As duas mulheres olharam na mesma direção, avistando um pingente um tanto peculiar. Antes que pudessem questionar sobre isso, a cópia de Regina oferece um sorriso lascivo e começa a falar.
-Oh, você não se lembra disso? Não lembra quando Úrsula capturou sua voz. - Semicerra os olhos com certa maldade. - Eu não a culparia, você enganou a pobre Ariel quando fingiu ser ela... Ah, mas acho que ela não se importou exatamente com isso, mas sim por você fingindo ser quem não era. Fingindo ser ela. Oh, foi exatamente o que eu fiz esse tempo todo, ops. - Levou a mão a boca fazendo um gesto que fingia surpresa. Cada palavra que ela falava era carregada de ironia. - Você teve o que merece, mas parece que nunca recuperou sua voz, não é mesmo? Eu sei que você não precisa disso, mas achei que ao menos manteria a reputação, achei que ninguém roubava da Evil Queen e saía impune, isso é uma decepção...
-Como conseguiu isso?! - Rosnou na direção da pessoa em sua frente. Estava enojada por a mulher não ser corajosa o suficiente para não se mostrar. Com toda certeza aquela não era ela. - Responda-me!
-Melhor manter a calma... Você que está em desvantagem aqui. - Falou rodeando as duas com um brilho perigoso no olhar. - Mas tenho a resposta para sua pergunta. Vamos dizer que eu sou muito mais esperta do que você imagina e eu posso não ser o diabo... Ou Rumplestiltskin. - Falou o nome dele com certo desprezo. - Mas eu posso conceder coisas que as pessoas querem muito por favores. Isso é passado, não importa mais, o que importa é o presente... - Andou até ficar por trás de Emma pousando suas mãos algemadas em seus ombros. - Como fez isso? Você deve ama-lá muito, uh? Quem diria...
-O que eu fiz? - Virou com raiva tirando as mãos da mulher de cima dela.
-Você quebrou meu feitiço. - Fez uma expressão triste completamente fingida. - Mas não antes de eu colocar meu plano em ação.
-Pare de falar em códigos! Eu quero detalhes! - A loira falou com seriedade.
Antes que a mulher pudesse continuar, Regina interviu.
-Eu me lembro desse colar, mas minha voz está intacta, mostre seu ponto. - Desafiou não acreditando naquela história.
-Certo, que seja. Úrsula não levou muito bem aquela imitação fajuta, mas não tinha ideia do que fazer para te punir, eu fiz um acordo com ela. Pedi que ela tivesse paciência que eu daria exatamente o que você merecia... E sobre sua voz, não estamos no desenho da Disney, eu não arriscaria tirar sua voz literalmente... Você descobria, isso é algo ainda melhor, a essência dela, exatamente o que eu precisava para ser você e enfeitiçar Emma, claro. - Riu abertamente fazendo as duas ficarem chocadas.
-Eu não acredito nisso! - A xerife falou se sentindo culpada, mas agora entendendo tudo que tinha acontecido. Ela viu os olhos azuis da primeira vez e mesmo assim continuou com aquilo, isso não era do feitio da salvadora. Ela mais que todos sabia identificar mentiras, mas estando sobre um feitiço era outra história. - Como...?
-Não foi sua culpa, loirinha, você foi apenas um meio de chegar em Regina. Eu te usei, sinto muito... Oh, espera, eu não sinto. - Soltou uma gargalhada, que fez o sangue das mulheres ferver. - Eu precisa me vingar sobre tudo, acho que vocês sabem da história, mas não se preocupem, farei questão de contar. - Sorriu ironicamente. - Eu acompanhava cada passo de Regina e descobri sobre isso. Loucura não? Mas eu sempre acreditei nesse portal, sempre foi minha obsessão e eu soube que daria certo antes mesmo de acontecer. Foi um trabalho árduo calcular o tempo e local que ele se abriria pela segunda vez, mas eu consegui e chegar em minha forma real não funcionaria, eu precisava causar um caos maior, isso incluía minha vingança. Estou de volta, sis... - Ela tocou no pingente mudando sua aparência para a original.
-Zelena... - Murmurou com ódio e sentiu-se estúpida, mas ainda assim, estava aliviada que o plano da irmã não tinha ido longe demais. - Acho que é hora de voltar. - Sorriu ironicamente com um brilho no olhar.
-Oh não, eu não penso assim.
-Acha que deixaremos você ficar?
-Para onde vai me mandar? Eu já estou no passado, sis, acho que uma outra eu vagando por ai pode mudar o presente e o futuro, não acha? Essa sou eu, eu nunca morri...
