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História Auto da noite de Natal - Capítulo único


Escrita por: MidoriShinji

Notas do Autor


Fic feita para o evento de amigo secreto de Natal do grupo Curtidores da Sasuhina/BR, OFFICIAL®.


Bem, minha amiga secreta é a... Luciana Vieira de Oliveira! Fiz uma Sasuhina com leve ShinoKiba, e espero que goste, porque eu gostei bastante de escrever essa fic, mesmo sendo bem diferente do que eu realmente faço! <3

Capítulo 1 - Capítulo único


Era véspera de Natal, e a cada tic-tac do relógio, Sasuke Uchiha ficava cada vez mais impaciente. Eram nove e quarenta e cinco da noite e estava a apenas quinze minutos de poder finalmente fechar o caixa da loja de conveniência e ir para casa, para seu tão merecido descanso. Naquele momento, ele era o único funcionário na loja, e não entendia o sentido de estar ali: era véspera de Natal, quase dez da noite, quem diabos resolveria fazer as compras para a ceia justo agora? Isso era o cúmulo da falta de planejamento... Mais que isso, há pelo menos duas horas não havia viva alma na loja, sem um cliente sequer. Todos em casa, devidamente aquecidos e prontos para comer, enquanto ele sentia seus ossos congelarem pelo ar-condicionado insuportável naquela cadeira desconfortável.

A porta automática então se abriu, quebrando o silêncio que fazia ali. Ele retirou os fones de ouvido e guardou o celular no bolso, esperando que não fosse pelo menos um daqueles clientes que sentem algum prazer mórbido em reclamar; caso contrário, teria que fingir uma simpatia que não tinha por estar usando fones de ouvido no trabalho, uma imensa falta de dedicação. Claro, claro, me perdoe, senhor, eu compreendo perfeitamente. Olhou para a direção da porta e viu apenas uma mocinha entrar: ela tinha cabelos escuros e usava um cachecol vermelho. Pensou em como ela parecia um tanto engraçada, de uma maneira adorável, o jeito que suas bochechas avermelhadas pelo frio se misturavam à lã do cachecol. Como saber onde um terminava e o outro começava, essa era a questão.

Ela se dirigiu à parte de obentôs prontos, e escolheu apenas um. Era um com peixe frito, soba e salada; uma escolha ruim, com toda certeza.

— É melhor não escolher esse, moça. Os de soba vendem pouco, e ficam velhos. Aconselho levar o de sukiyaki, foi feito hoje. — o Uchiha disse, em tom despreocupado.

A garota olhou para ele, um tanto surpresa, e acatou seu conselho. A bem da verdade, Hinata Hyuuga não esperava o gesto de delicadeza, mas isso era sempre bem vindo. — O-obrigada. — respondeu, em tom meio hesitante, mas sincero.

No caminho para o caixa, ela parou na sessão de sobremesas, e passou uns bons dois minutos escolhendo, conforme contava o caixa. Ela olhava para uma fatia de cheesecake e uma pequena embalagem de zenzai, como se estivesse em dúvida... Acabou pegando as duas, discretamente, mas seu rosto tinha uma expressão de culpa tão grande que parecia que ela estava cometendo um crime. O Uchiha sorriu para si mesmo; então ela era uma garota de sobremesas... Achava isso estranhamente adequado para aquela garota tímida e quieta. Imaginou o que ela estaria fazendo comprando o jantar a essa hora, em plena véspera de Natal. Ela não parecia ser do tipo solitária, e se até ele fora convencido pelo irmão a participar da ceia com os amigos, é óbvio que ela também tinha companhia.

Ele escaneou os produtos, e o computador somou o total. — São novecentos ienes.

Hinata entregou uma nota de mil ienes. Infelizmente, ele estava sem troco: o caixa havia sido fechado e o dinheiro colocado no cofre pelo gerente da loja, antes de deixá-lo ali sozinho. — Desculpe, mas eu não tenho cem ienes... O troco pode ser em balas, chocolates?

— Claro, sem problemas. — ela falou, sorrindo. Olhando os preços dos doces, pegou uma pequena barra de chocolate amargo. Nela, podia ler-se "baixas calorias". Sasuke se perguntou se realmente fazia sentido pegar uma barra de chocolate light se ela já estava levando um pedaço de cheesecake e um pote de zenzai. Como dizem por aí, se você está no Inferno, abrace o diabo de uma vez.

Nesse momento, outros dois clientes entraram na loja, enquanto Hinata guardava as compras na sacola. O sangue de Sasuke correu gelado por suas veias quando percebeu que aqueles não eram clientes, pelas máscaras de esqui que usavam... Um filme de toda sua vida passou em frente aos seus olhos ao passo que aqueles dois homens anunciaram o início de uma desventura inesperada para uma noite natalina: — Todo mundo no chão, é um assalto!

