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História Bad Reputation - Cry Baby


Escrita por: isasmermaid

Notas do Autor


voltei, oi

então, deixa só eu explicar uma coisinha: coisas sobre o acidente começaram a aparecer com mais freqüência... Sempre pedaços pequenos, mas uma hora ou outra vcs irão entender exatamente tudo que aconteceu naquela noite.

eu nunca soube explicar como o amor acontece, então gosto de descrevê-lo em historias da mesma maneira que eu entendo... de repente, quase imperceptível, principalmente por aqueles que estão envolvido nesse sentimento.

bom, espero que gostem, povs da camila são sempre mais complexos de serem escritos, mas eu definitivamente amo muito... espero q vcs também!

Capítulo 7 - Cry Baby


Fanfic / Fanfiction Bad Reputation - Cry Baby

Point of View — Camila Cabello

Dream, 4h04.a.m

 

— EU TE ODEIO! NÃO QUERIA QUE VOCÊ EXISTISSE... VOCÊ DESTRUIU MINHA VIDA CATARINA! — Gritei quase sem fôlego, desesperada com a velocidade que o carro percorria pelas ruas.

— Você me prometeu que esqueceria isso... VOCÊ ME PROMETEU CAMILA! — Catarina desviou os olhos da estrada pousando-os diretamente em mim — Eu não queria que as coisas tivessem acontecido daquele jeito. Eu não esperava que fosse te magoar tanto... Droga... — Meus soluços ficavam cada vez mais desesperados, o choro aumentava tornando-se insuportável minha presença ali — VOCÊ ME DISSE QUE HAVIA SUPERADO... MAS QUE MERDA CAMILA PARA DE SER A DROGA DE UMA BEBE CHORONA.

— Você acabou comigo, Catarina... Você... Você me destruiu... Eu queria que você morr... CATARINA!

 

 

Acordei de imediato. Meus olhos inundados pelas lágrimas assim como o colchão encharcado pelo suor entregavam minha situação atual.

Já era a terceira vez só aquela madrugava que eu sonhava com ela; sonhava com acidente e praticamente o revivia em minha mente. Sentia meus ossos pesados doerem, maltratando minha sanidade mental e todo o resto que acompanha meu corpo.

Esse era o efeito que Shawn Mendes me causou ao fazer o convite ontem à noite. Ele não podia ter feito isso comigo. Eu acreditei nele, acreditei no que estávamos construindo juntos e, o pior de tudo, acreditei que ele realmente me ajudaria. Mas, como sempre, ele só queria brincar comigo igual a todos.

Sequei meu rosto, esticando-me no colchão com um odor extremamente forte de mofo. Exalei o cheiro como se fosse o único do mundo, sentindo meus músculos relaxarem como se soubessem que eu estava em casa, justamente onde eu pertencia.

Senti meus olhos pesarem ardendo com as lágrimas secando, fechei-os de imediato entregando-me novamente ao sono sabendo que as memórias de Catarina me atormentariam cada vez mais.

 

*

 

Reality, 6h03.a.m.

 

— CAMILA! ABRE A PORTA, POR FAVOR!

 

Ouvi barulhos na porta e, com muita dificuldade, abri os olhos encontrando a claridade dos raios que adentravam pela janela. Assim que minha consciência atingiu sua melhor forma, pude ouvir mais nitidamente as batidas e logo reconhecer o dono daquela voz rouca e desesperada.

 

— VAI EMBORA! — Tentei gritar no mesmo nível, mas minha voz soará quase falha, senti minha garganta seca e um nó formar-se ali — POR FAVOR... ME DEIXA EM PAZ, SHAWN MENDES! — Fechei os olhos com força, abraçando meu corpo na tentativa de desacelerar meu coração que agredia meu peito.

— PARA COM ISSO CAMILA — Ele gritava e forçava a porta. Por segundos, meu corpo remexeu-se no colchão na tentativa de seguir até lá, mas eu consegui ser mais forte, pela primeira vez — POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO? — Sua voz continha uma rouquidão diferente, como se forçasse com dificuldade para que ela saísse audível — NÓS ESTÁVAMOS TÃO BEM, PARA COM ISSO, POR FAVOR, CAMILA! — Chacoalhei a cabeça de um lado para o outro na tentativa de fazer aquela voz sumir. Eu não queria cair novamente em suas palavras doces, eu simplesmente não podia.

