1. Spirit Fanfics >
  2. Bad Reputation >
  3. Drunk

História Bad Reputation - Drunk


Escrita por: isasmermaid

Notas do Autor


A atualização mais rápida que vcs respeitam!

Gente, se preparem, o capitulo está.... intenso

Capítulo 10 - Drunk


Fanfic / Fanfiction Bad Reputation - Drunk

Point of View — Camila Cabello

Drunk, 00h08.p.m.

 

 

Meu corpo congelava. Maldito dia que decidi vestir-me com um vestido tão desprovido de pano.

Andava sem rumo apenas deixando que meus pés me guiassem como se soubessem aonde ir. Minha cabeça estava perdida de tantos pensamentos cruéis que a maltratavam. Aquele beijo me dilacerou em pedaços que já não existiam mais.

Avistei de longe, na viela suja de Ontário, um letreiro desgastado de um possível boteco de quinta. Respirei fundo, sentindo meus pulmões arderem com a dificuldade que estava tendo em inalá-lo. Nunca fui muito fã da bebida, mas ela parecia à única solução para meus gritos internos que soavam mais alto que o barulho das ruas movimentadas.

Segui em passos ríspidos, praguejando a mim mesma por sentir mais uma dessas necessidades. Eu me embebedaria num bar de madrugada, mesmo sabendo que já não estava tão sóbria quando chegasse nele, afinal, meus pensamentos embriagavam-me mais que qualquer álcool que se possa ingerir.

Assim que passei pela entrada do bar, toda a atenção foi direcionada a mim. Vários homens; velhos; bêbados me encaravam sedentos; outros com curiosidade e até deboche. Soltei um riso nasal sem animo algum, sabia que não sairia de lá bem e algo dentro de mim gritava que não seria culpa da bebida.

— Uma dose do que tiver de mais forte — Encostei-me no balcão de madeira velha, logo me sentando em um dos bancos que se encontrava próximo dali. O homem careca de aparentemente vinte e dois anos me olhou cismado, tratando de sorrir debochadamente ao me analisar da cabeça aos pés por cima do local amadeirado.

— Acredito que não tenha idade e nem dinheiro para pagar qualquer bebida, senhorita Cabello — Arregalei os olhos por segundos, imaginando como ele sabia quem eu era. Mas logo minha sanidade se tornou presente e lembrei-me que todos naquela misera cidade me conheciam. Na verdade, conheciam apenas minha fama.

— Acredito que venda de drogas e prostituição no andar de cima ainda seja ilegal em Ontário, senhor que me servirá a bebida — Um riso torto formou-se em seus lábios e ele assentiu positivamente. Logo uma bebida em tom cristalino estava pousada a minha frente.

— Comece por essa... Mas acredite, sua magoa não sumirá com a bebida, ela só irá te corroer ainda mais — Seu tom de voz parecia preocupado e, assim que o encarei, notei que ele me olhava com cautela e carinho. Balancei a cabeça, isso só podia ser loucura, ninguém nessa droga realmente se importaria comigo, nem mesmo Shawn Mendes.

Shawn Mendes... 

 

“— Eu quero me envolver ainda mais com você...”

 

Droga Shawn Mendes. Droga.

Segurei o copo de bebida com força, dirigindo-a até minha boca e virando-a de uma vez. Senti toda minha garganta arder com o liquido que descia rasgando até chegar ao meu estomago que parecia pegar fogo.

— Isso é horrível! — Indaguei, sentindo ainda mais o gosto forte do álcool estendendo-se em meu organismo. Fiz uma careta ao passar a língua pelos lábios.

— Bem vinda à embriaguez, Camila — O rapaz de me serviu a bebida disse, depositando mais daquele liquido horrível em meu copo.

— Bem vinda ao mal do século, Camila — Disse em voz alta, dirigindo-me a mim mesma virando novamente a bebida de uma vez, sentindo o peso do copo já vazio. Nem uma gota restará para lembrar o quão patética estava sendo.

