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História Between Coffees and Roses - O Refugio


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


AEAEAEAE!!!!
CHEGAYY
Então gente, quem me acompanha no Twitter sabe pq nãopostei de manhã.
Não postei por razões de: Foi casamento do coreografo dos meninos, Jin chapou o caneco (provavelmente) e passou a madrugada fazendo jogo de imagens na page deles. OBVIO que não perdi a oportunidade né. Aí quando ele parou, a vossa amada escritora precisava dormir e terminar de escrever o próximo capitulo. Não me chamem de Try-hard/profissional! Sou só perdida mesmo! Tenho a necessidade de só postar um capitulo ja tendo outro pronto...
ENFIM, vamo para com essa ladainha e ir pro cap de uma vez né? <3
A gente se vê nas notas Finais o/
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 15 - O Refugio


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - O Refugio

O Refugio

Enquanto YoonGi estava totalmente focado em não deixar transparecer suas desconfianças todas com relação aos atos de JungKook, observava o ar aparentemente tranquilo que o garoto tinha ao dirigir pelas ruas movimentadas da cidade.

Sua vontade era de pedir que o mais novo lhe deixasse em seu apartamento e nunca mais aparecesse, mas sabia que não podia já que ainda tinha seu nome pra limpar e os crimes para resolver.

Todos os resquícios de duvidas sobre a possível inocência de Jeon foram pelo ralo com a atitude dele de procura-lo. O legista podia até não conhecer muito do moreno, mas sabia perfeitamente que o garoto não o procuraria a toa, não iria atrás de si e muito menos demonstraria afeto fora do seu apartamento. Inclusive, nem no seu bar deixava o acobreado toca-lo, e ver o mesmo sendo doce consigo, lhe beijando – mesmo que brevemente, - em publico e indo atrás de si para lhe propor um passeio – coisa essa que já fora motivos de diversos desentendimentos por sempre priorizar o seu comercio – deixavam tudo escancaradamente claro pra o Min. Haviam segundas intenções nas atitudes do garçom e agora que sabia que ele poderia estar envolvido em um crime que investigava, também tinha certeza do motivo.

O mais novo, mesmo tentando se concentrar na via e aparentar normalidade, suava pelo nervosismo de ser observado pelo policial. Havia algo estranho em YoonGi aquele dia, mas ele não conseguia presumir o que exatamente. Ele estava mais calado que o normal, lhe olhava pelo canto dos olhos e vez ou outra via um certo sorriso malvado, meio de lado, aparecendo em seu rosto e pela milésima vez nas ultimas 48 horas tentava pensar se havia cometido alguma falha que tinha deixado o mais velho desconfiado ou bravo consigo.

Quando chegaram ao shopping da cidade, foram diretamente a bilheteria do cinema para assistirem um filme de ação que o acobreado havia dito que queria ver quando ainda estava sendo produzido. Apesar de não ser muito fã de filmes do gênero, JungKook queria agradá-lo para ver se ele melhorava um pouco seu humor. Já estava incomodado ao perceber que ele não tentava lhe segurar a mão como sempre faziam enquanto andavam, que não tinha tentado lhe abraçar e nem havia sussurrado obscenidade alguma em sua orelha, como sempre fez.

Pensou que talvez ele tivesse saído com outra pessoa e gostado dela, que talvez até fosse Taehyung mesmo, já que eles haviam se beijado no seu bar, mas não achava que o Min aceitaria sair consigo se já estivesse em outro caso. Não lhe parecia do feitio do legista ser desonesto, mesmo que não houvesse sentimento ou relacionamento firme algum entre eles. No entanto não pode deixar de pensar sobre o quão negativo seria se o mais baixo realmente conhecesse alguém agora. Ele não podia se dar ao luxo de perder sua fonte de informações da investigadoría justamente quando já estava traçando o plano do seu próximo homicídio já sabendo que a única coisa que lhe faltava era uma vitima mesmo, por que todo o resto já estava mais que certo para si.