-Droga! - Suspirou e virou-se para Emma com certa desculpa no olhar. - Emma, eu sinto muito... Eu não sabia que estava enfeitiçada. Tinha medo que você realmente tivesse me confundido... Eu não sei se aguentaria se isso fosse verdade.
-Oh, mas ela aproveitou muito ontem a noite e hoje de manhã. - A ruiva provocou.
-Regina... Eu não sei nem o que dizer. Eu queria ter quebrado essa droga de feitiço logo. Eu tinha perdido a cabeça, era como se não fosse eu esse tempo todo... Foi só quando eu olhei nos olhos dela e olhei nos seus olhos que tudo se esclareceu, que eu acordei... Eu sinto muito por tudo que aconteceu, eu te amo e não vou desistir de nós.
-Não será preciso, querida, agora eu sei da verdade. Não foi sua culpa, eu também te amo Emma e não vou desis...
-Ora, ora, eu sinto muito, mas precisei interromper, acho que não continuará essa frase quando souber...
-Souber do que?! - Direcionou um olhar perigoso para a irmã. Se fosse possível matar com um olhar, com certeza a ruiva já estaria morta.
-Eu completei meu plano de vingança.
-O que? - As duas enrugaram a testa confusas.
-Você achou mesmo que eu cederia dessa forma, sem uma luta? Se eu não te chamei para lutar foi porque eu venci.
-O que quer dizer com isso. - Regina avançou levando sua mão no pescoço de Zelena, enforcando-a.
-Regina! - Emma arregalou os olhos.
-Agora não, Emma. Ela vai falar o que fez ou irei matá-la com minhas próprias mãos!
-Isso não vai fazer bem para o bebê... - A ruiva disse quase sem voz e fez questão de dar um sorriso de canto. Nesse mesmo instante a morena a solta com tudo, fazendo com que a outra cambaleasse e tossisse um pouco tentando se recompor.
-Do que diabos está falando?! - Gritou achando aquilo o maior absurdo que tinha ouvido.
-Essa é minha vingança, sis... Carregar o bebê da salvadora. - Sorrio maliciosa. - Ela fez um grande trabalho ontem a noite, eu quase me esqueci de recitar o feitiço...
-Isso não é verdade! - Disse tentando colocar a mente em ordem e lembrar-se de algum feitiço como esse.
Já Emma estava calada apenas absorvendo aquilo, era a maior loucura que tinha ouvido, mas realmente ela lembrou de Zelena murmurando algumas coisas, até mesmo sentiu um pouco de magia ser drenado de seu corpo.
-Regina... Eu acho que ela não está mentindo. - A loira finalmente abriu a boca. Ela tremia de pavor. - Eu senti isso e eu a ouvi falando algo. - Admitiu com vergonha de si mesma.
-Emma...
-Eu sinto muito! - Não aguentou mais se controlar e pôs-se a chorar. - Eu não sabia disso, eu... Eu estava tão cega...
-Eu sei, eu sei! Eu não estou te culpando. A culpa não é da vítima, mas você entende como tudo isso é um choque e é difícil para mim? Emma, eu te perdoo, mas... - Respirou fundo tomando um pouco de tempo para se acalmar.
-Regina, eu te fiz um favor, você não pode ter filhos, eu dei outro a Emma, mas eu deixo você passar um tempinho com ele também, você sabe, já cuidou de Henry mesmo, outra criança de Emma não deve ser difícil. - Zombou deixando a morena ainda mais destruída.
-Você jogou sujo! Você usou minha fraqueza contra mim! - Falou referindo-se a impossibilidade e ter filhos.
-Oh, você fez o mesmo comigo no passado, mesmo não sabendo disso. Você teve tudo que eu sempre quis! Agora eu vou ter tudo que é seu. - Sorriu com maldade e antes que pudesse continuar, Regina levanta a mão retirando a voz da irmã com magia. - Muito melhor. A ruiva pareceu inconformada tentando mudar isso, mas de nada adiantava já que estava com o bracelete.
-Isso é demais para mim... É meu pior pesadelo. Eu preferia que fosse a Evil Queen, pelo menos eu teria que lidar comigo mesma, mas Zelena, ela não pode ir embora porque ela pertence aqui e carrega o seu filho, Emma... - Falava mais para si mesma e ao dizer a última parte, seu coração se despedaçou. - Você vai ter a chance de criar um filho... O que eu nunca poderia te dar. Agora é a hora que você vai se dar conta do que está acontecendo e vai assumir sua responsabilidade de mãe, ou o que quer que seja, e vai me deixar pela minha própria irmã. - Regina falava tudo com tanta convicção, que parecia que estava até mesmo prevendo o futuro.
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