1. Spirit Fanfics >
  2. Between Coffees and Roses >
  3. Sumiço

História Between Coffees and Roses - Sumiço


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OiOiOi
*Le se esconde*
Malz pelo atrasoo!!
Vamos ler o capitulo lindo e sem graça de hoje e nos vemos nas notas finais <3

Capítulo 16 - Sumiço


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - Sumiço

O Sumiço

YoonGi sentia seu corpo se contraindo e a respiração pesada quando levantou a cabeça vendo Jungkook ainda em seu colo, sorrindo de forma travessa, marota, quase como uma criança que havia aprontado alguma peripécia no quintal. Ambos estavam suados, ofegantes, com os rostos avermelhados, os ombros arranhados e no meio de toda aquela atmosfera tão erótica, perceberam que ainda estavam no estacionamento do shopping e com isso, o legista se apressou em dar dois tapinhas leves nas coxas brancas do garçom, indicando que ele deveria se levantar de si.

Mesmo a contragosto, o mais novo obedeceu. Sentou-se no banco do motorista e enquanto se vestia, observava o outro levantando as calças e estranhou por não ver o sorriso bobo que sempre estampava a face dele depois de um orgasmo. Ele até lhe parecia preocupado, distante, mas preferiu não reclamar, perguntar ou contestar nada. O fato era que JungKook já estava começando a ficar de saco cheio. Havia passado o fim da tarde e a noite toda tentando agradar o acobreado, tentando se aproximar e demonstrar carinho ou afeto e tudo o que percebia era ele ainda mais distante e lhe evitando, mesmo que de forma sutil e porcamente disfarçada.

Já o Min, por mais anestesiado que estivesse pelo orgasmo e pela sensação deliciosa que era estar dentro de alguém, ainda não podia deixar de se sentir sujo por tocar uma pessoa como a que julgava ser o Jeon agora. A falsidade e a dissimulação do garçom estavam lhe incomodando tanto que enquanto a transa ocorria, precisou imaginar outros rostos e outros corpos porque olhar para aquele sorriso de coelho, que antes quase o faziam gozar de imediato, agora quase o fizera brochar e ele ainda tinha que manter sua pose de “macho alpha” para continuar próximo ao garoto.

Assim que haviam recobrado completamente os sentidos, o legista pediu, quando já deixavam o shopping, para que o garçom o levasse até a delegacia com a intenção de pegar seu carro e tal pedido fez o garoto formar um beiço infantil.

- Por que você não deixa seu carro la e não dorme comigo hoje? Amanhã cedo eu te deixo em casa antes de você ir trabalhar. – Pediu com seu ar mais doce e inocente e percebeu que o outro nem tirava seu olhar da rua enquanto andavam pela cidade.

- Eu passei o dia todo fora e foi realmente um dia pesado e estressante, JungKook. Se não quer desviar da rota pra me deixar na delegacia, pode me deixar em casa mesmo. Amanhã pego um taxi pra trabalhar. – Falou tentado não deixar sua irritação transparecer e ouviu-o bufando baixinho.

- Não são nem 22 horas YoonGi. Ainda é cedo. – Colocou a mão direita sobre a coxa do legista e apertou suavemente a carne e percebeu-o se contraindo sob seu toque. – Se você quiser posso ficar com você no seu apartamento essa noite. – Disse sorrindo de forma felina novamente e o legista teve que se conter para não manda-lo a merda. Ele questionava piamente se não tinha mesmo cara de otário. Nunca, desde que se conheceram, o moreno havia aceitado todos os seus inúmeros convites para visitar seu apartamento e agora, do nada, queria passar a noite la? Aquilo lhe soava tão ridiculamente desesperado que teve que engolir seco antes de responder.

- Na verdade eu preciso mesmo descansar. Vou aproveitar que estou chegando cedo em casa para por meu sono atrasado, em dia. – Falou já vendo-o estacionando em frente ao seu condomínio e tentando fazer o garoto sentir alguma normalidade, lhe deu um beijo e já abriu a porta do carro. – Amanhã eu passo no bar assim que sair do trabalho. – Falou já fechando-a e se encaminhando para dentro do prédio.

JungKook observo-o se afastando e sem conseguir conter a raiva que estava lhe queimando o peito, imediatamente socou o volante do carro. Quem Min YoonGi pensava que era para lhe rejeitar assim? O que demônios havia acontecido com o policial para estar tão frio e distante?