Tentando novamente “reconquistar” o policial, durante todo o filme Jungkook se pôs a provoca-lo. Hora apoiava sua mão na coxa do mais velho, como se fosse só um contato casual para em seguida apertar a carne e lhe lançar seus sorrisos sugestivos que sabia serem muito bem lidos pelo outro. Hora fazia de conta que ia comentar sobre o filme, mas se aproveitava da proximidade para mordiscar a orelha dele e assim foram mais de duas horas entre “shiii, me deixa ver o filme, menino!” e “Você vai se arrepender de me provocar assim!”.

YoonGi tentava afastar o Jeon, tentava não ceder as provocações e procurava se lembrar o tempo todo de quem era o monstro que o estava tocando. Não queria deixar seu instinto biológico vencer sua razão mas a proximidade dos toques que sentia à sua virilha o faziam se arrepiar por completo, as mordidas que recebia no pescoço e na orelha o excitavam brutalmente e não demorou para sustentar uma bela e pulsante ereção nas calças e tal fato o irritava. Tentava lembrar dos cadáveres, das mentiras e mal prestava a atenção na tela, mas a cada toque sua mente nublava e a vontade de mandar tudo para o espaço e foder JungKook ali no cinema mesmo, lhe tomavam por completo.

Quando o filme acabou, o legista agradeceu a todos os anjos e santos por finalmente poder ir pra casa e não precisar se preocupar com nada pelo menos até o dia seguinte, mas ao deixarem a sala se viu imediatamente sendo arrastado para praça de alimentação do centro comercial e quase deixou visível sua irritação quanto a insistência do mais novo de lhe entreter e ocupar.

JungKook pediu que YoonGi o esperasse na mesa e se dirigiu até a sorveteria que havia ali. Passou um bom tempo tentando lembrar qual era o sabor favorito do outro, quando percebeu que o descaso que tinha com relação aos seus gostos – e tudo que envolvia o acobreado – o haviam prejudicado nisso. Sabia que ele já havia lhe contado sobre quase tudo que gostava ou que detestava mas havia sempre ignorado tanto as coisas que não tinham a ver com as cuecas do policial, que agora não se lembrava de nada. Ainda imerso na visão do letreiro luminoso que mostrava as promoções do dia, optou por um lançamento e já tinha como desculpa querer que o mais baixo “experimentasse algo novo” caso lhe dissesse que não era seu favorito e ainda antes de se dirigir ao atendente, ouviu-o lhe chamando.

- Olá! Em que posso ajudar?

- Vou querer dois de chocolate com morango em calda, por favor. – Respondeu e virou o olhar em direção ao funcionário que lhe soara tão simpático.

O rapaz lhe sorria enormemente, quase que de forma sugestiva e tal expressão o fez ter a curiosidade de observa-lo enquanto preparava seu pedido. Era pouca coisa mais baixa que si, tinha os cabelos em um tom forte de laranja que lembravam um vermelho desbotado, o uniforme era justo no corpo provavelmente por ele ser gordinho. Não era gordo como Jimin havia sido, mas  estava mesmo bem longe de ser magro. Viu-o andando de um lado para o outro concentrado em sua tarefa e foi impossível para o garçom não acha-lo bonito. Tinha certeza que se não estivesse sendo praticamente obrigado pelas circunstancias a se relacionar com o Min, aquele seria um provável caso seu e quando o viu se abaixando para pegar uma tampa que havia caído, só a imagem daquela bunda farta empinada para si, fez seu baixo ventre dar uma fisgada.

Quando o pedido ficou pronto, viu-o sorridente novamente entregando os dois copos para si e mais uma vez algo se remexeu no seu interior. Não da mesma forma que havia se remexido quando observou-o com certo desejo, mas de forma negativa agora. As mãos dele eram pequenas, no lugar dos nós, haviam furinhos fofos que existiam ali devido ao seu excesso de peso e novamente se lembrou de malditas mãos fofas que atormentavam sua cabeça há anos e com isso uma ideia melhor do que a de transar com o atendente lhe passou pela cabeça.

Dirigiu-se ao caixa sendo seguido por ele e ao pagar, pegou o cupom fiscal, se esticou sobre o balcão retirando a caneta do bolso da camisa daquele ruivo e no verso do papel anotou seu telefone e logo depois depositou a caneta e o contato no mesmo bolso e antes de sair encarou-o, sustentou seu olhar por alguns segundos, logo mordendo o lábio inferior e dando uma piscadela que foi retribuída com um riso soprado e um sorriso de lado.

