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História Bats and Wolfs - Morte


Escrita por: FilhodeApollo

Capítulo 5 - Morte


André acordou com Vitor o sacudindo, "A que ótimo" pensou André,  "mas uma vez o universo ferra comigo!". Depois de acordado e feito sua rotina matinal André voltou para o quanto onde seu melhor amigo, e seu novo amigo estavam.

Ambos estavam sentados esperando pelo colega. Mal sabiam eles que André era tão novato quanto eles. André se posicionou na frente dos amigos e por volte de uns 5 minutos não houve sequer uma palavra.

-Entããão... O que temos que fazer?- Gutto falou quebrando o gelo.

-Ué! Agora vocês tem que sobreviver ao dia, aos sinais hiper altos, com o cheiro horrível comida do refeitório, e até do lindo e gostoso odor do vestiário masculino.

Neste momento os dois novatos fizeram cara de nojo. Teriam que suportar com um super olfato, 24 caras suados com as roupas castigadas em campo, mais os aparelhos usados, mais os vários tipos de desodorantes sem ficar tontos.  

-Hoje o dia promete ser ótimo, Ebaaa! - disse Vitor com seu sarcasmo enquanto saia junto com seus colegas em direção a escola.

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Na escola tudo estava como antes, menos para os mais novos transformados. Vitor mal conseguia andar, eram tantos sons e cheiros que o deixava tonto e com náuseas. Porém Gutto parecia normal, não apresentava nenhum sinal sobrenatural.

-Eu cara, você está bem? -André perguntou enquanto andava pelos corredores.

-É, tô de boa! - Respondeu o garoto olhando para o maior.

-De verdade? Nenhum som alto demais? Nenhum cheiro muito forte?

-Não... A não ser o cheiro horrível que está no Vitor. Cara você tomou banho? - Gutto perguntou a Vitor que não respondeu nada, mas seu rosto vermelho o denunciou.

-Como isso é possível? Vitor está quase vomitando e você está "de boa ?-O maior parecia estar confuso.

-As vezes eu não não me transformei, não se preocupe eu tô legal.-disse o garoto entrando na sala.

-Impossível!! Ou você se transforma ou morre!!- Respondeu André ja em sala de aula.

-QUIETOS!!!! A AULA IRÁ COMEÇAR. - anunciou Beth, a professora de história que aparentava ter vivido tempo o suficiente para conhecer os dinossauros.

-Nos falamos depois!- Cochichou André, logo depois foi para o seu lugar.

Gutto estava se sentindo extremamente bem, nenhuma tontura, nenhuma náusea. Ele ficava pensando no que André o havia dito "Ou você se transforma ou morre!!" Talvez o processo ainda iria acontecer, ou talvez, por uma ocasião do destino ele nem se transformaria e nem morreria. Continuaria sendo o velho Gutto de sempre, o garoto de pele alva e olhos claros, que sabia cantar.

Durante a aula de literatura, Gutto sentiu como se algo estivesse instalado em sua garganta. Tinha gosto de ferro. Droga! O que tem no corpo que tem gosto de ferro? Isso mesmo, SANGUE. 

Gutto discretamente tossiu em um lenço que trazia na mochila.  Quando olhou para o pedaço de pano frágil não viu o que costumava ver quando seu nariz sangrava. Era um líquido mais espesso, mais escuro, tinha uma aparência feia. 

-Há algum problema, senhor Souza? -Gutto foi cortado de seus pensamentos pelo professor.

-Não, nada de mais, só uma tosse. Poderia ir ao banheiro?-Disse cordialmente. 

-Claro! Use o tempo necessário. 

Gutto já havia se acostumado com os mimos dos professores, afinal além de ótimo aluno, era filho de Max Souza, isso mesmo, o prefeito da cidade. Indo em ddireção ao banheiro Gutto se sentiu fraco, como se suas energias estivessem sendo sugada pelo frio piso de mármore da escola. E ali no meio do corredor o garoto desmaiou.