— Me deixa... Me deixa em paz... — A ardência em meus olhos era algo comum, assim como as lagrimas que rolavam em minha pele e molhavam tudo ao meu redor. Sentia-me uma bebe chorona, Catarina sempre esteve certa.

— Abre essa porta — Shawn Mendes arrastou a voz para a calmaria, traçando uma manha e uma doçura entre a rouquidão das palavras. Levantei me colocando em pé, seguindo quase silenciosamente para a madeira velha que nos separava. Encostei meu corpo na porta que rangeu, entregando que eu estava ali, apoiei meus ouvidos na porta para ouvi-lo, pois por algum motivo aquilo se tornou necessário no momento — Por favor, Camila — Era como se ele houvesse sussurrado para que só meu coração ouvisse e, de fato, ele ouviu.

Levei minha mão para a trinca, hesitando enquanto lutava para não ouvir novamente meu órgão pulsante que, no momento, não fazia nada além de me machucar. Segurei o metal gélido com os dedos empurrando para baixo, o barulho da trinca aberta soou e logo a imagem do rapaz alto parado com os braços pousados em cada lado da parede invadiu meu campo de visão. Ele tinha os olhos desesperados e inchados, sua boca tremia com um leve sorriso amigável nos lábios rosados.

— Oi — Sua voz soou doce e eu sorri, praguejando a mim mesma por me tornar tão vulnerável em sua presença — Posso entrar? — Neguei com a cabeça engolindo a seco — Camila... — Ele continha uma maneira única de pronunciar meu nome, causando um misto de desespero e aconchego em meu peito.

— Por que você está fazendo isso comigo? — Mesmo não querendo ouvir a verdade a pergunta saiu sem nenhum consentimento — Já não basta o que fizeram no meu aniversário há um ano? Já não basta tudo que me fizeram passar aquela noite? Por que quer me levar de novo ao inferno, Shawn Mendes? — Minha voz saia mais firme que qualquer músculo meu. Sentia-me pronta a desabar, mas continuei em pé encarando seu semblante confuso.

— O que fizeram no seu aniversário? O que... Camila, eu não estou tentando fazer nada, eu não fiz nada — Ele tentou aproximar-se, mas eu me esquivei para trás, impedindo sua passagem — Eu juro que não sei o que você está falando.

— A não? — Firmei ainda mais as palavras destruindo o nó que carregava na garganta — Então você quer mesmo que eu acredite que não estava lá quando me arrastaram do hotel premium até a ponte do acidente, me queimaram com a porra de seus cigarros e me jogaram na água no dia do meu aniversário? — Tentava manter meu tom baixo, pois não queria ouvir de mim mesma os detalhes de um dos dias mais desesperadores de toda minha vida já destruída — Vocês me enganaram, agrediram, humilharam e quase me mataram aquela noite. Eu sei que sempre quiseram minha morte, mas nunca imaginei que tentariam se tornar assassinos como tanto me julgam para que isso acontecesse logo. — A expressão de Shawn Mendes estava indecifrável, seus olhos lacrimejaram por instantes e então ele os fechou, negando com a cabeça.

— Eu... Eu não sabia disso Camila... — Pude notar o medo consumir seu olhar castanho mel tão doce — Quem fez isso? Quando fizeram isso? Camila eu não fiz nada eu juro que não sabia — Talvez ele fosse um bom ator, mas era praticamente nítida a verdade na pronuncia que saia de sua boca.

— Para de negar, eu reconheci vocês mesmo de capuz — Por um lado eu queria acreditar nele, mas já estava cansada de acreditar em mentiras só para confortar minha alma — Reconheci o Cameron, o Jack e até o Nash que usava aquela mascara de caveira que perturba meu sono e...

— Mas não tinha ninguém igual a mim, certo? — Ele me interrompeu desesperado. Suas mãos agarraram um pouco abaixo de meus ombros, obrigando-me a olhá-lo nos olhos — Você não me reconheceu, não é Camila? — Assenti fraco com a cabeça — Eu não estava lá àquela noite Camila, juro que não estava... Acredita em mim... — Shawn Mendes aproximou seu corpo, praticamente juntando-o ao meu. Senti minha respiração falhar e minha sanidade se perder em seu hálito forte de cafeína.

— Então por que me chamou para o hotel premium? Justo o hotel que fica a poucos quilômetros da ponte do acidente? — Tentei me soltar, mas não tinha forças para fugir dali. Eu queria ouvi-lo, mesmo tentando me convencer que não.