Procurava respostas para as questões mas realmente não via nada demais em seus atos e mais uma vez bufava frustrado por realmente não conseguir entender o acobreado. Até quatro dias atrás não saia do seu pé, lhe ligava mais de uma vez por dia, passava sempre no seu bar e insistia constantemente para passarem a noite juntos e transarem quantas vezes fosse possível e hoje simplesmente não quis nada disso. Fora o fato de que até a transa dos dois, num estacionamento – coisa que, pela lógica, deveria excita-lo ainda mais – Havia sido a pior transa de todas e teve momentos que até achou que ele desistiria no meio do ato. Mas esses pensamentos com relação ao sexo fez questão de afastar logo, porque ele realmente achava irresponsável e imprudente fazerem aquilo num lugar publico, mas como YoonGi sempre se mostrou tão confortável com relação a demonstrar afeto em qualquer lugar, achou que transar ali não seria um grande problema, que ele gostaria da adrenalina que envolvia a possibilidade de serem pegos, mas pelo visto estava enganado.

Já cansado de se lamuriar e sentindo-se realmente decepcionado com toda aquela “frescura” do Min, lembrou-se que tinha algo mais importante para lhe entreter naquele fim de noite. Rumou para casa onde se apressou em trocar de roupa e colocar tudo o que precisaria dentro da sua mochila. Desceu ao bar e pegou uma garrafa de vodca e depois passou no porão pegar seu jogo de facas, cordas e seu taco de beisebol e colocou tudo no porta-malas do carro. Pegou o celular em mãos e não viu nenhuma notificação e ainda fitando o aparelho, lhe passou uma ideia pela cabeça fazendo-o se sentir o mais imbecil de todos os seres.

“Como eu sou Idiota!! Se esse garoto me ligar o numero ficará registrado e depois pode ser rastreado! Não posso deixar isso acontecer!”

Então decidiu agir de forma mais direta e ofensiva. Dirigiu rapidamente até o shopping e viu que o mesmo estava acabando de fechar então, com um sorriso enorme no rosto, guiou até a rua de traz do estabelecimento onde sabia que ficava a saída de funcionários e ali aguardou calmamente até ver aquele belo rapaz de cabelos avermelhados deixando o prédio enquanto mexia no celular e imediatamente parou com o veiculo ao seu lado e buzinou.

- Não precisa me ligar, gracinha! Já estou aqui! – Disse escancarando um grande sorriso com a sobrancelha direita arqueada e viu-o se assustar e logo corando. – Entra, posso te dar uma carona. Vem? – O Garoto olhou para os dois lados da rua com um ar receoso, como se ponderasse sobre a proposta e em seguida deu a volta no carro e se jogou no banco do passageiro.

- Posso saber o nome do cara que me salvou de enfrentar o metrô lotado as onze horas da noite? – Perguntou virando-se de frente para o Jeon que sorriu novamente, já arrancando com o carro da frente do shopping tentando ser rápido para que ninguém o visse mas se controlando ao pisar no acelerador para o outro rapaz não perceber que ele tinha pressa.

- Pode me chamar de “J” apenas. E você? Como se chama? – Observou o garoto expressando nitidamente que havia estranhado sua alcunha e logo voltando-se para frente, respondeu.

- KwonGin! Muito prazer “J” – Disse fazendo aspas com as mãos. – Bom, pra ter deixado seu namoradinho em casa e voltado me buscar, imagino que não tem a intenção de me deixar na minha casa agora, tem? – o Ruivo mordeu o lábio em expectativa pela resposta, e Jeon se sentiu realmente sortudo por, dessa vez, ter achado uma vitima que lhe aparentava ser a mais fácil das três até agora.

Preferiu ignorar o comentário do garoto sobre seu “suposto namoradinho”. Supôs que o atendente deveria tê-lo visto com YoonGi enquanto tomavam sorvete na praça de alimentação, então preferiu deixar aquele garoto achando que ele era um grande safado que traia o namorado com o primeiro rosto bonito que aparecesse.

“Por fim, que diferença faz a imagem que você vai ter de mim se amanhã nem vai estar vivo pra me chamar de vagabundo cafajeste e dizer que vai contar tudo pro meu ‘namoradinho?!”.- Pensou e encarou-o novamente. Observava sempre que possível o belo rosto do rapaz, as coxas fartas dele e percebia que apesar de ser relativamente gordinho ainda, não era de um todo obeso. Havia massa muscular sob toda aquela pele e isso era bem evidenciado pelos braços fortes e levemente definidos que retesavam a manga da camiseta e imaginou que talvez o garoto estivesse tentando emagrecer e trabalhando em algo como reeducação alimentar ou exercícios.

