História Best of You - When you go to the party

Jeongguk estava parado em frente ao espelho, o torso nu, em cada uma de suas mãos havia uma camisa diferente que ele alternava colocando em frente ao seu corpo tentando escolher qual ficaria melhor. Em sua cama haviam mais um punhado de roupas jogadas, dentre elas, calças, que com muito trabalho ele conseguira escolher uma para vestir; uma calça jeans branca com manchas azuis, que colavam perfeitamente ao seu corpo, dando uma boa visão de suas coxas grossas.

Jeon Jeongguk não era alguém que gostava de se mostrar, não tinha interesse em tirar a camisa e mostrar seu abdômen liso com os músculos definidos evidenciando cada um dos seis gominhos. Ou andar de regata e mostrar seus braços fortes com bíceps avantajados de nadador, assim como também dos exercícios físicos que ele gostava de fazer. Porém Jeongguk gostava de suas coxas, era a parte preferida de seu corpo. Ele gostava de mostra-las, não para os outros, mas para si mesmo. Não achava grande coisa, todo mundo tinha o direito de se amar um pouco e o amor de Jeongguk por suas coxas grossas e musculosas era grande.

Parou de pensar em suas coxas e voltou a focar em sua tarefa anterior: escolher uma camisa para vestir. Voltar a fazer aquilo lhe fez pensar no porquê de estar demorando tanto para escolher uma simples roupa para usar numa festa que nem mesmo teria alguém conhecido. Além de Kim Taehyung.

Negou veemente que estava se esforçando em fazer um look perfeito para chamar a atenção do mais velho. Não iria admitir isso, mesmo que no fundo uma vozinha lhe dissesse que era exatamente por esse motivo que ele passou mais de uma hora para se vestir.

Calou aquela voz irritante enquanto pegava uma camisa vermelha, com um tigre estampado na frente, um círculo laranja estava atrás do tigre, algo que se assemelhava ao o sol, e ao redor do mesmo tinha algumas flores. Em cima das imagens estava escrito “LOVED”. Sorriu para aquela camisa, era aquela que iria usar. Vestiu a peça de roupa e mirou-se no espelho, sorrindo para o seu reflexo. Andou até o seu closet e puxou uma jaqueta jeans de dentro do mesmo, azul com manchas brancas, o que combinava perfeitamente com sua calça. A vestiu e voltou para frente do espelho, mirando novamente o seu reflexo e dando um sorriso satisfeito para o que via. Estava pronto.

Jeongguk desceu rapidamente e, igualmente rápido, despediu-se dos pais ao passar pela sala e encontra-los assistindo televisão, sentados lado a lado com o braço do marido envolvendo os ombros da esposa. Jeongguk continuou seu percurso até atingir a rua e pôs-se a esperar pelo taxi que pedira. Sua casa não era distante da casa de Jongin visto que ambas as residências se encontravam na mesma área nobre da cidade, sendo assim, a viagem de taxi de Jeongguk não demorou.

Antes mesmo de sair do taxi Jeongguk já podia ouvir a música alta proveniente da festa. Parou em frente ao grande portão de ferro daquela residência, suspirando fundo e lembrando-se das vezes que viera ali junto a sua família. Assim como seus amigos e a si próprio, Kim Jongin vinha de uma família rica. Contudo, Jongin não fazia parte do mesmo círculo de amigos. Ao menos não mais.

A casa da família de Jongin não era muito diferente da sua ou de qualquer outra família rica daquela cidade. A casa era grande, um jardim bem feito, a grama bem aparada e verde adornava a frente da mesma. A diferença entre a casa de Jeongguk e todas as outras era o seu tamanho, a casa dos Jeon era a maior daquela cidade. Jeongguk nunca entendera por que seu pai construiu um exagero de casa como a que vivem, já que apesar de sua condição financeira, o patriarca dos Jeon não era alguém que gostava de se mostrar por suas posses.