— Porque a comemoração será lá essa noite, Camila — Ele tinha tanta calmaria em sua explicação que fez novamente meus músculos relaxarem. — E eu queria que você fosse minha acompanhante. Na verdade, eu quero.

— Você é idiota, não é? — Tentei ignorar tudo que estava sentindo com suas palavras — Quem me quer como acompanhante? Eu sou a garota da má reputação, Shawn Mendes — Ele suspirou pesado e eu acompanhei — Seus pais não me querem lá, ninguém me quer lá e, bom, a cidade inteira estará na comemoração.

— Eu virei te buscar as sete, pode usar o que quiser, até esse pijama de minions, okay? — Shawn Mendes me mediu dos pés a cabeça e só então eu notei que usava meu pijama branco e amarelo dos minions. Senti minhas bochechas esquentarem e logo o polegar de Shawn as tocou, fazendo-me corar ainda mais — Você é adorável quando acaba de acordar — Ele mal terminou sua frase e seguiu rumo às escadas, sumindo de meu campo de visão. Todo meu corpo estremeceu e um sorriso brotou em meus lábios.

— Você é maluco, Shawn Mendes — Disse mais para mim do que para ele, afinal, Shawn já não ouviria mesmo.

 

*

 

Eu estava impaciente, sentia todo meu organismo travar uma batalha dentro de mim, deixando-me enjoada ao ponto de querer desmaiar para não colocar tudo para fora.

Olhava-me no espelho a cada três segundos, ainda faltava horas para que Shawn chegasse, mas eu tentava ajeitar minha aparência a mais horas ainda. Nada estava bom. Eu não era boa o suficiente para ficar bem em algo para a comemoração de uma das maiores famílias de Ontário.

Era loucura, eu sabia. Mesmo depois de dois anos vivendo no próprio inferno com todos aqueles que constantemente me amaldiçoavam e praguejavam meu respirar, eu decidi passar uma única noite ao lado deles. Meu interior gritava que de todas as loucuras que eu já fiz aquela era a mais arriscada. Mas quando se vive numa cidade onde sua própria existência é um risco, você aprende que estar vivendo dia após dia é a maior loucura que pode fazer.

Analisei novamente meu reflexo no espelho, sentindo um embrulho no estomago subir até a garganta. Sentia falta de me sentir bonita, mas infelizmente toda aquela situação só deixava minha auto-estima inexistente. Suspirei, remexendo-me dentro daquele vestido vermelho e justo demais em meu corpo, aquilo não iria dar certo, era loucura demais. Céus!

— Você não deveria ir a essa comemoração, Camila... Você não se encaixa nesse meio, todos te odeiam e a sua presença destruirá a noite do Shawn Mendes — Proclamei alto enquanto encarava-me no espelho. Senti a ardência em meus olhos, mas não permiti que aquela lágrima caísse — Eu só preciso que, pelo menos uma vez, as coisas dêem certo para mim — Não consegui mais me controlar e uma gota desenhou meu rosto, traçando a bochecha até chegar aos meus lábios.

 

“— Sai daqui, sua hora já acabou... ME SOLTA... SOCORRO!”

 

Ouvi aquela voz conhecida soar distante por conta das paredes e logo um barulho estrondoso de algo se quebrando atingiu todo o prédio. Mais gritos de uma garota e um homem repetindo “calma vadia” de um jeito arrepiante chegaram aos meus ouvidos cada vez mais nítidos. Uma onda de adrenalina atingiu minha corrente sanguínea e quando voltei à realidade, estava em frente à porta de Dinah, tentando praticamente em vão, arrombar aquela maldita fechadura para ajudá-la.

— DINAH JANE! — Gritei desesperada, mas não obtive resposta dela.

— VAI EMBORA! EU PAGUEI POR ESSA VADIA! — Aquela voz embrulhou meu estomago ao ponto de minhas entranhas se machucarem. Fechei os olhos, puxando o máximo de força que consegui e chutei aquela maldita tranca.

Eu nunca havia conseguido ignorar uma dor daquelas, mas assim que a porta se abriu, coloquei novamente meu pé no chão e corri para dentro.