- Eu realmente não tenho a intenção de te levar pra casa, mas você não vai se arrepender, pode apostar nisso!

“Ninguém vai sobreviver a mim pra se arrepender” Era o que pensava.

 

~~

 

A primeiro momento, Hoseok quase não acreditou no que ouviu. Porque raios NamJoon iria querer investigar Min YoonGi? Se pôs a pensar se havia entendido direito enquanto observava o casal se servindo de café e SeokJin o mandando se sentar e logo lhe servindo também. Tudo isso só porque ele havia esquecido o pedido de um exame?

- Olha Hoseok, eu sei que pode parecer quase um exagero da minha parte pedir isso, mas mais uma vez eu peço que confie em mim. – NamJoon falava com o olhar baixo e suspirando pesado.

- Eu confio em você, NamJoon. Só não entendo...  Foi pelo pedido do exame? O que o simples esquecimento dele pode ter de tão grave a ponto de você querer que fiquemos de olho nele? – Questionou encarando-o tentando ler se havia algo a mais por trás de tudo aquilo.

O Jung entendia que a desídia do Min poderia ser lida de muitas formas no meio policial, mas confiava na competência e integridade de caráter do legista. No entanto também sabia do quão sensato, ponderado e competente seu chefe era. Kim NamJoon não havia sido nomeado delegado a toa. Ele era o melhor policial da cidade desde o ano em que se formara. Era atento, dedicado, inteligente e perspicaz. Havia desmantelado quadrilhas inteiras de trafico de drogas, armas e pessoas. Era um verdadeiro gênio, mas pela primeira vez duvidava muito do intelecto do loiro que parecia estar insistindo em algo que lhe parecia tão banal.

No entanto, havia outra coisa ali naquela cozinha que lhe deixava um pouco menos receoso com relação a atitude de Kim NamJoon. Kim SeokJin.

Ele conhecia seu colega de equipe como a palma da mão e vê-lo com o olhar cansado, o ar frustrado e até triste o faziam pensar que talvez o delegado estivesse certo nas suas suspeitas – que ainda lhe eram desconhecidas- e isso lhe fazia ter um certo calafrio e ainda enquanto ponderava sobre tudo o que poderia estar acontecendo, percebeu o parceiro se levantando e pegando os papeis que estavam espalhados pela mesa.

- Da uma olhada nisso. – Jin disse lhe entregando as folhas e ele suspirou vendo que era uma cópia do exame que YoonGi havia esquecido de pedir. – NamJoon pediu uma copia pra ele quando soube o YoonGi  esqueceu de pedir para, por via das duvidas, ele mesmo averiguar. – Concluiu olhando para o loiro que assentiu com a cabeça confirmando a historia do namorado.

- É serio mesmo que você realmente ta desconfiando do YoonGi só porque ele esqueceu isso? – Disse decepcionado vendo que realmente estava certo quanto ao exagero. – NamJoon, todo mundo erra! Ninguém ta imune de esquecer algo. Eu sei que era uma informação importante, mas olha a pilha de nervos que a gente ta por causa desses crimes, cara! Tenta entender o lado dele!

O Loiro se levantou também, lentamente, passou as mãos pelos fios loiros jogando-os para trás e em silencio, foi até a cafeteira e encheu sua caneca mais uma vez, depois caminhou até ficar atrás da cadeira de Hoseok e apontou pra primeira folha.

- Ok, Aqui temos a mão do suposto assassino, certo? – Pausou e ouviu o investigador assentindo. – Uma mão que mede 20,8 por 9,6 é realmente uma mão grande, certo? – Pausou novamente e dessa vez Hoseok viu SeokJin lhe encarando com um ar vitorioso e lembrou-se da discussão infantil que haviam tido no dia anterior com relação ao assunto e logo o delegado continuou. – Ok, Essa é a mão direita do Assassino. – NamJoon folhou novamente o documento até parar em outra imagem de uma mão esquerda, já no fim do documento. – Aqui temos uma mão esquerda. De quem você acha que é essa mão, Hoseok? – Questionou e viu o Investigador lhe olhar com certa irritação,revirando os olhos.

