua mãe, e aí se vai mais um dólar. Agora sempre trazemos notas pequenas para a mesa nos feriados.

– Você é uma mãe dona de casa. O que é muito louvável, não me entenda mal. Mas ela também devia estar sendo exposta a mulheres com uma carreira. Pelo amor de Deus, não a deixe assistir Cinderela. Que exemplo é aquele? Uma besta descuidada que não consegue nem se lembrar onde deixou a porcaria do sapato, então ela tem que esperar por algum idiota de calças para devolvê-lo? Ah, dá um tempo!

Não sei quanto devo a ela depois daquele pequeno discurso. Dou para Mackenzie uma nota de dez. Já disse que aquela jarra vai pagar a faculdade dela? A faculdade de Direito. Terei que ir até um caixa eletrônico em breve.

Ian se mete na conversa.

– Acho que  Taylor é o modelo perfeito para nossa filha. Não há ninguém melhor que ela.

Ian é um homem derrotado. E Vero quer se juntar ao clube.

Irreal.

Taylor sorri para ele.

– Obrigada, amor.

– Por nada, querida.

Vero e eu começamos a tossir:

– Capacho.

Mackenzie nos olha suspeitando de algo, sem ter certeza se precisamos pagar ou não.

Taylor olha brava.

Eu continuo:

– Eu devia levá-la comigo ao escritório. Ela devia conhecer a Camila, não acha, pai?

Minha mãe logo pergunta:

– Quem é Camila?

Meu pai responde entre suas mordidas:

– Camila Cabello, funcionária nova. Garota brilhante. E estourada. Deu trabalho pra Laur quando começou.

Minha mãe olha para mim com olhos esperançosos e brilhantes. Do mesmo jeito que um chef olha para um pote de toucinho, imaginando a iguaria que está esperando para ser feita.

– Bem, esta Camila parece ser uma jovem adorável, Laur. Talvez você possa trazê-la para jantar em casa.

Eu viro os olhos.

– Mãe, trabalhamos juntas. Ela está noiva. De um idiota, mas essa é outra história.

Mais um dólar se vai.

Minha irmã nos corta.

– Eu acho que mamãe está surpresa por te ouvir se referir a uma mulher pelo nome. Normalmente, você chama de “a garçonete com a bunda legal” ou “a loira com os peitões”.

Apesar de essa observação ser verdadeira, eu a ignoro.

– O que importa é que ela é um ótimo exemplo para Mackenzie do quanto uma mulher pode conseguir – apesar de seu terrível gosto para homens. – Eu ficaria... acho que todos nós ficaríamos muito orgulhosos se ela crescesse sendo metade da profissional que a Camila é.

Taylor parece surpresa com minha declaração. Depois, sorri cordialmente.

– Eu e Mackenzie podemos fazer um passeio pelo centro na semana que vem. Vamos almoçar com você e então conheceremos a ilustre Camila Cabello.

Comemos em silêncio por alguns minutos e depois Taylor diz:

– Isso me lembra de algo. Verônica, você poderia me acompanhar em um jantar beneficente no segundo sábado de dezembro? Ian não estará na cidade – ela me olha. – Eu pediria a minha querida irmã, mas sabemos como ela passa as noites de sábado com as va... – ela observa a filha – indesejadas.

Antes que Vero possa responder, Mackenzie coloca dois centavos.

– Não acho que a tia Vero possa ir, mamãe. Ela tem estado muito ocupada levando surra de buceta. O que é buceta, papai?

Logo que as palavras saem de seus pequenos lábios angelicais, uma reação em cadeia apavorante começa.

Verônica se engasga com a azeitona em sua boca, que voa e atinge Ian bem no olho direito.
Ian cai, cobrindo o olho e gritando: “Fui atingido! Fui atingido!”, e então começa a gritar como a salmoura da azeitona está correndo sua córnea.

Meu pai começa a tossir. George se levanta e começa a bater em suas costas, enquanto pergunta para todos se ele devia realizar a manobra de Heimlich.

Estelle derruba sua taça de vinho, que rapidamente ensopa a toalha de mesa bordada de minha mãe. Ela não não fez nenhum movimenta para limpar a bagunça, em vez disso começa a entoar: “Oh, meu Deus, Oh, meu Deus”.

Minha mãe corre pela sala de jantar, como um frango com a cabeça cortada, procurando por guardanapos de papel para limpar a mancha, ao mesmo tempo assegurando à Estelle que está tudo bem.

E Frank... bem... Frank continua comendo.

Enquanto o caos continua ao nosso redor, o olhar de morte de Taylor se alterna entre mim e Vero. Depois de se contorcer por uns trinta segundos, Vero cede.

– Não fui eu, Taylor. Juro por Deus que não fui eu.

Medrosa de merda.

Obrigada, Verônica. Ótimo jeito de me ferrar. Lembre-me de nunca ir para a guerra com ela como parceira.

Mas quando o olhar furioso de Taylor vem com força total sobre mim, eu a perdoo. Sinto que, a qualquer momento, serei reduzido a cinzas. Eu me encolho e lhe dou o sorriso mais fofo que uma irmãozinha mais velha poderia dar.

Dê uma olhada. Está funcionando?

Porra, estou morta.

Viu, tem uma coisa sobre a Justiça de Taylor que você deveria saber. É imediata e impiedosa. Você não sabe quando acontecerá, mas pode ter certeza que virá. Quando isso acontecer, será dolorosa. Muito, muito dolorosa.
 


Notas Finais


Uma família dessas 😂


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