André não dormiu bem aquela noite, só pensava no que seus amigos lhe disseram noite passada. Como era possível? Ele mal acreditava nessas coisas,e agora fazia parte delas.
André teve um pesadelo outra vez. Ele estava novamente na reserva, estava escuro e só era possível ver um pouco das árvores. A voz que tanto o amedrontava estava lá, era possível ouvir sua respiração animalesca.
-Vejo que descobriu o que é, jovem- Disse a voz escondida.
-Sim...mas porque fez isso comigo? Eu vou morrer?- André já não estava com tanto medo.
-"A certeza da vida, é a morte." Já ouviu este ditado garoto? - A voz o perguntara.
-Então eu vou morrer né? Droga!- Parecia que André iria chorar.
-Sim você morrerá, mas não enquanto fizer parte de minha matilha. Não sou o cara mal nesta história André. -A voz saiu das sombras, e lá estava ele, Diretor Lourenço, com um aspecto meio animal.
-A criatura o transformou também, senhor? -André estava confuso.
-Senhor Rocha, eu SOU a criatura, também chamada de lobisomem. -Ele não mostrava sinais de hostilidade. Estava mais pra um professor que ensinaria o necessário. - Venha conversar comigo amanhã, esclarecerei algumas coisas.
*Pen* *Pen* *Pen*
O despertador tocava . André acabou quebrando-o quando bateu em cima para o calar. Sua força tinha aumentado e isso era notável.
O garoto se levantou e fez as tarefas básicas matinais. Quando saiu de banheiro e se olhou no espelho pra dar uma conferida. BOM!!! André saiu de frente do espelho assustado. "O QUE DIABOS ESTA ROLANDO?" pensou.
Ele foi com relutância outra vez pra frente do espelho. Lá estava ele. Antes André era um garoto alto e esquisito, magrelo e cheio de espinhas, não era lá muito bonito não.
Agora André estava totalmente diferente, suas espinhas sumiram por completo, continuava alto, porém seu corpo estava definido, como se ele fosse a academia todos os dia durante uns 2 anos, pelo menos. Estava do jeito que sempre quis ser, as gatinhas iriam gamar.
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Chegando na casa de Vitor, André se sentia mais confiante e saudável do que nunca sentiu na vida.O garoto nem sequer transpirou com a pedalada.
Vitor ao sair de casa não reconheceu o amigo, somente depois que chegou mais perto pode ver que era André.
-Cara, falei pra você não tomar bomba! - Vitor estava meio desapontado.
-Eu não tomei, seu idiota, eu acordei assim está manhã. Acho que foi a mordida.- André explicou pro melhor amigo.
-Cara vai ser difícil explicar isso na escola; De uma hora pra outra, o garoto magrelo e desengonçado vira um gostosinho bronzeado. Hauahauahauahauahauahau, cara que loucura! - Vitor colocou o capacete e subiu na bicicleta.
-E tem mais, eu sei quem é a criatura da reserva. - André já estava pedalando, e em uma velocidade alta.
-Eae? - Vitor estava morrendo de curiosidade.
André contou o sonho e quem apareceu, revelando a voz.
(Na escola)
- Tá, mais temos que levar em consideração que foi apenas um sonho, as vezes nem existe esse negocio todo. -Disse Vitor.
-Que negocio todo?-Disse Gutto se juntando.
Vitor contou o sonho de André.
-Concordo com Vitor, foi apenas um sonho.-Disse Gutto
Neste momento o diretor Lorena o estava no portão, parecia que estava aespera de alguém.
-Tá, isso é meio estranho, ele nunca havia ficado no portão antes!- Disse Gutto.
Rafael e sua nem mexeram com os garotos, pois sabiam que o Diretor estava de olho.
Quando os três amigos estavam atravessando o portão como se nada tivesse acontecido, Lorenzo o diretor os barraram.
-Senhor Rocha, poderia me esperar na direção?
-Han... claro... eu fiz algo errado? - Perguntou André meio receoso.
-Não, só quero conversar, aliás, com os Três! -Lorenzo olhou para os amigos de André.
Tendo dito isso virou e foi em direção a sua sala com os garotos logo atrás.
-Cara, estamos ferrados!- Cochichou Vitor
-As vezes nem é isso galera, as vezes ele só quer companhia. - Disse Gutto tentando acalmar os garotos.
-Eu posso ouvir cada palavra!- Disse Lorenzo sem se virar.
Os três amigos se olharam. André não podia explicar mas sentia algo em Lorenzo, sentia que de alguma forma pertencia a ele, e isso o matava de raiva. André não queria pensar ser dependente de alguém que pouco conhecia.
Na sala do diretor os três se acomodaram e o silêncio reinou por um tempo.
-Tá legal, senhores, podem fazer as perguntas.- Disse Lorenzo.
Os três tiveram uma verborragia ao mesmo tempo.
-Um de cada vez, por favor.- Interrompeu o Diretor.
-Tá, você é mesmo um licantropo? - Perguntou Vitor
-Sim, eu sou. -Lorenzo falava com toda naturalidade do mundo.
-Você marca território, tipo com xixi? - Perguntou Gutto.