- Puta que o pariu NamJoon, não é bem obvio? – Bufou e quase ouviu uma risada o chefe que voltou a se sentar na cadeira em frente a sua.

- Primeiramente, olhe o tamanho da segunda mão. A não ser que o assassino tenha algum tipo de deficiência, não há outra razão para haver quase 2cm de diferença de tamanho da mão direita pra mão esquerda. – Hoseok pegou a segunda imagem em mãos e aproximou do rosto, lendo a nota de rodapé.

“Datilograma:

Membro: Palmo superior esquerdo – completo

*Cicatriz diagonal do metacarpo do indicador até o Osso Piramidal

Envergadura: 18,4cm do Osso Lunato até Falange distal do dedo médio e 7,9cm da cabeça do metacarpo do dedo mínimo até cabeça do metacarpo do indicador.

Dinamometria: FPM impassível de calculo. Superfície sólida não mutável.

Timing de hidratação: Oleosidade característica com pigmentação passível há tempo superior há 12 horas da coleta.”

- Vou te contar uma historia, Hoseok... – Continuou o delegado, vendo o investigador lhe observar. – Era uma vez, há muitos anos atrás numa academia de policia, dois aspirantes desastrados. Era o primeiro estagio de ambos e eles realmente tinham pressa em terminar as averiguações daquele arrombamento idiota e sem sentido que os superiores pediram pra eles investigarem numa mecânica no interior da cidade. Um tinha pressa em terminar tudo porque teria prova de direito previdenciário naquela noite e o outro tinha aula de patologia então quanto antes terminassem aquela merda, antes seriam liberados. – Sem entender absolutamente nada do que o chefe queria com aquela ladainha toda, Hoseok continuava prestando atenção, vendo pela primeira vez no dia, NamJoon sorrindo levemente. – Enfim, o fato foi que o futuro médico, inteligente pra caralho, resolveu que seria uma boa ideia pular o muro de traz da mecânica para “recriar a cena do crime” – NamJoon gargalhou alto. – O babaca não sabia que o muro era coberto de cacos de vidro e com isso abriu um puta corte no meio da mão. Resultado: doze pontos, perdeu a aula de patologia e por pouco não perdi minha prova também. – Depois de rir mais um pouco, NamJoon encarou Hoseok de forma inquisitória e prosseguiu. – Você sabe bem quem é esse “futuro médico” descuidado e impulsivo, não sabe? – Apesar de ainda não entender por completo, sabia que o delegado estava falando do legista, mas ainda não assimilava direito o que ele queria dizer, qual era o significado daquilo tudo e preferiu encurtar a conversa.

- Ok, Essa mão é do YoonGi? Você acha que ele é o assassino ou tem conhecimento de quem seja? – E só com as próprias palavras, que eram pra soar como deboche, que se tocou que o chefe poderia estar certo. Pegou o documento em mãos de novo e viu a informação que lhe congelou até os ossos.

Timing de hidratação: Oleosidade característica com pigmentação passível há tempo superior há 12 horas da coleta”

Isso queria dizer que YoonGi havia tido contato com a garrafa antes do crime, ou seja, ele poderia sim estar envolvido e o moreno não sabia mais o que pensar.

- O que a gente vai fazer NamJoon? Vamos instaurar uma sindicância contra ele? Vamos abrir um processo administrativo e interroga-lo para que ele confesse? Meu Deus, eu não acredito que o YoonGi seria capaz de fazer algo como aquilo! – Disse quase ficando sem ar, sentindo o peito sendo tomado por uma sensação de traição e se sentindo muito burro por não ter desconfiado do legista.

- Calma! Ei! Respira aí! Ninguém disse que a gente vai acusar o YoonGi não! – Pela primeira vez SeokJin se pronunciou indo até a cafeteira mais uma vez e reabastecendo as três canecas que novamente estavam vazias.

- Não? Então o que vamos fazer? Temos a prova do envolvimento dele com um crime, NamJoon. Isso não pode ficar assim, pode?! – disse com um ar confuso e viu o loiro rindo soprado novamente.

- Hoseok, eu conheço o YoonGi há anos. Sou capaz sim de colocar minha carreira toda em risco sobre a inocência dele quanto as mortes, por mais que tudo possa levar a crer que ele tenha de fato, algum envolvimento. – Mais uma vez o olhar confuso de Hoseok foi parar no rosto do loiro que suspirou.

