Pov Cascão
Minha noite não foi das melhores ao saber que a magrela tinha noivado, fiquei incomodado ainda mais que no dia anterior nos beijamos e não havia esquecido disso, percebi que ela sente algo por mim nem que seja apenas uma atração pois retribuiu o beijo, hoje a veria no colégio e teria certeza se era verdade o que a Aninha disse, poderia ontem ter perguntando ao Quim mas a Cascuda cismou da minha reação nada feliz e se questionasse me infernizaria com perguntas.
-Bom dia Mãe! – peguei uma maça e sai em direção do colégio sem tempo de me despedir, queria ser o primeiro e assim falar com a Magali. Quando estava na frente dos portões vi o Cebola se aproximar.
- E aí Cascão! – Cebola me cumprimentou e do seu lado estava a Mônica.
-Fala careca, oi Mônica! – olhei pra ela
- Oi Cascão! – Mônica me olhou novamente com curiosidade de cima a baixo, será que foi ela que me viu com a Magá ontem ou está me olhando porque me viu nu?
- Oi Mônica você sabe onde está a Magali? -Forcei o sorriso
-Ué, não chegou ainda? Deve estar pra chegar!
- E vocês dois, juntinhos?? – falei pra descontrair e os dois ficaram constrangidos
- Nos estávamos conversando apenas, sobre a viagem de férias e você o que quer com a Magali? – Cebola me olhou desconfiado, pode ter sido ele que nos viu, será?
- Sobre as aulas de reforço! – respondi disfarçando o olhar e coçando a nuca.
- Sei, bom vamos indo Mônica? - Ela acenou e o acompanhou para a sala. Mas cadê a Magali, já bateu o sinal e nada dela, será que ela vem hoje?
Enfim, subi até a sala e reparei que a Magali já estava bem sentada em seu lugar, olhando os cadernos, mas como? Ela não entrou, não passou por mim, que seja! Sentei na carteira atrás dela.
- Magali, depois quero falar com você, nos vemos no intervalo! – Sussurrei em sua nuca e fui pro meu lugar.
Na sala de reforço fui o primeiro a chegar, tentei falar com a gulosa no intervalo mas ela sumiu e eu a procurei por todo o colégio mas nada, agora no reforço ela não escaparia, passaram 10, 15 e quando chegou a 40 minutos e nada dela aparecer desisti de esperar, ou foi embora ou está estudando em outro lugar e precisava estudar também, então mais tarde falaria com ela.
Depois de mais uma tarde puxada no lava-rápido, já era oito da noite eu fui decido na casa da Magali, não haveria problemas já que somos amigos de anos. A casa da Magá havia passado por reforma, agora era um sobrado estava com um muro maior e portão mais resistente, a casa tinha que se adequar, infelizmente, a violência do bairro, também pude reparar que o carro dos pais dela não estavam em casa, toquei a campainha e nada... olhei pra cima reconhecendo sua janela estava com luz acessa, gritei e toquei a campainha mais uma vez e... nada.
Não vou desistir fácil, olhei pros lados e a rua estava aparentemente vazia, ótimo, tomei impulso e escalei ficando em cima da muro usei minha habilidades em parkour e soltei na janela da Magali, quase me desequilibrei e ela estava em casa, bom o computador estava ligado, luz acessa, o gato velho dela deitado em sua almofada, mas não estava no quarto e por sorte a janela estava aberta, sussurrei seu nome como não obtive resposta resolvi entrar fazendo o mínimo de barulho possível, nada no quarto sai pros corredores e tudo escuro no andar de baixo, só tinha o barulho de chuveiro que vinha da primeira porta com barulho de música, rodei a maçaneta e olhei pela fresta ela estava dentro do box com o vidro embaçado não pude ver muita coisa, fiquei tentado a entrar, que nada entrei e fechei a porta atrás de mim olhei pro lado e em cima de um cesto ela improvisou com o meu celular um rádio, estava cantando Justin Bieber/Major Lazer – Cold Water, ri da cena, mesmo pelo vidro embaçado reparei que fazia gestos de dança enquanto lavava o cabelo, agora faz sentido de não ter me ouvido, fui mais ousado e me aproximei aproveitando que ela estava de costas, abri o box e a cena era linda seu cabelo batia até seu bumbum ela virou se enxaguando e pude dar um boa conferida em seu corpo, mas não por muito tempo ela gritou depois que me viu se escondendo com mãos e jogou tudo quanto frasco e água em cima de mim.
