História Best of You - The Connection

Pela segunda vez Taehyung havia sonhado com Jeongguk, sonho este que lhe fez acordar cedo novamente, jogar suas calças sujas no cesto dentro de seu banheiro – fazendo uma nota mental para lavar a peça antes que sua mãe a visse, pois seria constrangedor – e tomar um banho frio para baixar seus ânimos que, mesmo após ter acordado do sonho que mais uma vez lhe fez molhar as calças, ainda lhe deixava com o corpo fervendo. Sentia seu desejo por Jeongguk crescendo debaixo de sua pele, borbulhando pelas veias de seu corpo e tudo isso apenas contribuía para que sua vontade de ter Jeongguk em seus braços, sob seu corpo aumentasse mais e mais.

Após arrumar-se desceu as escadas de sua casa às pressas, não encontrou Namjoon pelo trajeto então supôs que seu irmão ainda não estava acordado. Viu seus pais juntos na cozinha, como sempre, aproximou-se deles, beijou o rosto da mãe e o topo da cabeça do pai que estava sentado tomando seu café. O Kim pegou uma maçã e rapidamente saiu, despedindo-se dos mais velhos, avisando que iria comer alguma coisa no caminho para a escola quando sua mãe disse para que ele se sentasse para tomar seu café.

Taehyung não poderia ficar ali sentado, tinha pressa. Sentia-se bobo por conta disso, por ter pressa em ver Jeongguk, contudo outro lado seu sentia-se alegre por esse motivo e nem mesmo poderia explicar o porquê disso.

Pensou em correr, mas não queria chegar suado e descabelado a escola e encontrar Jeongguk nestas condições. Rapidamente a maçã que trazia consigo fora comida, andou a passos largos visando chegar o mais rápido possível a seu destino e ao mesmo tempo não querendo esforçar-se demais.

Algumas quadras a mais e o loiro já podia ver a grande construção da escola ao longe. Resolveu parar na loja de conveniência que se encontrava próximo a escola, ainda estava com fome e iria comprar alguns lanches para resolver esse problema. Abriu a porta de vidro da loja e o típico sino anunciando sua chegada soou. Acenou com a cabeça para o senhor de cabelos brancos detrás do balcão, por conta daquela conveniência ser próxima a escola vários estudantes iriam lá com frequência e Taehyung era um deles.

Dirigiu-se a prateleira onde tinha biscoitos e salgados e surpreendeu-se ao encontrar lá justamente a pessoa que havia habitado seus sonhos na última noite e outras tantas antes dela. Jeongguk estava com seu uniforme bem limpo e alinhado como sempre, a mochila presa às suas costas enquanto permanecia agachado, parecendo questionar-se qual das duas marcas de batatas deveria pegar. Taehyung sorriu para si mesmo, pensando que o universo estava a seu favor e ele não poderia ser mais sortudo do que isso.

Aproximou-se sorrateiramente do mais novo, pondo-se as suas costas, inclinou-se um pouco para baixo e colocou sua cabeça sobre a de Jeon.

— Bom dia Gukie. – Disse suavemente próximo ao outro.

Jeongguk não notara a aproximação do loiro e, por conta disso, se assustou-se, levantando-se rapidamente e acertando sua cabeça no queixo de Taehyung no processo. O Kim se afastou, com a mão no rosto, engolindo um xingamento que queria dizer para o mais novo.

— Desculpa, eu não vi você chegar. – Jeongguk disse se aproximando do outro, as mãos paradas no ar, sem saber o que fazer. – Além do mais, você me assustou.

— Sim, eu sei. A culpa foi minha. – Taehyung disse tirando a mão do rosto e olhando para sua palma, verificando se havia algum sangue ali. Ao constatar que não estava sangrando pôs-se a massagear a área atingida a fim de querer diminuir a dor que sentia.

— Mesmo assim, sinto muito. Não queria acertar em você e... espera. – O Jeon saiu de onde estava, seguindo para os fundos da loja e saindo das vistas do loiro. Quando ele retornou o Kim viu ele trazer consigo uma latinha de refrigerante em suas mãos.

— Toma, coloca no seu queixo. – Disse o Jeon ao entregar a latinha de refrigerante para o loiro. – Escolhi a mais gelada que tinha, na falta de gelo.