- Então se você acha que ele não tem nada a ver com as mortes, que ele é inocente, por que quer que eu e SeokJin fiquemos no pé dele? – Questiona vendo o casal trocar um sorrisinho quase cúmplice.

- Porque pode ser que nem ele saiba que está se encontrando ou que conhece o assassino. Eu tenho pra mim que a essa hora, ele já deve até imaginar quem é o criminoso, mas tenha medo de qualquer ato dele ser levado como assinatura de culpa no caso todo. Eu sei perfeitamente bem o quanto ele teme perder o emprego ou ser desmoralizado na profissão justamente porque vi a luta dele pra chegar até aqui. – Pausou e sorriu amplo antes de continuar. – Você acha que a essa altura ele já não percebeu que essa mão aqui é dele? Hoseok, ele não é considerado o melhor legista da cidade a toa. Apesar de nem sempre parecer, ele é bem inteligente, aí você junta essa historia de ter digitais dele num documento que ele esqueceu de pedir e pronto! Você já tem como resultado um Min YoonGi com o Cu na mão de tanto medo.

- O que o NamJoon quer é que nós passemos a vigiar e cuidar todas as pessoas que se relacionam com Min YoonGi. Pessoas as quais ele frequenta a casa, pessoas com as quais ele costuma sair, enfim, gente que seja próxima a ele e dentre elas, iremos fazer uma triagem pelas suas costas para enfim descobrirmos quem é o filho de uma puta que está brincando com a nossa cara! E Ele não pode saber disso justamente pra não corrermos o risco do culpado real perceber que esta sendo vigiado também. – Disse SeokJin vendo finalmente uma expressão de compreensão no rosto do mais novo.

Apesar de parecer quase que loucura a missão de vigiar o legista sem que ele percebesse, Hoseok se sentia até aliviado. Ele confiava em YoonGi e a ideia de imagina-lo ligado diretamente aos crimes, além de lhe parecer infundada, lhe causava arrepios, mas essa ideia de ele estar envolvido com o assassino sem nem saber, lhe dava uma esperança nova na solução do caso, afinal era a primeira vez que uma possibilidade concreta se formava e apesar de trabalhoso, sabia que assim conseguiriam chegar ao meliante.

Após aquela longa conversa com NamJoon e SeokJin, Hoseok foi liberado para ir para casa novamente. Ele argumentou com o chefe que quase não havia dormido e que tinha passado mal com dores de cabeça e no estomago durante a noite – mentira essa, muito bem engolida pelo casal -. E assim que chegou em seu apartamento, dirigiu-se diretamente ao chuveiro, ligou-o, despiu-se e posteriormente tentou relaxar sob a água morna que escorria pelo corpo e novamente sua mente foi inundada pela conversa que havia tido com o moreno dono da cafeteria.

Apesar de não querer pensar naquilo, não conseguia evitar. Sua cabeça puxava constantemente da memória as Palavras de Taehyung e Hoseok se via confuso. Já não sabia mais no que acreditar e nem o que pensar sobre. Enquanto um lado seu queria simplesmente expelir qualquer coisa que o lembrasse de Park Jimin, quisesse arrancar nem que fosse com o punho todos aqueles sentimentos que lhe eram tão novos e intensos, um lado que só de lembrar do maldito selinho de Taehyung e Jimin e a imaginação deles transando, já o fazia sentir repulsa, esse primeiro lado o dizia para apagar tudo que havia vivido e realmente dar o fora da vida daquele ruivo antes que se machucasse mais. Mas ainda havia o outro lado. O Lado que o dizia para, de alguma forma, crer em Taehyung. O lado que lhe lembrava todas coisas ruins que Jimin havia passado e que ele sabia ser verdade justamente por ter visto de perto como a simples lembrança do garçom o afetava. Esse lado também tinha o timbre grave do moreno lhe dizendo que “isso não aconteceu porque temos algum relacionamento ou porque ele não gosta de você” que lhe falava um “Saiba que ele já gosta de você o suficiente pra ter perdido todos os sentidos”.

Passou boa parte das horas pensando sobre que razão Taehyung teria para lhe mentir, realmente tentando dizer para si mesmo que aquele garoto era um filho da puta dissimulado, mas por fim percebeu que realmente algo não se encaixava dentro da ideia que havia criado em sua própria cabeça e que no verdade o grande filho da puta poderia estar sendo ele mesmo. Se realmente os dois viviam algum tipo de romance, não faria sentido o mais novo ir até si tentar explicar as coisas ou lhe dar alguma espécie de satisfação como se o traído ali fosse ele. Parou um pouco para analisar de forma mais fria a situação toda e realmente, se TaeHyung e Jimin tivessem um relacionamento, se separassem e depois voltassem, porque um deles lhe procuraria justamente pra dizer que não?