- Que você ta fazendo aqui??? VAI EMBORA! – e gritou mais, consegui tapar a boca dela com a mão, quase entrando no chuveiro
- Calma Maga, vim te ver! – ela mordeu minha mão e fechou o box.
- Cascão vai embora, por favor! – reparei que se enrolou com uma toalha e saiu – Como você entrou aqui? Meus pais já chegaram do mercado? – falou brava e ficava linda brava.
- Pulei a janela, eu estava com saudade!
- Você é louco como pulou a janela?Ah sai daqui, por favor, que vergonha!!!
- Desencana Magá, você também já me viu nu, é tô sabendo das fotos!- falei assim que ela arregalou os olhos- E sei que mostrou pras suas amigas.
- Não mostrei pra ninguém e me deixa colocar uma roupa! – falou me empurrando pra fora do banheiro.
- Calma, tô saindo, sabia que eu queria ser aquela água do chuveiro hein. – falei malicioso antes dela fechar a porta.
Entrei no quarto e sentei na cama, observando ao redor a magrela deixava suas coisas bem organizadas ao contrário de mim, ela apareceu em seguida com um pijama broxante mas não desanimou a visão que tive a pouco dela nua.
-Que você tá fazendo aqui Cas?
-Vim te ver, já que fugiu de mim e eu estava com saudade!- me aproximei e toquei em seu rosto, era tão macia sua pele.
-Cas, por favor não...- disse se afastando – eu tenho namorado!
-Noivo não é?
- C-como você sabe? – perguntou surpresa
-Não ia me contar? Ia se casar em segredo? Não ia contar pra turma? - questionei magoado
- Sim, mas tinha o tempo certo pra contar...- me aproximei para um beijo surpresa, estava louca pra beijá-la mas ela esquivou a tempo- Cascão, não, para com isso! Você não sabe ouvir um não?
- Que engraçado você sabe dizer não? Pelo jeito só diz não comigo!
-Quê?
-Magá eu gosto de você, até sonhei com você!
- Um sonho não significa nada Cascão!
- Tem razão, mas um beijo sim e ontem nos beijamos e surgiu uma coisa em mim que nunca tinha experimentado, mas é bom e ao mesmo tempo... – tentei achar a palavra correta
- Assusta? – ela perguntou terminando minha frase eu acenei um sim – Pois é Cas, não me sinto segura com isso também, essa sensação nova.
- Então confessa que sente o mesmo? – percebi ela corar e me aproximei – Você não quer experimentar isso, não sente vontade? – olhei em seus olhos
- Você é meu amigo Cas! – respondeu em suplica
-Melhor ainda! – toquei seu rosto com as mãos e delicadamente puxei para um beijo, ela correspondeu o beijo me abraçando pela cintura. O beijo começou lento apenas os lábios se tocando, quando o beijo começou a ficar ardente ela se afastou.
-Cas, não posso fazer isso com o Quim e é melhor você ir embora!-
- Ta ok Magá – suspirei derrotado – Amanhã então nos vemos na aula, não se preocupe não vou encostar em você e não precisa fugir de mim- falei firme me aproximando da janela.
- Cas, não pule a janela, vamos... saia pela porta! – ofereceu o caminho e segui de má vontade. – Você descobriu quem ontem abriu a porta na sala de reforço? – ela questionou abrindo a porta principal em seguida o portão.
- Não, mas quem quer seja não vai nos fazer mal ou já teria feito! – assim que pisamos na calçada, ouvi uma voz familiar que detestava.
- Ora, ora Cascão? E Magali? – virei só pra ter certeza, era mesmo o Titi.
- Que você tá fazendo aqui?- questionei
-Vim ver a Magali! Oi Magá, tudo bem? – se aproximou com a intenção de dar um beijo em seu rosto e me meti entre os dois – Qualé Cascão, não foi o suficiente a última vez que apanhou?
- Claro que não, ainda mais se aproximar de Magali de novo, Magali entra! - encarei o Titi
- Não, por favor, meninos não briguem por favor!- dessa vez ela se meteu entre a gente – Que você quer Titi?- ela o olhou e o Titi relaxou os ombros.
- Queria te chamar pra sairmos um dia desses, te pedir desculpa por aquele dia na festa da Carmen. – falou sutil
- Nem em sonho você vai sair com a Magá!- me meti entre os dois novamente empurrando a Magali pra trás de mim.
- Eu hein! Qual a sua Cascão? Por que não se mete nos seus assuntos em vez de nos atrapalhar!
- Isso é meu assunto! – Estreitei o olhar
- Meninos por favor! Titi depois nos falamos ok, e Cas? Cascão? – ela falou mais alto pra chamar atenção- Tá tudo bem, vai pra casa!