Todos olharam para o garoto.
-Que foi? Curiosidade!-Se explicou.
-Sim, nós lobisomens marcamos território, mas não com xixi. Nos Alfas liberamos um aroma corporal que identifica quando um local é habitado por lobisomens. -Explicou Lorenzo.
-Alfas? O que é isso?- Perguntou André
-Licantropos são classificados em três escalas: Alfa, Beta, Ômega. Em uma matilha só existe um Alfa, que são os líderes. Só é possível se tornar um alfa, matando um alfa. Os Betas são o resto da matilha. Um Alfa precisa de Betas para sobreviver, e vice versa. Já os Ômegas são lobisomens sem matilha, o que os torna mais fracos e vulneráveis.
-Então você é um Alfa e o André é seu Beta? - Perguntou Vitor.
-Sim, exatamente.-Respondeu Lorenzo.
-E se eu não quiser ser seu Beta? -Olhou André com raiva para Lorenzo.
-Aí você se tornaria um Ômega, e morreria facilmente.-Respondeu com Lorenzo com sarcasmo.
-E se eu quiser criar minha própria matilha?-Disse André rispidamente
-Para criar lobisomens é preciso ser um Alfa, somente Alfas podem dar a "mordida" que os transformam. -Lorenzo.
Mais algumas perguntas foram respondidas. E Lorenzo entrou em outro assunto.
-Há um Alfa com sua matilha vindo pra cá, e ele tem o desejo de matar qualquer criatura sobrenatural de BonesCity. E eu preciso de uma matilha para dete-lo. -Disse Lorenzo
-Tá, mas porque você não o enfrenta sozinho?-Perguntou Gutto
-Porque sem uma matilha eu sou fraco, e eu estando fraco vocês morrem. - Explicou Lorenzo
- Mas eu não sou sobrenatural, então só o André entra nesse requisito. -Falou Vitor.
-Agora vocês serão! -Lorenzo olhou para Gutto e Vitor.
-Corram!!- Gritou André
Mas era tarde demais, os dois haviam sido mordidos e estavam desmaiados na sala do diretor.
-Desculpe por isso André, mas precisamos se uma matilha, ou morremos.-Lorenzo olhava com culpa para André.
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Na casa de André estava os três, André estava sentado na cama observando os dois corpos esticados no chão.
Ele havia deixado a porta aberta e não viu quando sua mãe chegou.
-Oi filho tud... O QUE É ISSO?- Gritou dona Ana ao ver os corpos.
-Calma mãe tá tudo bem! É só um ensaio do grupo de teatro! Calma!-André estava na porta mentindo para mãe.
-Mas eles... Eles nem se mexem! - Dona Ana estava preocupada.
-ÉÉÉÉ eles são muito bom. Agora da llicença mãe...- André estava desconcertado.
-E esse sangue todo André?-Ela estava quase chorando.
-É de mentira mãe, teatro lembra? - Temos que ensaiar mãe, com licença.
-André, esta cheirando sangue! Deixa eu passar!-Agora Dona Ana estava brava.
Empurrando o braço do filho a senhora foi andando em direção aos corpos. Se abaixou e chacoalhou Vitor.
-Vitor menino, você está bem?-Disse mas não houve resposta. - Vitor! VITOR, MENINO NÃO ME ASSUSTE!!- Dona Ana começou a chorar.
-André seus amigos morreram!-chorava Dona Ana.
Ela se levantou e foi em direção ao filho, bem devagar. Mas quando estava no meio do caminha Vitor acorda com um grande suspiro. Logo depois Gutto.
-AAAAHHHH VOCÊS QUEREM ME MATAR É? ? -Dona Ana estava brava outra vez.
Vitor e Gutto ficaram se olhando como se não entendecem nada.
-Viu mãe, é só um ENSAIO DE TEATRO.- Frisou André está última parte olhando para os amigos.
Os dois perceberam a artimanha e entraram.
-Oh, claro Tia, era só um ensaio.-Disse Vitor.
-É verdade, só um ensaio!-Reforçou Gutto.
-Nunca mais me matem de susto!!-Dona Ana já estava mais tranquila.
Saiu do quarto e disse:
-O jantar sai em 20 minutos! Os dois estão convidados a ficar.
-Valeu mãe, e desculpa pelo susto!-Gritou André.
Os dois estavam com os braços mordidos e sangrando. Vitor foi se lavar e logo em seguida Gutto.
A ferida de Vitor parou de sangrar rapidamente, exatamente igual quando aconteceu com André. Já a de Gutto não parava de sangrar, e sangrava um sangue escuro.
André e Vitor tiveram de fazer um curativo pois realmente não cicatrizava.
-As vezes você não foi mordido tão fundo pra virar um lobisomen.-Disse André.
-É melhor ficarmos de olho . Você não desgruda mais da gente sem que este braço melhore!- Falou Vitor.
Os três foram dormir conversado sobre a transformação e como estava sendo para André.
Lorenzo estava conseguindo o que queria, sua primeira matilha estava se formando, já haviam dois lobisomens e um que não sabiam ao certo, mas descobririam em breve.
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