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Quando Gutto acordou estava em uma maca, no único hospital da cidade. O quarto estava vazio e ele se encontrava todo entubado. "Então é assim que eu morro?" Dizia para si mesmo enquanto olhava para aquele teto monótono de hospital. Conseguia ouvir seu pai conversando com a enfermeira atrás da porta.

-COMO ASSIM VOCÊ NÃO SABE O QUE ELE TEM? EU NÃO PAGO O SEU SALÁRIO PRA VOCÊ NÃO TER RESPOSTAS!! - Dizia o homem exaltado. 

-Me desculpe senhor, mas ele não mostra sinais de nada!-respondeu-lhe a enfermeira. 

-Preciso de respostas, ou todos serão demitidos!!!

Gutto consegui com dificuldades sentar na cama.

-PAI!!

O homem entrou com pressa no quarto, trajava seu terno fino cor de grafite.

-Oh! Você está melhor?O que aconteceu?-O homem o abraçou. 

-Estou bem pai. Pessa desculpas a enfermeira!- O garoto disse ao pai.

-Filho, eles são incompetentes! -justificou o prefeito.

-Pai eles são humanos! Não são Deuses, nem tudo eles podem curar, e nem tudo eles sabem! - Explicou com paciência ao seu pai.

-Não importa Augusto! Se não conseguem te curar não são bons médicos! -Disse rudemente o prefeito.

-Chame a enfermeira pai, por favor. - Gutto fingia uma dor.

Saindo da sala, o homem chamou desesperadamente a enfermeira  que apareceu o mais rápido possível. 

Quando os três estavam reunidos na sala, Gutto deixou a cena de lado.

-Anda pai, vamos... peça desculpas! -O garoto o fitou nos olhos.

-Não tenho o por que de pedir desculpas! - Disse o prefeito sentando-se na poltrona ao lado da maca. 

-Não tem problema, era apenas preocupação. - Disse a enfermeira se virando e indo em direção a porta.

-Me desculpe moça, você não merecia ouvir nada daquilo. Ele foi rude e não pensou no que disse. Perdão, você é uma ótima enfermeira. - Disse Gutto a enfermeira que retribuiu com um sorriso.

-Você e sua super educação, sua mãe podia ter pegado mais leve nesta questão! -O prefeito bufou.

-Mais leve pra que? Pra que eu virasse um homem das cavernas igual você? Um cara que acha que o dinheiro controla tudo? Pai amor e felicidade não se compram, para de ser tão orgulhoso!-Gutto estava furioso.

-Augusto! Se falar assim comigo outra vez...

-Vai fazer o que pai? Me bater com suas notas de 100?- respondeu debochando.

-Mocinho! Lembre-se que eu te acolhi quando você mais precisou, quando você é sua mãe estavam na rua, EU te dei um lar, um teto, te dei o que comer pra ser tratado assim? 

-Pare...

-Que foi? Não gosta do passado? Garoto você foi um efeito colateral, eu queria sua mãe, não você! 

-Pare... Por favor... -Gutto caiu de joelhos.

-A o garotinho não aguenta a verdade? Eu nunca quis você! Mas sua mãe insistiu, então tive que leva-lo também. 

-PAAAAAAAAAARE -Gutto gritou, mas não saiu como um grito comum, saiu um som que preencheu todo o quarto.

O prefeito caiu de joelhos, seus ouvidos sangravam.

-O que você fez? Como... 

Gutto se levantou, já se sentia bem melhor, não 100% mas bem o suficiente para pular a janela e sair correndo.

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PAAAAAAAAAARE 

André e Vitor caíram no chão com as mãos nos ouvidos.

-O que... O que é isso? -Disse Vitor se recompondo.

-Parece a voz do Gutto. Vamos!!! - André levantou correndo pela casa.

Já estava noite, por volta das 22:00, a noite estava escura mas os dois conseguiam ver perfeitamente.

-Onde ele estaria?- perguntou Vitor Subindo em sua bicicleta.