Resolveu por fim que iria fazer o que disse a NamJoon que faria. Se deitou e se enrolou em meio as cobertas tentando dormir e apesar da cabeça repleta de pensamentos, o cansaço venceu e logo o sono veio.

No entanto, sua estadia no mundo dos sonhos não durou muito. Era próximo as 14 horas quando acabou despertando naturalmente. Não havia sequer barulho algum no seu apartamento e apesar de tudo colaborar para que voltasse a dormir, se viu completamente desperto e novamente com aquele mesmo milhão de questões sobre Jimin lhe rondando a mente. Achava que ia enlouquecer a qualquer instante por conta disso e pensando em preservar sua sanidade, Hoseok decidiu que iria até a cafeteria. Não iria tomar satisfações ou pedir explicações e pensar que um lado seu cogitava isso, o fez se sentir um verdadeiro babaca, afinal ele e Jimin não tinham nada concreto que pedisse algo do ruivo, mas mesmo assim sentia que deveriam ter um dialogo franco. Deveriam falar olho no olho o que estavam sentindo e quem sabe, com um pouco de sorte, o Barista não se sentiria confortável em lhe contar sobre o porque de ter transado com o amigo, já que esse amigo disse existir um motivo, mas ocultou-o.

Levantou-se de uma vez, rumou ao armário e escolheu um Jeans básico, uma blusa fina de mangas longas e gola alta. Pegou celular, carteira e ao olhar as armas e os coldres sobre a estante ao lado da porta, sentiu que deveria se fardar, afinal iria até o prédio em frente a delegacia e talvez fossem precisar. Mas imediatamente afastou a ideia. NamJoon o havia dispensado pessoalmente. A delegacia poderia pegar fogo que ele estaria pouco se importando. No entanto, mais por segurança própria, pegou uma das pistolas, verificou rapidamente o pente e vendo-o completo, colocou-a na cinta na parte de trás das costas e finalmente deixou sua moradia.

Quando estacionou em frente ao prédio, se sentiu coberto de temores e de um nervosismo que nem sabia ter quanto aquele assunto. Se pegou questionando quanto a forma que deveria começar o diálogo, se Jimin o ouviria, afinal pelo que Taehyung deu a entender, o ruivo havia ficado enfurecido por ter se deixado ser visto junto ao outro e no meio daquele conglomerado de “o que fazer?”, optou pelo mais fácil primeiro: entrar no estabelecimento e lá, ver como as coisas estavam antes de pedir por uma conversa.

Como sempre fez, encaminhou-se diretamente para a mesma mesa perto da janela e aguardou pacientemente enquanto observava Taehyung atendendo os clientes no balcão e procurava com o olhar aquele baixinho de cabelos vermelhos que, só ao entrar ali, percebeu que já sentia falta do Sorriso e assim que o moreno se desocupou da atividade de servir os demais, viu-o caminhando até onde estava.

- Fico realmente feliz em te ver aqui Hoseok. Imagino que tenha pensado sobre nossa conversa. – disse o mais novo ainda encarando o bloco de papel que tinha em mãos e o investigador suspirou fundo.

- Eu preciso falar com Jimin, pode chamar ele pra mim? - Questionou e viu o moreno mordendo o lábio pensativo.

- Ele saiu ontem no fim da tarde, Hoseok. Mas eu imagino que já deve estar voltando, quer um café pra esperar ele? - Falou Taehyung enquanto olhava o relógio preso na parede próximo a porta.

- O americano de sempre, por favor. Não posso ir embora antes de conversar com ele. -Respondeu tentando forçar um sorriso e logo viu o rapaz sorrindo-lhe sinceramente e voltando para o balcão.

Pegou seu celular e, novamente tentou se refugiar em sua rotina de ler os noticiários enquanto tomava seu café, mas até isso andava difícil ultimamente e tal pensamento o levou a constatar outra serie de ideias.