Enquanto aguardava o Jeon voltar, YoonGi tentava imaginar uma forma de se livrar do garçom e das suas nítidas intenções sexuais para aquele dia. O Acobreado não queria transar com ele, Não queria sequer ter saído com ele, quem dirá tocá-lo, principalmente depois de saber quem ele era e ainda mais depois de ter tocado Taehyung. Ainda imerso naquelas ideias que tanto iam e vinham, lembrar-se do sorriso quadrado e do ar tão inocente e infantil que o garoto tinha quando ria, lembrar do cabelo castanho balançando fraco ao vento, la do topo da roda gigante, Lembrar do Kim em si o deixou com ainda mais vontade de simplesmente largar JungKook ali no shopping mesmo e ir pra casa sem nem dar satisfação, mas sabia que teria que engolir as próprias vontades por um tempo então decidiu que ficaria, mesmo a contragosto.

Porém os momentos de paz para pensar duraram muito pouco. Minutos após vê-lo saindo, percebeu-o se sentando a sua frente e lhe entregou um copo grande com uma espécie de Milk shake de tons amarronzados e avermelhados, sugou o canudo e sentiu o paladar sendo invadido pelo sabor que mais amava: Chocolate com morango em calda. Deixou um riso nasal escapar enquanto pensava na sorte que o garoto tinha de ter “chutado” e acertado de primeira, afinal, sorvete era um assunto que tinha certeza nunca ter conversado com o mais novo. O legista tentava não encara-lo, tentava se concentrar em sua própria bebida, mas era bem difícil tirar os olhos daquela cena: Jeon, segurando o copo com uma certa força, o canudo na boca e a cabeça se movimentando sutilmente pra cima e pra baixo. Aquela visão era uma coisa tão sensual e erótica que imediatamente o Min imaginou que os cineastas do ramo da pornografia estavam perdendo dinheiro em não fazer um filme com aquele enredo. Sentia seu baixo ventre reagindo e pulsando e a única coisa que conseguia imaginar ao observar a batalha de Jungkook contra o canudo, era aquele maldito pedaço de plástico sendo substituído por seu membro e tal ideia quase o fez gemer.   

O Garçom percebia claramente que sua brincadeirinha estava surtindo efeito. As bochechas do Min a cada segundo mais rubras, os olhos e os lábios semicerrados, a respiração falha, tudo no corpo dele expressava exatamente o que ele estava imaginando e isso só deixou o mais novo motivado a continuar as provocações. Alternava sua movimentação entre leves mordidas na ponta do canudo, depois descia seus lábios até bem perto do copo, depois subia e por fim sugava com força, fazendo aquele característico barulho de ar passando pelo recipiente e por fim brincava com o vácuo que a retirada do doce deixava no copo, fazendo seu lábio ficar preso vez ou outra e era nessas horas que percebia o legista levando a mão até o seu colo e apertando a altura do zíper da calça. JungKook sabia que ele não queria urinar, então aquele desconforto todo tinha só um motivo. Uma bela e grossa ereção dentro da cueca.

Eles não conversaram absolutamente nada naquele pouco mais de meia hora que ficaram ali. Tudo se consistiu em um provocar o outro e o outro tentar não deixar seu lado biológico vencer, mas ao ouvir aqueles sons de sucção vindos do mais novo juntamente com a visão do lábio inferior dele preso no canudo fizeram-no pensar que talvez não houvesse assim um mal tão grande em transar com ele mais uma vez, nem que fosse uma espécie de despedida, e com essa ideia, se levantou de supetão e agarrou o pulso do rapaz puxando-o para o elevador em direção ao estacionamento e ainda na caixa metálica, YoonGi sentiu os lábios sendo atacados com ferocidade, com necessidade.

