Jimin parecia meio cabisbaixo, tristonho. O estranho é que ele ficou assim da noite para o dia, porque ontem estava tudo normal, passeamos pela cidade, fomos à Torre Eiffel, à Basílica de Sacré Cœur e ao Arco do Triunfo. Tiramos muitas fotos, centenas, provamos comidas muito gostosas, porém algumas eram estranhas.
Dei mais uma garfada no meu gâteau marbré e beberiquei meu café macchiato antes de encarar Jimin mais uma vez. Ele mal falou comigo hoje, tem se mantido fechado desde que acordamos há pouco mais de uma hora e meia. Ele brincava com o seu croissant, usava o garfo para "jogá-lo" de um lado para o outro no prato.
— Jimin-ah, aconteceu alguma coisa? — ele balançou a cabeça, negando. — Não minta pra mim, sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe?
Naquele momento ele ergueu o olhar, fitando-me por breves instantes, mas logo desviou o olhar para seu prato novamente.
— É que... — suspirou. — É que hoje é aniversário do Taehyung... e eu sempre passei o dia com ele, sabe?
— Sente falta dele, certo? — assentiu com a cabeça.
— Ele veio me pedir desculpas tem algumas semanas, não cheguei a comentar isso contigo. Eu o perdoei. Você pode até achar que sou idiota por fazer isso, mas não queria alimentar um ódio estúpido pelo meu melhor amigo. Poxa, somos carne e unha desde o que? Os dez anos de idade? — suspirou e fez uma breve pausa. — Mas acontece que eu não reatei a nossa amizade... Eu o perdoei, mas não voltei a andar com ele, a ir à casa dele e a falar com ele. Não consegui... ainda não consigo. Isso só o tempo vai resolver. Só que hoje eu queria ao menos mandar uma mensagem pra ele, sabe? Mas não sei se consigo...
Eu fiquei surpreso com sua declaração, diria que até sem saber o que dizer.
— Não quero te ver triste, nem hoje, nem nunca. Ligue pra ele, nem seja apenas para dizer um simples "feliz aniversário". Vai te fazer bem.
Ele mordeu o lábio inferior e lentamente puxou o celular do bolso do casaco. Olhou pra mim, como se pedisse algum tipo de permissão — afinal estávamos sentados numa mesinha de uma cafeteria comendo nosso café da manhã —, assenti. Discou os números, tomando o cuidado de acrescentar o ddd da Coréia, e levou o aparelho à orelha hesitante.
— A-Alô? Taehyung? Ah, eu te liguei pra te desejar um feliz aniversário. Espero que seja feliz e tenha tudo de bom. E-Eu tenho que ir agora... Se cuida, tchau. — e desligou.
— E ai?
— Me sinto um pouco melhor, ao menos não passou em branco. Obrigado. — sorriu, não um sorriso falso, mas um iluminado, verdadeiro.
— Fico feliz. — sorri. — Agora come, se não te dou na boca.
{...}
A Catedral de Notre-Dame estava cheia de turistas, assim como os museus Louvré e Orsay. Nos divertimos muito ao longo do dia, além desses pontos turísticos também fomos à algumas lojas de roupas, Jimin comprou muita coisa — o que já era de se esperar vindo de alguém dono de um império da moda. Também comprei muita coisa, mas não tanto quanto Jimin, ele até teve que comprar uma mala nova, porque não iria caber tudo só na outra.
Depois do jantar — coq au vin — voltamos ao hotel, tomamos um banho e fomos dormir. Estávamos exaustos, andamos muito, fomos em muitos lugares, aproveitávamos Paris ao máximo. No dia seguinte tomamos um banho pela manhã e nos aprontamos. Tudo bem os franceses não costumam tomar muitos banhos, mas como somos turistas, os hotéis funcionam de maneira diferente — graças aos céus, né.
Tomamos café num lugar diferente, pedi financier e Jimin, um fraisier. Era véspera de ano novo, fomos ao Jardim de Luxemburgo pela manhã e passamos a tarde no Disneyland Resort Paris. Fomos em diversos brinquedos, Jimin até mesmo comprou uma espécie de boné do Mickey Mouse, com orelhinhas e tudo mais. Teve uma hora que fomos em um brinquedo de xícaras que giram e o Jimin não parava de gargalhar, parecia uma criança. Adorável.
Comemos algodão-doce e pipoca, de vez em quando beliscávamos algo com mais sustância ao longo do dia. Quando a noite caiu arrebentaram alguns fogos em cima do castelo da Cinderela, Jimin não parava de dizer "wow" ao longo da queima. Confesso que mal prestei atenção na apresentação, só conseguia ver os olhos de Jimin brilhando mais que os próprios fogos.
— Jimin-ah...
— Hm..? — murmurou olhando pra mim.