-Vamos ao hospital, ele está lá! -André respondendo, também subindo em sua bicicleta.

Chegando no hospital, foram a recepção onde dona Solange, mãe de Vitor estava.

-Mãe!  Precisamos saber onde está Guido, em qual sala ele está? -Disse Vitor se apoiando no balcão. 

-Vai com calma apressadinho. O que vocês querem? Ele está em observação. - A enfermeira disse. - E outra, vocês não vão querer enfrentar o grande prefeito. -disse revirando os olhos.

-Mãe é uma urgência, precisamos falar com ele! -Choramingou o filho.

-Ok... Ok... mas ninguém pode saber disso!! Ele está no bloco B, sala 14. Sejam rápidos! -Disse a mulher entregando o cartão chave.

-Mãe te amo!

Os dois seguiram rápido e disfarçadamente. Quando chegaram em frenteo quarto sentiram cheiro de sangue.

-Droga!- sussurrou André 

Abrindo a porta deram de cara com o corpo do prefeito. Suas orelhas sangravam e ele permanecia imóvel. 

-Putz! Ferrou, Gutto matou o cara!- disse Vitor com as mãos na cabeça. 

-Não... o coração...posso ouvir o coração dele - Disse agachando e virando o corpo. -Você entende mais de medicina que eu.-André olhou para o amigo.

Vitor se agachou e viu os sinais do mais velho. Tudo estava correto, havia apenas desmaiado.

Ambos limparam os ouvidos para não levantarem suspeitas e colocaram o prefeito sentado na poltrona. Quem abrisse a porta e o visse ali acharia que estava dormindo.

-Onde diabos Gutto está? -Disse André rondando o quarto.

O mais alto se deparou com Vitor cheirando as roupas de Gutto ali deixada.

-Que merda você tá fazendo? 

-Nós somos meio lobo, acho que podemos seguir rastros né? - disse Vitor constrangido.

-Er... É você tem razão! - Disse André se aproximando e cheirando a muda de roupa.

Os dois se afastaram e começaram a cheirar o ar. Mas não conseguiam pegar nada.

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Gutto corria pela cidade, vestindo apenas a roupa que o hospital lhe dera. Não havia tantos carros na rua por conta do horário. 

O garoto não sabia onde estava indo, só fazia o que sua mente mandava ele fazer. Só parou de correr quando chegou a reserva da cidade, estava muito escuro aquela noite.

Andando pela reserva Gutto já havia se arranhado e furado os pés inúmeras vezes, mas o garoto não parava, parecia que estava em um transe. 

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André e Vitor saíram do Hospital e sentaram nos degraus da escada cabisbaixos. 

-Cara, precisamos acha-lo !!- Disse Vitor preocupado. - NNão sabemos nem se ele se transformou. 

-Na verdade, eu falhei...

-Para André. 

-Não cara sério, eu devia ter protegido vocês...

-Fecha a boca.

-Eu devia ter ensinado, ficado de olho...

-ANDRÉ!! CALA. A. BENDITA. BOCA!

O mais alto olhou para o amigo que estava com o nariz para cima. Vitor fechou os olhos.

-Estou sentido... Gutto não está longe(puxou o ar), esta se afastando cada vez mais.-Disse Vitor para o amigo. - Temos que ser rápidos!!

Os dois saíram correndo, Vitor estava a frente guiando o amigo.

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Gutto continuava em seu transe, andando lentamente em direção ao limite da cidade. Quando der repente deu meia volta e começou a andar em direção a escola.

Em passos largos ele andava, parecia que alguém falava com ele, pois as vezes balançava a cabeça em aceitação e negação. 

Sua face estava com aparência de morte, sem nenhuma expressão. 

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Vitor e André pedalaram a toda velocidade, graças aos super reflexos e a força aumentada eles conseguiam atingir velocidades consideradas impossíveis em cima de uma bicicleta.

De repente Vitor freia bruscamente. 