JungKook procurava aperta-lo ao Maximo contra a parede espelhada justamente para deixa-lo ciente da própria ereção, para deixa-lo saber que estava queimando de tesão e fazer ele entender que precisava daquilo e tinha que ser logo. O Legista, em contrapartida, apesar de sentir todo o corpo reagir amaldiçoadamente bem àqueles toques, queria ter forças para afasta-lo e pelo menos lhe dizer que era para o garoto parar de agir daquela forma desesperada. Que ele sabia perfeitamente bem que ele não havia mudado nada e que só estava naquela ânsia toda em agrada-lo porque queria algo em troca.

 No entanto não teve tempo sequer de lhe proferir uma única palavra. Assim que o elevador abriu-se já no estacionamento, o moreno lhe puxou para fora e caminhou apressado até o carro, destravou-o ainda de longe e assim que abriu a porta do passageiro, arremessou o mais velho contra o banco e imediatamente sentou-se em seu colo com uma perna de cada lado do seu corpo e sem nem deixa-lo respirar direito, atacou-lhe a boca novamente, rebolando com força sobre seu membro, fazendo-o gemer durante o beijo e minutos depois ambos se pegavam pedindo a todos os seres celestiais que pudessem existir, para que ninguém passasse perto daquele carro pois teriam sérios problemas por estarem transando em um local tão publico e movimentado.

 

~~

 

Assim que conseguiu deixar a casa, ainda antes de chegar no quarteirão seguinte, Jimin pegou o celular discando o numero do seu amado professor da faculdade, colocou no viva voz e tentava com todas as forças não chorar mais para que não tivesse a visão atrapalhada ao dirigir e suspirou feliz ao ouvir a voz do senhor do outro lado.

“- Jiminie, meu filho, Algum problema?” – Disse a voz rouca do senhor assim que a ligação foi atendida.

- Professor Mark, queria saber se o senhor está muito ocupa... – Fora interrompido pelo homem.

“-Nunca pra você, meu garoto! Precisa conversar?” – Ouviu um “Uhum” baixinho do barista e continuou. – “Tudo bem, querido, venha ao sitio. Já estou a caminho de qualquer forma. La poderemos conversar tranquilos.”

Ao encerrar a chamada, só por ter ouvido a voz do professor, já se sentia mais calmo. Ainda não o suficiente para secar os olhos, mas pelo menos conseguia respirar sem soluços lhe cortando a garganta.

O caminho da cafeteria até a propriedade rural a qual Mark havia se referido não era muito longo, coisa de vinte e cinco minutos de estrada e um trajeto já muito conhecido de Jimin.

O carinho que o ruivo tinha pelo mestre era imenso. Desde o primeiro dia de aula, no segundo ano do curso, a afinidade deles era algo que sempre confortou o mais novo e o fazia esperar ansioso pela aula do mais velho, por ele sempre trazer um sorriso imenso, por ele sempre ser um cara despojado e falante e bem longe do estereotipo “engomadinho” que os seus outros professores tinham. Para o Park, o Único defeito de Mark era a matéria: Preparação de Carnes.

Quando começou a cursar gastronomia, Jimin sabia perfeitamente que não seriam todas as matérias que lhe agradariam, sabia que aprenderia coisas que provavelmente nunca usaria e preparar carnes era uma delas. Nunca gostou da ideia de matar um animal para comer e apesar de amar o sabor e todos os pratos, seu interesse no assunto era como consumidor, não como cozinheiro. No entanto, com o passar dos dias, perdeu todo o receio que tinha com relação ao assunto.

Aos poucos Jimin foi fazendo amizade com o professor que percebia o desconforto do garoto em trabalhar com animais mortos, mas ainda assim se esforçava para se sair bem, se dedicava muito e mesmo nauseando ou segurando a ânsia de vomito, não desistia, independente do prato que tivesse como missão na aula. E Mark o admirava muito por todo aquele empenho, pela dedicação que tinha a todas as matérias, mesmo aquelas que em pratica não lhe serviriam de nada para seu sonho de abrir uma cafeteria um dia.

A amizade aos poucos foi crescendo. O mestre contou a Jimin que havia tido um restaurante especializado em carnes por anos, que sempre prezou pela qualidade e que esse esmero todo havia quase lhe custado a perna. Após o incidente ele decidiu que fecharia seu açougue particular e posteriormente, seu restaurante, e viveria de ensinar a arte da culinária aos alunos daquela universidade. Comentou também que apesar de ter desativado seu abatedouro, ainda mantinha a propriedade rural que contava com um belo rio e uma ampla área de caça e convidou-o para conhecer.