A Hyuuga quase derrubou a sacola no chão, e assim que se virou, percebeu que os dois homens estavam armados com fuzis. Ela levantou os braços, em sinal de rendição, e o atendente do caixa fez o mesmo. Aqueles dois homens não estavam ali de brincadeira... O Uchiha pensou se aquilo realmente poderia ser verdade, ou se estava sonhando: uma garota bonita entra na loja e de repente tudo é interrompido pelo mais inacreditável dos eventos, um assalto em plena véspera de Natal... Justo quando faltava quinze minutos para fechar a loja. Sua noite havia acabado de ficar dez vezes mais surreal. Torcia, de verdade, para que estivesse apenas dormindo em cima do caixa a essa altura.

— A mocinha aí, no chão! Passem o dinheiro, anda, abre o caixa logo, meu irmão! — um dos assaltantes disse, empurrando Sasuke com o cano da arma até o caixa. Ao abri-lo, no entanto, o assaltante ficou furioso com o que encontrara: — Você 'tá de brincadeira, parceiro? Acha que eu sou burro? Cadê a grana, hein?

— O gerente levou o dinheiro do caixa quando ele fechou tudo, eu não tenho nada aqui, só tenho os mil ienes que ela acabou de me dar para pagar as compras dela, só isso! — o moreno se defendeu.

— É verdade, ele nem tinha troco, peguei o troco em chocolate! — Hinata resolveu interferir em favor dele. Ela estava a beira de lágrimas, de tamanho nervosismo e medo que a situação provocara nela.

Sasuke Uchiha não era nenhum cavalheiro e sequer conhecia aquela mulher, mas perceber o que eles haviam feito com certeza o deixou furioso. Não havia necessidade de tratá-la mal, e precisava fazer alguma coisa. — Olha só o que vocês estão fazendo, a moça ali não tem nada a ver com a história... Será que vocês não podem deixar a gente ir embora? Nós nem vamos falar para a polícia, vocês não roubaram dinheiro algum, de qualquer maneira. Tudo fica resolvido.

A barganha não foi aceita, e deixou o assaltante ainda mais furioso. — Você perdeu o juízo, apaixonadinho? A gente quer dinheiro, e não vamos embora até vocês entregarem.

— Então vamos todos passar a noite aqui, porque não temos dinheiro algum. Eu juro por tudo que é mais sagrado, tudo que nós temos são esses mil ienes. Não estamos mentindo. — ele insistiu, tirando a carteira e mostrando-a ao outro; tudo que havia ali era um cartão do metrô, a carteira de identidade e a nota fiscal de um casaco que esquecera de jogar fora.

O outro assaltante, que apontava o fuzil para Hinata, parecia impaciente com tudo aquilo. A parte mais tosca de toda a situação é que ele usava um óculos escuro a essa hora da noite, redondo ao estilo John Lennon... Se havia como essa situação ficar mais absurda, Sasuke não imaginava como. — Eles não têm dinheiro nenhum, esquece isso. Falei que era uma má ideia...

— Não se mete, vai, eu resolvo isso. Não disse que cuidaria do planejamento? Você só aponta a arma e pronto. — o parceiro respondeu, elevando o tom de voz.

— Cuidou tão bem que escolheu uma loja de conveniência sem dinheiro no caixa para assaltar. — o outro murmurou, irritado.

Então agora eles estão brigando feito um casal velho, o caixa pensou, que maravilha. Se eles ao menos pudessem parar de brigar um com o outro e resolverem a situação logo... — Ei, será que eu posso pelo menos ligar para o meu irmão para avisá-lo que vou me atrasar para a ceia? Ele está me esperando.

Os dois assaltantes pararam de brigar e o que não usava óculos, que apontara mais cedo a arma para Sasuke, voltou-se para ele. — Você tem um celular? Passa logo, anda. — ele obedeceu, mas o olhar de incredulidade e indignação do criminoso era suficiente para deixá-lo constrangido — Puta que pariu, é essa merda aqui que você chama de celular? Ah, esquece.

— Você tenta me roubar e ainda quer ofender, assim não dá. Tsc... — o moreno falou, guardando o celular no bolso. Estava velho, é claro, mas não estava tão ruim assim...

O assaltante de óculos dirigiu-se à Hyuuga. — E você, trouxe celular?

A moça limpou as lágrimas antes de responder. — N-não, desculpe, eu deixei em casa, eu só passei aqui para comprar o meu jantar antes de fechar...