 

(...)

 

Almejei paz e tive, entre vertigens e delírios que variavam da atualidade ao passado, o rodopiar dos meus pés frouxos esfregando a pele alva no tecido áspero do carpete de um quarto desconhecido e o sorrir vazio de alguém que não quer sorrir. Não me sentia eu mesma, mas esse parecia ser a vantagem da embriaguez, então me aproveitei dessa dádiva, arrastei-me ao canto do quarto escuro até minha pequena bolsa que carreguei pela noite e tirei de lá o aparelho celular, deslizando lentamente o dedo indicador pela tela forçando os olhos para procurar o contato dele.

Tocou, fazendo o bipe ecoar por meu ouvido. Tocou de novo, o mesmo som contínuo e desesperador. Tocou mais uma vez e ele atendeu.

 

— Camila? Meu Deus onde você está? — Aquela voz rouca de alguém que acabará de acordar causou-me arrepios — Por que você fugiu? Eu... Eu te procurei... — Continuei em silencio, sentindo a comum ardência em meus olhos tornar-se presente — Camila?

— E... Eu... — Minha voz embargou sem permissão. Engoli a seco. — Eu não posso mais ficar perto de você — Sussurrei como se temesse ser ouvida, sentindo meu peito doer.

— Você está bêbada? Camila onde você está? — Seu tom se tornou preocupado e eu tratei de apertar o aparelho em meu ouvido para ouvi-lo ainda mais.  Não respondi e ele suspirou na ligação — Por que você não pode ficar perto de mim? — Uma decepção tomou conta de suas palavras e as lágrimas começaram a cair brutalmente sob meu rosto.

Não sabia dizer o porquê não podia. Ele era o problema. Eu era o problema. A verdade era o problema.

Porque eu sou uma assassina — Senti o amargo das palavras pronunciadas atordoarem meu consciente. Eu nunca havia as pronunciado em voz alta. Eu nunca quis aceitar que fui à grande culpada pela morte de Catarina.

— Camila... — Apertei ainda mais o aparelho contra meu ouvido — O que está querendo dizer? — Perguntou severo.

— Eu matei a Catarina... Eu... Eu juro que não a matei... Mas eu a matei... Eu não posso Shawn... Mendes — Soltei um riso nasal mesmo sem achar graça alguma, percebi que o efeito do álcool estava cada vez mais forte sob mim e as frases não faziam sentido.

— O que? Meu Deus Camila me diz onde você está! — Uma onda desesperadora tomou conta de meu corpo e eu queria dizer onde estava, mas nem eu mesma sabia onde me encontrava.

— E-eu... Não posso... — Sussurrei com dificuldade.

— O que você não pode? Camila? Por que você não pode? — Conseguia ouvir seus passos inquietos ecoarem na ligação.

Por que eu estou me apaixonando por você — Fiz uma pausa para buscar ar, mas não deixei que ele respondesse, apenas desliguei rapidamente e joguei o celular o mais longe que consegui.

 Aconchegue-me no chão, agarrando minhas pernas e abraçando meus joelhos, deixando o silencio ser preenchido pelo meu choro incontrolável que carregava toda a dor de um coração partido pelas memórias de uma irmã morta e um rapaz bom demais para carregar o fardo de minha culpa.

 

Eu não queria matá-la, eu só queria que toda dor que me fazia mal acabasse... Não é minha culpa se Catarina era a principal culpada.

 

(...)

 

Passei à costa de minha mão por cima de meus olhos embaçados e analisei o local. Eu não sabia dizer como amanheci no chão áspero de um carpete abatido. Era um cômodo pequeno e cheirava a um mofo ainda mais forte que minha casa, não tinha móvel, apenas um colchão sujo e sem forro. Desci uma escadaria longa, meio desorientada e então reconheci a frente do bar que embebedei minhas magoas. Segui até a rua e, ao pisar no cimento, acabei trombando com um homem porto-riquenho que logo debochou de meu estado em espanhol e eu felizmente entendi muito bem, mas nada disse.