Aquele passeio, com certeza fora um grande marco na vida de Jimin.

A primeira vez que foi até o tal sitio do Professor Mark sem ser com a turma toda para um churrasco ou para aprender algo, foi surpreendido pelo professor sem sua muleta. Isso por si só já o deixou ressabiado, mas preferiu não questionar. Quando se sentaram ao lado da fogueira que sempre ficava em meio a uma clareira da mata, há aproximadamente cem metros do prédio usado para corte dos animais, se surpreendeu ao vê-lo limpando uma espingarda. Jimin nunca havia visto uma de perto.

O mestre percebeu o olhar curioso do garoto sobre a arma e teve a ideia de dividir com o aluno uma atividade que sempre dividiu com o próprio filho, que agora morava do outro lado do mundo e só tal memória já fazia o peito do velho doer. Iria ensina-lo a caçar.

Ao contrario do que imaginava, o aluno aprendeu atirar com facilidade. Tinha os braços firmes e boa pontaria e não demoraram mais que uma hora para abater o primeiro animal e foi então que um calafrio percorreu a espinha do Park.

- Venha, filho, agora temos que limpar o bicho pra assarmos. Você vai gostar!

Foi a primeira vez que o mais novo duvidou das palavras do professor.

Quando chegou a construção abandonada, com o animal que havia abatido nas costas, viu o velho com uma grande faca na mão, afiando-a em uma pedra presa a bancada de concreto. Ele sorriu enormemente para o garoto que tentava se acostumar com a ideia de ver tripas e vísceras saindo de um corpo. Só tal pensamento já o fazia nausear e Mark percebia isso, conhecia Jimin o suficiente para saber que tal ideia não o agradaria, mas lembrou-se do motivo de não ter abandonado seu açougue por completo mesmo depois de tantos anos. A vantagem de poder descontar toda sua raiva em algo que não fosse ser considerado crime e nem magoasse ninguém. Não considerava a melhor válvula de escape, mas ainda era uma e por saber boa parte do tormento que passava na cabeça do mais novo, achou que aquilo pudesse ser útil para ele.

- Jimin, preciso que, em primeiro lugar, você esqueça todo o conceito sobre vida e sobre a sua caça ter algum tipo de sentimento. Preciso que você desmistifique tudo isso que aprendemos ao longo da vida sobre respeitar os outros seres e se concentre no fato de que o ser humano necessita de matar para comer e sobreviver.

O menino respirou fundo e olhou para o animal que já estava pendurado no teto, de cabeça para baixo, e tentava obedecer o professor, mas simplesmente não conseguia. Olhou-o suplicantemente na tentativa de fazê-lo desistir da ideia de ver seu aluno carneando um animal mas percebeu que ele estava irredutível. Ao ver a hesitação do menor, Mark resolveu mudar seu discurso.

- Ok, vamos fazer assim: Feche seus olhos por um momento. – Falou se colocando atrás do educando, levou as mãos aos seus ombros e continuou. – Lembra do garoto que você me contou ter feito mal a ti? – Viu-o assentindo com a cabeça. – Eu sei que você já teve tanta raiva dele que o desejou a morte. Eu sei disso e não há vergonha alguma nisso, Jimin. Ele te fez tanto mal que é quase compreensível você querer revidar de alguma forma. Mas você é um menino bom, não é? – Novamente o menor assentiu silenciosamente. – Você jamais mataria uma pessoa ou sequer machucaria ela. Mas tem uma coisa que faz mais mal ao ser humano do que o trauma. – Pausou e respirou fundo, percebendo pelos punhos cerrados do menino que ele estava realmente assimilando tudo o que o professor falava, como o ótimo aluno que sempre fora. – Sabe o que faz mais mal que o Trauma? O ódio. Guardar o ódio só pra si vai te deixar mais doente do que todas as memórias das coisas que aconteceram com você então eu quero te pedir uma coisa. – O garoto acenou positivamente e assim ele prosseguiu. – Quando você abrir os olhos, não olhe pra esse bicho como se fosse um animal que você abateu. Não o veja como um ser inofensivo que você tirou a vida para comer. Quando abrir os olhos, procure ver nele, tudo o que houve de ruim na sua vida, procure enxergar o garoto que te machucou e sinta-se a vontade para fazer com esse cadáver o que teve vontade de fazer com o seu passado mas não pode. Desconte nele todos os seus ódios pra que isso saia de você.