Deixando de lado o pensamento sobre o seu pai, o Jeon adentrou a dependência dos Kim, seguiu pelo caminho de tijolos que cortava o jardim e entrou na casa, onde o som da música alta era mais presente. Ali haviam vários jovens dançando com copos de bebida nas mãos, alguns se agarrando pelos cantos. A casa estava tão cheia que Jeongguk cogitava que todos os alunos estariam ali. Não saberia responder a própria dúvida com precisão já que não tinha o hábito de dar festas ou mesmo frequentar festas dadas por outros de sua escola.

Quanto mais tempo passava ali, mais Jeongguk se sentia como se estivesse vivendo dentro de um filme adolescente americano. As similaridades eram tantas que o Jeon não sabia se os outros jovens de seu país agiam assim, imitando o costume estrangeiro, ou se aquilo era apenas coisa do anfitrião da festa.

Ao chegar na área externa, atrás da casa, Jeongguk encontrou a piscina, onde alguns jovens estavam brincando dentro da mesma, Jeongguk conseguiu identificar alguns membros do time de basquete ali; uns dentro d’água junto com algumas garotas e outros bebendo a beira da piscina, sentados a uma mesa circular branca. Dentre esses, estava Taehyung, que ao lhe ver abriu um imenso sorriso quadrado.

— Gukie! – Gritou o loiro enquanto se aproximava ao mais novo. O próprio Jeongguk não pôde evitar sorrir de volta, todavia, evitou que fosse grande demais. Apenas um sorriso de canto era permitido ser direcionado a Taehyung, não queria parecer ansioso demais para vê-lo, mesmo que fosse exatamente daquele jeito que se sentia.

— Que bom que veio, Gukie. – Taehyung disse ao parar em frente ao garoto mais novo, sem parar de sorrir.

— Eu disse que viria. – Jeongguk rolou os olhos divertidamente. – Além do mais um Jeon sempre cumpre a sua promessa.

— Oh, claro... como se eu desse a mínima para as regras ou princípios da sua família. – O Kim disse fazendo pouco caso, abanando a mão como se assim pudesse espantar o que o mais novo lhe dissera.  – O que importa mesmo é que você está aqui.

— E por que você se importa tanto com isso?

— Bom... além de você ser um cara legal e, admito, uma boa companhia, você está me devendo um abraço. – Taehyung começou a se aproximar de Jeongguk. – E eu vou querer agora.

Antes mesmo que Taehyung tivesse a chance de colar seu corpo ao de Jeongguk, fora interrompido pela voz alta e estranhamente alegre que surgiu atrás de si.

— Jeon Jeongguk, na minha casa? – Kim Jongin parou ao lado de Taehyung e de frente para Jeongguk, dando um pequeno sorriso para o mais novo. – Será que já estou bêbado e comecei a ver coisas?

— Boa noite, Jonginie.

Taehyung arqueou as duas sobrancelhas ao ouvir como Jeongguk, o seu Jeongguk, chamou Kai. Como assim Jonginie? Desde quando eles eram tão íntimos assim? Ninguém chamava Kai de Jonginie, primeiro porque ele odiava e depois porque ninguém de fato o chamava pelo nome.

— Então, Gukie, por que você está aqui? Posso te chamar de Gukie, não é?

— Não, não pode! – Jeongguk respondeu pronta e seriamente.

Não houve tempo de se fazer um clima hostil diante da recusa do Jeon, pois assim que ouvira a resposta do mais novo Taehyung gargalhou alto.

“Se ferrou, Jonginie. Só quem pode chama-lo de Gukie sou eu” fora o pensamento do loiro naquele momento.

— Continuem, podem continuar conversando. – Taehyung disse gesticulando com a mão quando notou os olhos dos dois sobre si.

— Você é louco? – Jeongguk perguntou a Taehyung que apenas lhe sorriu em resposta.  – Você está bêbado, Kim?

