1. Spirit Fanfics >
  2. Be Together. >
  3. Attraction.

História Be Together. - Attraction.


Escrita por: lauvenjauregui

Capítulo 3 - Attraction.


- Tudo bem chefe? – ouço a voz calma de Shawn ao meu lado.

- Ahn... Claro, por quê?

Eu estava distraída enquanto olhava as grandes panelas cheias no fogão. O sol já tinha se posto e eu podia ouvir os suspiros cansados do fim do dia.

Escolhi uma receita simples porque não estava com cabeça para caprichar hoje. Os acontecimentos da manhã e o encontro marcado depois do jantar ficavam rodeando minha mente.

- Nada, você só está meio distante. – ele comentou, dando de ombros.

Queria agradecer a preocupação de Shawn, mas somente achei estranho como ele prestava tanta atenção em mim. Será que eu era tão discreta como pensava? Ou o fim das minhas escapadas já estava me deixando louca?

- Só estou cansada. – menti naturalmente. – Sempre que eles saem é como se tudo caísse nas minhas costas. E olha que só sou a garota da cozinha.

- Você é muito mais do que só a garota da cozinha chefe. Como eu disse, esse lugar cairia aos pedaços sem você.

Dei um sorriso fraco como agradecimento. Quando tudo estava pronto eu, Shawn, Ashley e todos os outros funcionários fizemos a mesma programação de sempre para que todos tivesse um prato decente de comida.

Nos sentamos na mesma mesa e comemos a mesma receita que eu reservava para quando estava cansada, que era arroz e um purê de batata com carne moída improvisada.

Não era como se tivéssemos muitas opções culinárias no fim do mundo.

- Vocês podem me cobrir de novo? Acho que vou me deitar um pouco, a pancada me deu uma dor de cabeça desgraçada. – eu disse para Shawn e Ashley enquanto me levantava.

Eles concordaram rapidamente.

Dinah costumava jantar com seu grupo da enfermagem, depois me esperava na porta da cantina, onde caminhávamos de volta até nosso quarto reclamando de alguma coisa que aconteceu durante o dia.

Mas dessa vez eu estava fazendo um caminho que nunca pensei que faria. Estava indo até a torre, onde dois guardas estavam parados. Ally deve ter alertado sobre minha vinda, já eles abrem a porta antes mesmo de eu dizer qualquer coisa.

O caminho não era difícil já que o lugar só tinha paredes vazias e uma grande escada caracol que dava para os andares de cima. Pelo que deduzi, o dele deveria ser o ultimo.

Fiquei desconfortável só com o fato de que poderia encontrar uma das Selecionadas no caminho, o que eu diria?

“Ela me salvou de um zumbi quando eu pulei o muro e deixei o lugar, agora quer ter uma conversa particular, nada demais. Quem sabe me estrangule ou me jogue da janela.”

A cada degrau eu me arrependia mais por não ter deixado aquele zumbi arrancar o meu rosto quando tive a chance. Eu sabia que ela tinha regras, e tinha ouvido de algumas de suas punições e sabia que algumas delas incluíam humilhação em publico.

Porra Camila. Você não consegue seguir uma simples ordem?

- Ah, você veio. – meu corpo estremece quando ouço a voz de Ally em sentada na escada.

- É. – disse, como se tivesse para onde fugir.

- Olha, eu não sei de verdade o que ela quer. Até tentei falar que fazer você lavar alguns banheiros seria o bastante, mas ela insiste em te ver.

- E isso é bom ou ruim?

- Não sei. – ela suspira, entediada. – Mas você até que não é feia, então fale para ela que vou estar no escritório, caso ela te coloque na Elite e eu tenha que te arrumar um quarto.

A loira saiu pelas escadas, como se estivesse acostumada com isso.

Quando cheguei ao ultimo andar, ofegante, cogitei me jogar nas escadas ou pular da janela. Seria uma morte rápida, pensei.

Mas ao invés disso, bati três vezes na porta.

- Já disse que hora não quero ver nenhuma de vocês! – ela rosnou abrindo a porta. Seu rosto mudou de expressão quando me viu. – O que faz aqui, querida?

- Ahn... Ally disse que você queria me ver. – minhas bochechas estavam pegando fogo de vergonha. Porra. – Sinto muito por incomodar eu já vou indo.