-Ele saiu da rota, agora está indo... pra escola? Esse garoto foge de um hospital pra ir pra escola? - Vitor fez uma careta.

-Vamos logo!!- André assumiu a dianteira.

Voltando a pedalar não demorou muito para os dois chegarem a escola.

Saltando de suas bicicletas foram correndo em direção ao grande portão. Chegando nele se depararam com Gutto em pé, imóvel, olhando para o portão sem expressão nenhuma.

-Finalmente!!! Filho de uma mãe, nunca mais faça isso!!-Disse Vitor se aproximando de Gutto.

Gutto permaneceu imóvel. 

-Gutto, somos nós, seus amigos. Vamos pra casa.- O maior falou.

Gutto permaneceu imóvel. 

Os dois amigos se olharam e depois olharam pro garoto com roupas hospitalares. 

Vitor até passou a mão em frente a sua face, mas o garoto nem piscou.

-Gutto... Você tá bem?- André perguntou.

Gutto permaneceu imóvel. 

-A que ótimo, o menino ficou louco de pedra!-Disse André

-Tom. - Gutto disse.

-Que?-Vitor virou assustado.

-Tom. -Outra vez falou o garoto.

-Tom? Quem é Tom?- Perguntou o maior.

Gutto apontou para o portão

-Tom.

-Acho que ele quer passar... - disse Vitor.

Os dois amigos conseguiram arrombar o portão. Gutto começou a andar em passos largos pelos corredores,seguido por seus amigos.

-Tom.- Gutto dizia repetidamente.

-Acho que a mordida não fez muito bem pra ele.-Cochichou André. 

Os três continuaram a andar em direção ao grande campo. Quando estavam chegando André e Vitor sentiram cheiro de sangue, deixando o amigo para trás os dois correram em direção ao campo.

Chegando lá, avistaram duas criaturas no meio do campo, e o que parecia ser um corpo estava entre eles.

-Ei!! Larguem ele!! - Gritou André. 

As duas criaturas que não os haviam notado até agora saíram em disparada para longe, sumindo na noite.

Os dois rapazes correram para o que parecia ser uma pessoa toda ensanguentada no meio do campo.

Tentaram conversar mas o garoto tinha dificuldade para falar.

-Qual seu nome? - disse André enquanto Vitor o examinava.

-T...Tom!-conseguiu dizer.

Os dois amigos olharam para a entrada do campo onde Gutto permanecia imóvel, olhando de longe.

-Tudo bem Tom, não se preocupe, nós vamos conseguir ajuda!-Disse André tentando acalmar o garoto.

-Eles... Eles tinham garras! E pres... presas! Eu... eu vou morrer?-Tom perguntou.

Vitor olhou para André, aquele olhar significou que o rapaz não sobreviveria.

O garoto engasgou com o próprio sangue, e veio a morrer logo em seguida.

Gutto da entrada caiu de joelhos e gritou.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH. 

Os dois amigos caíram no chão com as mãos nos ouvidos, os potes que iluminavam o campo perderam as luzes que explodiram com o grito.

Gutto voltou a ter expressão e não entendia o que tinha acabado de acontecer.

Os amigos voltaram ao normal e olhavam para Gutto, assustados. Os dois se levantaram e correram até Gutto, que ainda estava ajoelhado no chão. 

-O... O que... Como? - Vitor perguntou.

-Vitor?  Cadê meu pai? Porque estamos na escola?

- Você não se lembra?- Perguntou André

-Não... Não muito... só de um nome: Tom. -Gutto olhou para os amigos confuso. - Quem é Tom? 

Os dois amigos abriram espaço, apontaram para o jovem morto no meio do campo.

-Ele. -Os dois disseram juntos. 

-Você nos trouxe aqui, você nos trouxe a ele!-Disse André para o menor.-Gutto, vvocê nos trouxe a morte




Notas Finais


Continua galera...
E Lorenzo onde foi parar???? Vai aparecer um bando inimigo?? SERÁ?


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