— Eu estou perdidamente, loucamente, absolutamente, completamente apaixonado por você. Você se tornou minha vida, meu tudo. Eu durmo e acordo pensando em você, penso em você a cada minuto do dia, a cada segundo. Você se tornou a razão da minha existência...
— J-Jeongguk-ah... — seus olhos estavam marejados, brilhando ainda mais. Ele pulou em mim, envolvendo meu pescoço com seus braços. — Eu também... Você é meu tudo, quero ter você pra sempre. — sorri largo, mesmo que ele não conseguisse ver.
Beijamo-nos ali, no meio do Disneyland, cercados por centenas de pessoas e com o barulho dos fogos estourando de plano de fundo. Não me importei com nada, apenas com Jimin. Só ele existia pra mim naquele momento, só ele e nada mais. É engraçado que em tão pouco tempo eu tenha me apegado tanto a Jimin a ponto de não conseguir mais imaginar um futuro sem ele. Quero agradecer de joelhos meus pais por terem o colocado em minha vida dessa maneira.
— Vamos pro hotel, Kookie-ah... — sussurrou em meu ouvido, e me arrepiei inteiro.
Saímos do parque de mãos dadas e chamei um táxi, que graças aos céus não demorou a chegar. Jimin discretamente passava a mão em minha intimidade, eu apenas fechava os olhos e tentava ao máximo não fazer alguma cara ou emitir algum som. O caminho foi torturante, quase beijei o chão quando finalmente chegamos ao hotel. Assim que entramos ao quarto, puxei Jimin para um beijo mais intenso.
As roupas foram se perdendo no caminho até o quarto, nossas mãos exploravam o corpo alheio como se fosse a primeira vez que nos tocávamos. Jimin foi deitando na cama e eu fui ficando por cima dele, nossos falos roçavam um no outro, ele arfava no meio do beijo, me deixando louco.
— Jimin...
— Hm?
— Quero fazer diferente hoje.
— Como assim?
— Quero que me faça seu essa noite. — ele me encarou confuso.
— Está dizendo que... — parou de falar, hesitante.
— Isso, quero que me possua.
— Por que isso agora?
— Eu quero te ter de todos os jeitos.
Ele sorriu e me beijou. Inverteu nossas posições, me deitou e ficou por cima de mim. Não sei se alguma vez ele já foi ativo de alguém, mas só sei que ele parece saber o que está fazendo. Seus lábios desceram para o meu pescoço e pude sentir minha pele ser sugada em um chupão, gemi com a sensação. Sua mão segurou nossos membros juntos e começou a masturbá-los ao mesmo tempo.
O prazer que eu sentia era mais intenso, acho que era porque eu podia me concentrar em apenas me sentir bem, sem ter que me preocupar em dar prazer para outra pessoa. Revirei os olhos conforme o atrito nos enrijecia cada vez mais. Sua mão parou os movimentos e Jimin foi percorrendo meu tórax com os lábios, distribuindo beijos por toda parte. Focou em meu mamilo por um tempo, lambendo-o, chupando-o. Quando estavam rijos ele continuou sua trilha de beijos por todo o meu corpo, indo desde o tórax até onde geralmente fica o cós da calça.
Segurou meu falo e apenas o fitou por uns instantes. Seu olhar era pecaminoso, cheio de desejo, passou a língua entre os lábios como se me desejasse mais que a mais deliciosa sobremesa existente. Abocanhou meu membro sem hesitação e começou a fazer movimentos de vai e vem. Encurvei minhas costas e gemi, me permitir gemer para ele e apenas para ele.
Senti dois dedos em minha boca, entendi o que ele quis dizer e comecei a lubrificá-los bem. Não sabia em que deveria focar: em passar minha língua por entre os dedos de Park, ou na língua de Park lambendo meu membro. Sua cavidade quente e úmida me fazia delirar.
Mal notei quando sus dedos deixaram minha boca, apenas percebi quando um deles tocou minha entrada e pressionou. Franzi o cenho, a sensação era diferente, era estranho ter algo entrando em mim daquele jeito — será que Jimin também tem essa sensação quando fazemos? Gemi em desconforto quando seu dígito me adentrou por inteiro.
Foi ainda mais estranho quando ele começou a movimentá-lo dentro de mim para me preparar. Quero dizer, no começo foi estranho, mas depois o negócio foi ficando bom. Não sei se o fato dele estar me chupando me ajudou a desviar minha atenção da parte traseira para a dianteira, mas só sei que eu estava gostando daquilo e não queria que ele parasse.