- Só vou quando você entrar e trancar bem as portas e janelas!
- Fica tranquilo Cascão, não vou pular o muro e entrar pela janela como você fez! – Titi falou em tom de zombaria, que droga porque logo esse desgraçado me viu?
- Titii, e-eu..e-ele - Magali ruborizou e piorava as coisas
- Fica tranquila Magali, queria te propor algo só isso...e seu namorado sabe do lance de vocês?
-Tem lance nenhum! – Magali falou em desespero.
- Sei a gente conversa melhor amanhã pode ser? Porque tenho um vídeo que seu namorado ia gostar de ver lindinha. – o pilantra tocou no queixo da Magali e eu o empurrei pra longe quase o fazendo desequilibrar
- Na Magali você não toca! – falei com raiva.
- E em mim você não toca também !– me empurrou com força fazendo eu cair no chão, levantei com muita raiva ia partir a cara do desgraçado, mas a Magali me segurou.
- Gente, para, por favor, por céus, não... Titi, nos conversamos melhor amanhã tá?! – Magali me abraçou com força e percebi que estava tremendo, respirei fundo pra me acalmar.
- Ok Magali, falamos amanhã não esquece!- ele ia se virar mas desistiu, previ que ia sair merda da boca do infeliz – Tava boa a trepada de vocês? Achei que foi até rápida! – não deu outra, consegui sair dos braços da Magali e parti pra cara dele, ele soube se desviar bem mas não esperava outro murro, hoje nos dois estávamos sóbrios então não tinha como errar os golpes, golpeei no queixo dele mas revidou com outro soco, ouvi de fundo a Magali se aproximar e no segundo seguindo senti um jato forte de água gelada na minha cabeça quase entrando pelos meus ouvidos, Titi e eu nos afastamos um pouco e Magali intercalava os jatos entre nos dois.
- Já falei pra vocês pararem! – estava ofegante e um carro familiar se aproximou, desse carro saiu seu Carlos e dona Lili, os pais da Magali.
- O que está acontecendo aqui? – Seu Carlos arregalou os olhos tentando entender a cena, Titi e eu molhados, com a boca sangrando e Magali de pijama na rua segurando uma mangueira de alta pressão.
-Oi seu Carlito dona Lili! Tchau pra vocês, expliquem essa, Maga até amanhã! – Titi acenou se afastando da cena e eu ainda estava tentando controlar a respiração.
- Ai Pai, e-eu...isso... então!
- Desculpa seu Carlito, Titi e eu nos desentendemos por causa de futebol tô fora do time aqui do bairro e a Magali tentou nos afastar, perdão por estar brigando bem em frente da sua casa.
- Oh você saiu do time do bairro? Como? Você era o melhor Cascão. – seu Carlito falou sem se preocupar com a briga ele era um ótimo torcedor do bairro e contribuía até financeiramente com o time, dona Lili não conseguia falar estava com o olhar fixo na Magali, quase desiquilibrando a sacola de compras.
- Pois é, fui expulso injustamente, mas bom tenho que ir me perdoem incomodar vocês! Boa noite!- tentei sair o mais rápido que pude.
- Boa noite Cascão, vamos ver como fica o time e juízo garoto! – falou entrando novamente no carro para estacionar em sua casa, dei uma última olhada na Magali que aparentou estar bem nervosa.
Antes de chegar ao meu quarto passei por um interrogatório na sala com minha mãe, porque ultimamente estava chegando com a cara quebrada em casa e contei o mesmo que falei pra pai da magrela, foi até mais convincente, tirei a roupa e apenas me sequei até pensei tomar uma ducha quente mas chega de água por hoje, botei uma bermuda folgada e deitei pensativo, o Titi e eu era até amigos, mas de um tempo pra cá ele anda insuportável e geral achava isso, talvez nem tenha me expulsado do time por causa da briga e sim por eu jogar melhor que ele. Bom vamos estudar agora história, peguei meus livros com má vontade.
Magali Pov.
Minha mãe me fez perguntas estranhas na hora do café da manhã enquanto me oferecia um delicioso bolo de rolo, tinha pra mim que não havia acreditado na história do Cascão, minha mãe era um detector de mentiras e por isso não sabia mentir já que tinha essa máquina ambulante em casa, o melhor jeito era fechar a boca e sair de fininho pro colégio.
- Oi Mô, Oi Denise! – as duas sorriram meigas ao me ver entrar na sala.