— Obrigado, Gukie. – Sorriu pequeno para o mais novo enquanto fazia o que lhe fora dito, colocando a latinha gelada sobre seu queixo.

— De nada. – Jeongguk dera de ombros. – O que você está fazendo tão cedo por aqui?

— Eu poderia lhe a mesma coisa. – Taehyung devolveu, arqueando uma sobrancelha.

Jeongguk molhou os lábios, desviando o olhar do de Taehyung.

— Acordei cedo e resolvi vir logo para escola, mas como estava com fome, e ainda falta muito tempo até que as aulas comecem, parei aqui para comprar alguma coisa para comer. E você?

— Estranhamente o mesmo aconteceu comigo. – Taehyung respondeu dando um sorriso de lado.

Esperava mesmo que tivesse acontecido a mesma coisa com eles dois. Esperava que ele permeasse os sonhos de Jeongguk assim como o mais novo habitava os seus. Esperava que ele já havia se tornado alguém especial – que Jeongguk sempre lembrava, não importando qual hora do dia fosse – assim como Jeongguk era para ele.

Taehyung esperava que Jeongguk sentisse seu coração acelerar sempre quando ele estivesse por perto assim como sentia seu próprio coração acelerar todas as vezes que Jeongguk se aproximava de si.

Juntos, os dois escolheram alguns lanches para comer e, após pagar por tudo, resolveram se sentar em um dos bancos na pequena praça que havia em frente à escola. Os garotos sentaram-se um de frente para o outro, cada um em uma ponta do banco de concreto, as pernas abertas com cada pé apoiado de um lado do banco. No meio deles os pacotes com os lanches que haviam comprados e suas bebidas. O refrigerante que Jeongguk havia comprado para Taehyung colocar em seu queixo estava ali, a bebida já não se encontrava mais tão gelada quanto antes, contudo, o Kim ainda fazia questão de bebe-la.

Conversaram algumas banalidades enquanto comiam, talvez está sendo a primeira vez que conversavam sem qualquer tipo de segunda intenção, sem querer provocar ou seduzir o outro – esta parte especificamente vindo de Taehyung – e justamente por isso depois iriam notar que aquela foi a melhor conversa que tiveram. Descobriram gostos em comum e brincaram um pouco, apenas por diversão. Provaram um do lanche do outro e até mesmo trocaram suas bebidas para experimentar o que o outro estava bebendo.

Estavam tão perdidos em seu próprio mundo que não notaram o sinal da escola tocar e continuariam sem notar, e a conversar, se Jongin não tivesse vindo atrás de Taehyung lhe avisando sobre o início das aulas.

Quando os dois garotos se despediram, Jeongguk dizendo que iria encontrar seus amigos antes de ir para a aula, o clima estava muito mais leve entre eles do que jamais poderiam imaginar que ficaria. Pela primeira vez os dois garotos acreditavam que realmente aquela amizade entre eles poderia funcionar e que eles conseguiriam colocar suas diferenças de lado.

Taehyung observou Jeongguk se afastar, entrar nas dependências da escola, o tempo todo mantinha um sorriso no rosto. Jongin notara o comportamento do amigo e fechou a cara. Não estava gostando de como as coisas estavam andando. Aquilo não era certo.

— Sabe Tae... – Jongin começou a falar, olhando na mesma direção que o loiro ao seu lado estava olhando. – É bem visível que você e o Jeon agora estão se entendendo melhor, por causa do castigo que o diretor impôs a vocês e tudo mais, mas vai por mim cara... não fica muito próximo do Jeon. Ele não é uma pessoa confiável.

— Por que você está dizendo isso, Kai?

— Por que eu o conheço melhor que você, Tae. – Respondeu de imediato, virando-se para olhar para o garoto ao seu lado. – Já se esqueceu que o meu pai e o pai dele têm negócios em comum?

— Ah! É verdade... – Taehyung sorriu, virando-se para encarar o amigo. – Às vezes eu esqueço que você é um riquinho pomposo. – Provocou, cruzando os braços atrás da cabeça.

— Eu não sou um riquinho pomposo cara. O Jeon é – Kim Jongin disse indignado e ofendido. – E é melhor você não ficar perto dele se não quiser se dar mal.

— Isso é uma ameaça? – Taehyung perguntou, sério, arqueando uma sobrancelha para o outro.

