História Beijo sabor Melancia - Melancia em dobro

Meus olhos estavam em choque quando olhei para o meu celular, morto.

Essa é a palavra, morto e com o vidro estilhaçado, minhas fotos, minhas músicas, minha vida.

- O CASCÃO VAI TER QUE ME DAR UM CELULAR! -  falei olhando meu reflexo no espelho, estava atrasada e nem sabia direito que horas eram, mas pelo menos cheguei na sala bem na hora que o professor colocava as provas na mesa, olhei ao redor e o Cascão estava a três carteiras de distância olhando fixamente a prova.

- Cascão ...- sussurrei alto, alto demais que o professor Licurgo deu uma reprendida em mim e vi a Mônica me olhar com curiosidade, dei um sorriso amarelo pra ambos.

Durante a prova estava preocupada com meu celular, com o que meu pai ia dizer já que me deu de aniversário, meu machucado ainda doía, minha cabeça doendo de raiva do cascão pois ele não tinha ideia de quantas vezes lavei louças, arrumei a casa, dei banho no mingau levando unhadas dele, a filha perfeita por meses, nisso na prova já tinha apontado o lápis três vezes e amassado as folhas de tanto apagar, aff Magali se concentra, respirei fundo.

- Dez minutos pra entregar o exame! –

 Meu Deus o que eu faço? Ainda faltava seis perguntas pra responder, o que eu faço, raciocina oh céus, ai que dor, ai que raiva, ai que fome... senti meus olhos marejarem.

- Acabou, entreguem as provas!

Sai da sala por último, entregando minha folha com o gabarito antes de sair pro corredor já senti um puxão familiar.

- Magali, que prova difícil amiga, que você respondeu da última pergunta, era um desafio não?

- Nem respondi Mônica...- olhei pra baixo - Preciso falar o Cascão,  você o viu??

- Que isso Magali, já acabou a prova pode falar a resposta.. Opa que foi amiga? Que você tem? O que isso no seu braço? Maga, vamos na enfermaria agora!

Depois de longos minutos do intervalo na enfermaria havia colocado a Mônica a par de como me machuquei e do pior, meu celular quebrado.

 -Agora o Cascão tem que pagar o conserto do celular Magali, ele foi errado já que você estava na calçada.

- Sim e não, tenho que pedir desculpa por chamar ele de ridículo e ser dura com ele?

Mônica riu alto.

- Já fiz coisa pior pra esses moleques, você tem que botar ordem, deixar bem visível quem é que manda, vamos pro pátio encontrar o Cascão vou com você e ah ....oi cascuda- a Mônica gritou acenando

- Oi meninas, o que acharam da prova? – Cascuda se aproximou.

- Bem, você sabe onde tá o cascão?

- Acho que está na quadra, por quê?

- Magali quer conversar com ele!

- Sobre o quê? - Cascuda perguntou desconfiada e levantou a sombrancelha me encarando.

- Relaxa cascuda, Magali quer falar sobre o celular quebrado, enfim não vamos perder tempo...

- Tô relaxada Mônica, só perguntei de curiosidade pra ver se podia ajudar!

- Tudo bem Cascuda - sorri ao falar- Vamos Mônica pra quadra? - falei começando a andar

- Sim ... não pera ali não é o Cebola com a Irene ou tô ficando louca... - Mônica começou ou a bufar e eu a me desesperar.

- Oh sim Mônica mas estão conversando veja ... agora vamos lá na quadra?

- Magali, desculpa vai você sozinha eu lembrei que tenho algo muito importante e urgente pra falar com o cebolinha e acabar com essa conversinha.- Mônica caminhou até e ele.

- Sei - fui em direção as quadras.

Como falo ao Cascão que ele quebrou meu celular?  Bem fácil, Cascão quero um celular novo ou conserte o meu, mas cadê ele, ah ali jogando vôlei com os meninos,  ele joga muito bem, acho que o Cascão é muito bom em quase todos os esportes, não deve curtir natação por motivos óbvios, ele pula perfeitamente pra fazer bloqueio e ganhar dos adversários e cada pulo uma comemoração, estava atraente com a regata branca e bermuda azul marinho, estava com o peitoral definido, costas largas, cabelo estiloso com o seu novo corte...

- Por quem você está babando? - levei um susto com a pergunta da Denise- Hein Magali, pode falar?

- Ah sua louca, não estava babando por ninguém,  apenas esperando o Cascão.

- Mentira estava babando sim, você faz essa mesma cara com o professor Rubens. - Denise riu- Bom pelo cascão?  Vai até que ele tá gatinho, daria uns pegas nele?

- Que isso Denise? Eu tenho namorado, que eu amo muito! - Repreendi ruborizada

- E daí, entre mulheres, digamos que se você não tivesse namorando daria uns pegas nele? 

Triiimmmmm

- O sinal vamos voltar pra sala, eu falo com o Cascão depois!