- Tudo bem Magá? É o seguinte estamos em dúvida na viagem se vamos pra praia ou acampar no meio de mato, com insetos, cobras, lagartas e todo tipo de bicho estranho e ainda ficar numa barraca apertada, então espero mesmooooo que você escolha a praia! Mas você vota no que sentir vontade, ok gata? – a Denise soltou as palavras enquanto me sentava na carteira e pegava meus cadernos pra aula.
- Eu gosto de acampar! – confessei enquanto as duas me olhavam com horror e ameaçadoramente- Mas também gosto de praia! – sorri forçado.
- Ótimo você então vota em praia? – a Denise já ia riscando meu nome no papel.
- Isso, isso coloca o nome dela em praia...- a Mônica falou apontando pra um dos papeis, isso que era voto cabresto.
-Bem eu...- nem pude terminar minha frase pois o professor Rubens entrou na sala e eu perdi a fala, mas segundos depois o Cascão entrou e falou algo com o professor por uns instantes e meu coração parou, pois me lembrei dos dois beijos que demos e isso não saiu na minha cabeça.
-Quer o babador? – Denise debochou, oh Ceus será que ela me viu olhando pro Cas?
-Para Denise! – desviei o olhar pros cadernos, sou muito vulgar como posso ficar olhando pro professor e o Cas sendo que tenho noivo? Teria que resolver isso, acho que aceitar o noivado foi uma péssima ideia, olhei mais uma vez e o Cascão estava meio pálido desviei o olhar assim que me encarou.
O restante da aulas foi tranquilo e no intervalo vi o Cas de longe conversar animadamente com o Cebola e o Xaveco, continuava pálido e ainda deu uns espirros durante a aula, será que ele ia ficar doente?
Quando terminou as aulas fui a sala de reforço e hoje seria o último dia e amanhã teria a prova, ontem consegui estudar bem na biblioteca ia fazer isso novamente, mas algo em mim queria ficar perto do Cas e não fugir mais e ajuda-lo o máximo também, entrei na sala e não tinha ninguém, fechei a porta atrás de mim e tomei um susto, o bobo estava escondido atrás da porta se aproximou querendo me beijar, me afastei.
-Não Cas, por favor, alguém pode nos ver.. – Ainda não tinha esquecido que alguém tinha aberto a porta 2 dias atrás.
- Tá certo, só me afasto se disser que sente atração por mim e que me beijaria se pudesse?- falou divertido enquanto me olhava, eu corei muito e olhei pros lados tentando disfarçar o calor, não poderia falar nada não poderia me expor. – Ok, sua reação já diz tudo pra mim!- Oh céus, exposta!
-Vamos estudar Cas!- sentei na carteira e ele se aproximou tanto conseguia sentir sua respiração e cheiro de hortelã do seu hálito, será que ele tinha balinha e nem ia me oferecer? Chateada. Nas duas horas ele se comportou bem, estudamos os tópicos importantes e que com certeza o louco do Licurgo ia colocar na prova.
- Você não vai ver o Titi né? – o Cascão perguntou em tom ameaçador, enquanto guardava os livros
- Cas, quero ver primeiro o que ele quer, ele pode enfiar coisas no Quim e não quero que ele se machuque, pretendo terminar com ele sem mágoas.
-Então você pretende terminar com o Quim? – Cascão perguntou esperançoso.
- Sim Cas, quero terminar com o Quim! – disse decidida e queria mesmo, gostava do Quim mas não chegava perto do que sentia pelo Cas, o tamanho do que sentia com o beijos do Quim era um isqueiro comparado do incêndio de grandes proporções de quando estava nos braços do Cas e nesse incêndio eu queria me queimar.
- Trouxe pra você! – tirou do casaco um bombom sonho de valsa, ofereceu sorrindo.
- Obrigada! – peguei o bombom e abri, não consegui segurar a vontade e mordi com gosto.
-Ei, não vai dar nenhum pedaço pra mim? – Cascão sorriu.
-Mas Cas, como se divide um bombom pequeninho desse? Desculpa não tem como! – Ia colocar o restante na boca mas ele segurou meu braço em movimento rápido mordeu meu bombom - Ei ladrão! – fingi ofendida.
- Gulosa!– falou em tom de brincadeira
- Porquinho!
-Esganada!
-O quê?
- Vem cá...- Me puxou pela cintura dando um selinho demorado e eu o abracei pela nuca.
-Mas vocês vão ficar todo dia nessa pegação, aqui virou sala do que? Segunda vez já!
Nos dois nos afastamos no susto já reconhecendo a voz da pessoa.
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