— Claro que não. – Jongin rolou os olhos. – É só um aviso. Estou avisando porque já disse; ele não é confiável. Além do mais, ele é apenas um riquinho pomposo como você mesmo cansou de dizer.

— Eu acho que não estava certo sobre tudo isso, Kai. E nem você parece estar.

— Você mesmo vivia dizendo isso e outras coisas piores dele, Tae. O que foi que te deu? O que te fez mudar de ideia?

— Eu só o conheci melhor e vi que ele não é nada daquilo que eu pensava que ele fosse. – Respondeu simplista, dando de ombros. – Você deveria fazer o mesmo.

— Taehyung eu já o conheço, muito bem. – Jongin soara um tanto aborrecido com o amigo dessa vez.

— Tem certeza?

— Cara claro que sim!

— Pois não parece. – O loiro insistiu.

— Olha... só fica longe dele ok?

— Por que essa cisma toda, Kai? – Taehyung pediu, desconfiado.

— Só fica longe dele, Taehyung. – Jongin reforçou o pedido, um pouco alterado.

— Desculpa cara, mas não vai dar. Eu não acho que ele seja isso tudo que você está falando, Kai. Com certeza você está enganado, assim como eu estava. Eu não o conheço bem ao ponto de colocar a minha mão no fogo por ele, mas pelo o pouco que pude conhecer ele não parece ser essa pessoa que você está dizendo.

— Mas ele, é. Tae. Acredite, eu sei. Escute o meu conselho e fique longe dele.

— Valeu pelo conselho, Kai, mas eu dispenso. – Taehyung disse colocando a mão no ombro do amigo. – Agora chega desse papo ok? Vamos andando ou vão fechar o portão e iremos ficar do lado de fora.

ooo

Após ter a primeira conversa com Seokjin, Namjoon voltou mais duas vezes a biblioteca, dois dias seguidos, contudo, por algum motivo que o garoto não sabia qual era, ele não conseguiu mais se aproximar do mais velho e falar novamente com ele. Nos dois dias que viera a oportunidade e não a fizera disse para si mesmo que era porque Seokjin estava ocupado demais atendendo aos outros alunos.

E de fato o rapaz de cabelos róseos tinha muito mais trabalhos do que jamais a senhora Hyun já teve talvez em todo o seu tempo trabalhando naquela biblioteca. A senhora Hyung era uma mulher educada e sempre prestativa, porém Seokjin era jovem e também muito bonito. Rapidamente ele se tornou popular e sempre tinha alguém pendurado em seu balcão, procurando por um livro que certamente não iria precisar ou tentando puxar assunto com o bibliotecário.

Namjoon usava o trabalho que Seokjin tinha como uma desculpa para não se aproximar dele, mas a verdade era que se sentia nervoso. Mesmo já tendo conversado com o mais velho ainda se sentia nervoso de se aproximar dele. Nunca antes fora tão inseguro assim, porém era exatamente daquele jeito que se via quando se tratava do rapaz do cabelo cor de rosa. O Kim não saberia o que dizer, ou como agir perto dele. Somando o fato de que considerava sua primeira conversa com o mais velho algo vergonhoso, vide que ele praticamente gaguejou o tempo todo.

Ainda tinha o fato de que ele não sabia se Seokjin era interessado em homens também. Namjoon sempre fora alguém de mente aberta, não se prendia a rótulos e sempre se mostrou um grande apoiador da causa gay, contudo, apoiar a causa e fazer parte dela são coisas completamente diferentes. Namjoon sempre se considerou hétero e então de repente se viu atraído por outro garoto. Obviamente, mesmo com sua mente aberta o choque em se ver interessado por alguém do mesmo sexo veio primeiro, porém logo em seguida veio a curiosidade.

O garoto em questão se chamava Jackson Wang, alguém que sempre participava das partidas de basquete na quadra publica adjacente a praça de seu bairro. Jackson era um garoto bonito, de corpo invejável, Namjoon não iria negar. Porém quando fora pego sendo cantado descaradamente pelo outro Namjoon não soube como reagir. A princípio ficou acanhado e ao mesmo tempo surpreso. Quando Jackson pensou em se desculpar por ter investido em Namjoon o Kim disse para o outro que não era necessário, ficando mais uma vez surpreso, dessa vez consigo mesmo.