Murmurei em desaprovação quando Jimin parou o boquete, mas antes que eu pudesse pedir para que ele o retomasse, ele me beijou. Foi um beijo afoito, repleto de luxuria e desejo. Gemia conforme seus movimentos aumentavam, mas nenhum som saía pois era abafado pelo beijo. Minhas mãos passeavam pelo seu corpo: braços, abdômen, costas, cabelos. Quis gritar quando Jimin começou a forçar o outro dedo, era como se eu fosse rasgar a qualquer momento.
— Já vai passar. — sussurrou contra meus lábios. — Confie em mim.
— E-Eu confio... Ah...
Se a dor com dois dedos é essa, não quero nem ver a dor que vai vir daqui uns minutos. Soltei um gemido quando os dois dígitos estavam dentro de mim por completo, Jimin não esperou muito tempo e logo começou a movimentá-los. Os movimentos eram os mesmos de antes: vai e vem. Por incrível que pareça a dor logo passou, devolvendo o lugar ao prazer.
— AH! — gemi quase num grito e Jimin apenas deu um risinho que foi desgraçadamente sexy.
— Achei...
Eu estava prestes a perguntar que raios ele tinha achado, mas ele pressionou novamente o lugar, me fazendo gemer alto de novo e curvar levemente as costas. Só pode ter sido a próstata... Gemi em reprovação quando subitamente seus dedos abandonaram meu interior. Jimin massageou seu pênis por uns instantes e se posicionou entre as minhas pernas. Já podia sentir sua glande me tocando e de repente comecei a ficar nervoso.
— Jimin-ah... Estou com medo...
— Calma... Vai dar tudo certo, ok?
E foi assim, tomando meus lábios, dessa vez num beijo doce, que Jimin foi me adentrando pouco a pouco. Franzi fortemente o cenho e gemi de dor, aquilo doía como o inferno! É por isso que o Jimin passa? Socorro... Mordi seu ombro para aliviar um pouco da minha dor e ouvi um grunhido seu por conta disso. A cada centímetro que ele me entrava eu afundava ainda mais minhas pequenas unhas em suas costas, além dos dentes, claro.
Tomei fôlego quando ele disse que já estava tudo dentro, eu precisava me acostumar com aquilo o quanto antes. Seus lábios tocaram os meus mais uma vez e sua canhota agarrou meu membro, voltando a estimulá-lo um pouco. Lentamente, como se tivesse medo de me quebrar, seus movimentos deram início. Continuei gemendo e a história se repetiu: no começo foi desconfortável, mas depois tudo viram rosas.
A cada nova estocada, mais eu tinha certeza de meus sentimentos por Jimin. Eu nunca sequer considerei a possibilidade de eu me entregar dessa maneira a homem algum, mas com Jimin foi diferente. É como se eu quisesse provar a ele o que sinto, mas também é um sinal de confiança, afinal eu estou confiando meu corpo a ele.
Gemia arrastado quando ele diminuía a velocidade das estocadas para um ritmo deliciosamente lento. Chegava a ser até mesmo torturante. Gemia alto quando ele estocava rápido e com força, chegava a ser provocante. Seu corpo se chocando ao meu fazia um barulho alto, estalado no quarto — tenho pena de nossos vizinhos de parede.
Senti quando ele teve seu orgasmo dentro de mim, era uma sensação esquisita, mas ao mesmo tempo boa. Aquele foi meu fim, logo uma onda de prazer passou por meu corpo e enfim tive meu orgasmo. Jimin selou nossos lábios, saiu de dentro de mim e deitou ao meu lado. O puxei para que se deitasse em meu peito e assim ele o fez. Senti meus olhos pesarem e me permiti fechá-los, a última coisa de que me lembro era o som dos fogos de artifício e de um "Feliz ano novo" sendo sussurrado em meu ouvido.
{...}
— Atenção alunos. — disse a srª. Ko, a professora de inglês. — Como sabem, é tradição da Jungsan que os formandos apresentem uma peça teatral. Não é obrigatório, mas saibam que vale nota extra.
Fechei os olhos em desgosto. O ano começou há três dias e já vieram falar dessa bendita peça? Olhei para o lado e Jimin estava claramente infeliz. Bom.. Pelo menos não é obrigatório. A professora pegou algumas folhas e deu para cada aluno na primeira carteira dizendo para pegarem uma e passarem as outras pra trás.
— As audições acontecerão segunda-feira. Estão dispensados.
Suspirei aliviado, nunca fiquei tão feliz por ser a última aula do dia.
— Vai fazer o teste para qual personagem, Jimin?
— Não sei... Nem quero participar disso.
— Também não, gosto de assistir peças, e não de atuar nelas. Além do mais não me considero um bom ator.
— Aigo, Jeonggukie, mas você é bom em tudo!
— Só quero ser bom em te fazer feliz. — sua face enrubesceu-se.
— Idiota... — murmurou baixinho e eu sorri.
O que esse garoto fez comigo afinal?
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