Segunda-Feira - Califórnia. - Minha casa.
-MÃE, CHEGUEI! - taquei minha mochila do lado da porta e fui até a cozinha. - Mãe? Joe?
-Mamãe ta no quarto. - Joe surgiu do nada no pé da escada e disse.
-Você ainda me mata de susto aparecendo assim do nada, parece aqueles pirralhos de filme de terror que mata geral.
-Por que não foi me buscar hoje?
-Por que todo mundo me ignora? Por que eu não sou rica? Por que não tenho namorado? Também procuro respostas, mas não encontro nenhuma. - Respondi ironicamente enquanto colocava um pão na torradeira.
-Porque você é chata, burra e feia. - O pirralho respondeu e subiu as escadas correndo.
Um dia eu mato um.
Quando a torrada ficou pronta eu a peguei e fui até o quarto da minha mãe.
Bati na porta várias vezes e nada, como de costume. Então, decidi entrar mesmo assim. Ela estava dormindo com a tv ligada em um canal de coisas de casa, eu acho. Mães...
- Mãe... - a sacudi e ela resmungou. - Mãe, são quase 19 horas da noite. Não acredito que dormiu o dia inteiro.
- Me deixa, Ana. Você devia estar proibida de sair do seu quarto pela hora que chegou em casa no fim de semana. - Nossa, achei que ela nunca ia reparar depois de tudo. Claro que eu não a contei sobre eu quase ter sido estuprada e sei lá o que mais, não podia. Ela teria um infarto. - E também não esqueci da sua detenção.
-Eu já te disse que a culpa não foi minha.
- Tá, mas e as outras mil coisas erradas que você já fez e nunca pagou por elas?
-Ai mãe, parece até que eu assaltei um banco. - O que não seria uma má ideia, já que a nossa condição financeira ta um fiasco. -
Enfim, eu fiz torradas. Vê se levanta e come. Depois fala com o Joe, porque ele não merece seu vacuo.
Dito isso fui pro meu quarto, tomei um banho e me joguei na cama.
Terça-feira - Califórnia - CCHS
-Eu não acredito que fomos convidadas pra festa do ano! - Anny disse dando pulinhos.
-Todos foram convidados, idiota. - Larissa disse dando um tapa na testa dela.
-É, vocês não acham isso estranho? Tipo, nunca chamam todo mundo e esse ano chamaram até os... os sei lá.
-A gente, Mari, chamaram até a gente.
-Isso.
-Ah e daí? - Anny disse.
-Será que podem estar querendo tramar algo? - Mari disse com a mão no queixo, fazendo uma imitação de não sei quem.
- Não ligo, se o Rodrigo for eu to dentro.
-Você iria de qualquer forma, Anny. - Eu disse.
-Rodrigo? Hm, então ta sério isso? - Larissa perguntou.
- Não! Quer dizer, sei lá.
Rimos e cada uma foi para sua aula.
Como Larissa tinha aula de biologia comigo ficou me perturbando os dois tempos inteiros.
- Então, eu to desconfiada também desse lance da festa. Você vai?
- E eu lá tenho escolha? Vocês iriam me arrastar de qualquer jeito.
-Verdade, mas dessa vez não sei se quero ir. Depois do que a gente fez com a Nicole...
-O que tem, Larissa? Ninguém sabe que fomos nós.
- E se suspeitarem?
-A gente tem o video, ela não pode fazer nada contra nós, senão a gente ameaça de vazar na internet.
-Você é má.
-Você que não pensa, anta.
- Intervalo -
-Ei, princesa.
-Lucas, tem que parar de me chamar assim. Não sou sua princesa.
-Desculpa. - Ele disse envergonhado.
-Não quis ser grossa.
-Relaxa. Então, você vai a festa?
-Não queria, mas provavelmente as meninas vão me arrastar.
-Definitivamente vamos. - Anny surgiu com Marianna e disse.
- Oi, Mari. E aí? - Marianna é tão fofa quando fica tímida. Corou porque o Lucas falou com ela.
-Oi, Lucas... Anny, vamos fazer aquilo...
-Aquilo? Aquilo o que? - Anny disse confusa, não entendendo que a marianna só queria sair daqui agora.
-Aquilo no banheiro. Agora!
-Ata. Tchau pra vocês.
- "Aquilo no banheiro"? Elas namoram? - Lucas perguntou e eu queria ri muito disso.
-Não, é coisa de menina.
-Beleza, acho que te vejo na festa, né?
-Talvez. - Ele riu e disse que ia se juntar aos garotos. Então, eu fui pro meu canto no jardim.
*Anny*
Marianna estava desesperada no banheiro, andando de um lado para o outro, não parava quieta.
-Eu vi em um filme que se você ficar andando assim pode abrir um buraco no chão.