Com Jackson tivera sua primeira experiencia com alguém do mesmo sexo. E rápido como começou também terminou. Jackson acabou se mudando para outra cidade. Ninguém nunca ficou sabendo do envolvimento dos dois. Namjoon já tivera algumas namoradas, mas nunca teve namorado. Para todos ele era hétero e também nunca viu necessidade de falar sobre o assunto. Este era um dos motivos que lhe fazia ter receio em se aproximar de Seokjin, o mais velho disse lhe conhecer assim como outros então, e se assim como os outros, ele pensasse que Namjoon fosse hétero? E por conta disso ele achasse que Namjoon estivesse apenas brincando consigo.

E ainda tinha o fato de que Seokjin poder ser hétero. Ou simplesmente não estar interessado em si. Talvez esse fosse o mais assustador para Namjoon. Quando se envolveu com Jackson fora algo mais carnal, quando o garoto foi embora Namjoon não ficou triste ou se importou de fato. Contudo, apenas a possibilidade de Seokjin não estar interessado em si lhe assustava e uma grande tristeza tomava conta de sua alma. O que ele sentia por Seokjin era diferente, ele sabia. Estava interessado nele, muito mais do que apenas por sua beleza ou seu corpo - que mesmo coberto com sua calça jeans, camisa de linho e um casaco de moletom, verde e estranho, era visível para qualquer o belo corpo do rapaz de cabelo rosa – Namjoon não estava querendo nada tão superficial assim com o mais velho.

O Kim mordia o lábio inferior apreensivo, nervoso, sem coragem de ir até Seokjin e ao mesmo tempo sem coragem de ir embora e deixar tudo pra lá, desistir. Olhava para o livro em suas mãos, focando em um ponto especifico da página enquanto lutava uma batalha interna consigo mesmo. Uma mão pousando em sua coxa lhe trouxe de volta para a realidade e, apesar de não ter se assustado com o toque repentino assustou-se ao ver que quem estava ali ao seu lado e havia lhe tocado fora Seokjin. O Kim sobressaltou-se e deixou o livro cair no chão e ao apressadamente abaixar-se para tentar pegar o objeto caído acabou batendo a testa na mesa.

Massageou a testa enquanto reclamava de dor. Seokjin acabou por ri daquela situação e Namjoon achou que o tom rosa que suas bochechas, devido a vergonha que estava sentido, talvez seria uma boa combinação ao vermelho que a sua testa tinha no local onde ele a bateu.

— Você está bem, Namjoon? – O mais velho perguntou ao parar de rir.

— Sim, e...eu estou bem. – O Kim respondeu sem coragem de olhar para o outro.

— Que bom que você está bem, a pancada fez um barulho bem grande.

— Sim, me desculpa por isso.

— Por que está se desculpando? – Seokjin ergueu uma sobrancelha.

— Por... sei lá, fazer barulho na biblioteca ao bater a minha cabeça na mesa feito um completo idiota.

O mais velho dera um pequeno sorriso nasalado.

— Você não precisa se desculpar por isso, foi um acidente. Além do mais, não tem mais ninguém na biblioteca. Fica tranquilo, você não incomodou ninguém.

Namjoon olhou em volta constatando que de fato não havia mais ninguém na biblioteca além dele e do bibliotecário.

— Para onde foi todo mundo?

— Esse é o motivo de eu ter vindo até aqui. O sinal já tocou, todo mundo foi para a classe. Você parecia perdido demais em sua... leitura, e não deve ter escutado o sinal então vim te chamar.

— Verdade, a aula. – Namjoon levantou-se de supetão e puxou a sua mochila que estava pendurada na cadeira onde estava sentado. A alça da mochila prendeu no encosto da cadeira e ela teria acertado o garoto se não fosse por Seokjin que a segurou antes que a ação acontecesse.

— Acho que vou ter que manter uma caixa de band-aids aqui na biblioteca também, só para o caso... – O mais velho disse sorrindo.

— Desculpa de novo, hyung. Esse meu jeito atrapalhado sempre me mete nesse tipo de situação. – Namjoon disse olhando para seus tênis.

— Eu gosto dele.

— O que? – O Kim perguntou, erguendo as duas sobrancelhas enquanto olhava para o mais velho.

— Esse seu jeito atrapalhado, tímido. Eu gosto dele. – Deu de ombros. – Desde            que não se machuque, é claro.