O líder dos dois estava furioso. — Puta que pariu, até para ser assaltante tem que se esforçar... E agora, Shino?

Eis que Hinata levantou o rosto, com uma expressão confusa, tentando se lembrar. Sim, aquele nome parecia familiar... E aquelas vozes também. Não é possível, ela pensou. — E-espera... Shino? Shino Aburame? E Kiba Inuzuka? Não acredito... São mesmo vocês?

Os dois pseudo-assaltantes sentiram o medo congelar seus movimentos. Já tinham ouvido falar de destino, mas nunca de uma armação tão grande assim dele. Quem se pronunciou foi o líder deles, tirando a máscara: o rosto era um velho conhecido dela. O gesto foi seguido pelo parceiro, que revelou ser exatamente quem ela pensava que fossem. — Hinata? Ah, não acredito nisso.

A situação tinha acabado de subir um degrau na escala de incredulidade para Sasuke. — Espera, você conhece esses caras?

Hinata riu, timidamente. — B-bem, s-sim, eles foram meus colegas na época do colégio... — ela explicou, e virou-se para os dois — Eu nunca pensei que a gente se encontraria numa situação, uh, numa situação dessas.

Retiro o que disse, o caixa da loja pensou, a situação com certeza pode ficar ainda mais absurda.

— Nem eu, Hinata, nem eu... Mas nós precisávamos de dinheiro, eu e o Shino noivamos e estávamos querendo casar, mas eu fui demitido do meu emprego e a clínica em que ele trabalha não paga os salários há três meses, a gente vai perder o apartamento que alugamos se não pagarmos em uma semana e estamos com o nome sujo... Nós estamos desesperados mesmo. — Kiba esclareceu.

— E o Kiba resolveu escolher justamente a noite de Natal para fazer uma loucura dessas de assaltar um lugar. E ainda um lugar vazio, sem dinheiro, e prestes a fechar... — Shino falou. Era óbvio que ele guardava alguma mágoa dessa decisão impensada, mas tinha lá sua culpa por ter aceitado.

— Ah, qual é, Shino, como eu ia saber?

— E por que vocês não montam uma vaquinha, pedem dinheiro emprestado, não sei? O crime não compensa. — a Hyuuga sugeriu.

— Nem me fale. — ambos responderam em uníssono, vendo a situação surreal em que se encontravam.

Kiba decidiu por ele e pelo noivo o que iriam fazer a partir dali. — Quer saber, deixa essa coisa de assalto para lá. Vou tentar conseguir um empréstimo amanhã, não sei, mas a gente se vira. É melhor deixar essa coisa de assalto de lado, é complicado demais.

— Ótimo, mas se você puder abaixar a arma... — Sasuke falou, intrometendo-se no assunto para salvar sua própria pele.

Por um momento, o Inuzuka esquecera que estava com o fuzil em mãos. — Ah, isso aqui? É de brinquedo. A gente só pintou, armas de verdade são muito caras. Enfim, boa sorte para vocês aí, e feliz Natal.

— O-obrigada, para vocês também. Qualquer coisa, meu telefone ainda é o mesmo. — Hinata respondeu, com um sorriso gentil. Ela simplesmente não podia ficar magoada numa situação tão cômica assim... Isso cada vez mais parecia alguma pegadinha da televisão, ou algum teatro de comédia. Auto da noite de Natal seria um bom título, pensou consigo mesma.

Os dois saíram, despedindo-se dela. O atendente do caixa se aproximou, com o rosto sério, e estendeu uma mão discretamente para ajudá-la a se levantar. Ela agradeceu, entrando no jogo dele de fingir que a gentileza não fora nada demais, e ambos saíram da loja após ele apagar as luzes e trancar a porta. A rua estava escura, coberta por uma fina camada de neve que ainda caía.

— Eu te deixo em casa. — Sasuke falou, resoluto.

— N-não p-precisa se incomodar, seu irmão está te esperando... — a Hyuuga disse, timidamente.

A decisão dele já estava tomada, no entanto. — Eu já estou atrasado, de qualquer maneira... Além do mais, depois de uma noite dessas, acho que tudo pode acontecer. Melhor garantir, só por segurança. — Sasuke falou, escondendo as mãos nos bolsos do casaco enquanto os dois caminhavam pela rua mal iluminada e deserta.


Notas Finais


Nota: mil ienes é o equivalente a mais ou menos trinta reais.

Bem, eu normalmente não escrevo comédia, mas isso daqui saiu num instantinho, com uma ideia que tive hoje de manhã... Como sei que o ENEM está chegando e meu tempo está cada vez mais complicado, resolvi escrever e entregar meu presente logo, para honrar meu compromisso. c:


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