Gosto muito da Denise mas as vezes ela é tão inconveniente, faz cada pergunta besta, não sei porque fiquei com vergonha nunca pensei no Cascão dessa maneira o que temos é pura amizade nunca pensei em nenhum menino nessa escola desse jeito, apenas o Quim, lógico que tenho meus amores platônicos Justin Bieber, Brad Pitt etc etc mesmo assim nada muito físico em pensar "dar uns pegas"... na sala olhei o cascão que coincidentemente estava olhando pra mim também,  virei o olhar mais rápido que pude, sentindo meu rosto queimar, nunca beijaria o Cascão que horror de pensamento, traição com o Quim e pior ainda o traí nos sonhos sou uma péssima pessoa.

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# Pov Cascão

- Cebola, acho que a Magali tá com raiva de mim, nem olha mais na minha cara.

- Nem esquenta, mulher fica brava com tudo a Mônica mesmo tava passando umas músicas pra Irene, veio toda esquentadinha falando coisas nada a ver!-

- Mas a Magali é diferente.

- Claro, mais fácil, dá um chocolate pra ela que ela te perdoa por a ter jogado no chão.

- Eu não a joguei no chão foi sem querer véi, tava fazendo minhas manobras e pá, tava ela parada que nem boba ainda gritei pra ela sair na frente

- Mesmo assim, mais fácil, compra um chocolate e problema resolvido, mudando de assunto, vai na festa da Carmen amanhã né? Promete essa festa!

- Claro, de pé né amanhã às 21 horas na casa do Franja?

-Tá firme!

Triiimmmm

- Até que enfim acabou essa aula chata! - reclamei

- Foi bem na prova?

- Fui bem ... bem mal, já sei que vou vir nas aulas de história, recuperação certeza- disse conformado- Por isso tenho que tá de boas com a Magrela pra me ajudar a estudar- arrumei a mochila e a joguei nas costas.

- E a Cascuda não ajuda? É a melhor da sala.

- Ela não tem muita paciência e eu também não pois quando estudamos juntos um momento eu estou com os cadernos nas mãos e no momento seguinte eu estou com a calcinha dela nas mãos...- sorri malicioso

-  Ah moleque, safado vocês hein! – cebola riu e caminhos juntos até o corredor

- Cascão tem um minuto?- voz feminina e familiar me chamou.

- Claro Magali, quer tomar um sorvete pra conversarmos? - o Cebola se despediu rindo

- Não, é rápido.Sim... quando você me derrubou...

-Acidentalmente – interrompi

-Sim, acidentalmente meu celular caiu o chão e quebrou olha...- me mostrou um Iphone 6 com a tela quebrada tive que engolir a seco

- Sinto muito pelo seu celular Maga!

-Não sente mais do que eu Cas! -olhou pro chão triste

-Magali, foi sem quer... eu.. eu...-

- VAI PAGAR OUTRO CELULAR PRA MINHA AMIGA!

-Ah Mônica eu tô conversando com a Magali, nosso assunto e de onde você apareceu?

-NÃO INTERESSA – se posicionou do lado da maga me encarando feio, eu podia ser maior que ela mas ainda a Mônica me botava medo - - VAI PAGAR OUTRO CELULAR PRA MAGALI CASCÃO, VOCÊ NÃO TEM IDEIA DE COMO ELA FEZ PRA GANHAR ESSE CELULAR, QUASE VENDEU O CORPO.

-Menos Mô- Magali tento acalmar a fera.

- Calma nada, sabia que esse aí ia cair fora como se não fosse culpado pela perda do seu celular e sabia também que você não iria ter coragem de cobrá-lo mas tô aqui e você Cascão seja homem e se responsabilize por algo uma vez na vida.

-Calma lá Mônica, quem disse que ia cair fora, eu vou comprar um novo celular pra Magali e melhor do que esse que tinha, pois eu tenho palavra! Só ia dizer que vai demorar um pouco pois não estou trabalhando, só preciso de tempo- falei baixando o tom de voz.

- Rum, pois bem, você tem esse tempo Cascão, mas a Magali precisa de uma garantia!

-Claro que sim! -falei decidido, peguei meu celular do bolso retirei o chip e cartão de memória –Pegue Magali, fique com o meu, não é dos mais modernos mas é uma garantia.

-Cas, desculpe eu...- me olhou com lágrimas

-Esquenta com isso não – toquei no seu ombro e sorri – vai ficar tudo bem entre a gente.

Notei a Magali diferente hoje, seu rosto ficou muito vermelho quando a toquei e quase não conseguia olhar nos meus olhos, acredito que ela não goste que haja esse tipo de comportamento na nossa turma, pois era especial a nossa amizade, agora tinha que resolver dois problemas, recuperar as minhas notas que dependia da ajuda da Magali e trabalhar no verão para comprar o celular ...ora da Magali