— Você gosta? – Pediu, surpreso.

— Sim, é fofo. – Respondeu sorrindo. – E engraçado, mas um engraçado fofo. – Se corrigiu antes que o mais novo tomasse o que falou como uma ofensa.

— Você parece saber tanto sobre mim. Queria poder dizer alguma coisa que gosto em você também.

— Eu só sei o que vejo, Namjoon. E se você quiser saber mais sobre mim tem que me conhecer primeiro.

— Sobre isso, hyung...

— Sim?

— Eu, é... Obrigado por me avisar sobre o sinal. É melhor eu ir indo. – Falou nervoso, enquanto se afastava, sem coragem de fazer aquilo que pensou em fazer.

— Você está atrasado, né? Melhor se apressar.

— Sim, certo. – Namjoon virou de costas para o outro e seguiu em direção a porta, sentindo-se além de idiota um completo covarde por não ter, mais uma vez, a coragem para fazer aquilo que há tempos queria fazer.

“Idiota, você deveria ter pedido o número dele” Falou para si mesmo, em pensamento. Se recriminando

— Eu vou estar aqui, sabe... Todos os dias. – Ouviu o mais velho falar, ainda sentado a mesa onde antes se encontrava.

— O que você disse? – Perguntou, se virando para olhar para o mais velho.

— Que vou estar aqui, todos os dias. Ao menos até a senhora Hyun voltar. Vou estar aqui para o que você precisar.

Namjoon permaneceu parado, fitando Seokjin. Aquela frase vinda de lugar nenhum parecia um complemento para o seu pensamento. Só poderia ser um sinal do universo, ele tinha que tomar a iniciativa, criar coragem.

— Na verdade eu quero uma coisa sim, hyung. – Disse enquanto se aproximava do outro.

— E o que seria?

— O seu número. – Respondeu, estendendo o seu celular para o mais velho.

Seokjin olhou para o mais novo, parecendo tão confiante e ao mesmo tempo tão inseguro. As bochechas levemente coradas indicando sem embaraço. Definitivamente Namjoon era um garoto fofo e gostava muito disso.

— Pensei que não fosse pedir, nunca. – O rapaz de cabelo rosa disse enquanto pegava aparelho da mão do mais novo e digitava seu nome e número nele. – Pronto, agora você tem o meu número e... – Ao acionar alguma função no celular de Namjoon o seu próprio celular apitou. – E eu tenho o seu. – Puxou seu aparelho do bolso e mostrou para o mais novo, na tela a notificação de uma mensagem aparecia.

— Eu... obrigado. Namjoon sorriu, sem conseguir esconder sua felicidade.

— Agora vá pra sua aula, você está atrasado demais. – Seokjin disse sorrindo.

— Sim! – Namjoon virou-se e saiu correndo em direção a porta. Os corredores da escola já se encontravam vazios e sabia que iria ganhar uma bronca do professor por entrar na sala de aula atrasado, porém, estava feliz demais e nada nem ninguém conseguiria mudar o seu humor.

Já em sua classe, enquanto puxava o caderno de dentro da mochila – obviamente logo após ouvir a bronca do professor – Namjoon sentiu seu celular vibrar eu seu bolso. Puxou o aparelho e viu a notificação de uma nova mensagem do contato salvo como “Jin”

Namjoon abriu a mensagem e ao ler não conseguiu evitar não se sentir envergonhado.

Jin: Agora você tem o meu número, não precisa mais se chamar de idiota.  

Tinha se recriminado em voz alta na biblioteca. O comentário de Soekjin não foi aleatório ou um sinal, foi uma resposta ao que Namjoon imaginou ter dito apenas em sua mente. Talvez o mais velho tenha lhe dado o seu número apenas por pena. Como iria voltar naquela biblioteca após saber disso? A resposta é: não iria. Estava mortificado de vergonha, não tinha coragem de encarar Seokjin novamente.

Uma nova mensagem chegou em seu aparelho e, com medo de ler o seu conteúdo, Namjoon abriu o aplicativo de mensagens.

Jin: Eu realmente gosto do seu jeito, Namjoon. Você pode me conhecer melhor mandando mensagens, mas eu realmente espero que venha me ver mais vezes aqui na biblioteca.

Este era um sinal, um verdadeiro sinal do universo. Namjoon mal via a hora de voltar àquela biblioteca.