- MILA! - Gritou Shawn, me rodando no ar. - Onde você se meteu sua louca?
- Eu trouxe uma coisa.
- Mostra aí. - Pediu.
- É meio maluco. - Comentei.
- Sucata. - Disse em tom de pergunta.
- Eu peguei lá no ferro velho. Achei que talvez custasse mais para consertar do que se eu comprasse outra. Mas daí pensei, que se meu amigo mecânico me ajudasse... - Disse, fazendo ele me encarar sorrindo.
- Eu sou esse amigo mecânico?
- É.
- E desde quando você se liga em motos?
- Desde agora. Vou revender se você achar que é uma idiotice e uma imprudência.
- É uma idiotice e uma imprudência total. - Disse ele. - Quando a gente começa? - Perguntou-me, me fazendo sorrir.
- Agora, por favor. -Ele apenas assentiu e foi pegar as coisas no capô do carro.
- Cuidado essas coisas são pesadas e... - Parei de falar, quando vi que ele pegou a sucata com as mãos. Quando ele ficou tão forte?
- Quando você ficou tão forte? Eu não entendo. Você só tem dezesseis anos e... - Comecei a me enrolar nas falas.
- Idade é só um número, gata. O quê? Cê tem quarenta agora?
- Me sinto assim as vezes.
[...]
- Essa música é boa, você não gosta? - Perguntou, assim que eu desliguei o rádio.
- Eu não gosto muito de música... Não muito. - O respondi, lembrando-me dela.
- Então chega de música.
- Já que vamos fazer isso todo dia. E eu espero que sim. Precisamos reservar um tempo para a li~ção de caso. Não quero que seu pai pense que eu sou uma má influência.
- Você me influenciando? Se toca.
- Você é mais novo que eu. Então, eu sou a influenciadora e você o influenciado. - Argumentei.
- Não, não, não. Meu tamanho e meu grau de experiência me tornou mais velho que você por causa da sua palidez e sua falta de noção.
- Te convenci à consertar máquinas mortais de duas rodas, isso não faz de você jovem e ingênuo? - Perguntei sarcástica e brincalhona.
- Tá bom. Então, como a gente fica?
- Eu tenho trinta e cinco e você pode ter trinta e dois. - Disse, nos fazendo gargalhar.
- Shawn. - Gritou alguém.
- Não, tudo bem. Eles são meus amigos. - Disse Shawn, me confortando.
- Mila, esses são Kill e Embry. - Nos apresentou.
- Oi. - Cumprimentei, tímida.
- O lance de construir a moto é verdade. - Disse Embry.
- Sim, ensinei à ele, tudo o que ele sabe. - Disse, divertida.
- E a parte de que é a garota dele? - Perguntou Kill.
- Somos amigos.
- Dançou. - Zoou Embry.
- Na verdade... - Começou Shawn. - Eu disse que era uma garota e não a minha garota.
- Embry, ele fez essa distinção?
- Não.
- Então vocês têm namorada? - Perguntei e os dois pararam sorrir, fazendo Shawn gargalhar.
- Na verdade, o Kill vai levar a prima dele ao baile de formatura. - Disse Shawn, fazendo nós dois explodirmos em gargalhadas.
- Eu vou te mostrar o que é engraçado. - Disse Kill.
Os dois começaram uma briguinha de mentira, e Embry veio para perto de mim.
- Aposto quinze pratas no Kill.
- Fechado!
[...]
Querida Dinah, gostaria de ter seu endereço de verdade, gostaria de poder te contar sobre o Shawn. Ele faz com que eu me sinta melhor. Faz com que eu me sinta viva.
Aquele buraco no meu peito, quando estou com ele, fica quase cicatrizado. Por um tempo.
[...]
- O Bill quer vir aqui toda hora. Ele gosta muito de você.
- Esse lance de papa-anjo não é comigo, sabia? - Perguntei, nos fazendo rir.
- Qual seu lance com idade? Afinal, quantos anos a Jauregui tinha?
Mas nem o Shawn é capaz de me livrar dos pesadelos.
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