 Segui em passos lentos para onde acreditava ser minha casa, tentando lembrar como fui parar onde acordei ou, talvez, como paguei e se paguei todas as bebidas que tomei no bar. Mas as únicas coisas que me lembrava com lucidez era a ligação; a confissão; o choro e as lembranças cruéis de Catarina.

Assim que abri a porta que estranhamente estava destrancada tive uma surpresa. Shawn Mendes estava deitado sob meu colchão dormindo com um semblante tranqüilo. Ele tinha o corpo encolhido para servir na pequena cama, apoiava a cabeça em um de seus braços e com o outro abraçava a própria cintura. Deixei um sorriso escapar ao observar aquela cena tão bonita.

Pensei em como ele havia entrado e até o porquê estava ali. Mas, a única coisa que parecia importar no momento, era o fato dele estar ali.  

Dei alguns passos até chegar à cama e sentei-me no chão, ao lado. Apoiei minha cabeça em meus joelhos, encarando sem piedade alguma todo seu rosto, admirando sua beleza e praguejando a mim mesma por ser tão vulnerável a ele. Todos os meus motivos para ficar longe dele pareciam banais agora; todas as minhas inseguranças pareciam seguras; e minha fuga após o nosso beijo parecia idiotice. Nosso beijo. Senti uma enorme necessidade de sentir seus lábios macios contra os meus novamente.

Mordi o lábio punindo-me por sentir isso ao observá-lo dormir. Desviei meu olhar por todo seu corpo, parando atentamente na mão pousada em sua cintura. Ela estava machucada e suja de sangue. Involuntariamente a toquei, alisando cautelosamente o machucado. Shawn acabou remexendo-se, mas não despertou. Sorri ao encará-lo novamente. Céus, você é tão bonito Shawn Mendes. Acariciei novamente sua mão e subi para seu braço, aconchegando-me ainda mais próxima a cama.

— Você me faz cometer loucuras, Camila — O timbre rouco daquela voz doce e serena invadiu meus tímpanos. Ouvi-la pessoalmente causou-me ainda mais arrepios que ao telefone.

— Eu? — Perguntei curiosa, observando-o tentar abrir os olhos com dificuldade por conta da luz que adentrava pela janela.

— Eu te conto depois, estou com muito sono agora — Shawn Mendes puxou levemente meu braço, dando duas batidinhas com a mão encima da cama chamando-me para deitar com ele. Olhei assustada, franzindo o cenho. Logo ele me puxou novamente e eu deitei ao seu lado, encaixando-me no colchão minúsculo. Senti seus braços pousarem sob minha cintura, abraçando-me com força e puxando-me para ainda mais perto. — Eu não vou te deixar fugir de novo, Camila.

Eu havia fugido; me embebedado; chorado e me desesperado. Eu havia aceitado que não era certo permanecer na vida de Shawn Mendes. E agora estava aqui, dormindo em seus braços.

— Você está fedendo a álcool — Ele sussurrou quente em meu pescoço fazendo sua voz soar abafada. Sorri, mesmo sabendo que me arrependeria disso depois.

— Cala a boca, Shawn Mendes — Ele riu, aconchegando-se em meu corpo.   

Eu também estou me apaixonando por você, Camila Cabello — Esperei minha pior reação. Me imaginei fugindo, gritando, chorando e sentindo todo meu mundo desmoronar. Me imaginei implorando para que ele não fizesse isso, que não se apaixonasse por mim. Mas, naquele instante, eu só queria sentir mais de sua respiração na curva de meu pescoço, enquanto pego no sono, envolvida em seus braços.


Notas Finais


tentarei responder todos os comentários, mas meu trabalho está consumindo minha vida e minha alma. me perdoem pela falta de atenção, mas saibam que eu leio todinhos e eles me ajudam muito a continuar. amo vcsssssss


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...