Entramos na escola em silêncio. Não era desconfortável, mas também não era legal. Era apenas o silêncio. Até que Lauren o corta:
- Por que Shawn Mendes pode te dar presente e eu não? - entrelaçou nossos dedos.
- Porque eu não tenho nada pra te dar em troca. - respondi.
- Amor, você já me dá tudo só por respirar.
- Você é tudo que eu quero. - disse a ela.
- Chancho. - Dinah apareceu na minha frente, chamando-me com o apelido que insistiu em me dar. - Feliz aniversário! - disse me estendendo um embrulho.
- Falei que não queria presentes. - disse de forma doce, para não a magoar.
- Eu já vi você abrindo ele. E quer saber? Você adorou! Vai usar hoje a noite. Na nossa casa. - a olhei receosa.
- Ah, qual é? Por favor! - pediu fazendo bico.
- Que bico horroroso! - disse Lauren, tirando um olhar mortal de Dinah.
- Vai ser divertido! - Dinah disse, ignorando o comentário anterior de Lauren.
- Tá legal.- me rendi, arrancando um gritinho animado dela e de Mani que observava tudo mais afastada.
- Ai que legal! A gente se vê às sete. - disse a loira, completamente animada.
- Normani! Não é justo manipular as emoções das pessoas. - a repreendi.
- Desculpe, Mila. Feliz... Deixa pra lá. - disse Mani, indo para algum lugar com Dinah.
- Não confie em vampiro. Confie em mim. - disse Lauren, me fazendo soltar uma risadinha.
[...]
- Detesto festa, Lauren.- sussurrei para ela.
Estávamos na sala. O professor havia passado Romeu e Julieta. Arrancando choros de algumas pessoas daquela sala.
- Há tragédias piores. Veja Romeu. Matou sua amada por pura estupidez. - disse, fazendo-me concordar. - Mas uma coisa eu invejo nele.
- A Julieta é claro. Quem não ia querer uma namorada tão bonita? - perguntei, a fazendo soltar uma risadinha e entrelaçar nossos dedos.
- Não a garota. Eu tenho a minha e ela é perfeita.
- Então, o quê? - perguntei em sussurro.
- O suicídio. É quase impossível para... Para algumas... Pessoas. Mas, para os humanos basta um pouco de veneno, um punhal no coração. Há tantas opções diferentes.
- Por que diz isso?
- Pensei nisso uma vez. - disse, com um olhar nostálgico. - Não sabia se chegaria até você a tempo. E tive que pensar num plano.
- Qual era o plano? - perguntei, curiosa.
- Eu iria até a Itália e provocaria os Volturi.
- Os o quê? - perguntei, confusa.
- Os Volturi...- começou, mas o professor interrompeu:
- Quem quer repetir os versos finais em pentâmetro jâmbico ? Só para mostrar que estava prestando atenção. Senhorita Jauregui?
- Ahn, sim, sr. Berty. - concordou, e todos da sala a olharam inclusive eu.
- " Aqui fixar quero meu eterno repouso e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede mais uma vez. Braços permiti-vos o último abraço. E lábios, vós que sois a porta do hálito. Com um beijo legítimo selai este contrato com a morte exorbitante."
O professor a olhou com raiva e então mandou em tom sério:
- De olho na tela, pessoal.
[...]
- Os Volturi são uma família muito antiga e poderosa. Devem ser o que meu mundo tem mais próximo da realeza. - explicou-me Lauren.
- Aquele é o Mike? - perguntei, enquanto observava a pintura de sua casa.
Lauren havia me buscado, e aqui estava eu em sua casa para um jantar especial por ser meu aniversário.
- É. Ele viveu com os Volturi durante algumas décadas. De acordo com o papai são muito refinados. Não respeitam a vida humana, é claro. Mas, pelo menos respeitam as ciências e as artes. E a lei. Acima de tudo a lei.
- Vampiros têm leis? - perguntei.
- Poucas. E apenas uma é aplicada regularmente.
- Qual? - perguntei, curiosa.
- Guardar segredo da existência da nossa espécie. Nós não chamamos atenção para nós mesmos e matamos discretamente. A menos, é claro, que você queira morrer. - disse cautelosamente, fazendo um arrepio percorrer meu corpo.
- Para de falar disso. Não consigo nem imaginar alguém machucando você.
- Camz... A única coisa que pode me machucar é você. Não há mais nada que me ponha medo.
- Não é verdade. - disse rapidamente.
- Keana? Ela virá atrás de mim um dia. Mas Dinah vai ver quando ela vier e, estaremos prontos.
- Podia proteger você, se você me transformar.
- Amor, você já me protege. - aproximou-se. - Você é a única razão que tenho para eu permanecer viva. Se é que estou viva. Mas é minha função proteger você.
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