No mesmo momento em que ouviu a forma como Jeongguk lhe chamara Taehyung fechou a cara, lembrando-se da forma intima como Jeongguk chamara a Kai e, no entanto, consigo ele usava aquele jeito tão formal de falar.

— Claro que não estou bêbado, Jeongguk. – Respondeu, seco.

— Ok! – Jeongguk disse para Taehyung, não dando importância para o modo que o mais velho lhe respondeu, e então virou-se para o outro Kim. O anfitrião da festa. – E respondendo a sua pergunta eu vim porque Taehyung me convidou. Tem algum problema?

— Ah, claro que não. – Sorriu cinicamente Kai ao responder. – Eu esqueci que agora vocês são amiguinhos, não é? É normal que o Tae lhe convide. Fique à vontade.

— Você vai usar esse tipo de ironia agora comigo, Jonginie? – Jeongguk perguntou, arqueando as duas sobrancelhas para o outro, um sorriso igualmente cínico adornava o rosto do jovem.

— O Gukie veio por minha causa, é lógico, Kai. – Taehyung respondeu, sem saber, pondo um fim na guerra fria através de olhar que os outros dois travavam. Taehyung fizera questão de colocar ênfase na forma que chamara o mais novo. — Agora eu vou mostrar a casa para ele. Você não se importa, não é? É claro que não se importa. Vem Gukie!

Puxou o mais novo pelo pulso sem dar chance de que Kai dissesse mais alguma coisa.

Jeongguk se deixou ser levado pelo mais velho, atravessaram toda a área da piscina e fizeram o caminho de volta para dentro da casa e então fora dela. Não disse uma palavra durante todo o trajeto feito por eles, sentindo a mão grande e quente de Taehyung em volta do seu pulso. O mais velho fez o desvio para a esquerda no jardim frontal da casa de Jongin, levando Jeongguk consigo até alcançar um coreto de ferro que se localizava a uma distância considerável da casa. Daquele ponto o barulho não era tão irritante e, além disso, ser reconhecido pelos que estavam na festa, ou fora dela em frente à casa, era uma tarefa difícil, tanto pela distância ou pela fraca luz noturna.

— O que foi isso? – Jeongguk pediu assim que eles pararam e Taehyung soltou seu pulso.

— Isso o que?

— Sua reação brava ao me puxar para cá. O que é que você tem?

— O que é que eu... – Suspirou fundo e balançou a cabeça de um lado para o outro. – Deixa pra lá. Não é nada.

Taehyung tinha a intenção de confrontar Jeongguk, dizer que o seu problema era ver aquele nível de intimidade entre o mais novo e Kai, mas optou por deixar aquele assunto de lado. Não queria se estressar com aquele assunto, não queria acabar com o clima entre eles por uma briga por motivo de... ciúmes?

Taehyung se sentou no degrau que levava ao coreto e Jeongguk sentou-se ao seu lado logo em seguida, os garotos tiveram que ficar bem próximos um do outro já que a entrada onde estavam era estreita. Aquilo não parecia ser um incomodo para nenhum deles. Ao longe podiam ouvir risadas e gritos histéricos femininos, o Kim seguiu o olhar até a sua fonte, descobrindo ser na entrada da casa, onde algumas pessoas estavam juntas e no meio delas, fazendo todo aquele alarde, se encontrava Sunhe.

Sunhe era uma das garotas que haviam ficado com Jeongguk. Taehyung nunca gostara dela, sua língua solta, falando além da conta coisas que ninguém gostaria de saber. Principalmente ele.

Na época a garota espalhou para todos na escola que havia ficado com Jeon Jeongguk, e, naquela época, Taehyung apenas se irritou por ouvir o nome de Jeongguk, achando que aquela garota estava se vangloriando por pouca coisa. Agora, enquanto olhava para a mesma garota, visivelmente bêbada e histérica, a única coisa que Taehyung sentia era a mesma coisa que sentiu por Jongin momentos atrás.