Entre todas as cenas horríveis que presenciei, essa talvez essa seja a pior. Dinah Jane estava praticamente nua, seus olhos encharcados pelas lágrimas e seu nariz escorrendo sangue não eram o que tinha de mais assustador ali. O homem — aparentemente beirando seus trinta anos — segurava os pulsos da loira sob sua cabeça, pressionando seus joelhos em sua barriga enquanto tentava enfiar a língua na boca dela. Ela gritava, mas eu já não conseguia ouvir. Meu corpo inteiro estava frágil ao ponto de se quebrar com o mais inocente sopro, minha visão havia se tornado um borrão. Fechei os olhos procurando um pouco de coragem e de repente eu já estava com um abajur em mãos que atingia fortemente a cabeça do rapaz.

 

*

 

— Eu ainda não consigo acreditar que você fez isso por mim, Barbie Latina — Dinah soltou um riso nasal, enquanto enrolava-se em meu cobertor rosa.

— Você teria feito o mesmo por mim — Sorri simpática segurando uma caneca preta vaporizando um chocolate extremamente quente. Dinah Jane suspirou forte e então a notei engolir a seco.

— Eu não fiz — Sua voz soou frágil como um engasgo de choro — Eu já te ouvi gritar tantas vezes e simplesmente ignorei. Você sabe disso e mesmo assim me ajudou hoje.

Abri a boca para dizer algo, mas nada saiu. Era verdade, eu sabia que ela me ouvia todas as noites que eu me encontrava sufocada por meus próprios demônios. Mas isso não parecia um motivo para não ajudá-la hoje. Sentei ao seu lado no colchão, encaixando-me entre a parede e seu ombro.

— Eu nunca precisei de ajuda como você precisou hoje — Engoli a seco, ignorando os gritos presos em minha garganta — Talvez eu não mereça a ajuda de ninguém — A ultima frase foi soada quase como um sussurro, talvez eu tenha dito mais para mim do que para ela. Queria me convencer daquilo tanto quanto queria convencê-la.

— Você ajudou uma prostituta adolescente que mal conhece — Ela riu fraco e eu não pude deixar de acompanhá-la — Você merece coisas boas, eu te garanto isso.

Por segundos, imaginei que Dinah realmente sabia o que estava passando em minha cabeça e que, de alguma forma, era aquilo que eu precisava ouvir. Sorri, mas dessa vez verdadeiramente e entreguei-me ao momento, desabafando sobre a possível noite que teria hoje, não poupando nenhum de meus medos e de minhas costumeiras inseguranças. Ela me ouviu atentamente e disse frases como “você é besta” ou “cara, vai rebolar essa raba latina a noite toda sim” e até me ajudou na maquiagem, algo que eu definitivamente havia perdido a pratica durante esses anos que se passaram. Afinal, de todas as vezes em que me arrumei, Catarina foi a pessoa quem sempre me ajudou.

As horas foram se passando, a conversa foi se intensificando e, quando eu finalmente me dei conta da hora, Shawn Mendes já estava parado em minha porta, analisando-me novamente dos pés a cabeça.

Sentia meu coração bater da maneira mais anormal que um ser humano consegue. Poderia dizer que estava prestes a ter um infarto, mas ao encarar aqueles olhos cor de mel e aquele corpo coberto por um terno preto, fugiu de minha memória se uma pessoa que sofre um infarto tem o coração acelerado ou parado.

— Adorei os sapatos — Ele sorriu de lado, encarando meu all star preto e, logo em seguida, deslizando o olhar por todo meu corpo parando fixamente em meus olhos. Suspirei, sentindo o medo consumir cada partícula que me completa.

— Não tive tempo de arrumar algo melhor — Levei meus fios bagunçados atrás da orelha, quebrando nosso intenso contato visual ao ouvir Dinah rir baixinho.

— Tudo bem — Ele deu de ombros, olhando por cima de minha cabeça ao notar a loira em minha cama — Você está linda, Camila — Senti todos os meus pelos ouriçarem assim que seus olhos encontraram os meus. Meu nome pronunciado por aquela voz rouca parecia tão importante que, por segundos, eu me esqueci à grande loucura que estava prestes a fazer — Mas eu prefiro o pijama — Ele riu como uma criança e aquilo me fez rir ainda mais.


Notas Finais


gente se vcs nao gostam das partes com a dinah, eu sinto muito... mas elas são necessárias para mostrar como a camila é de vdd...


enfim, até o próximo e amo vcs dms obg por todo apoio!!!!!


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