Jimin sentiu sua mão direita ser pega e o toque do metal gelado nela, abriu os olhos e viu seu próprio rosto refletido na lamina bem polida da faca. Ergueu o olhar até o bicho pendurado e realmente como o professor havia pedido, personificou naquele ser, toda a raiva e ódio que sentiu de Jeon JungKook durante todo aquele tempo e sem nem esperar por algum comando ou orientação de Mark, avançou contra o cadáver, golpeando-o a esmo, urrando garganta a fora tudo o que havia engolido naqueles últimos dois anos.

Mark sabia o alivio que o mais novo sentiria depois e por isso não quis ser seu professor naquele momento. Haveriam outras situações para ensinar melhor os cortes, para lhe passar alguma técnica, mas naquele momento era só Jimin e seu passado acertando as contas.

O Mais novo nunca saberia precisar quanto tempo ficou naquela atividade de esfaquear o animal pendurado, estocando-o diversas vezes com a faca, rasgando-lhe com as próprias mãos quando havia vontade, arrastando o fio da lamina pelos músculos.

Mark chegou a ficar com medo da imagem de Jimin ali. Os olhos arregalados borbulhando raiva, a respiração ofegante, o rosto e o corpo todo cobertos de sangue e a força visível com que empregava seus golpes contra sua caça faziam o professor se arrepiar, mas não se sentia no direito de para-lo. Ele havia acertado em cheio no seu palpite sobre o garoto precisar daquilo e quando finalmente ele parou, viu o Park cair de joelhos em meio a poça de sangue que havia se formado no azulejo branco, chorando alto e soluçando, mas ainda com um sorriso, agora doce e calmo no rosto.

Imediatamente, quase que por instinto paterno, o professor se ajoelhou ao lado do garoto e o abraçou, aninhou-o em seu peito e o ninava vendo-o se acalmar e a respiração normalizando-se. Em questão de minutos o aluno dormiu em seus braços e ele sentiu seu peito queimar em compaixão. Ele sabia muito pouco sobre tudo de ruim que havia acontecido em seu passado. Sabia, através do que Taehyung havia lhe dito, bem por alto, que Jimin havia sido muito ferido por um menino que amava, mas não tinha certeza dos fatos e pode presumir pelo ódio que emanou do garoto durante seu acesso de fúria, que era tudo muito maior do que sequer imaginava um dia, e mais uma vez se viu admirado com Jimin que se mostrou sempre tão forte mesmo tendo um provável inferno completo preso dentro da sua cabeça.

Naquele dia, Mark nem se deu ao trabalho de recolher o que restou do animal ou pensar em cozinhar algo. Ele pegou o garoto em seus braços e o levou pra própria casa e la, com a ajuda da esposa, o banhou, ainda desacordado, vestiu-o com as roupas do filho e colocou-o pra dormir até o outro dia no quarto que era do seu filho e agora estava desocupado. Vê-lo tão frágil, naquele espaço que lhe doía o peito pelas saudades do seu rebento que estava tão longe, o fez prometer que jamais se afastaria do aluno, mesmo que não se vissem sempre e no ano seguinte não fosse mais seu professor, tentaria carregar a amizade de Jimin sempre consigo e ao acordar o fez prometer que toda vez que se sentisse mal, o procuraria e o mais novo o prometeu.

E sempre era assim. A cada situação extrema, a cada dor nova que surgia ou até quando a simples saudade vinha, Jimin procurava Mark. Nem todas as vezes caçavam e descontava a raiva em algum animal, as vezes apenas iam até a propriedade munidos de um grande cooler cheio de cervejas e bebiam até não aguentar mais ao lado da fogueira improvisada, falando sobre a vida, desabafando sobre seus problemas, conversando e se ajudando sempre. Mark ajudava Jimin a esquecer suas magoas e tristezas e Jimin ajudava Mark a superar a sensação de abandono que tinha sempre que lembrava o quão distante o próprio filho estava.