— Doidinha essa sua amiga, hein? – Disse dando um fraco sorriso ao notar que o mais novo olhava para a mesma direção, para Sunhe. Na verdade, queria xingar a garota, seus pais por terem a colocado no mundo e seus antepassados e toda a sua arvore genealógica. Se pudesse até mesmo cortaria aquela maldita arvore genealógica e poria fim na existência daquela garota. Porém se conteve. Ainda tinha em mente que não queria estragar o clima com Jeongguk.

Não por cauda daquele maldito ciúmes que veio de lugar nenhum e transtornava sua cabeça já transtornada por causa de tudo o que sentia por Jeongguk.

— Ela só está bêbada. – O Jeon respondeu, dando de ombros. – Quem a convidou?

— Eu não sei. Algum dos garotos do time de basquete, eu acho. Ouvi dizer que ela estava saindo com um deles. – Respondeu o que sabia e o pouco que sabia já achava que era demais. Virou o rosto para o mais novo antes de perguntar:

— Não tem problema ela vir, não é?

— E por que teria?

— Todo mundo sabe que você e a Sunhe tiveram um rolo, então...

— Não tem problema nenhum. Sunhe e eu nunca tivemos nada. – Respondeu simplista.

— Pensei que fossem amigos.

— Não somos amigos. O que eu vou dizer pode soar rude demais, pode soar “Taehyung demais”, – Não pôde evitar provocar o loiro. – Mas Sunhe e eu nunca tivemos nada. Ela foi só uma garota com quem eu transei e ela gamou em mim e nunca mais largou do meu pé.

— Ok, senhor gostosão. Depois eu que sou prepotente.

— Eu disse que ia soar “Taehyung demais” o que eu iria dizer. – Sorriu ao falar. – E também às vezes, mas só às vezes, ser um pouco pretencioso é divertido. E além do mais eu sou gostoso mesmo. Você sabe. – Deu de ombros, sorrindo convencido.

— Eu não sei se você é gostoso, Gukie... não ainda. – Taehyung respondeu, sorrido provocante para o mais novo que desfez o próprio sorriso, se sentindo constrangido. Virou o rosto para o lado oposto, tentando esconder sua face corada.

— Por que você me trouxe aqui afinal de contas? – Pediu, procurando mudar de assunto.

— Lá dentro o barulho é muito alto e tem muita gente. Queria ter um pouco de privacidade com você.

— E pra que você quer privacidade comigo? – Voltou a encarar o mais velho, arqueando uma sobrancelha.

— Você está me devendo um abraço, lembra? – Taehyung disse sorrindo provocativo para Jeongguk, se aproximando dele. – Com direito a tensão sexual e tudo mais. – Aumentou o sorriso para o mais novo que lhe dera um sorriso de canto em troca.

Os dois garotos ouviram vozes e ao olhar para frente, se deram conta de que o grupo que antes estava parado em frente à entrada da casa, dentre eles Sunhe, agora se aproximava deles. Mais que depressa Taehyung segurou a mão de Jeongguk e o puxou para longe dali. Indo mais a fundo no jardim da casa, chegando numa parte onde grandes arvores se encontravam, com os troncos tão grossos que seriam capazes de escondê-los. E fora para trás de uma dessas arvores que Taehyung levou Jeongguk. Pressionou as costas do mais novo no tronco da arvore e colou seu corpo ao dele. Escondendo a ambos daquele jeito.

— Você acha que eles nos viram? – Taehyung perguntou para Jeongguk, enquanto olhava o grupo de jovens entrarem no mesmo coreto onde antes ele estava com o Jeon. – Na verdade eu acho que não nos viram. Eles parecem estarem bêbados demais para notar algo a um metro de distância dos próprios narizes. – Acabou por responder a própria pergunta.

— Shiu! Fica calado, Tae – O Jeon repreendeu o mais velho, colocando o dedo sobre os lábios do mesmo. – Se eles não nos viram antes podem muito bem nos ver agora se você não calar essa matraca. – Mesmo que não soubesse o motivo para terem se escondido ele apenas seguiu o fluxo e optou por não denunciar suas presenças ali.