-Anny, você é idiota.
-Ta brava, querida? Quem te mordeu.
-O LUCAS COM SEUS DENTINHOS LINDOS APAIXONANTES.
-Que porra você ta falando?
-Merda.
-Vou te internar junto com a Larissa.
-Anny, promete que não vai contar pra ninguém que eu gosto dele. - MAS O QUE? MARIANNA GOSTA DO LUCAS? GENTE, QUE BAFO!
-TU GOSTA DELE? MENINA, QUE DOIDA.
-Demora pra cair a ficha em ti, hein.
-Uau.
-PROMETE DE DEDINHO! - Ela me fez erguer o dedo mindinho e fazer o "juramento do dedo mindinho que nunca poderá ser quebrado" e bla.
Depois ela começou a chutar as portas das cabines do banheiro pra ver se não tinha ninguém lá. O que ela iria fazer? Ameaçar com sua fofura?
*Matteus*
Estava observando uma garota. É, me chama do que quiser, mas eu não conseguia desgrudar os olhos dela. Eu estava atrás da porta que da pro jardim e ela estava deitada na grama olhando as nuvens e as vezes sorria. Um sorriso tão bonito, mesmo de longe. Os cabelos castanhos espalhados na grama, com um livro no colo, as pernas dobradas com cuidado para não deixar a saia mostar o que tem por baixo. Ela é toda linda. Ainda não sei como Ana não se enxerga desse jeito. Sim, Ana é a garota.
Eu queria não parecer um babaca falando com ela. No dia que nos conhecemos eu fui tão simpático e agora eu mal falo o que realmente penso. Acho que vou tentar falar com ela.
*Ana*
É foda como as nuvens podem se transformar no que elas quiserem, queria poder ser quem eu quiser também.
Fecho meus olhos por segundos, mas percebo o sol ir embora e uma respiração na minha cara.
-QUE PORRA? AI
- AI VOCÊ QUE BATEU NA MINHA CABEÇA!
-O que a sua cabeça estava fazendo em cima da minha?
-Eu ia falar com você.
-Collins, precisava mesmo?
-O que?
-Nada.
-Olha, esquece. Me desculpa.
-Meu Deus, quem é você e o que fez com o Collins?
-Ha Ha hilário. - Ele disse ironicamente.
-Obrigada. Enfim, o que quer? - Me sentei, finalmente, encostando na árvore atrás de mim.
-Sei lá, eu te vi aqui... você tá tão bonita e...
-Você ta bem? Fumou?
-Eu não fumo. - Ele disse juntando as sobrancelhas.
-Beleza, bebeu?
-Também não! Eu to normal, oras.
-Então, por que merdas ta me elogiando?
-Porque é a verdade. Caceta. - Eu ri, mas ri muito. Não por não achar verdade, mas porque ele falando "caceta" foi muito engraçado.
-Voce é retardada.
-Eu sei.
-E eu adoro isso.
*Matteus*
Consegui a deixar constrangida.
Primeiros passos.
-Não pode falar assim. -Ela disse de cabeça baixa.
-Por que? Pois fica toda vermelha?
-Também não pode falar isso! - Ela me olhou rápido.
-Você é muito fofa quando fica constrangida.
-DA PRA PARAR?
-Não. - Cheguei perto.
-O que você quer?
-Se eu te disser promete não me bater?
-Não. - Então, cheguei mais perto.
-Nesse caso, não digo.
-Fala logo. - Mais perto.
-É gostoso te ouvir sussurrar por eu estar perto demais do seu rosto.
-Hm. - Sorri.
-Quem sabe eu fale o que quero de você.
-PESSOAL! A GENTE TAVA PROCURANDO POR VOCÊS. - Rodrigo nos gritou de longe. Atrás vinha Anny e Lucas.
-O que foi? - Ana perguntou e levantou. Eu fiz o mesmo.
-Nada, só queriamos saber onde vocês tavam. - Rodrigo disse.
-Eu te mato. - Sussurrei para ele.
-Ana, você ta bem? Seu rosto tá vermelho. - Lucas perguntou e eu ri.
-Aham.
-Ta rindo de que, Matteus?
-De você, Lucas.
*Anny*
Queria saber que porra estava acontecendo.
Ana parecia um pimentão, Lucas e Matteus pareciam que iam fazer um duelo de Pokémon super sério e Rodrigo estava agarrado ao meu braço como se fosse um neném com medo.
Mas graças a Jeová o sinal ecoou.
-Salva pelo golgo. Uffa.
-Vocês vão pra aula, parem de se encarar assim. - Ana disse, Matteus a olhou e foi andando para não sei aonde.
QUE QUE TA ACONTECENDO?
~Continua...
NHAC!
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