Jimin tinha um “pai postiço” para si, que lhe entendia e ajudava, e Mark tinha um “filho adotivo” que se deixava cuidar, ouvia conselhos e confiava em si.

E naquela tarde não foi diferente. Assim que viu seu telefone tocando, Mark sentiu o peito apertar ao ver o nome do agora ex aluno no visor. Faziam poucos dias que haviam se visto e não era comum o mais novo lhe procurar com tanta frequência. Na ultima vez que tinham se encontrado haviam optado por beber já que era noite alta e sem lua, coisa que desfavorecia a caça mas mesmo assim havia conseguido acalmar o ruivo, mas pela voz que ele tinha naquela ligação sabia que dessa vez seria diferente então entrou em sua caminhonete carregando seus dois rifles de caça consigo e rumou imediatamente ao sitio.

Quando chegou a propriedade, viu o carro do mais novo estacionado perto do fim da propriedade, ao lado do rio e Jimin já o aguardando na clareira. O Sol estava começando a se pôr e ambos se apressaram em se embrenhar na mata para procurar alguma presa. Em menos de uma hora Jimin já tinha um animal morto sobre os ombros e assim como sempre acontecera, ele mesmo prendeu o animal nas correntes da sala do abatedouro e nele, descontou todas as suas raivas enquanto o professor assistia tudo se perguntando o que havia acontecido para, pela primeira vez, o garoto chorar enquanto esfaqueava o cadáver do animal acorrentado.

Aquele dia Jimin foi rápido na sua tarefa de transformar o bicho em um mero amontoado de carne. Ainda sem conversar com o senhor, voltou para clareira e se sentou, imediatamente se servindo da primeira cerveja e logo em seguida outra, e na terceira já se sentia um pouco melhor e relaxado o suficiente para contar para Mark as coisas que haviam acontecido e percebeu o olhar compreensivo do professor sobre si, ao saber que ele possivelmente estava sofrendo por amor de novo e dessa vez, o erro em perder tudo aquilo era seu.

O mais velho ouvia tudo atentamente, perguntava as coisas que não ficavam muito claras e era respondido de imediato. Jimin lhe contou sobre o “quase caso” com o policial e sobre o que havia acontecido entre ele e Taehyung - ciente que o professor sabia dos efeitos que seus remédios causavam.- E observou o professor pensativo.

- Filho, se você realmente não gosta tanto do policial como teima em falar, porque se sente tão mal assim? -A pergunta deixou o ruivo pensativo também e sentindo uma certa angústia lhe tomar, respondeu com a voz falha.

- Eu também não sei, professor! Eu não sei porque doeu tanto ver ele quase chorando, mas doeu! Eu não queria magoá-lo mas acho que falhei miseravelmente, eu não queria envolver ele nessa grande merda que é a minha vida, mas envolvi e agora até brigar com o Tae eu briguei. Eu sou um perfeito idiota, professor! Um perfeito idiota! - Disse com o olhar pesado e a voz embargando, sentindo que choraria novamente.

Mais uma vez tomado pela compaixão e o amor que tinha pelo “filho postiço”, Mark abraçou o garoto e o deixou soluçar em seu peito por um bom tempo. Quando viu seu relógio marcando vinte e duas horas, resolveu que era hora de irem para casa. Já estava ficando tarde e sabendo que poderia ser perigoso ficarem ali até a madrugada o chamou para seguirem.

- Mark, não me leva pra cafeteira.  Não quero que o Tae me veja assim. Tem como me levar pra casa dos meus pais?

O velho assentiu dizendo que na tarde do dia seguinte levaria o carro do aluno para ele em casa e assim ambos saíram do sítio no carro do senhor, rumando ao centro da cidade para que dessa vez, o garoto se aconchegasse no colo dos pais biológicos e o mestre só rezava para, o que quer que tivesse acontecido exatamente, não perturbasse ou atormentasse ainda mais a cabecinha ruiva do seu tão amado aluno.