Notou que desde que Jimin havia trocado de turno, há algumas semanas, não havia mais rotina para si. Já não era de forma desinteressada que ia diariamente até aquela cafeteria e já nem se lembrava quando foi a ultima vez que havia começado sua manhã tomada pelas noticias da internet ao invés das conversas do barista. Estava tão habituado a chegar até aquela mesa, pedir sua bebida de sempre – e as vezes nem pedia, o próprio ruivo trazia seu perfeito americano de ante-mão – via-o se sentando do outro lado do móvel e logo a conversa leve se instaurava e todos aqueles dias lhe pareciam tão mais brilhosos e iluminados que os do passado, que nem havia cogitado muda-los ou entender porque conversar com o Park fazia tudo ainda mais bonito depois, e essa serie de ciências agora, o fazia pesaroso. Pesaroso por, em mais isso, se tocar que Jimin havia lhe tomado demais. Havia lhe absorvido tanto sem nem deixar-se perceber que agora já pensava sobre o que faria no começo das suas manhãs se aquela conversa não tomasse o rumo que esperava e era ainda pior saber que não sabia exatamente que rumo gostaria que aquela prosa tivesse.

Quando foi levar a xícara a boca, ainda no automático, e a percebeu vazia, encarou o relógio e viu que passava das 16 horas e assim que fez menção a chamar TaeHyung, seu celular tocou. Antes de pega-lo para atender, a chamada havia sido encerrada e ao ver o numero de SeokJin na tela, abandonou o aparelho novamente. Tinha deixado claro que não iria trabalhar naquele dia e como havia dito pra si mesmo “não iria nem se a delegacia pegasse fogo” E com esse pensamento voltou o olhar para o balcão, ergueu o braço chamando o moreno e foi assustado por duas portas se abrindo abrupta e simultaneamente. Viu a dos fundos que dava para a casa com um Jimin de cabelos molhados o encarando de olhos arregalados e ainda enquanto encarava o ruivo, sentiu seu pulso ser puxado e seus olhos encontraram SeokJin, afobado e ofegante lhe guinchando.

- Taehyung, Marca o café dele aí que ele acerta depois. – O mais velho gritou para o rapaz que assentiu com um aceno de cabeça.

Após se ver fora da cafeteria, totalmente confuso pela atitude do colega e ainda mais surpreso por ver que ele iria empurra-lo pra dentro de uma viatura, teve um dèjá-vu quanto aquela cena e suspirou pesado, entrando no veiculo e já puxando o cinto de segurança.

- Eu realmente espero que você esteja me levando pra ver a ressurreição de Cristo, Kim SeokJin, porque se não for algo tão importante quanto isso, quem vai ver Jesus bem de perto vai ser você! – Se endireitou no banco enquanto o outro dava a partida e continuou. – O que aconteceu dessa vez? Alias, como me achou? – Questionou se voltando para o outro que mantinha os olhos na rua movimentada, tentando desviar dos poucos carros que respeitavam a sirene e o giroflexo ligados.

- NamJoon pediu que eu fosse buscar você no seu apartamento, mas quando eu estava saindo da delegacia, vi seu carro estacionado na rua e já sabia onde você estava né. – Respondeu e lhe lançou um olhar cheio de malicia  que foi respondido com um bufar irritado. – O Que foi? Atrapalhei seu encontro com o ruivinho? – Questionou debochadamente.

- Você viu alguém na mesa comigo? Não né, idiota! Só fui tomar meu café mesmo! – Disse tentando não pensar no que realmente havia ido fazer la e tentando tirar o foco do assunto continuou. – E você ainda não me disse o que diabos estamos indo fazer. Eu nem fardado ou trabalhando eu estou hoje! – O Mais velho abriu um grande sorriso e se escorou no banco, relaxando levemente antes de encarar pelo canto do olho o colega que estava visivelmente bravo, com os braços cruzados sobre o peito e um belo bico na boca.

- Nós temos mais um crime pra incluir no caso. – Viu Hoseok arregalar os olhos e se voltar para si. – Esse foi bem mais cruel que os anteriores e pelo que o YoonGi falou, foi por pouco que reconheceram a ação do mesmo assassino de Shindong e Jaesang. A única coisa que ligou esse crime aos outros foram a rosa e uma garrafa com café porque foi tudo tão mais brutal e violento que acharam que havia sido causado por outra pessoa. – Viu-o se recostar novamente no banco e respirar fundo.

- Então você estava certo. Com essa, são três mortes, o que o torna oficialmente um Serial Killer.

- Exatamente! - respondeu com seu grande sorriso expondo sua arcada perfeitamente alinhada.

