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História Bem-vindos ao Show - Cap. I


Escrita por: Piki22

Capítulo 2 - Cap. I


13 de janeiro de 1856 

O último show da noite acabara de terminar. O público ia saindo da tenta principal, poucas eram aquelas pessoas que não estavam com um sorriso no rosto e a conversarem animadamente.
Ao ouvir tanta agitação e risos vindos do exterior, acordei do meu sono, levemente confusa e desorientada. 
Onde estou? O que se passa? - pensei, à medida que me ia lembrando.
Levantei um pouco o pescoço do ramo árvore onde eu estava dormindo, e olhei as famílias e casais, alegres irem embora. Mais um espetáculo terminado...
- Tudo bem, Azul? - ouvi uma voz masculina perguntar, debaixo de mim. Quase perdi o equilíbrio, com o susto que apanhei.
- Ai que susto, Marco! - respondi, enquanto olhava para baixo e indo de encontro ao meu amigo moreno, de olhos cor de mel. - O que tu quer?
- Luís está te chamando.
Eu vivo no circo, literalmente, juntamente com Marco e muitos outros. Luís era nosso "chefe", por assim dizer. Ele era o dono do circo. Eu não tinha uma função específica, fazia uns trabalhos aqui e ali, já Marco... ele tinha tanta sorte... Marco iria ser o próximo mágico, acompanhado do irmão Rodrigo, assim que seus pais se reformassem. 
E era por isso que muitas das vezes eu o invejava... por ter uma carreira e uma família...
- Me chamando? Sabes qual é o motivo? - perguntei curiosa. Raramente, Luís me chamava, geralmente era Helena, a sua esposa, e dizia quais as minhas funções. Era estranho Luís me chamar, especialmente a essa hora da noite.
- Acho que você tem visitas. - respondeu o meu amigo e, pensativo, coçou o cabelo castanho, fazendo uma mecha da sua franja cair sobre seus olhos. - Droga de cabelo. - soprou na mecha, e ela, magicamente, se arrumou sozinha no cabelo, enquanto abanava no vento.
- Visitas? - perguntei, não conseguindo esconder meu entusiasmo. Essa palavra me fez saltar imediatamente do ramo da árvore e aterrar com os pés juntos no chão na frente de Marco. - Para mim? Você deve é estar zoando com minha cara.
- Talvez sim... talvez não... porque não vai ver? 
Deitei-lhe a língua para fora e comecei a caminhar na direção da caravana onde moravam Luís e Helena. Nunca antes eu tivera uma visita... quem seria? Enquanto eu passava pelos tigres de Patrício e James, me fui relembrando das pessoas da nossa equipe.

Os diretores, como já falei, são Luís e Helena Smith.
Uma das minhas melhores amigas, Lulu Mei, era a mulher barbuda, que ajudava nos troques de magia de Lúcio e Catarina Turner, os pais de Marco.
E como qualquer circo, tínhamos os domadores de leões, tigres e elefantes, os gémeos iguais Patrício e James Golden.
As nossas malabaristas tinham o nome de Maria e Eve Mendes, duas gêmeas siamesas.
O palhaço Jacob, sempre pronto a fazer todos rir.
E muitos outros, que irei vos apresentar em breve.

Parei.
Na minha frente, estava a porta amarela da caravana vermelha de Luís. 
Estendi a mão e bati três vezes na porta, e foi uma mulher gordinha, de 50 e poucos anos, com um sorriso simpático que eu tanto gostava, que abriu a porta. O seu cabelo castanho escuro, estava envolto em diversos rolos de cabelo, e vestia o seu habitual vestido rosa claro com uma cinta creme.
- Azul! - cumprimentou ela, com a sua voz doce.
- Boa noite, Helena. - cumprimentei, sorrindo. - O Marco me falou que Luís tinha chamado.
- Oh, sim! Entra, entra. - Helena abriu mais a porta para eu poder passar, e assim fiz. - Luís, a Zuzu chegou.
Helena gostava de me chamar de Zuzu. Ela não podia ter filhos, por isso, me criou como se eu fosse sua. Apesar de Luís nunca ter tido muita paciência para mim em comparação à sua mulher, ele também era, de certa forma, um pai para mim.
Entrei na pequena divisão avermelhada, com sofás de veludo e tapetes acastanhados. As paredes eram cobertas de cartazes de outros espétaculos, fotografias de família e algumas prateleiras cobertas de livros, tendo alguns intervalos, onde ficavam algumas janelas. No meu lado direito, ao fundo da sala, existia uma porta de madeira escura, que dava para o quarto dos donos.
Num dos sofás, uma figura de cabelo grisalho estava sentada, baixou o jornal e olhou-me com os seus olhos verdes. Sério como uma porta, aquele era Luís Smith.
- O Marco me falou que estavam aqui visitas para mim. É verdade? - perguntei direta ao ponto.
- Boa noite, para você também Erika. - disse Luís, abrindo um sorriso pequeno, e voltou à sua expressão séria outra vez. - E o Marco te falou bem. - ele se virou para a porta do seu quarto e disse. - Leonardo, Caleb, venham cá.
A minha respirando se suspendeu ao ver a porta se abrir e meus dois amigos aparecerem de trás dela... Eu tinha tantas saudades deles...



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