Jeongguk ouviu vozes se afastando e cuidadosamente virou o rosto, olhando para o lugar onde estavam antes, e notou que o grupo havia saído do coreto e voltava em direção a casa. Voltou o olhar para o garoto a sua frente, que ainda lhe mantinha preso entre a arvore e o próprio corpo e franziu cenho para o mesmo.

— Do que você está rindo, seu idiota? – Perguntou, retirando o dedo que estava sobre os lábios do outro.

— Nada importante. – Deu de ombros. Não querendo dizer que, após ouvir a forma como Jeongguk tratou Kai tão intimamente, chamando-o de Jonginie, ouvir ele o chamar de Tae lhe deixava muito mais feliz do que antes. – Só estou achando essa situação toda muito engraçada, nós dois aqui atrás dessa arvore, desse jeito, e você não querendo que ninguém nos veja. Acho que não precisava desse exagero, Gukie. Não estamos fazendo nada demais.

— Foi você que me puxou para cá primeiro, babaca.

— Eu faço muitas coisas sem sentido, você já deveria saber disso. – Deu de ombros outra vez.

Jeongguk cerrou os olhos e moveu o corpo, querendo sair daquele lugar, porém Taehyung o segurou pelos ombros e o manteve parado.

— Tudo bem, não foi exagero nenhum. Você está certo e eu estou errado. Vamos ficar aqui, longe dos olhos dos outros.

— Você admitindo que está errado? – Jeongguk soltou um pequeno riso. – Kim Taehyung dizendo que está errado. Esse é um momento que nunca vou esquecer.

— Às vezes a gente precisa fazer um sacrifício como esse para ganhar algo em troca.

E sem dar chances para que Jeongguk o questionasse, Taehyung puxou o corpo menor que o seu para si e o abraçou, afundando o rosto na curvatura entre o pescoço e o ombro alvo do mais novo, sentindo a maciez de sua pele e o cheiro que desprendia dela. Jeongguk por um momento ficou sem reação, fora pego de surpresa afinal de contas, mas ao notar o que estava acontecendo, devolveu o abraço de bom grado, envolvendo os braços no corpo mais magro, depositando o queixo sobre os ombros do mais velho e sorrindo bobamente para si mesmo.

Era apenas um abraço, mas o significado para eles era muito maior e a sensação que seus corpos sentiam naquele momento se equiparava a de um beijo. Não tinham sido tão carinhosos assim um com o outro antes e aproveitavam cada milésimo de segundo onde seus rostos roçavam no pescoço um do outro, suas mãos acariciavam levemente as costas alheias e sentiam o cheiro delicioso um do outro entrar por suas narinas e se alojar em seus pulmões.

Queriam parar o tempo e viver naquele momento para sempre, mas, infelizmente, não eram capazes de tal proeza.

— Parabéns pelo ótimo jogo e pela vitória, TaeTae. – Jeongguk sussurrou próximo ao ouvido do loiro.

— Obrigado, Gukie. – Taehyung sussurrou de volta. Sentindo como se aquelas palavras vindas da boca de Jeongguk valessem muito mais do que se qualquer outra pessoa tivesse falado.

Sem conseguir se conter Taehyung segurou suavemente o rosto de Jeongguk e o virou para si. Encarou brevemente os olhos negros do garoto a sua frente, esfregou seu nariz ao dele virando o rosto para o lado sutilmente, e da mesma forma tocou os seus lábios ao de Jeongguk. Suas respirações descompassadas se misturaram no curto espaço que se formou quando Taehyung colou sua testa ao do mais novo, encarando docemente outra vez os olhos do outro garoto.