Notas Finais


AEEEEEEEEEEE
Cap dlç com YoonKook fazendo duelo de Najianidade! OAKSOAKOASKAO Esses dois vão se matar ainda SOCORR!
E então gente? Vcs lembraram onde o Professor Mark ja apareceu na historia? Ja conseguem palpitar sobre que tipo de treta vai rolar envolvendo ele? acho até meio idiota de tão cliche, mas não poderia evitar *-*
Hoje não tenho muito pra falar não, no cap seguinte teremos continuação do capitulo 14 (dialogo do NamJoon com Hoseok mozão e Jin Barbiezinha) e se preparem que as treta tão tensas! OAKSOASKAO (vai ter muita gente querendo ver minhas tripas depois desse capitulo)
ENFIM! Não gente, Jimin nunca foi malvado não. Ele é amorzinho demais e por isso ele desconta a raiva dele nos bichinhos e não nas pessoas como umas sonsianes ai fazem na fic. Agora todo mundo sabe onde ele vai qndo ele some.
Outra parada que eu quero dizer pra situar vcs com relação a linha temporal da fic:
Apesar de não parecer, passaram-se bem poucos dias desde o segundo crime, então vamos recapitular:
SEXTA-FEIRA: Todo mundo vai pro bar. Reencontro JiKook. Beijo JiHope. Beijo TaeGi. Kook Loucão comete segundo crime na madrugada para o sabado. Jimin some.
SABADO: Pericia do local do crime. Jimin volta pra casa.
DOMINGO: Madrugada de sabado pra domingo é qndo liberam os exames e os "tres patetas" ficam fazendo relatorio. YoonGi sai as 10 da manha e vai ver JK. Hope sai as 13 e vai pra casa. suga putão por causa das mentira do JK. Hope esquece o cel na delegacia e toma chuva. Começa JiHope moments perto das 21h.
SEGUNDA-FEIRA: Hope acorda no jimin, altas treta, jimin se entope de remedio. dialogo VHope. TaeGi tem seu passeio nessa noite e vai até madrugada de segunda pra terça-feira.
TERÇA-FEIRA: Hope descobre a estufa. Putarias VMin. YoonGi percebendo sua mão no exame da garrafa (decisão de adulterar). JK na cafeteria. Hope putão na cafeteria. JK e YoonGi saem pra um najear o outro. Jimin triste e perturbado vai atras do Mark (esse cap aqui) e Tae vai estapear o Hope (começo da madrugada para quarta feira.)
QUARTA-FEIRA: Hope no apartamento NamJin tomando a bomba na cara de que vai ter que vigiar o suga.
POR ENQUANTO É ISSO!!!
Olha a caralhada de coisa que aconteceu em menos de uma semana gente D=
E se preparem que ainda nessa semana aí altas coisas acontecerão.
Enfim gente, eu quero mais uma vez agradecer você de coração por tudo! Pelos comentários, pelo carinho, pelos twitts, por tudo mesmo sabe. Até àqueles que só leem, obrigada por lerem! Vocês me inspiram muito e saibam que tentarei me esforçar cada dia mais pra sempre tentar melhorar e trazer caps mais fodões pra vcs <3
Eu imagino que la por terça ou quarta-feira (mais provavelmente quarta) eu poste o proximo capitulo, mas fiquem atentos ao twitter pq caso ocorra algum imprevisto eu aviso por la o/
Ja peço desculpas tbm (de novo) por não ter postado antes, culpem a junção: Jin+Festas sobre o atraso pq como falei, a madrugada foi loca no twitter! OAKSOAKSOASKOASA
E falando em twitter, me sigam la (e se possivel mandem DM se identificando plz aoskaoskaoskoas Tem aparecido uns loco muito loco que eu tenho certeza nao ser daqui, aí eu me sinto segura em dar follow de volta com certeza de não ser conta-spam)
Enfim pessoas, cap meio fraquinho, mas comentem o que acharam do professor e das najianes, deem suas opiniões sobre o que acham que acontecerá e me contem (COM SINCERIDADE HEIM) Se haviam imaginado que o Mark seria o Professor do Jimin <3
Tenha uma semana linda e até Quarta \o/
AMO VCS TODOS MONAMUZES *-*
KissKiss
~~Ashmedhai


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