Com tal informação, mais uma analise poderia se juntar ao caso e assim teriam direito a mais um profissional trabalhando com eles. Teriam direito a pedir um psicologo exclusivo para o caso e finalmente tudo parecia estar se tornando mais fácil e favorável para eles.

- Esse filho da puta está com os dias contados! 

- Isso mesmo Hoseok, o cerco está se fechando pra ele!


Notas Finais


Bom gente, primeiro de tudo, quero Muito lhes pedir desculpas!
Em primeiro lugar pelo atraso: Eu sei que prometi postar ontem e tudo o mais e que é foda pq se não tinha certeza não deveria ter prometido nada, mas eu realmente achei que fosse correr tudo na santa paz durante a semana, mas infelizmente tive que ir em um curso ontem a noite, em uma universidade que fica do lado oposto da cidade e estava sem carro por razões de eu ser barbeira e ter batido ele. Cheguei em casa passado das 23horas, morta de cansada e com isso, foi impossivel revisar e postar algo, realmente, me desculpem! Se eu tivesse opção obviamente teria mandado o curso a merda e vindo postar pq se tem algo que eu amo é escrever pra vcs, mas como se diz aqui no Paraná, "peão não se manda" e la me fui eu furar com vcs.
E em segundo lugar pelo capitulo meio BLÉÉÉ sem graça zzzz total! Ele é um cap meio que de transição também.
"Ai Ash, que nojo de vc! Poderia ter colocado o crime aqui e blablabla"
Sim poderia, mas sabe pq não fiz? Pq ia passar dos 10k de palavras e eu sei o quanto pode ser cansativo ler tudo isso de uma vez só principalmente lembrando como são as cenas dos crimes. Mas fiquem tranquilas que amanhã, no maximo sabado eu posto a continuação desse que ja está bem obvioo que vai acontecer <3 AOKOSKASKAOSKAK
Enfim amores, por fim a unica coisa extra que tenho a dizer é MUITO OBRIGADA MESMO! Caras, vcs não fazem ideia do quão feliz e grata eu fico vendo cada comentário e cada interação de vcs! Amo vcs demais mesmo por estarem sendo tão pacientes e queridos comigo, por serem sempre esses doces compreensivos que vcs são e principalmente, por não terem desistido de acompanhar a fic. Tem vezes que sinto mó desanimo e penso em desistir de tudo, mas aí venho aqui nos comentarios e vejo os amores que vcs são e a ideia logo vai embora e a inspiração se renova! Serio! Muito obrigada!
Outro agradecimento especial que tenho a fazer é com relação aos numeros.
PUTA QUE ME PARIU!
218 favs, comassim??
Nunca, nem por um dia sequer da minha existencia imaginei um numero desse! Ver a diferença de views do primeiro pro segundo cap (que deixa obvio que muita gente desiste de continuar a historia por conta da morte do Shindong) me deixavam ainda mais descrente quanto a tanta gente assim ler a fic até o fim e PUTA QUE ME PARIU DE NOVO eu fico feliz pra caralho com isso! serio velho, vcs são demais!
Hoje quero deixar um Obrigada especial para algumas pessoas:
Em primeiro a @CupcakeYeol que apesar de atarefada e ainda se adaptando com a vida do ensino medio dela, se esforça em me dar suporte e conversar comigo sobre a fic e ainda ajuda a arejar minha cabeça com a fic dela.
Fantastica por sinal! Pra quem curte EXO, aqui vai o link de uma KaiSoo delicia pra vcs: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-exo-dont-play-with-me-5063645

Outras pessoas que quero dedicar um amor extra são as amadas @Wxxis, @sooyoungod, @ot7trash, @hannie_ya e a @stormgley. Não sei os nomes aqui no SS, apesar de saber qndo comentam e sinceramente: Essa semana não teria sido tão boa pra mim se não fosse pelo amor e carinho de vcs! É fantastico poder ter, pela primeira vez, pessoas pra conversar sobre tudo o que eu gosto/penso/sinto dentro desse mundo louco e purpurinado do K-pop.

Enfim, mais uma vez perdoem essa escritora babaca pelas falhas, saibam que eu amo vcs mesmo só fazendo merda! OASKAOSKAOKSOAKOAKSOAKSOAKK
Assim que o proximo cap estiver pronto, ele virá para cá e espero vê-los la o/
Tenham um ótimo feriado e feliz pascoa pra vcs Mozões da minha vida *-*
KissKiss
~~Ashmedhai


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...