Fora Jeongguk quem pôs um fim naquele ínfimo espaço, fechando os olhos e colando seus lábios ao de Taehyung, iniciando o beijo que ambos tanto ansiavam. Sugando os lábios macios e rosados do loiro, sentindo a língua atrevida do mesmo serpentear para dentro de sua boca. Adentrou os dedos nos fios de cabelos da nuca de Taehyung enquanto aprofundava o beijo, sugando a língua, do outro avidamente, e então colocando sua própria língua dentro da cavidade quente, úmida e deliciosa da boca de Taehyung.

Seus corpos estavam tão colados que era como se estivessem se fundindo. Taehyung pressionou ainda mais seu corpo contra o de Jeongguk. Uma mão posta suavemente sobre o pescoço do mais novo enquanto a outra descia pela cintura do mesmo, apertando a carne macia por dentro da camisa que o mesmo usava.

Não faziam ideia de quanto tempo passaram ali, se beijando atrás daquela arvore, porém não importava, pois ainda assim sentiriam que não fora tempo o bastante. Nunca seria.

Taehyung distribuiu beijos estalados pelo rosto de Jeongguk, descendo pelo pescoço do mesmo e sem conseguir se conter sugou a pele entre o pescoço e o ombro do mais novo. Não forte o bastante para marcar, mas fora agraciado pelo gemido suave que saiu da boca perfeita que acabara de beijar.

Separou minimamente seus corpos, apenas para poder fitar o rosto a sua frente, seus peitos ainda colados. Apoiou suas mãos na arvore atrás de Jeongguk, fazendo de seu corpo uma prisão para o mesmo que, de qualquer modo, não tinha intenção de sair daquele lugar.

— Uau! Você... nós... Uau! – Taehyung disse empolgado, sorrindo para o mais novo.

— Sim, Taehyung. Uau! – Jeongguk repetiu, também sorrindo. – Ficou sem palavras?

— Porra! Eu fiquei sim. – Se possível aumentou ainda mais o seu sorriso. – Você beija muito bem, Gukie. Caralho!

Jeongguk apenas sorriu. Não poderia julgar a empolgação de Taehyung, pois se sentia do mesmo modo. Apenas não era tão expressivo quanto o outro. Contudo estava feliz, igualmente feliz. Nem mesmo os palavrões de Taehyung iriam acabar com o clima.

— Você também beija bem. Tae. – Admitiu encarando o outro.

— É claro que eu beijo bem. Não tem uma coisa que eu não faça bem, afinal eu sou o V. – Ergueu o queixo, convencido.

Jeongguk desfez o sorriso imediatamente, fechando a cara. Empurrou o mais velho e saiu de seu lugar encostado ao tronco da arvore.

— O que foi? – Taehyung pediu, desnorteado, enquanto olhava o outro ajeitar suas roupas, esticando-as e passando a mão por elas a fim de tirar qualquer sujeira que houvesse ali.

— Você estragou com o clima. – Jeongguk respondeu sem olhar para o outro.

— Como eu fiz isso?

— Sendo você mesmo.

Taehyung deveria se indignar com aquela afirmação, mas não conseguia. Ele não queria estragar com o clima deles, no entanto, acabou por fazer isso. Sem nem mesmo saber como fez.

— Então o que eu faço para não estragar mais o clima? – Pediu, gentilmente.

— Não sei. Talvez tente calar a sua boca ao menos essa noite.  – Jeongguk respondeu bravo, finalmente encarando o loiro.  – Talvez isso resolva.

— É sério? – Taehyung perguntando, fechando a cara para o mais novo, forçando uma expressão brava.

— Sim, é! – Jeongguk respondeu prontamente, irritado.

— Bem, então você pode me ajudar com isso, senhor certinho.

— Como eu poderia?

— Calando a minha boca... a noite toda. – Taehyung desfez a carranca de bravo e sorriu malicioso par ao outro. – Com beijos.

Jeongguk encarou o mais velho por alguns segundos. Mordeu o lábio inferior e então, mentalmente, disse “dane-se” e avançou sobre Taehyung, prendendo o corpo do loiro no mesmo tronco de arvore e atacando os lábios do Kim.