- Porque veio aqui? – ela pergunta, quando já estava comemorando por voltar.

- Acho que você queria falar comigo. – digo. – Algo sobre o que aconteceu nessa manhã.

- Nessa manhã? Oh querida você vai ter que refrescar minha memória. Não presto muita atenção nas coisas antes do almoço.

Engoli seco. Ela provavelmente estava me torturando, me fazendo contar os detalhes e admitir que ela tinha me salvado.

Ou somente não achava minha vida significante.

- Você me salvou de um zumbi. – disse. – Eu estava sentada perto da cachoeira que fica a alguns passos daqui.

Ela caminhou pela sala. Era um lugar pouco iluminado, mas as grandes janelas davam uma bela vista para a noite estrelada.

As paredes eram escuras e estavam cobertas por panos vermelhos, em uma delas estava uma grande prateleira repleta de livros que deduzi que não foram tocados há muito tempo, mas estavam organizados.

Sua mesa estava repleta de papeis com traços vermelhos. Rotas, pensei.

- Você é a garota que pulou o muro não é? – ela disse.

- Sim. – murmurei.

- E também a garota que me enfrentou mesmo depois de eu ter salvado sua vida. – ela deu uma risada baixa, como se estivesse curtindo uma piada interna. – Muito bom para uma garota da cozinha.

- Como sabe que trabalho lá?

- Bom você tem molho espalhado na sua camiseta, pra começar. E segundo, você mesma me contou.

Minhas bochechas voltaram a corar de vergonha. Esfreguei rapidamente a mancha, o que só espalhou mais ainda.

- Sabe que você poderia simplesmente trocar não é. – ela comenta.

- Se eu tivesse outra, no caso. A cozinha não me dá muitos pontos.

- Quem está em julgamento aqui é você ou meu sistema? – ela questiona, com seus olhos escuros fixados em mim.

- Me diga qual é minha punição logo. – eu atiro.

- Bom... O que você acha que merece como punição? Se veio aqui é porque sabe do que fez.

Ela se encosta na mesa, ainda com seus olhos presos em mim como se eu fosse algum programa de TV. Não sabia dizer se ela estava se divertindo brincando comigo ou prestes a me matar com seu taco encostado ao lado.

- Que tal 10 ave marias e um bilhete de desculpas? – eu penso alto. Ela parece surpresa e irritada.

- Querida você quebrou uma das minhas regras de sair do Santuário, quase foi morta, me enfrentou como se eu fosse uma das inúteis da sozinha e eu ainda tive que limpar o sangue em minha arma. – diz. – Vai ter que fazer muito mais do que apenas rezar.

Meus olhos desceram para seu corpo involuntariamente. Ela ainda estava de calças, mas a jaqueta de couro e o cachecol vermelho repousavam na cadeira atrás da mesa. Vestia apenas uma camiseta cinza básica, que fazia sua pele pálida brilhar.

Suas mãos eram firmes na mesa, como se ela estivesse usando toda sua força naquilo. Seu maxilar estava travado e ela mordia os lábios a cada segundo.

Ela era extremamente atraente. Tão atraente que agora, de perto, um simples olhar já fazia minhas pernas ficarem tremulas e minha boca seca.

Um pensamento dela me jogando naquela mesa cruzou minha mente.

Porra.

- O que foi querida? Gato comeu sua língua?

- Eu sinto muito. – digo. – Foi estupido deixar o Santuário e eu teria sido morta se não estivesse lá.

- Você não disse nenhuma novidade. – ela suspira. – Mas aceito suas desculpas. Aliás, Ally disse que você é ótima na cozinha.

Fico em silencio, não sei o que responder.

- Como vocês da cozinha devem fofocar, quando os Salvadores saem esse lugar vira um inferno. – ela diz. – Então sua punição será me preparar algo decente que alegre meu dia.

Eu quase ri.

- Deixe-me ver se entendi. Você quer que eu... Cozinhe pra você? É isso?

- Se quiser pode começar o trabalho nos banheiros amanhã. – ela rebate.

- Não! É só que... Eu esperava outra coisa.

Ela caminha até mim.

- Bom, não deveria prestar muita atenção no que ouve. – ela disse. – Se me der licença, já é tarde e o toque de recolher é daqui a pouco. Não vai querer quebrar outra regra não é?



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...